História Uma despedida dolorosa - Capítulo único

Tudo começou há 1 ano atrás

Como todos os dias, me levantei e encarei o Bruno. Ele dormia feito um anjo, mas para todos entenderem melhor, irei explicar. Tudo começou há 1 ano atrás. Conheci o Bruno na época em que descobrir minha doença, ele me deram 400 dias de vida, isso era o máximo que eles conseguiam me iludir, caso eu fizesse os malditos tratamentos. De primeira eu ignorei isso, mas logo que conheci esse garoto, quis melhorar pra fazer ele ter noção do que é o amor. Ele nunca se apaixonou, nunca namorou e muito menos tinha interesse nisso. Ele também tinha várias garotas, mas nem isso fazia ele feliz, nossa amizade cresceu e junto com ela, nosso amor. Quando me dei conta, estava apaixonada por ele, mas ele nem tanto, ele tinha eu e mais algumas garotas, mas de todas, eu era a que ele realmente gostava. 

Os meses foram passando e decidimos namorar, e ele acabou se apegando á mim. Porém, ele não sabia que eu estava doente, ele nem mesmo desconfiava. Eu nem pensei em contar pra ele, jamais falaria algo que fosse machucar meu único motivo pra enfrentar tudo. Eu até tentei fazer os tratamentos depois que conheci o Bruno, mas foi tudo em vão, era tarde de mais e não havia mais tempo pra isso, agora eu tinha que correr para aproveitar o pouco tempo que me restava. 

Eu conheci a família dele, e de todos, a mais feliz era a sua irmão mais nova, Bianca. Ela era totalmente ele, em alguns momentos, ela era tudo oque faltava nele. Quando conheci sua família, me perguntei o porquê dele ser tão frio na frente de todos, tendo essa família maravilhosa. Ele também conheceu minha família, minha mãe dando as crises dela, soube que eu não era a única e tudo começou a dar errado. Assim que toda minha família e a família dele, soube da doença, todos torceram pela gente, menos Bianca. Bianca queria falar pra ele a verdade, mesmo que eu não concordasse, Bianca estava certa, ele precisava saber. 

Bianca descobriu minha doença quando eu dei a primeira crise, vomitei sangue e não conseguia mais comer, Bruno estava tão feliz que não reparava as diferenças. Eu já estava bem magra e mesmo assim ele não ligou. Vivemos emoções, aventuras e até mesmo aquelas brigas de casados. Ele era uma graça, mesmo estando com ciúmes ou com raiva, fazia graça e sempre me fazia rir. 

Em uma bela noite de verão, embora parecia inverno pra mim, Bia acabou contando sem querer sobre oque tinha ocorrido comigo, ele não deixou passar e passou 2 semanas sem me ver. O natal já havia passado e embora eu negue, eu nem aguentava mais levantar de tanta dor, e logo ele voltou. Minha pequena mentira doeu nele, mas a dor de me perde, era maior que qualquer coisa. Ele fez durante 2 meses, sucos verdes e como uma boa namorada, eu tomei. Bruno arriscou me pedindo em casamento, mesmo tendo seus 17 anos e eu 18, ele não se importou com idade, só queria que eu fosse dele por inteira. Eu não aceitei, me fiz difícil mas ele sabia o porquê, não era por ele, mas por mim, eu iria morrer logo e ele precisava seguir. 

Então ele mudou, de várias, passei ser a primeira e única. E hoje, completa os 400 dias que os médicos me deram, eles estavam certos, eu aguentei mais que o suficiente. Sei que o Bruno está nervoso, estou no hospital já faz duas semanas, todos já havia se despedido, menos bruno. Em sua cabeça, estava bem claro que não iria acabar ali. Ele andava de um lado para o outro, estava inquieto e nervoso, eu já estava fraca e nem mesmo meus braços conseguia mexer. 

- venha cá. - falei com o sorriso fraco. 

- Está sentindo muita dor ? -perguntou doce e uma lágrima caiu. 

- não querido! deixe-me lhe contar uma história ? 

- Se sua pessoa se sentir melhor, com toda certeza. 

- Era uma vez, uma menina que conheceu o amor e quis espalhar pelo mundo inteiro, mas o seu mundo, era o mundo de todas as garotas. Ela conseguiu o mundo dela, mas teve um dia em que ela teve que abrir mão do seu pequeno amor. - falei sorridente enquanto as lágrimas corria pelo rosto. 

- não se despedi de mim, eu te imploro. - disse com cara de perdido. Apertei sua mão e respirei fundo. 

- Não deixa eu ir sem antes me dizer algumas coisas bonitas. - falei observando cada traço seu. 

- Eu nunca me apaixonei antes, nunca amei alguém antes, e acho que amar, também significa deixar ir. - disse com algumas lágrimas. - Você sempre foi minha pequena garota que achei perdida por ai. A garota que pedia socorro para amar alguém, a garota que esperou e de todo coração me amou. Você não sabe o quanto vai doer quando você dormi eternamente. Eu não quero te deixar ir, mas seria egoísmo meu te deixar sofrer tanto assim. 

- Meu grande homem, acho que minha missão por aqui, acabou. - falei respirando fundo. 

- não... Jéssica... acorda. Jéssica não faz isso, você não tem esse direito de ir sem antes falar eu te amo. - gritou enquanto eu sentia meu corpo amolecer. 

- Eu te amo, meu grande homem.