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História Uma chance de recomeço - Minha gargantilha foi o último presente


Escrita por: PandaaJubs

Notas do Autor


Perto do primeiro ano de morte de sua mãe, Camila sucumbiu a pensamentos. Lembrou-se dos últimos momentos, do último presente...

P.S Trechos entre as aspas indicam falas em pensamento, tá?
Boa leitura.

Capítulo 4 - Minha gargantilha foi o último presente


Fanfic / Fanfiction Uma chance de recomeço - Minha gargantilha foi o último presente

Faltavam vinte dias para o primeiro ano da morte de minha mãe. Ainda era difícil de acreditar. Há um ano atrás, três dias antes daquela noite, ela havia me dado uma gargantilha com uma madrepérola como pingente:

“Filha, você é o melhor presente que eu poderia ter ganhado nessa vida” – disse enquanto segurava uma caixinha lilás em sua mão. “Enquanto jovens, eu e seu pai fazíamos milhares de planos para o futuro. Pensávamos em quantos filhos – riu, onde moraríamos. Eu sonhava em ter um bistrôt” – ela amava cozinhar, “e seu pai me acompanhava sempre. Ele até levava jeito para o negócio – rimos. Nós nos organizamos para cada passo. Cada detalhe”.

Lembro que enquanto estávamos sentadas na minha cama, nessa hora os seus olhos se encheram de água.

“Foi quando tentamos o primeiro filho. Sonhamos com essa realização. Ia ser um menino, sabia? Você ia ter um irmãozinho!” – em meio a sorrisos, uma lágrima escorreu pelo seu rosto. Eu nunca soube que eu teria um irmão mais velho até aquela noite. Nesse ponto, já chorávamos e ríamos juntas.

“Quando eu estava com sete meses... Já tínhamos ajeitado todo o enxoval, a cor era verde! Numa tarde, eu tive vontade de comer uma torta de chocolate. Numa tentativa de subir no banco para pegar a farinha no armário, eu caí e, imediatamente, comecei a sangrar. Seu pai estava em casa naquele dia, ele me socorreu e fomos direto para o hospital. Eu fui submetida a uma cesariana de risco. A possibilidade de nós dois morrermos naquele dia era alta”.

Eu escutava o relato surpresa. Eu tinha 23 anos, naquela noite e nunca soube daquilo.

“Depois de quatro horas na sala de cirurgia, do esforço de fazer com que pelo menos um não morresse... O bebê nasceu morto” – lembro que eu já estava em prantos, minha mãe? Sem comentários.

“Eu e seu pai passamos por uma crise. Eu não sentia mais felicidade com nada e seu pai todos os dias tentava se superar para me fazer feliz. Passou dois anos. Dois anos desperdiçados. Eu me senti culpada por não ter sido tão forte como seu pai, por não ter nos dados uma segunda chance antes. Ao invés de um ajudar o outro a passar por aquele momento, eu fui mais um fardo para ele. Então, superei e a trancos e barrancos, recomeçamos”.

Naquele momento raro, eu pude perceber que só o amor dos dois tinha força o suficiente para que continuassem juntos. O amor de meu pai lhe deu força e paciência para continuar ao lado de minha mãe e o de minha mãe foi a ponte para uma segunda chance aos dois.

“Você, Camila! Você foi o resultado da nossa segunda chance. A graça de sermos pais novamente supriu todas as lacunas que um dia quase destruiu nossa união. Todos os dias, ao vê-la, nossa alegria aumentava e hoje você é o nosso maior tesouro” – rimos e nos abraçamos, “Eu te amo, dona Marília!” – disse a ela.

Ao lembrar dessa noite, eu chorei, mas percebi que, apesar de tudo, ela me amava. Fui tomar um banho e aproveitei para lavar o meu cabelo.

Era uma sexta. Meu pai chegou ao fim da tarde, como de costume – trabalhava integralmente, de segunda à sexta.

- Camila? Filha... Está aí? – o ouvi entrando, parecia estar com peso.

- Estou! Já estou saindo do banho. Um minuto! – estava enxaguando o cabelo.

Quando desci, vi que ele trouxe umas sacolas com umas coisinhas para completar a despensa e já estava fazendo o jantar. Depois que perdi minha mãe, meu pai reviveu o talento tinha para cozinhar (e que amava) e desde então, é responsável pelas refeições:

- Hoje teremos almôndegas, espaguete e salada de batatas! – disse movendo a colher de pau, que estava em sua mão, como um maestro regendo uma orquestra.

- Eba! – respondi, enquanto desfazia as compras.

O último item era uma comporta, pensei que fosse de doce de leite, já que ele ama... Era de geleia de morango. Lembrei-me de minha mãe, novamente, e suspirei. Perdida em pensamentos, não o vi se aproximando:

- Nenhuma se comparará a dela, não é verdade? – tocando em meu ombro, se pôs a falar.

- Nunca! – sorrindo, eu respondi e então guardei o pote.


Notas Finais


Qualquer consideração, mandem-me. Adoraria receber os feedbacks.
Até o próximo! XOXO


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