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História Uma arma chamada amor - Hard days


Escrita por: Milamgs

Capítulo 22 - Hard days


Fanfic / Fanfiction Uma arma chamada amor - Hard days

O ar úmido, tem aroma de plantas e sob o céu noturno sem estrelas não consigo ver núvens. Quieto, só comigo. É assim o lado oeste de Kiev, um pouco distante da minha casa, esse espaço requer cuidado pela ausência de pessoas. 

Durante os 5 dias seguintes Katie me visitou, deixou as ideias sempre na ponta da língua, comentou que todas as meninas da Ala vermelha se juntaram com as suas família, que estão mais abaladas do que todas pensamos. 

Árvores clássicas e mordernas grandiosas estruturas cobrem grande parte de Kiev, parece vazio... Coisas não sentidas em Odessa, as estruturas até pessoais são mais seguras e resistentes... Não sei se estou louca e colocando meus sentimentos distringentes de fora para dentro (Ou dentro para fora) conforme morei em cada lugar.

É engraçado quando parece que o chiado das folhas se comunicam comigo, cada pensamento significativo que me vêm eu atribuo a elas, como nínfas de árvores sussurrando nos meus cabelos. 

Neste momento eu devo ter ficado totalmente confusa, minha cabeça não funciona tão bem com vinho. Chutando os cascalhos na praça meu telefone vibra, embaralho-me com só o fato de pegar na minha jaqueta, o aparelho escorre pela minha mão pouco usada no momento e cai; Abaixo desequilibrada e atendo antes que perca ele de vista novamente:

-Alô? 

Ficaria até simpático para as pessoas que me odeiam. 

-Angie? 

Seu queixo despenca com a voz, sento no cascalho muito machucados pelo meu sapato. 

-Rose? Rose? Sou eu sim. 

Reconheço a voz de uma das meninas. É uma paz.

-Eva tinha seu número, ela me mandou, e tenho uma mensagem. 

Diz com uma voz meio magoada, talvez com sequelas daquele dia fatídico que magoou todas nós.

-Pode falar. 

Nem tento me levantar, meu ouvido está tão atento que nem sinto mais frio. 

-Eva está sendo indiciada, aquele homem que te buscou quer fazer um julgamento, já arrumou um promotor... Ela precisa de você.

Sua voz é um pedido de ajuda. 

-Eu... Eu... vou. 

Coloquei meu pescoço numa guilhotina sem volta. 

-Mas, poderiam me... perdoar? Prometo que vou fazer o possível, eu juro. 

Um silêncio se estala depois do meu apelo. 

-Eu sei que a maior resposta não sou eu que posso dar. Eu sinto que não. Mas como diz Lizz: Se Deus quiser você consegue quebrar esse gelo depois que explicar tudo para nós. 

-Vou, vou fazer isso.

Com forte ênfase na concordância de terminar o que comecei, desligo e corro para meu carro. Enquanto estou no volante disco os números com dificuldade, o nome de Katie finalmente pisca na tela preta no banco de carona. 

-Katie? -Minha voz está embargada, não sei se euforia ou ansiedade. 

-Onde você está? -Autoritária e preocupada, ela parece estar louca para encontrar minha pessoa. 

-Rose. Rose me ligou. Ela está precisando de ajuda. Eva, na verdade. Como faço? -Meu coração salta pela boca quando percebo que estou na faixa contrária a minha. 

Num piscar de olhos precisei forçar o volante para o lado oposto, perdendo controle do carro, ele parece dançar em câmera lenta pela grande faixa lateral de terra; Rapidamente tento abaixar a cabeça para um menor estrago e pronto, só vejo o negro e vazio como Kiev. 

Eva

Mesmo embargada pelo choro não poderia deixar-me abater pelos dias mais difíceis da minha vida, o ar frio me arrepia, como é muito mais do que o normal bate uma estranheza, um sentimento estranho. 

-Miss Devine? -Meu advogado ao lado de Anton chama minha atenção. 

Por um momento sou puxada para a realidade; Eu, ele e Anton no sofá quente do meu irmão, pouca luz, a acusação que Groove fez contra mim e os vinhos nas beiradas da mesa de vidro. 

-Minha cabeça já está cheia. -Largo meu colar, que tanto mexo e levanto. Seguro meu rosto e encaro a janela.

Noite maldita, às margens de uma rodovia, nem consigo mais engolir nem um chá para deixar minha vida mais quente. Sinto falta de Odessa e das meninas, que ainda me visitam. Felizmente ainda me visitam. 

-Você precisa se concentrar. 

-EU NÃO QUERO MAIS! -Grito. -Eu não fiz nada. 

Encolho meus braços e por canto de olho percebo meu irmão se levantar, preocupado dar a volta pelo centro e direcionar-se para a entrada da sua cozinha.

-Eva, eu -O advogado tentar me acalmar, claro.- sei que é algo absurdo mas também sei que seu caso é mais delicado. Eles tem um documento fotografico, não é coisa fácil de se justificar.

-Eu tenho uma carta na manga. -Sussurro olhando meu celular sem notificações; pelo qual falei com Rose horas atrás. 

-Tome cuidado. -Meu irmão anuncia sua volta com essa frase que embola o estômago de cada um. 

-Só pra te lembrar... -Respondo me virando para o mesmo - Não tenho mais nada a perder mas posso retomar minha dignidade que ficou no internato.

Passei a noite ouvindo constatações e avisos, parece que não tive muito para onde ir, foi difícil ouvir que precisava mesmo colocar minha cara a tapa e provar que não fiz nada. Minhas meninas ficaram sem uma ''mãe'' no complexo, até pela minha vontade perdi para que elas fossem para casa.

Como na morte de Kate tudo virou de cabeça para baixo, quase não tivemos tempo de sentir a dor, até a falta. Esses fantasmas sempre vão surgir, como diria a autora Caitlín R Kiernan fantasmas são não só criaturas sobrenaturais, as vezes apenas ''almas'' que não desapareceram da sua vida ou sumiram sem dar o adeus.

Finalmente, largo tudo que envolve o caso e levanto, atrás do primeiro móvel da cozinha a cafeteira exala fumaça branca de água evaporando. Apoio minhas nádegas na mesa em frente, espero ansiosa para finalmente deitar-me. 

-Já passou das 00:00. -Meu irmão esgueira-se pela única abertura desse lugar.

-Cadê o advogado? -Pergunto. 

-Ele já foi, não ouviu? -Ele franze as sobrancelhas e corre em direção ao café recém feito e atirando na xícara aplicada. 

-Acho que estava... Deixa pra lá. -Balanço a cabeça espantando os fantasmas. 

-Engraçado, você estava tão diferente quando a vi no baile. -Não foi uma pergunta, foi simplesmente uma verdade absoluta.

-Paixão muda as pessoas.

-OI? -Diz depois de tomar um gole cauteloso no seu café e voltar pra mim. 

-Pensando alto. -Sorrio sem dentes para o mesmo e perco a sede. 

Devagar, peço licença e me retiro da cozinha. Desfaço a cama do quarto de visitas, sento no tecido quente que vai me ajudar a passar a noite sem morrer de frio; sem querer, relembro o dia em que dormi com Angie, quando acordei depois de uma longa noite ela me deixou aconchegada como não lembrava de ter ficado antes;

Que já me vem o dia do baile, foi nesse dia, agora vejo o que há de distinto entre esse dia e agora: Ela. Quase inevitável ficar com raiva de Angie mas continuo amando-a. É confuso quanto agonizante. Não depende mais de mim. 

 

No meio da noite eu celular desperta-me de um sono pesado, o sono que eu precisava (Ou preciso); Toque atrás de toque minha cabeça é inundada de impaciencia, mesmo com risco de ser algo sério bloqueio e coloco no silêncioso, nem me dei o trabalho de ver quem é.

-Eu quero paz. -Murmuro retoricamente babando no fino cobertor. 

Mesmo no silêncioso, a vibração é constante e irritante. 

Levanto o rosto branco e encaro o celular. O nome Rose me faz sentir que é algo importante e então atendo.

-Está tudo bem com você? Com as meninas?! 

Pergunto logo antes de qualquer coisa.

-Miss D. sim, está mas... 

-Então... -Meu coração desacelera e se acalma- Ok, está tudo bem, beijo. 

Mesmo em interrupção e respostas rápidas ela ja disse que não era importante, desliguei e soltei no ar, viro para o outro lado e caio num sono profundo. 

 

Anton entrou no meu quarto assim que terminei de abotoar uma camisa vermelha social, em cada mão uma xícara café fervente. Passo a mão pelos cabelos secos porém hidratados e levanto  a mão para alcançar a bebida que irá me acordar, mesmo passando de 12:00. 

-Vamos Cedo, comemos no Shepard, aquele restaurante de massas perto da Biloruska St. Bela estrada. -Constata nostalgico.

-E às 17 temos o mesmo encontro de ontem. -Não foi num jeito reclamam, mas de saco cheio. 

Deixamos a casa com ideias fixas que sempre mudam durante o caminho, Anton e eu sempre fomos os melhores irmãos do mundo, mas hoje me sinto mais distante que ele... Parece que ele, mesmo me ajudando, não me da espaço para me colocar e dizer o que quero. 

Será que eu sei o que quero? Então me ocorreu que nem eu sei a verdade. Angelique é uma policial e acabou com muita coisa, não tenho mais o conforto com minhas meninas. Além do amor elas precisam de mim, Annie tem uma doença... E isso me deixa com medo.

-Prontinho. -Quando menos esperei haviamos chegado sãos naquele lugar. 

Céu claro, poucas núvens e ar de que iria chover; nublado como meu humor. Hoje não toquei no telefone, minha vida já está cheia que seu abrir a tela inicial vai invadir todos meus neurônios. 

O restaurante é todo revestido por um carpet creme, subindo com cadeiras de madeira fina, com vários tons na mesma... Toalhas brancas na mesa dando um charme especial no lugar e sempre com taças de vinho à sua espera.

Com tamanha fome, já sento pegando o cardápio convidativo no canto da mesa;

-Já sei o que vou pedir. -Decidido, meu irmão senta confortávelmente numa cadeira em frente a minha.

Não respondo, folheei todo o negócio e só o que me atraiu foi um Fettuccine pomodoro. Pedimos rápido, acompanhado com uma coca-cola para facilitar a digestão.

Encaro o vidro perto da entrada, curiosamente sinto se tivesse visto minhas meninas, a visão de Lizz vestida de branco e uma saia parece vívido, Rose de short de tecido e uma blusa polo tão real e claro, Annie com seu celular de capa rosa e cabelos esvoaçantes tão presente...

E a imagem não some. São elas, na porta do restaurante, apontando para minha mesa ansiosas e agoniadas.

Levanto deixando tudo na mesa e pisando forte até a entrada onde elas estão sendo barradas. 

-Espere, espere. -Digo para os seguranças do lugar.

Os dois homens altos de terno hesitam mas acabam soltando-as, num passo rápido levo todas para o sol fora do lugar, é impressionante como todas estão como eu... Iluminadas pelo mesmo sol e no mesmo lugar.

-Miss D. tentei falar com você e não me deixou! -Diz Rose quase brigando comigo (Coisa que nunca fez)

-Ei ei, abaixe o tom e se acalme! -Digo firme e ela se apoia no ombro da blusa de Lizz.

-Ela realmente não sabe. -Lizz tenta falar baixo para as meninas mas claro que ouvi. 

Minhas sobrancelhas se juntam e começo a preocupar-me.

-Olive que ia contar. -Responde Annie meio brava. 

-Mas não tive espaço! -Rose Olive se defende batendo os pés.

-Parem, parem todas! -Peço quase rosnando- O que está acontecendo?

Mesmo que inconsciente meu olhar foi inteiro para Annie.

-Eu sou louca mas não fiz nada! -Ela se defende e eu a olho levemente brava.

Odeio quando ela se refere assim com a própria pessoa, as vezes dói mais em mim ela ser bipolar. Não queremos ver ela surtada... Ou em fase de depressão, ela fica muito brava. 

-Foi Angie ou Angelique... Sei lá. -Diz Annie do jeito Annie- Ela sofreu um acidente... Digamos que o caso está sério. -Ela fala tão normalmente que estranhei.

Endireito meu corpo e sinto meu estômago se contorcer, meus olhos se abrem dez vezes mais com o susto. Sinto minhas pernas bambearem, minha mão não se controla e abraça Annie, sinto uma umidade quente e salgada percorrer minha bochecha.

Achei que ia morrer por dentro. Preciso vê-la. 


Notas Finais


E AÍ? Será que vai dar tempo de resolver tudo? Eva vai conseguir perdoar Angie e ir vê-la? ....
COMENTEM, COISAS VEM POR AI!


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