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História Uma estranha no ninho - Vol. II - Um presente? Para mim?


Escrita por: Kitsune_Strife

Notas do Autor


Obrigada a todos que acompanham, favoritaram e sempre deixam seu carinho em forma de comentário. Aos fantasminhas também agradeço.
Perdão pelos erros de qualquer tipo.
Boa leitura!!

Capítulo 14 - Um presente? Para mim?


Fanfic / Fanfiction Uma estranha no ninho - Vol. II - Um presente? Para mim?

De olhos arregalados Cheshire não soube como agir àquela nova e muito, muito inusitada situação. Ninguém além de Kyoko e Ookami haviam tido aquela coragem e ousadia. Saga era o primeiro humano a fazer aquilo. De início achou ser pena da parte dele, mas o olhar sincero tanto quanto o jeito fez Cheshire passar a duvidar do que acreditava.

Devagar e muito vacilante, Cheshire moveu as mãos, tocando as costas de Saga para retribuir o carinho. Não sabia bem como fazer e se era o que ele esperava, mas achou que devia. Seus olhos marejaram de novo e ele sentiu vontade de chorar, mas dessa vez não chorou. Não era comum dele chorar principalmente na frente de alguém e pensar que aquela seria a segunda vez que Saga seria seu amparo, Cheshire, então, engoliu o choro. Com um sorriso matreiro se afastou um pouco, observando o rosto de Saga tão perto que suas respirações se chocavam, já que com a mudança o nekko estava – incrivelmente -  alguns centímetros mais alto que o cavaleiro de Gêmeos.

E como de bobo Saga nada tinha, daquele ali já esperava qualquer coisa. Até tentou, mas não conseguiu deixar de achar graça daquela situação: Ele de pé, abraçado, olhando fixamente nos olhos de alguém que não passava nem perto de ser Kyoko. Sendo Cheshire então, sabia que viria bomba.

— Vai pedir que eu seja Hime-same agora? – falou malicioso. Sorrindo.

Saga não se abalou, retribuindo o olhar e o curvar de lábios cafajeste também, mas se afastando até o espelho, dizendo enquanto analisava seus cabelos, montando um coque relaxado no topo da cabeça:

—Bom, eu não gosto dessas coisas, mas se você quiser me enganar, vai fundo. Eu não me importo, pois...com certeza, sendo a Kyoko, não serei eu a ser...comido.

Todo o sarcasmo de Cheshire morreu ao se dar conta da situação. Suas bochechas coraram, desviando o olhar, fazendo Saga sorrir vitorioso e nesse mesmo instante Kyoko bateu na porta, colocando o rosto e expondo suas covinhas.

—Oi, posso entrar ou estou atrapalhando alguma coisa?

—Você nunca atrapalha! – falou ambos os homens ao mesmo tempo.

—Hummmm...isso me deixa mais tranquila. – se aproximou dando um selinho em Saga e indo até Cheshire. —Uall! Amei o cabelo! Ficou incrível!

O Nekko sorriu travesso. Não precisou dizer nenhuma palavra para que alguém ali percebesse o quanto ficou feliz. Por outro lado, Saga encontrava-se frustrado, outra vez, de frente ao espelho. A mecha de cabelo que havia perdido na luta ficava rente a lateral esquerda da sua franja, causando um belo buraco ali. Não que já não tivesse perdido mechas e mais mechas de seu longo e invejável cabelo, mas daquele jeito?! Hum...não! Nunca! E o problema era que mesmo jogando as mechas de um lado para o outro não disfarça a falha.

Bufou irritado e triste. Nunca havia cortado o cabelo antes e se orgulhava, e muito em tê-los tão grande.

—É...não vai ter jeito. – falou consigo mesmo, mas suficiente para Kyoko ouvir.

—O que foi? – ela indagou se aproximando dele.

Saga suspirou pesado, virando e mostrando o buraco pela falta da mecha.

—Tá um buraco enorme e mesmo que eu jogue ele para esse lado...- gesticulou com os cabelos. —...não esconde. Vou ter que cortar.

—Humm...e pelo que to percebendo você está bem triste com isso.

—É...pode parecer ridículo por eu ser homem, mas...eu gosto muito dos meus cabelos assim. Não consigo me ver com ele curto.

—E nem eu.

Kyoko sorriu apoiando o dedo indicador no queixo de forma fofa. As covinhas pareciam ainda mais intensas agora que tinha recuperado a memória. Saga ainda não sabia explicar e nem havia dito tanto quanto gostaria, até porque levaria horas para pôr em palavras o quanto estava feliz. Antes sentia-se inseguro, incompleto mesmo com ela a seu lado, mas agora tudo pareceu se encaixar e mesmo com o problema da vinda de Dionísio e Poseidon, Saga já não se sentia tão incomodado assim. Claro! Não gostava nem um pouco da ganância dos deuses em Kyoko, mas em contrapartida, seu ego inflava por saber ser o homem que possuía a criatura mais bela que já tinha visto na vida e que despertava inveja até nos deuses. Homem de sorte eu sou! Se orgulhava como uma criança ao terminar um desenho ou empinar uma pipa pela primeira vez, sorrindo besta, tão besta que Cheshire tive de prender uma gargalhada divertida mesmo sabendo que ela não mudaria a felicidade estampada no rosto do geminiano.

—O que foi? – perguntou Kyoko.

—O que foi o quê? – devolveu Saga, ainda sorrindo.

—Sei lá! Você estava triste e de repente, do nada ficou com cara de bobo. Ta querendo me dizer alguma coisa?

Saga deu um riso anasalado, meneando a cabeça negativamente; se aproximando, puxando Kyoko pela cintura e a beijando com carinho, ignorando Cheshire. Kyoko, lógico, retribuiu. Fechando os olhos, ela se deliciou com o sabor e a textura macia dos lábios de Saga. A língua experiente se enroscando a sua de forma erótica e naturalmente sexy que Saga era. O cheiro de homem e a carne dura dos músculos torneados sob os dedos finos da raposa se contraíam a cada arrepiar que a epiderme fazia. Reagindo aos toques e endurecendo o membro de Saga quase instantaneamente.

Ele suspirou dentro do beijo ao ouvir o gemido baixo da kitsune dentro da sua boca. Podia sentir o quanto ela o queira, o quanto o desejava em cada movimento que os lábios cheios e suculentos se esforçavam a devorar os seus. E Saga não se opunha. Nem um pouco mesmo sabendo que não podia. A voz de Naomi ressoava em sua mente como se a própria estivesse ali, berrando em seus ouvidos, mas a carne era fraca, o desejo insano e a saudade doía. E se não fosse por um mísero momento que seus olhos se abriram, indo direto no sorriso sarcástico de Cheshire enquanto ele sinalizava, despudoradamente que o pênis de Saga não podia ser usado por dois dias, ele, com toda certeza, teria possuído Kyoko com toda luxúria que o ato exigia, ali mesmo, naquela cama miúda.

Com muito custo Saga sessou o beijo e vendo o rosto corado de Kyoko. Sorriu tentando se acalmar, se afastando um pouco.

—Kyoko, eu preciso te dizer uma coisa...

— Humm...tem que ser agora? – sussurrou tentando beijar Saga de novo, mas ele se manteve firme.

— Sim! Tem. – fez uma pausa, olhando nos olhos dela. — Recebemos a notícia que Dionísio e Poseidon estão vindo ao santuário.

— Uall, uma visita divina. Que emocionante! – desdenhou se esfregando em Saga, a cauda enveredando pela camisa e alisando o peitoral musculoso.

—Não, não é nada emocionante porque eles não vêm aqui só para uma “visita divina”. – Saga segurou Kyoko pela cintura e a girando, fazendo ela voltar a olhar para si. — Eles estão vindo por sua causa. Para ver você.

Kyoko ergueu uma sobrancelha de forma blasé e irônica, deixando Saga um tanto desconfiado. Imaginou que aquele fato deixaria a raposa histérica, mas para sua surpresa, ela reagiu totalmente o contrário; não se importando e dando de ombros; voltando para mais perto e abraçando Saga enquanto esfregava o rosto no pescoço e rosto dele.

— E deixa eu adivinhar: Você está preocupado com isso? – indagou mordiscando o pescoço dele.

— Ai! E tem como eu não ficar? – devolveu se afastando um pouco. — Na verdade, não é Poseidon quem me preocupa e sim Dionísio. Ele é...

—O deus do vinho, de todos os prazeres, luxúrias e perversão. Sim! Eu sei. E você, tendo se tornado o homem mais lindo que já vi na vida, não devia se preocupar. Eu jamais trocaria você por ele e nem por ninguém. Sei muito bem o que sinto por você e mesmo tendo carregado você no meu colo e lhe colocado para dormir algumas vezes, tenho ciência do homem que se tornou. – fez uma pausa. — Eu te amo, Saga. E não é mais aquele amor infantil. Te amo como homem e você não faz ideia de como eu...- se aproximou do ouvido dele, sussurrando. —... quero chupar você.

Saga fechou os olhos estremecendo, arrepiado, excitado. Mas mesmo diante das investidas de Kyoko, ele não cedeu. Uma pela cirurgia recente e outra por saber ter um compromisso com Shion e Athena.

—Ahhh... Kyoko, não faz isso. Estou falando sério. Eu me preocupo com isso. Essa situação. Eu não vou poder intervir da forma que gostaria por conta da Santa trégua. – reclamou.

— E nem ele poderá agir da forma que quiser justamente por causa dela. – fez uma pausa. — Saga, quando você vai se dar conta de que eu sei muito mais do que seus míseros 38 anos de vida?

—Acredite! Minha ficha já caiu em relação a isso, e não foi nada agradável. – o riso sarcástico de Kyoko morreu. — Ainda temos que conversar sobre isso também, mocinha. Mas não agora. Eu preciso dar um jeito no meu cabelo e subir. Falta uma hora para a reunião começar e não posso me atrasar.

Kyoko piscou duas vezes e quando viu Saga se aproximar do espelho e uma grossa mecha do cabelo entrar no meio da tesoura. O segurou rápido.

—Ei, não! Não precisa cortar tudo. Enlouqueceu? Vem! Senta aqui, deixa eu dar um jeito.

Saga entortou os lábios, desconfiado, mas obedecendo. A raposa, se encaixou entre as pernas dele, analisando a falha. Virou para um lado, depois para o outro e então se decidiu, dizendo:

— Eu posso dar um jeito, mas...para fazer isso você precisa me dizer se aceita. - Saga crispou o cenho, sorrindo.

— Claro! Claro que eu aceito! Confio em você. – disse convicto, fazendo Kyoko sorrir lindamente.

Ela, então pegou a tesoura, mas para a surpresa de Saga não foi seu cabelo que ela cortou e sim o próprio, tirando uma mecha da espessura exata que havia sido cortado de Saga. Ele mal conseguiu acreditar. Indignado, tentou protestar, mas o dedo indicador de Kyoko o calou.  

— Relaxa!

Segurando na parte cortada, ela então, passou o indicador no canino, abrindo um corte, depois pegou o indicador de Saga e fez o mesmo, misturando seu sangue ao dele, pincelando os fios ali e levando até a parte cortada do cabelo dele. Os olhos de Kyoko mudaram de cor e usando sua energia vital ela trançou seu cabelo ao dele.

Saga ficou imóvel e perplexo, tocando com a ponta dos dedos, sentindo a união dos fios. Curioso, foi até o espelho, olhando de perto. Era quase inacreditável! Os fios dos cabelos de Kyoko haviam se fundido aos seus, deixando uma longa e belíssima mecha branca em destaque na lateral da franja farta de Saga.

— Ficou muito bom! – Cheshire elogiou sincero.

Saga virou com um sorrindo de todos os dentes.

— Gostou? – indagou Kyoko.

— Se eu gostei? Mas claro! Eu...amei! Mas...o seu cabelo...

— Tá tudo bem! Meu cabelo crescer muito mais rápido que o seu. Em alguns dias estará do tamanho normal.  

A raposa abriu seu melhor sorriso, tocando a trança que agora seria um adorno natural nos cabelos de Saga, se destacando de forma belíssima em meio ao azul dos cabelos longos e cheios do cavaleiro de Gêmeos.

— Essa trança nunca irá se desfazer a menos que você não a queira mais.

— Não querer mais? Kyoko, eu...amei! É seu cabelo e ele...está fundido ao meu! Pode parecer patético, mas...é uma parte sua e eu sempre vou querer isso. – fez uma pausa. — Não dá pra ficar pra sempre?

— Hahahahaha...Ah, Saga, essa foi a coisa mais romântica que alguém já me disse. – brincou Kyoko dando um selinho nele.

 De repente o cosmo de Saga oscilou e seus olhos se iluminaram, uma voz grave, mas calma falou consigo, lhe alertando que seu tempo estava acabando e que precisavam dele no 13º templo o mais rápido possível.  

— O que foi? – perguntou Kyoko.

—Shion. Estou atrasado. Pelos deuses! Como a hora voa quando estou com você.

Saga puxou Kyoko para mais perto lhe dando um beijo doce na testa e depois nos lábios, acariciando o rosto dela e depois os cabelos. Se pudesse a levaria consigo, mas a reunião era particular e só os convocados poderiam participar. Esses eram: Saga, Camus, Mu e Aiolos.

— Eu tenho que ir. Ah! Antes que eu me esqueça: Por todos os deuses existentes: Não. Saia. Do. Santuário! Por. Favor! Por favor!

— Mas eu queria ver o Luy. – Kyoko fez um muxoxo.

—Você pode transitar livremente pelas doze casas. Quando eu voltar prometo que iremos direto ver o Luy. Okay?! Enquanto isso vá ver o Heitor.  – Saga falou compassivo.

—Okay!

Saga então deu mais um beijo em Kyoko, saindo em seguida. O rosto, que sorria para ele, ao ver a porta se fechar, se tornou duro. Séria e ainda olhando para a porta, falou friamente:

— Hum! Dionísio ãhn!

— Eles não desistem, não é?!

Cheshire falou sombrio, sorrindo sinistro, olhando Kyoko por baixo das sobrancelhas e os fios de sua franja lisa. Kyoko olhou para ele, seus olhos mudados, tomados pelo tom amarelo. As veias saltadas nas pálpebras inferiores desciam pela lateral do rosto até o pescoço num sinal claro de irritação e insatisfação. Não quis dizer antes, pois a última coisa que queria era deixar Saga ainda mais estressado com aquela maldita situação. Não gostava dos deuses. Na verdade, odiava! Eram todos hipócritas, invejosos e egoístas. Nada mais, nada menos que isso. Athena só era “boazinha” porque Saori, o vaso que ocupava, fazia questão de ser. Saori era uma pessoa boa. Pronto! Simples assim.

— Onde está?

Sem se desfazer do sorriso, Cheshire enfiou uma das mãos no bolso esquerdo da bermuda comprida que usava, tirando de lá o que Kyoko havia lhe ordenado a trazer: Uma mecha do cabelo de Saga.

Ela se aproximou pegando a mecha e analisando com seriedade.

— Perfeito.

— Não vai dizer a ele? – indagou Cheshire, coçando a nuca.

— Ele saberá quando for a hora. Agora vá, diga a Yamoto, Ookami e principalmente Águia que os quero aqui, de preferência, para ontem.

 

 

♊oOoOo♊

 

— Ah...ah...ah...Camus, isso! Mais...mais rápido. Que delícia!!

De costas, Naomi tentava a todo custo se equilibrar na mesa onde trabalhava, derrubando alguns tubos de ensaio ao passo que suas mãos procuravam algum apoio ali. Camus suava em bicas, se arremetendo insano, louco de tesão. Sabia que estava atrasado para a reunião, mas mesmo assim, simplesmente não conseguia parar. Sair dali, de dentro de Naomi era a tarefa mais difícil que o cavaleiro de aquário já enfrentou na vida. Naomi era deliciosa e completamente irresistível. Não queria admitir, mas só o fato de olhar para ela lhe incendiava até a alma. E mesmo a tomando com luxúria todos os dias, cada dia que passava parecia nunca ser suficiente.

— Você é gostosa demais. – lhe acariciou o traseiro, olhando cobiçoso e depositando um tapa só para ouvi-la gemer mais alto.

—Vai, Camus! Não para! Eu estou...estou quase lá.

Aquário agarrou forte as ancas dela, puxando os quadris cheios, estocando mais forte e mais rápido, sacudindo a mesa e o corpo seminu da morena. Naomi estremecia em suas mãos. Um sinal claro que Camus reconhecia muito bem, pois o seu reagia em igual.

—Vai! Dentro de mim! Por favor! – pediu prestes a explodir em um orgasmo forte.

Um calor súbito subiu por suas pernas, causando ondas de choque em todos os músculos de seu corpo. Camus sentiu o mesmo, mas num último fio de sanidade e autocontrole se retirou de dentro dela, jorrando todo seu sêmen pelo bumbum de Naomi, gemendo rouco em êxtase ao contrário de Naomi. A morena estava quase lá e se não fosse por ele ter saído de dentro de seu corpo teria alcançado o orgasmo junto com Camus. Ofegante e de olhos arregalados ela mal conseguia acreditar naquilo. Não era possível que o medo de Camus em ter alguém para cuidar, ou seja, um filho, fosse tão paranoico ao ponto de não confiar em seus dotes nenhuma vez.

Não era a primeira e nem a segunda vez que Naomi insistia em sentir o prazer de Camus jorrar dentro de seu corpo. Delirar no orgasmo, misturando seu prazer com o dele, mas Camus parecia não entender, ou simplesmente, não querer. Ele sabia que sendo médica e com as habilidades que possuía, Naomi só engravidaria se quisesse. Já havia explicado várias vezes, mas o francês estava irredutível. Ele nunca dizia nada, mas na hora do ato era sempre a mesma coisa. E mesmo que ele chegasse lá primeiro em algumas vezes e a ajudasse a terminar depois, naquele dia em especial, Naomi não teve psicológico para mais nada. Sentia-se péssima. Humilhada. Não amada. Sim! Era isso! Não conseguia parar de se questionar porque ainda continuava com alguém que não queria ninguém. Camus não a amava e pelo visto ele não fazia questão que aquilo mudasse. Por mais que tentasse jamais conseguiria ganhar o coração do francês. Camus queria sexo e nada além disso.

— Vem cá. – disse ele, a virando para colocá-la sobre a mesa.

— Não! – quase berrou, irritada. Camus ficou sem reação. — Está tudo bem. Eu vou ficar bem.

Ela passou a mão nos cabelos, catando seu short micro e a calcinha do chão, e dando um passo. Camus a segurou pelo braço. Sabia muito bem o que tinha aborrecido Naomi.

Chérri...

— NÃO!!!

Naomi falou alto, puxando o braço com força e saindo, deixando Camus plantado, pelado em frente a bagunça da mesa.

Suspirou cansado e, porque não dizer frustrado. Sim! Frustrado, pois essa foi a primeira vez que não havia conseguido satisfazer uma mulher. E sem entender bem porquê, acontecer justo com Naomi pareceu tornar a coisa mil vezes pior, atingindo o ego do mago do gelo e o que ele “achava” ser seu estômago como uma espada.

— Que merda! – resmungou saindo em direção ao banheiro. Um bom banho frio com certeza o faria esfriar a cabeça e o livrar daquelas sensações estranhas.

 

 

♊oOoOo♊

 

Em Áries, Ume terminava de retirar a mesa do café da manhã. Especialmente não se sentia bem. Um enjoo e calafrios, seguido de uma dor de cabeça não deixaram a mocinha se alimentar como devia.

Mu, que estava de pé na porta de entrada do cômodo, enquanto terminava de enrolar seu lenço marrom observava sem piscar a fisionomia cansada e abatida da amada. Não era de hoje que ele já havia percebido que Ume estava diferente. Mais lenta e dorminhoca. De início imaginou ser cansaço por conta de tudo que acontecera no Makai, mas agora notava que a moça piorava a cada dia e não estava gostando nada daquilo.

— Amor? – falou tocando a mão dela.

— Ah, Mu! Você ainda está aqui? Pensei que já tivesse ido. – respondeu Ume sorrindo fraco.

—Eu teria ido se não viesse aqui me despedir de você e notasse que não parece bem.

Ume gelou, engolindo em seco.

— Eu...é só mal-estar. – desconversou.

— Não é não. Eu sei reconhecer quando alguém está doente.

— Mu...

— Não mente para mim, por favor! Isso não. Eu odeio mentiras. – falou sério, observando a mocinha se encolher.

— Podemos...podemos conversar quando...você voltar? Não quero que se atrase. – falou acanhada, desviando o olhar.

Mu ficou em silêncio por alguns segundos, analisando desde o rosto até os pés de Ume. Não estava gostando daquilo principalmente por ser óbvio que a Ume lhe escondia algo. Queria saber o que estava acontecendo, mas tinha que concordar que também precisava ir. Shion já o havia convocado pelo cosmo e não queria e nem podia deixar o Patriarca esperando.

Sem alternativa Mu suspirou, rendido.

— Tudo bem, mas deixe essas coisas aí e venha comigo. Vou deixar você na casa de Touro.

— Mas, Mu...

— Sem, “mas”, Ume. Eu não vou conseguir me concentrar em nada sabendo que deixei você sozinha aqui, doente. Seu irmão já me detesta e se souber que a negligenciei dessa maneira vai tentar arrancar minha cabeça de novo. Não quero dar margens para mais desavenças com Águia e também não é só isso. Eu me preocupo com você e não quero que nada de ruim lhe aconteça. Na casa de Touro a Maria pode lhe preparar um chá. Ficarei mais seguro sabendo que não está sozinha. Aldebaran ficará de olho em você e me avisará se algo acontecer. Eu voltarei o mais rápido que puder. – falou calmo, mas preocupado.

Sem escapatória dessa vez, Ume deixou a cozinha do jeito que estava obedecendo ao Ariano e seguindo com ele para a casa de Touro.

 

♊oOoOo♊

 

Com as memórias restaurada, Kyoko sorriu diante da escadaria de Leão. Havia passado por Câncer com rapidez. Aquele jeito sacana e cafajeste de Máscara da Morte não lhe foi de muito agrado e para ele a nova Kyoko também não lhe desceu, principalmente por ter de ouvir dela que seu jeito galanteador o quase havia levado a morte.

—Se não passasse de um garanhão, descuidado, Suzuki não o teria capturado e o transformado em um cão. - disse a raposa sorrindo.

— Dá o fora da minha casa, sua vadia! – retrucou Mask, furioso.

—Eu vou me lembrar disso...- deu as costas, caminhando sem desfazer o sorriso malicioso. —...quando estiver na cama com um homem de verdade. Quem sabe o Saga não curta uma vadia na cama.

Gargalhou, sumindo para a irritação maior de Câncer.

Despreocupada Kyoko fuçou as coisas do leonino, claro, roubando algumas moedas de ouro, notas em Euro e algumas frutas. Passou por virgem, tomando chá com Shaka e conversando amigavelmente. Ficou triste por não encontrar Dohko e Milo; sentia saudades deles.

Em Sagitário a raposa apressou o passo, ouvindo de longe o choro forte do pequeno Heitor. Só havia visto o menino uma vez e agora, sentia-se elétrica, ansiosa, louca para ver o sobrinho de novo.

Sorrateira, Kyoko entrou devagar, seguindo o choro do bebê. Podia ouvir a voz de Keiko, tentando acalmá-lo, mas tudo indicava não estar funcionando. Cólicas talvez? Ou quem sabe irritação por não estar a fim de um bom banho.

—Ora, mas você precisa tomar banho. Quem diabos não gosta de tomar banho? – falou Keiko, virando o bebê para lavar o bumbum.

Kyoko prendeu o riso com o balbucio fofo e mal-humorado do sobrinho. Encostada na porta do quarto, ela manteve o silêncio. Não queria atrapalhar o diálogo. Era como se Heitor entendesse perfeitamente o que a mãe dizia, mas por ser tão novinho não tinha vocabulário suficiente para lhe dar a boa resposta malcriada que queria.

—Ownn...mas eu deixei a água tão morninha, do jeito que você gosta. – falou Keiko outra vez. O bebê resmungou. —Ah, sim! Claro! Como se você pudesse escolher não tomar banho depois de fazer caca da forma mais violenta que já vi na vida. Foi horrível! Pensei que seu pai iria morrer.

Com cuidado ela, então, tirou Heitor da água, colocando-o sobre a toalha de ursinhos panda com fundo azul claro, estendida na cama. Em resposta ele fez uma carinha engraçada e sem nenhuma dó soltou um belo pum. Keiko se sobressaltou rindo e dessa vez Kyoko não aguentou, explodindo numa gargalhada alta o suficiente para quase matar Heitor do coração e fazê-lo abrir o berreiro de novo.

—Oh, pobrezinho! Gomen, gomen! (Perdão, perdão!) Não queria te assustar coisa fofa. – falou a raposa, acariciando o cabelinho dele.

— Kyoko! Você...quando você...

—Hoje cedo e estou aqui a uns cinco minutos no máximo. – fez uma pausa e sorriu mais. — Oi, minha irmã! Eu voltei!

A mais nova ficou perplexa, mas logo seu rosto se torceu, chorando e abraçando Kyoko que retribuiu o gesto, espremendo Heitor no meio delas.

Ficaram abraçadas durante alguns segundos, chorando emocionadas, felizes por finalmente estarem juntas de novo e o calor dos corpos acalmou o bebê, mas sem mais Keiko se afastou e com a mão livre deu um belo soco na boca de Kyoko.

—Ei! Sua...louca! Ai...ai! Por que me bateu? – indagou Kyoko sem entender.

—Porque você morreu! Você disse que nunca ia perder, que nunca ia me deixar e ai...eu...eu...e o Saga. Coitado! Ele...ele...quase morreu de depressão.

—Ei, ei, ei! Calma, está bem?! Eu estou aqui agora. Sei que não posso voltar no tempo e curar a dor de vocês e também sei o quanto sofreram.

Kyoko abraçou ambos outra vez, o coração doendo como se levasse uma punhalada. Sentia-se exageradamente culpada pela dor que causou aos que amava.

— Todo mundo sofreu: Dohko, Aldebaran, Afrodite, Milo e até o metido do Camus ficou triste. E nem preciso mencionar o estado que Luy e Saga ficaram. Achamos que ele ia morrer! Nunca mais faça isso, Kyoko!

—Sinto muito! – choramingou Kyoko olhando os olhos da irmã.

—O sofrimento fica pra quem está vivo, então...não ouse morrer de novo. Se você morrer eu nunca vou te perdoar, tá?!

—Não, eu não vou. Eu prometo...

Sorrindo Kyoko beijou a testa da irmã e logo fez o mesmo com Heitor sem deixar de dar um cheiro no cangote fofo dele. Keiko abriu um lindo sorriso, expondo a única semelhança que tinha com a mais velha: Suas covinhas, e logo depositando Heitor de volta na cama. Kyoko deitou ao lado dele, de lado e com o rosto apoiado na mão, segurando a mão miúda entre os dedos e cheirando.

— ...até porque se eu morrer o Saga me mata.

Ambas gargalharam juntas, como a tempos não faziam.

 

Continua...


Notas Finais


E aí?! Gostaram? Me digam o que acharam?
>.<
Bjs!!! =3


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