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História Uma arma chamada amor - Espelho espelho meu


Escrita por: Milamgs

Notas do Autor


Quem essa se parece pra vocês? :*
Boa leitura

Capítulo 18 - Espelho espelho meu


Fanfic / Fanfiction Uma arma chamada amor - Espelho espelho meu

Waffles e café fumegante diante de mim. Despejo a calda doce por cima do biscoito. Todos e poucos que se alimentam fazer tudo devagar...

-A cabeça só está fisicamente aqui né? -A voz que desenha nos meus ouvidos é feminina. 

Cabelos soltos como dormiu; Eva sorri pra mim quando senta e coloca seus dedos juntinho na mesa. Seu olhar em mim está iluminado, quase coloco minhas mãos em cima da sua para sair como um casal de namoradas. 

-Como passou a noite? -Pergunto carinhosa encurvando a cabeça de leve.

-Foi tranquila, coisa que não era faz um tempo. -Ela suspira relembrando- Que horas você saiu de lá? 

Conto com um pouco de segredo o que fiz antes de dormi, depois claro que quis saber de Anton, Seu irmão; Eva me contou que ele foi embora logo depois que a mesma desapareceu, não foi tão difícil encontrar o caminho de volta. 

O sol passeava pela vidraça à minha frente, sempre do leste para o oeste, os tiques constates anunciava cada ser humano que entra ou sai. 

-Miss D. Resolveu sentar conosco hoje? -Pergunta Rose que chega com animação. 

Atras dela, a menina de cabelos afro e pele negra se afasta com o óculos cobrindo a cara, pega um prato de comida e demora para decidir entre o café, chá e suco. 

-Resolvi saber como foi ontem pra vocês! -Ela sorri e olha pra mim de canto de olho- e aí, Lizz? 

O clima fica tenso, Eva não sabe da bebedeira de ontem. Lizz senta em frente à minha frente com sua bandeja econômica. 

-Ótima. -Responde sem expressão que denuncie algo. 

Mas, percebendo algo errado. A amada Miss D. Senta na cadeira vazia do seu lado e segura sua mão. 

-Esta tudo, menos bem. -endireita-se- Aconteceu algo que não sei? -Sua voz está mais séria porém não pressionando ninguém. 

-Lizz bebeu ontem e não foi muito bem, mas já está ótima. -Diz Rose com mais cuidado do que qualquer coisa confirmando o caso da noite. 

Eva se assusta no mesmo momento, como se não estivesse com sua filha numa noite assustadora de trovões. 

Annie chega pelo meu lado direito e senta bem entre eu e Eva, seu rosto está leve mas atento.

-É sobre ontem? -Percebe mesmo sem muita expressão do acontecimento. -Eu pedi pra Paul avisar pra Angie. 

Todas as atenções viram pra mim, acabo de engolir o waffle já me esgueirando na minha cadeira. 

-Ela avisou?- Eva pergunta mais geladamente. 

Confirmo com o queixo e quase me escondo. Sua chateação é palpável, posso sentir até a pergunta "POR QUE NÃO ME CONTOU?". 

-Mas que bom que está todo mundo bem, não é? -Rose sorri de um modo amarelo pela grande bola de confusão que se formou. 

Levanto; deixo a mesa com uma pequena "licença.", sem graça e no caminho para o jardim. 

Atras de mim não vejo ninguém mas na minha frente Kate se encontra, antes de passar totalmente seguro seu braço e sussurro: 

-Nessa mesa você é meus olhos e ouvidos... 

Ela não questiona; já parece que sabe o que estou pedindo. O salão parece um globo de tensão quando Saio do mesmo, lá fora; o jardim tirou férias de pessoas por que está desabitado, ninguém circula. 

Sento no primeiro degrau da ala azul, consigo ver a entrada enorme do internato apenas árvores e gramas de mim... 

Pensando que minha gata saiu por ali me dá um friozinho, mais sozinha Ainda. Como Paul, saiu por ali e não parecia tão animado como quando entrou. 

Errei em não contar pra Eva, Ainda mais sabendo que ela é super protetora com as meninas. Como alguém é tão mãe sem ter nenhum filho ? Difíceis responsabilidades de uma coordenadora de internato feminino. Daria um livro. 

-A vida fica mais fácil depois que você resolve ser mais forte que ela mas sempre só é lutador quem sabe lutar consigo mesmo. -Meu pai grisalho e louco por poesias se contorcia segurando o charuto mais caro árabe. 

-Mas você vai ser forte e voltar, não é pai? -Questiona curiosa a velha eu. Com cabelo curtinhos e 14 anos na mente. 

-Não vou a lugar nenhum. -Seus lábios cobertos pela barba quase Branca sorriam esperançoso. 

Meu pai morreu 1 ano depois na guerra do Iraque. Ele era militar e me adotou com 5 anos junto com sua linda esposa, Ella. 

Voltando para o presente, meus olhos estão marejados, pesa em mim o destino do caso, Ainda mais deste caso tão conturbado. 

Pisco descontroladamente, um corpo vem em minha direção: Eva. Ela não senta ao meu lado mas para bem na minha frente. Encaro seus olhos na mesma altura.

-Me perdoa, queria passar um tempo com você, e Eva, elas sabem se cuidar! -Dou ênfase levemente covarde em minha defesa e espero um sinal. 

-Se soubessem não estariam aqui. -limpa a garganta, recolhe os pensamentos e olha bem nos meus olhos. -Eu as amo, não deixaria NADA acontecer com nenhuma e você sabe que poderia né? 

-Sim, nisso você tem Razão, eu fui vê-la depois que sai do seu quarto. -sem orgulho na voz; conto. 

-Sei que não foi por mal, egoísta , mas não foi mal. -Abaixo a cabeça com sua frase ríspida. 

Já ficando triste ela ela senta ao meu lado e sussurra: 

-Mas eu amei nossa noite. Não queria perdê-la e não queria atrapalha-la. 

Sorrio de canto de boca orgulhosa e bato o olho nela. Nem parece que dormi com essa mulher; sempre exuberante. 

-Mas com Lizz tá tudo ok, não é? -para não dizer que não perguntei, faço as honras rapidamente. 

-Sim. -Diz sorrindo. 

(...) 

Short despojado com Coturno cano alto foi minha escolha para o convite mais animador do meu dia... As meninas decidiram sair para andar pela cidade. 

-Sem querer ser chata ou querendo mesmo... -Kate senta do meu lado no mini bus.- Mas acho que Annie tem uma caída pela sua namorada. 

Nem reclamo com o pronome usado, suspiro e bufo por também achar isso. 

-Algo amoroso? -Pergunto. 

-Talvez. Até por que Eva Devine se espelha nessas meninas, cuida delas. Pode ser normal... ou não. 

Lá vai Kate colocar minhocas na minha cabeça confusa. 

Afetada, observo o grande muro se afastando, cortando para o lado esquerdo depois de um prédio vejo o bar na esquina desse mesmo quarteirão, relembro os momentos lá e já riu de como foi. 

Curiosamente o bus pega um caminho que consigo lembrar de passar... O museu de artes. 

Olho para Kate de relance e ela faz o mesmo, mesmas imagens rondam nossas mentes, como um sonho de ação. 

-Soube que teve uma briga aí, bombou o facebook. -Diz Annie animada.- dizem que Acabou até em morte. 

-Sério? Essa cidade demora para acontecer algo, só se um meteoro tiver chegado. -Diz Lizz de mal humor. 

Vai que o meteoro sou eu. 

Cruzes

Eva está bem na frente, primeira fileira sem companhia... o que me assusta já que Annie é fascinada por ela. 

Caminho no meio do automóvel em movimentos, seguro apertado cada parte de cima dos bancos. Sento ao seu lado como uma bolsa jogada. 

-Gosta de companhia? -Pergunto chegando de engraçadinha. 

-Depende da companhia, mas dessa aqui... -ela me olha de cima a baixo e faz cara de convencida.- Estou nova para andar com gente velha. 

Fico boquiaberta e bato levemente com minha mochila na sua coxa; Eva, claro, ri. 

-Idosa sou. -Suspiro. 

Com certeza só em vivências. 

-Tenho 34 anos, acho que vamos rever isso. -Diz quase sussurrando a idade. 

-Miss D. , posso falar com você ? -Annie brota do chão com olhos acesos de "me dê atenção" 

Retiro-me do novo assento meio cabisbaixa, chateada com a situação e volto para Kate . 

-Pois é. -Quase rosnando, concordo pelas alegações de agora cedo.

Demora em torno de 3 minutos desde o primeiro museu; O lugar é grande, com grande muros de Plantas... parece um grande labirinto. 

E logo descubro que realmente se chama Maze Green. 

Mesmo sobrenome que eu... Primo distante. 

Descemos do ônibus na ordem das cadeiras, sigo o fluxo que indica o que devemos fazer. 

-Já conheciam? -Rose pergunta pra mim e pra Kate. 

Mesmo distraída balanço a cabeça negativamente. 

-Aí dentro tem uma sala super incrível. Vocês vão adorar. -Comemora animada. 

Seguindo Eva e as meninas; passamos por um grande letreiro verde e azul, com letras animadas numa grande estaca de ferro polida e em formato de onda... logo após já é indicada uma entrada. Entre as paredes de Folhas, corredores se formam.

-Por aqui. -Chama um das e eu acompanho. 

Passando pelo primeiro corredor ele te da duas opções de passagem, ou continava em frente ou virava a esquerda, continuo em frente, metros depois uma parede de plantas nos impedem novamente...

Um paço para a esquerda e um pra frente leva para outro lugar, ou direita ou esquerda. Dessa vez invisto na direita seguindo; mas pelo visto o caminho do outro lado é só parede de folhas. 

É mais dificil que pensei, várias tentativas e algumas até engraçadas, quando avisto a placa de ''SAÍDA'' Já me acalma, comemoro vencedora enquanto as meninas já estão lá, gargalho enquanto pegamos o lado livre para uma casa. 

Dentro do ambiente sem portas, vi minha imagem de varias formas e tamanhos, enquanto Annie brincava de ver sua estatura menor num espelho caricato; Rose brincava de tirar a cabeça do seu corpo. 

Divertidamente paro em frente a um, imagem refletida só da minha pessoa, busco um batom levemente vermelho que coloquei dentro da bolsa e aplico nos meus lábios. 

Mas num susto, Eva aparece atrás do mesmo, não consegui saber que tinha alguém ali.

-Está meio borrado aqui! -Diz em tom de brincadeira saindo lá de trás, Seus dedos passeiam em volta da minha boca fazendo um desenho perfeito. 

Nossos olhos estão tão fincados um no outro que poderíamos nos agarrar a qualquer minuto. 

-Esse tipo espelho é difícil de se achar, ainda mais para colocar em casas. -Complementa soltando meu queixo. 

-Eu já o vi em algum lugar. -Sussurro para mim tentando lembrar-me onde o vi. 

Já ouvi falar nesses vidros que você consegue ver quem está fora mas o de fora não pode ver quem está dentro; Não devo ter visto em todos os lugares então é só pensar direito. 

Passei por todos, dos retorcidos até os que me deixavam obesa de gorda. Me diverti muito.

-Olha esse! -Rose me puxa pelo braço e rimos juntas.

Tudo que eu precisava era isso, apenas um momento sem me preocupar se alguém vai me matar ou se eu vou matar alguém. Meu corpo flutua, como uma pena numa pequena maresia de inverno. 

Só sentir isso uma vez... Com meu pai. Naquele dia. 

(...)

Subi na calçada comendo batata frita, aquelas perfeitas do meu restaurante preferido, e seguindo as meninas entro no internato, bem em cima de nós, gotas do céu escuro caem. Geralmente costumo combinar o clima e meu humor... Mas hoje é diferente. 

Parece até um mal presságio.

Puxo levemente o braço de Lizz e sussurro:

-Como foi? hoje? Pra você? -Minha voz é serena, tentando não desligar o clima descontraido.

-Ah, Angie. -Ela coça a garganta e não me olha nos olhos- Foi bom, muito bom. -Sua fala é seca, sem muita coisa. 

-Eu achei as fotos... -Sussurro e encaro o céu; em contratempo, Lizz vira pra mim. 

-Qual delas ? -Pergunta quase tendo um surto; Tira o óculos escuros e me encara.

-Todas. -Eu senti ela me fuzilando com o olhar.

-Se eu não fosse da igreja, você sabe que eu ia ... eu ia... -E derrete,  finalmente se deixa chorar. Para bem no meio do jardim central restando só nos duas. 

Mesmo com mãos afoitas me empurrando abraço seu corpo, momentos depois de lutar ela assossega, abraça meus braço de volta, conforto suas lembranças em meu colo.  A essa altura as águas doce e salgada já se misturaram pelo seu rosto, minha roupa colada em mim avisa que vou pegar uma bela gripe. 

Segurando seu peso no meu lado direito, levo-a para de baixo da escada, de baixo também da ala vermelha; As gotas do céu já não nos alcança mas as de seus olhos instigam as minhas a se livrarem também.

-Ele se foi, não é? -Pergunta parando de soluçar. 

-Foi. E minha pergunta é quem foi... -Saiu sem querer, ela me olha como se tivesse falado em grego e vira pra mim enxugando as lágrimas.

-Eu não sei. Por que me pergunta isso? -Lizz questiona. 

-Por que já ouvi falar e já o vi em fotos. 

Logo me vem a mente Eva e o mesmo, abraçados... 

-Não, você é diferente. Como pode saber tanta coisa em tanto pouco tempo? -Estranha e da ênfase. 

-Percebo as coisas com facilidade. -Suspiro e refaço a frase- Vocês também falam com facilidade. 

Ela parece acreditar e senta no chão. 


Notas Finais


Comentem...
Agora Angie passando por descobertas... Ciuminho de Eva...
E aí?


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