História Uma chama em meio ao caos. - Fim...

-Minha irmã... me perdoe, eu quero me juntar a você e as forças do Caos eu suplico que me aceite como seu irmão novamente.-Disse Michael ajoelhado diante da irmã e de Caos.

-Irmão?-Melissa cuspiu ódio.-EU NÃO TENHO IRMÃO!!.

-Mel...

-EU SOU A RAINHA!! ME CHAME DE RAINHA!

-Rainha... Eu quero ajudar... Quero destruir eles... O Rafael...

-Não. Os. Pronuncie.-Falou em meio a raiva e entre dentes.

-Acho que ele vai ser mais útil de outra forma querida...

-Entendo o que quer dizer...

Eles olharam para Michael.

Ele sentiu seu corpo colando ao chão.

Uma força muito grande o empurrava.

Era tão forte, e com um único olhar de Melissa suas pernas antes dobradas de joelhos se partiram.

O som dos ossos quebrando e o grito de Michael encheu o lugar.

Melissa chegou bem perto dele.

As respirações se encontraram.

-Você não devia ter me abandonado...

A frase foi tão fria e penetrante que fez ele parar de gritar.

Ele entendeu, que a dor que viria seria maior... Bem maior que os ossos quebrados.

Melissa o beijou.

Ele tentou se afastar mas não conseguiu.

Seus olhos se arregalaram.

A pele foi secando.

Caindo.

Queimando.

Suas entranhas queimavam, ele só queria que aquilo parece, mas era algo lento...

A dor continuou até que um estranho brilho azul subiu por sua garganta e passou para a boca de Melissa.

Michael caiu no chão.

Morto. 

Melissa desmaiou.

Acordou no outro dia determinada.

-Vamos acha-los.

Fechou os olhos se concentrou.

Olhos pelos olhos de todos os Arkanders.

Não viu nada.

Apenas uns Morfinos andando por ai...

E continuou sem encontrá-los...

Durante anos...

15 pra ser exato.

Até agora...

Ela teve lampejos.

Um cinema.

Uma menininha.

Eles haviam crescido.

Melissa ainda continuava adolescente.

Ela também viu uma menininha com um dom forte.

Ela chamava "Tio Ucas Tio Ucas"

Melissa sabia onde era.

E ela atacaria.

**********

-RINHA !!! RINHA KANDERS!!! 

Elena acordou de um pesadelo gritando.

Alana e Rafael entraram no quarto improvisado.

-O que aconteceu Lena?.-Alana pegou a menina no colo.

-Rinha vai atacar, Rinha kanders acho nois.

O semblante de Rafael caiu quando ele entendeu o que a filha disse com a inocência das palavras infantis.

-Alana, eu vou chamar os outros... Ela esta vindo.

**********

Todos estavam sentados observando Rafael.

-Temos que ter um plano... Nos defender... Atacar... Nós podemos mudar de lugar.-Ele andava de um lado para o outro.

-Rafa... Rafael... Rafa!.-Lucas gritou.

Ele olhou para o menino.

-Você vai se mudar só por causa de um pesadelo? Você esta paranoico.

Todos concordaram.

Todos menos Alana.

-Não Lu!.-Ela se levantou.-Ninguém nunca soube os dons exatos de Elena, ela pode ter visões ou sei lá.

A menina tinha razão. 

Ela sempre tinha afinal.

-Certo! Mesmo que a Lena esteja certa, quanto tempo? Quanto tempo temos pra sair daqui?

-Eu acho que...-Rafael começou mas César interrompeu.

-Nós sairemos amanhã durante a manhã.

-E o que te faz pensar que...

-Ela já esteve na minha mente.-César o interrompeu novamente.-Se ela está nos procurando a tanto tempo, e só achou agora virá correndo, e como ela não burra nem nada, pensará que iremos sair a tarde, quando o sol já esta forte o suficiente para repelir os Arkanders mais fortes, então sairemos de manhã, antes mesmo dela chegar, é isso que eu penso.

Todos concordaram com as cabeças.

-Faremos o que o César disse.

Decretou Rafael e virou a costa para os amigos, indo para outro lugar.

************

Durante a noite enquanto todos dormiam.

Rafael brincava com o fogo entre os dedos sentado no muro do terraço do cinema, os pés balançando, ele estava vendo as estrelas e o horizonte.

-Cuidado para não cair...

A voz de Lucas soou calma atrás dele.

-Eu só estou olhando...-Ele deixou a frase morrer.

-Olhando?

-As estrelas, o brilho delas... É intenso.-Sua mão toda brilhou com fogo.

-Eu posso ver isso milhões de vezes e sempre vou ficar impressionado.-Lucas se sentou do seu lado.

-Sabe Lu? Eu estou cansado disso tudo, dos Arkanders... Eu queria que tudo acabasse... Queria por um fim nisso tudo.-Ele fechou a mão apagando a chama.

-Rafael! Você não esta pensando em se matar está? Você tem mulher, filha!! O que elas fariam sem você ?

-Eu não sei...-Ele passou as mãos no rosto.-As vezes eu só queria voltar a época que nós nos conhecemos... Sabe? Aquela época, sem Melissa, sem o Caos... Só eu você e a Alana...só eu e você...

Ele olhou para Lucas.

-Rafa eu...

Um forte estrondo sacudiu o cinema.

Quase derrubando os dois.

Eles levantaram.

-O que foi isso?!!

Um carros passou voando por cima deles e acertou um prédio ao lado.

-Eu vou buscar as meninas e o César!  Fique aqui encima!! É seguro!!

Rafael desceu e Lucas ficou ali.

Um carro havia acabado de passar voando por eles o que poderia ser mais seguro?

Lucas olhou para o horizonte.

De inicio não viu nada.

Mas logo depois outro carro saiu voando de uma nuvem de fumaça no horizonte.

Lucas pulou para trás e rolou quando o carro atingiu uma torre e jogou estilhaços e pedra enormes no cinema.

Rafael, Alana e César subiram no terraço.

Alana carregava Elena nos braços.

A menina já tinha 7 anos estava ficando difícil carregar ela no colo.

Em parte peso peso e em parte por que ela já saia correndo por todos os lugares.

Outro carro veio cortando o céu.

Seguido de uma moto.

Depois um ônibus.

-Rápido entrem!!!-Rafael gritou.

Todos entraram.

Elena chorava.

Mas não havia tempo para acalma-la.

Quando os veículos atingiram o cinema um forte estrondo foi ouvido.

Um tremor gigantesco.

Mas o cinema ainda estava de pé.

-Para a saída de trás !! Rápido !!!-Gritou César e ele correram.

Quando chegaram perto de sair pela porta uma fumaça vermelha a envolveu.

E começou a entrar pelas janelas.

Pelas portas.

Transformando tudo em pó.

Ele ficaram cercados.

-Lucas !! A fumaça !!! Pare ela!!

Lucas estendeu as mãos uma forte neblina foi de encontro a fumaça.

Dissolvendo ela.

Então tudo parou...

Os estrondos.

A fumaça se retirou.

Mas todas as saídas estavam lacradas por destroços.

-Agora correm feito ratos?-Melissa perguntou surgindo na frente deles do meio da fumaça vermelha.

Caos a acompanhava.

-Deixa a gente em paz!!!

-EU NUNCA VOU DEIXAR VOCÊS EM PAZ!!! Vocês me abandonaram!! EU ODEIO VOCÊS.

-Por que odeia tanto a gente?!-Lucas perguntou.

-Eu... Eu odeio...

-Ela odeia por que o dom de vocês suja o mundo, Vocês sujam esta terra...-Caos completou.

-Melissa ele está manipulando você...-Alana disse.

Eles sabiam que não poderiam lutar, então a alternativa seria convencer.

-Ele esta mexendo com seu cérebro...-Alana continuou.

-NÃO!! NÃO ESTÁ!! ELE ME AMA!!! ELE NÃO ME ABANDONOU!! E OS QUE ME ABANDONAM! MORREM! FEITO O MICHAEL!!

O prédio estremeceu e Melissa e o Caos sumiram dali em uma nuvem vermelha.

Alana colocou Elena no chão.

-Fuja minha querida... Eu seu pai e seus tios daremos tempo... Nunca pense feito aquelas pessoas más... Você é a menina mais forte desse mundo nada pode te derrubar Elena...

O prédio estremeceu denovo.

Dessa vez não haveria escapatoria.

-Papai!!!

Rafael pegou a criança no colo.

-Filha... Corra, agora, mamãe e papai ficaram bem vá! Passe ali por baixo.

Ele apontou um buraco que permitia a passagem da menina.

-Tio Lucas!!!-Ela tentou alcança-lo com suas mãozinhas.

Rafael a passou pela abertura na parede.

A menina correu.

Correu.

E viu ao fundo.

Quando já estava longe.

O cinema desmoronar em uma imensa nuvem de poeira.

************

A menina andava por entre a neve.

O cachecol tampava sua boca e seu nariz.

Estava vestida totalmente de preto.

Os cabelos ruivos sempre esvoaçando embalados pela leve brisa que sempre rondava a menina.

Ela tinha 21 anos.

O mundo agora mais parecia um deserto de neve com algumas construções decrepitas.

Ela chegou em um prédio.

A entrada estava coberta por plantas.

As plantas se afastaram quando Elena moveu a mão.

Dentro a construção estava iluminada por vários barris com fogo dentro.

Elena se sentou em um sofá velho.

Entregue denovo a solidão.

Não importa pra onde o vento a levasse ela nunca encontrava uma alma viva.

Mas ela ainda tinha esperança.

Afinal sempre que uma chama morre.

Outra surge.

Ela ainda lembrava das palavra de sua mãe. 

"Você é forte Elena, nada pode te derrubar."

E nada poderia mesmo.

Afinal ela era a chama em meio ao caos.