A tesoura ensanguentada caiu de suas mãos. Apesar de tudo, estava feliz. Feliz por finalmente se livrar de todo aquele sofrimento, aquela dor. Não passaria mais pelas humilhações no colégio, ou ouviria seus pais discutirem quando ele voltasse bêbado.
Havia uma certa paz naquilo que todos julgavam errado, mas apesar de tudo, estava com medo. Não sabia o que aconteceria, pelo que passaria. Sua alma estava mesmo condenada? Era mesmo um pecado tão grande querer acabar com o próprio sofrimento?
Sua vida era de seu ponto de vista, uma grande merda.
Seus pais viviam em pé de guerra. Ele bebia todos os dias e sempre que voltava, discutia com sua mãe, que descontava tudo na garota. Não tinha amigos ou pessoas que se importassem com ela, e o único garoto de quem já gostou, havia a recusado, e zombado dela.
Todos a julgariam. Mas ela já não ligava mais, estava finalmente livre. Quando a lamina tocou suas artérias, e sentiu o sangue começar a sair, sentiu-se como nunca.
Havia feito uma escolha, uma escolha que a liberaria. Uma escolha da qual não poderia voltar atrás.
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