1. Spirit Fanfics >
  2. Uma arma chamada amor >
  3. Aprontando

História Uma arma chamada amor - Aprontando


Escrita por: Milamgs

Capítulo 23 - Aprontando


Fanfic / Fanfiction Uma arma chamada amor - Aprontando

Arfadas pesadas dentro de todo o corpo; por baixo da pele. Um frio entrecortado assoprava na minha mão dolorida, a luz leve sombreia meu cílios; acostumando meus olhos com a claridade levanto com dificuldade a mão direita. Tem um monitorador de batimentos cardíacos no meu dedo indicador... 

-Mas que... -Tento argumentar comigo mesma mas minha boca se encontra meio seca.

Meus olhos finalmente assimilam o ambiente em que me encontro; uma poltrona creme encosta numa parede bem em frente à mim, com uma Tv de ultima geração aplicada no meio da mesma. 

Estico meu tronco para me ajeitar e sinto um leve desconforto no braço esquerdo: Um cano de soro bem no meio das minhas veias. Olhando em volta percebo que um corpo dorme no sofá espaçoso ao lado da cama... O que demônios Paul está fazendo aqui?

-Olha, oi. -Ele se espreguiça e se levanta; sentando- Por isso é arriscado deixar uma teimosa dessas sozinha.

-Melhor que olhar na tua cara. -Rosno quase em silencio. 

-Ah não , Angelique, nem começa... Chamei o Fred pra ficar com você e sabe que é melhor alguém te olhando, né? -Ele sorri cínico e deixa o ambiente assim que a porta se abre por fora. 

Fred, logo ele; novato no meu lugar de trabalho. Talvez seja fácil de fazer ele largar do meu pé.

-Angie! -Ele aparece tomando o lugar do traidor e me dando um tchauzinho.

Digo um oi baixo e logo ele se senta, encaro a parede por uns dois minutos em completo silêncio e alguém entra no quarto... Um médico para em frente a mim e sorri.

-Parece que a companhia lhe fez bem! -Diz o mesmo; baixo mas de bom rosto e cabelos grisalhos bem penteados.

-Dizem que a raiva faz bem, não é? -Sorrio subindo e descendo as sobrancelhas -Dando um estimulo para a vingança.

Ele olha para o Fred atrás de mim e volta para meus olhos.

-Estou brincando. -Digo sorrindo simpatica.

Até eu teria medo de mim. 

-Pelos seus exames foi só um susto. -Finalmente ele chega no ponto; levanta sua cardeneta analisando os dados que tem sobre mim. 

-Isso é ótimo! -Digo.

-Mas por segurança saia por volta das 16:00 pelo menos. -Diz e pega um saquinho com meus pertences que mal percebi que estava do meu lado. 

-Mas ainda são 13:00... -Reflito só quando a tela de 30% de bateria acende.- Ok! 

Aceito de bom grato e ele se despede; segue para fora. Observo todo o contorno do quarto, banheiro à minha esquerda, à direita está Fred com seu celular, distraído como uma mula. Como estou sem net, as mensagens que chegam no meu celular são todas enviadas por SMS e só tem de quem? Katie.

''Quando acordar vá para o banheiro.''

numa outra mensagem está em caps lock.

''Eu mandei por aqui por que se mandasse no whats app ia aparecer na tela de bloqueio. E todas nós sabemos que SMS nunca fica com alerta então ninguém vai ver'' 

-Ei, Fred... Me ajuda a ir no banheiro? 

Ele levanta e segura o grande ferro que se locomove junto com o soro, levanto como se não andasse faz tempo, coloco o celular discretamente no bolso dessa camisola que me deixa nua mesma não deixando. 

-Quer ajuda para o resto? -Percebo sua voz meio pervertida e bato a porta no seu rosto.

Novatos são mais adolescentes do que pensei. 

''Agora vai no ladrilho dentro da gaveta da pia.'' 

Ela está zoando com a minha cara né? 

Abaixo meu corpo dolorido e abro as portas da gaveta de duas abas; é visível que a lajota foi mexida, tento tirar ela com o máximo de cuidado mas num deslize ela cái no chão fazendo um barulhão. 

-ESTÁ TUDO BEM AÍ? -Pergunta Fred atrás da porta. 

-Está sim, foi o... o negócio que segura o soro. -Enrolo falando qualquer merda e continuo o trabalho. 

A pia é ativada com o objetivo de simular uma necessidade, numa sacola plástica transparente possui o que parece ser minhas roupas dentro. Mas me engano. Katie não tem a chave do meu apartamento, não tem como ela ir lá e pegar... Ela comprou tudo novinho e adivinha? Preto.

Quase gemo de dor quando puxo a agulha de volta para fora da minha pele. Me desfaço total de tudo que me controla. 

Termino de colocar a calça preta da malha apertada que gosto com um coturno oficial. Ela até lembrou de uma calcinha e um sutiã (O que para ser sincera a calcinha tem um desenho de elefante no centro, ela não ia perder de me zoar, certo?). O ultimo passo foi a blusa preta justa que me deixa confortável para sair desse lugar. 

''Fiz minha parte, então caia fora daí se não quer ser prisioneira de estado.''

Bem a cara dela. 

Amarro meu cabelo com o prendedor que já estava pendurado nele, coloco meu celular no cóccix da calça e penso seriamente como foi sair de uma maneira que ele não perceba. Mas eu sou Angelique Green, se não fizer do meu jeito vai acabar pior do que como será.

-Acabei. -Grito para fora e preparo meu ataque. 

Abro a porta e já com a perna em cima do ombro dele, Fred cai com o celular e fica com olhos fechados gemendo.

-Desculpa mas eu preciso ir. -Digo com sinceridade e beijo sua bochecha. 

Arranco a chave da porta rápido, fecho a mesma com ele dentro e tranco. Consigo o ouvir chamando. 

Ele tem uma arma e um celular, vai sair mais rápido do que entrou. 

Caminho de cabeça baixa pelo corredor cheio de pessoas com jalecos brancos, na primeira escada ao lado do elevador eu entro, saltito até não ter nem mais degraus para descer. No térreo, pego o caminho de carros para me encontrar no meio da rua. 

Sorte que foram apenas 2 andares.

''Estou indo pra sua casa'' -Respondo qualquer uma das mensagens de Katie, agora eu sei onde ela mora.

De relance; avisto o andar onde estava meu quarto e Fred não está na janela, se pá, já saiu de lá. 

Pena que sou de maior e eles não podem me segurar. 

Pego a avenida principal andando mesmo, a casa dela não é tão distante, apenas dois quarteirões à esquerda. 

 

Cheguei quase caindo, meus pés já não aguentavam muita coisa, ela estava na porta do seu chalé fumando um cigarro. No mesmo momento que alcanço sua pessoa pego o objeto e dou uma longa tragada.

-Acho que te devo uma. -Digo enquanto Katie abre a porta do lugar.

-Isso é um obrigada, ok. 

Sorrimos juntas.

Sentada no sofá longo de espumas eu retirei as botas pesadas, ela havia guardado um pouco de sopa pra mim, sabia que eu concordaria com seu plano. Comi enquanto ela dizia o que aconteceu ontem...

-Você estava machucada, desacordada mas nada sério, sei disso porque minha mãe era bem conhecida na medicina. -Ela senta ao meu lado e me assiste comendo a sopa. -Te levei pro hospital mas foi questão de tempo até saberem quem você é e chamassem Groove. 

-GROOVE ESTEVE LÁ? -pergunto num sobressalto.

-Na verdade, não sei pessoalmente, prepotentes não perdem tempo com esse tipo de coisa. Que seja, eu sai antes e enviei uma mensagem para alguém... 

-Quem? -Pergunto hesitante

-Acho que você sabe quem. -Responde com as sobrancelhas arqueadas.

-Rose. -Na mosca, ela assente deixando seus cabelos castanhos passar para cima do rosto.

(...)

Demorei até tomar coragem de levantar, dessa vez, do meu sofá. Pensava preocupada como poderia tomar minha sanidade de volta? Groove estampou na cara de todos que eu era uma louca, mas, pelo que já sei, a louca não sou eu.

Forcei Katie a passar a noite no meu quarto de hóspedes. Ela disse que gostou de lá, havia uma energia boa, com certeza de quando minha mãe adotiva vinha me visitar.

Isso me remete às minhas conversas com meu pai. E à uma coisa que disse hoje, querendo ou não deixei transparecer que tenho raiva do meu ex chefe e claro do meu ex amigo, no qual confiava com minha vida. 

Uma vez meu pai me disse:

-Aprendi através da experiência amarga a suprema lição: controlar minha ira e convertê-la em energia trás mais recompensas do que a vingança.

No início demorei a entender o significado de Ira e logo depois aprendi com a vida a convertê-la, sempre entendi que a energia era a vingança mas muito pelo contrário. Eu a levo como justiça hoje em dia. 

Justiça; significado vasto e nenhuma maneira digna de fazê-la. Como humanos e o livre-árbitrio por falta de informação de Deus temos que suprir necessidades animais, de um jeito animal. 

Encaro o vazio e a única imagem que flutua é lindos cabelos negros, pele branca como neve; Eva... É de tirar o fôlego quando se junta tudo isso com Amor e inteligência. 

Sinto tanta falta dela que parte do meu coração quer sair do peito. Sempre gostei do frio na barriga quando vê aquela pessoa, na boca ágil ansiando por ela... É satisfatório para o mais cético dos humanos. 

Eva

-Como assim ela não está aqui? -Minha voz saiu mais desesperada do que pensei. 

-Me deu uma pancada e foi embora. -Um garoto mais ou menos da idade das meninas segurando ervilhas congeladas na têmpora esquerda.

-Típico dela. -Sussurro só pra mim mas ele escuta e levanta as sobrancelhas. 

-Miss D. pode vir aqui? -A voz é do fundo, de Rose que está atrás de Lizz e Annie. 

-Sim? -Aproximo-me da menina meio atônita e encaro seu rosto.

-Está em guarda policial? -Pergunta mudando totalmente de assunto. 

-Não, meu advogado conseguiu abdicar disso. -Respondo mas inseguramente encolho as sobrancelhas. -Porque? 

-Tenho uma coisa pra hoje. -Rose que sempre foi a mais calminha de todas foi quem mais conseguiu coisas. 

Me encontraram no restaurante por um app de rastreador, claro que pego na deepweb. 

-Não estou gostando disso. -Assim que termino de falar o vibratório com um breve aviso brota em todos os dois celulares de Annie e Lizz. 

Angie

-Sabe do que precisa? De um banho gostoso. -Katie me puxa o braço sem a menor pena e me faz levantar.

-Não preciso não. -Digo aborrecida. 

Sem economizar no sotaque ela resmunga um monte de palavras em troca. 

Poupando meus ouvidos, endireito meu corpo e vou para o banheiro; deixando-a me levar. Ela liga o chuveiro e sem pestanejar me joga na água gelada. Sugo o máximo de ar que posso, o frio quase impede de colocar o oxigênio em circulação. 

-O resto é contigo. -Katie murmura orgulhosa para fora do banheiro.

-VÁ SE FODER! -Grito de lá mesmo porém fico.

Retiro cada peça de roupa devagar, dessa vez sem imaginar se tem alguem fora me esperando. Pela primeira vez analiso meu corpo depois do acidente, tenho pouco hematomas, foi um susto e tanto mas que não me atingiu tanto assim. 

Parece que quando os olhos se fecham, o corpo relaxa com as pancadas de pingos no corpo somos transmitidos para um novo mundo com mais idéias e até umas respostas para a vida; Como o mar se abrindo e revelando o que por baixo. Quem nunca quis fazer isso? 

A vida era tão fácil quando era só eu e Raposa.

Depois de boas doses de shampu e condicionador saio do ambiente meio abafado pela água mais quente que coloquei depois, quase escorregando me escoro nas paredes até meu quarto;

Satisfatório mesmo é ver o sol ir embora, dando lugar a linda lua brilhante; deito na cama só observando a janela (Raposa pegou a ideia antes até). Abrir minhas gavetas é até estranho considerando o tempo que fiquei longe das coisas, dessa vez estou mais tranquila, meu corpo pode finalmente se recompor para dar a volta por cima;

Rose me fez prometer isso, mas dentro de mim eu ja tinha prometido desde o começo... Tudo que começou precisa terminar e da maneira CERTA. 

-Se veste logo! -Katie grita com seu sotaque diferente.

Sinto até a energia de confusão lá de fora, não uma confusão encrenqueira, mas aquele tipo de que tem muita coisa á fazer.

Escolho uma blusa branca, calça preta com bolsinhos laterais e uma jaqueta jeans pelo frio mas fico descalça; ataco os passos até a cozinha e me deparo com uma mesa pronta... Katie está na cozinha pegando algo que não enxergo o que é até ver um grande prato de macarrão yakisoba. 

-Por que você quer tanto fazer um jantar? -Pergunto mas logo parto para a zoação- não vai dizer que está apaixonada por mim, Katie, vai? 

Ela da língua enquanto apoia a quente travessa com o macarrão na mesa.

-Você vai me matar mas vai valer a pena. 

-Porque? -Assim que pergunto a companhia toca. 

Dois toques super sensatos na verdade, ela solta os cabelos presos e passa os dedos Entre eles;Arrumando-os, e corre para a porta. 

Assim que se abre vejo apenas Rose, Annie e Lizz... Minha vergonha é tremenda que quase não encaro mas então alguém aparece... Eva. Nessa hora meu coração quase sai pela boca. 

Ela também parece não saber onde está até seus olhos baterem em mim. 

Hipnotizada, ela atropela todas que está na sua frente e corre em minha direção... encaro a beleza dos seus olhos azuis enquanto ela encara meu rosto cansado porém arrumado. 

Mesmo num clima estável, sua mão levanta e acerta o lado direito do meu rosto num tapa relativamente forte; passo dois segundo encarando a parede do meu lado e sou puxada, dessa vez ela puxa meu rosto e me dá um beijo. 

Nem tenho tempo de arregalar os olhos, sei que as meninas estão vendo isso, nem imagino o que estão pensando só quero sentir aquele frio na barriga outra vez. 

Abraço a cintura de Eva como se jamais fosse fazer de novo, ela aprecia cada vez que nossas línguas se encontram; a energia Entre nos se torna urgente e até sentida, é uma aura sem igual. 

-Miss D? -A voz de Rose se faz presente, ela encurva a cabeça tentando absorver esse beijo. 

Após Eva me soltar o silêncio reina, Todas estão boquiabertas menos Katie, que inclusive ignora nosso ato. Annie parece saber que isso ia acontecer mas não esperava bem na sua frente. 

Todas entram e a porta é fechada, nenhuma palavra dita e tantas perguntas embutidas. 

Imagino que minha voz vai cansar de tanto ter que responder tais perguntas.

-Desde quando isso está acontecendo? -Todas nos viramos em direção a voz. 

Annie senta e espera uma resposta, sinto que nem a pergunta foi pra mim então só retribuo o olhar de Katie e fico na minha. 

-Isso não import... -Eva começa mas uma segunda voz atrapalha;

-Ah, importa sim.-Lizz adentra na conversa. 

-Antes do que pensei... perto de quando Angie chegou no Internato. Eva mal consegue encarar qualquer uma. Senta na ponta da mesa enquanto Kate está do lado esquerdo Dela e eu, logo em seguida, no direito. 

Do meu lado Katie se adianta, Lizz na outra ponta e Rose ao lado de Annie. 

É quase um interrogatório, ninguém consegue explicar ao certo o que houve. 

-Também acho que não é importante, temos coisas mais importantes a fazer. -Meu estômago se embrulha, mal consigo ficar acordada. 

Desde os 12 anos eu descobri um mecanismo de defesa em mim... Quando algo me estressa ao extremo meu corpo quase amolece imediatamente, resultando num sono forte e rápido. 

-Não sei se consigo. -Sussurro até retoricamente e encaro minhas pernas.

Pela cara de cada uma nunca me viram desarmar desse jeito e definitivamente não é como eu quero que me vejam. 

Levanto o rosto e encaro cada uma, pausadamente. 

-No início dessa temporada fui indicada, por ser a única mulher, para investigar o assassinato de Vicent Groove. 

Nesse momento os olhares se cruzaram, até os julgaria acusadores. 

-Então, -Continuo- dias depois Kate morreu, me mandaram no mesmo dia. No meu caso, todas vocês -Aponto para elas- eram suspeitas. 

-Então você acusou miss D? -Rose se mete rápido. 

-Calma, está muito precipitada. 

-Eu entrei e vi que vocês são tão inofensivas quanto meu gato. E mandei um relatório pra Groove. Como sempre. Mas depois que Paul conheceu todas ele inventou, no dia do baile ou depois, que eu estava afetada com tudo isso, inclusive emocionalmente. 

Estaciono por um minuto, os olhos estão tão hipnotizadas pela minha história que mal me deixam respirar. 

-E eu estava emocionalmente envolvida, porém profissionalmente também! Eu tenho a chave disso tudo. Eu sei onde o assassino está mas preciso de algo que tiraram de vocês. Na verdade de Eva.

Nesse momento choveu pergunta como "o que?" "Onde?"


Notas Finais


Comentem, estou animada com essa pré reta final! Ainda tem coisas para acontecer ein?
As meninas começaram a ver a verdade, agora não tem muita escapatória.


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...