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História Uma Estranha no Paraíso - Eu continuo o mesmo garoto que você um dia amou tanto


Escrita por: Marii_Rafaela e mari_rafaela_2

Notas do Autor


Oláaaa amores!!!

Começa uma fase nova na fic. Por favor não me matemmm!
Revirou tudo, David enfiou o pé na jaca.
Biju fica quase um ano longe e quando volta, deseja que as coisas fossem como antes, mas infelizmente não são mais. Exceto pelo amor incondicional que ainda sentem um pelo outro.

Espero que gostem, em breve postarei mais!♥

Capítulo 27 - Eu continuo o mesmo garoto que você um dia amou tanto


Fanfic / Fanfiction Uma Estranha no Paraíso - Eu continuo o mesmo garoto que você um dia amou tanto

A primeira coisa que notei ao desembarcar no México foi o clima. Era bastante tropical, o ar era semelhante ao brasileiro, quente e gostoso, com um cheiro gourmet e a temperatura bem alta.

Imediatamente percebi que as pessoas eram agitadas, até os funcionários do aeroporto pareciam estar de férias. O clima todo era muito bom.

Antonio segura minha mão e eu a afasto no mesmo momento.

-Não seja assim tão áspera com seu marido – ele fala com um sotaque mexicano vagabundo, mas não consegui ficar com raiva. Pelo contrário. Eu ri.

Ri tanto e tão desesperadamente, como uma hiena louca. A risada reverberou pelo meu peito e Antonio se contagiou rindo também. De repente, como se tomada por uma névoa negra, o riso dá lugar ao choro descontrolado. Enchentes de lágrimas escorrem por meu rosto. Começo a soluçar, tendo crises em meio a convulsões. Antonio arregala os olhos e larga as malas no chão, segurando meu ombro e tentando me controlar.

-Ah meu Deus! – Ele grita – Helena! O que aconteceu?

-Tudo bem, está tudo bem – Fungo. – Eu só... Eu só...

Tudo veio à tona. Minha vida nova longe de todos que eu amava. Longe de Hugo, meu irmão pé no saco. Longe do escritório que eu aprendi a amar. Longe de David. Eu deixei ele em Paris para ser entregue de bandeja para a Sara.

-Helena... A gente sabia que seria difícil. – Ele afaga meus ombros – Por favor, Helena se acalme!

-Desculpe... – Seco as lágrimas com as costas das mãos. – Meu nome não é Helena. Meu nome é Rosa.

Ele me olha como se me achasse louca. Me abraça rapidamente e em seguida me solta, resmungando algumas palavras irreconhecíveis, carregando as malas e seguindo em direção ao táxi.

 

Os primeiros dias no México foram incrivelmente normais. Hugo e mamãe me ligavam pelo menos três vezes por dia. Francine e Bruno, Dudu e Gustavo me ligavam dia sim dia não.

A casa que nos mandaram era pequena, de teto baixo e paredes de pedra áspera e molhada. Passamos um dia inteiro limpando, tirando guimbas de cigarro e garrafas de bebidas vazias. Ficávamos o dia inteiro aprimorando nosso sotaque mexicano. Durante o dia ele fazia investigações por conta própria nos arredores da região e eu ficava em casa cozinhando e limpando, como a boa falsa dona de casa que eu era.

A noite treinávamos exaustivamente, e Antonio me ensinou técnicas de krav maga, boxe e defesa pessoal. Antes de dormir, eu praticava ioga e meditação. Precisava me concentrar. Toda vez que meu pensamento fugia dali, eu lembrava dele. Nitidamente as lembranças mais felizes de nós dois vinham à minha mente.

Em poucas semanas meu corpo começou a responder aos inúmeros treinos, se tornando forte e torneado. Nossa alimentação era semelhante a de um lutador de jiu jitsu ou de um fisiculturista. Estávamos preparados para um ataque iminente a qualquer momento. Nossa casa era uma espécie de banker, com todo tipo de suprimento médico. Assim que conseguíssemos resgatar alguma criança, acionaríamos os órgãos necessários.

-Hummm! Essa sopa tá boa demais! – Antonio fala de boca cheia, abocanhando um pedaço de pão. Estávamos há semanas naquele lugar, fazendo a mesma coisa todos os dias.

-Obrigada – Falo com desânimo.

Quando terminamos, recolhi os pratos e os coloquei na pia.

Começo a lavar a louça, quando Antonio para ao meu lado.

-Quem é o cara? – Ele disse com a voz grave em meus flancos.

-O que? – Não havia entendido. Nossos diálogos se resumiam a apenas coisas relacionadas aos nossos treinos e coisas da investigação.

-O cara que partiu seu coração. – Fechei a torneira e o encarei. – Alguém despedaçou seu coração e você partiu para essa missão suicida.

Respirei fundo. Ele podia ser prepotente, mas estava certo.

-Não é da sua conta. – Virei de costas e continuei a lavar a louça.

Ele arrastou uma cadeira e se sentou ao meu lado.

-O nome da minha garota é Nayra. Éramos apaixonados desde a faculdade. – Ele começou a falar, e sua voz adquiriu um tom magoado. Virei-me para poder encará-lo. – Estávamos felizes até ela me dizer que queria viajar e conhecer o mundo. Que um relacionamento sério agora estava impedindo sua carreira promissora.

-Nossa. – Falei, arrastando uma cadeira e me sentando na frente dele – Eu sinto muito.

Ele deu de ombros.

-Eu ia pedir a mão dela em casamento. – Ele suspira pesadamente, os olhos começando a brilhar – Ela tem o sorriso mais lindo que eu já vi na vida. Não conseguia viver sabendo que não ficaríamos mais juntos. Daí essa oportunidade surgiu. Falei para mim mesmo que meu único objetivo na vida agora é salvar o máximo de criança que eu puder. Colocar na cadeia o chefe da quadrilha, Cristian Romano. Meu ódio se direcionou a ele. Pedófilo filho da puta...

Sua cabeça pendeu para baixo e lágrimas gordas caíram de seus olhos. Dei um tapinha em seu ombro e ele deu um sorriso leve.

-Eu sou apaixonada pelo mesmo cara desde que era criança – Me remexo na cadeira, me sentindo desconfortável. Eu ainda não estava bem o suficiente para falar sobre aquilo – Chegamos a namorar quando éramos adolescentes. Ele foi o meu primeiro beijo, minha primeira paixão. – Fungo – Ficamos juntos bem pouco tempo na época. E ele foi embora tentar carreira na Europa e nunca mais me ligou. – Antonio me encara com olhos arregalados – Anos depois, dez anos para ser mais exata, nos reencontramos em Paris. Começamos a namorar de novo. Ele me pediu em casamento. E antes de eu vir pra cá o encontrei de beijos e carícias com a ex-namorada.

Encaro meus pés sem coragem de olhar para Antonio. Ele me abraça, meio sem jeito e diz que esse cara não me merecia.

Sorrio em agradecimento e subo para o quarto. Eu dormia na cama e Antonio dormia no sofá, sempre em alerta.

*

Já estávamos há quase quatro meses sem noticias do paradeiro de Cristian. Até que um dia, numa tarde fria e chuvosa, Antonio chega em casa cheio de hematomas e cambaleando.

Eu estava lendo um romance mexicano quando o vi chegar naquele estado.

-Antonio! – Gritei em desespero.

Ele gritava comigo, pedindo para eu pegar a mochila e irmos embora dali.

Deixamos tudo para trás. Nossa casa no pequeno vilarejo foi fuzilada. Depois disso, passamos a nos esconder. A máfia era poderosa e haviam descoberto nossa intenção.

-A polícia não vai fazer nada para ajudar? – Hugo perguntava estupefato do outro lado da linha.

-Sim, estão fazendo. Conseguiram encontrar um dos covis, mas estava desativado. Hugo, infelizmente não podemos mais conversar. A ligação pode estar grampeada.

-O que deu na sua cabeça pra ir pra essa missão suicida? – Ele gritava do outro lado. Consegui visualizar sua imagem devastada do outro lado da linha. A culpa arranhou a superfície do meu subconsciente.

-Me desculpe, Hugo. Mas estamos chegando tão perto...

-Chegando perto porra nenhuma! O Greg mandou vocês para morrer no lugar dele nesse inferno!!!

-Hugo... – Reprimi a emoção quando as lágrimas dolorosas surgiram. – Eu...

-Você podia ter feito qualquer coisa, mas isso!!! Você nos abandonou, Biju!

-Não, Hugo... – Segurei o telefone com força, até a circulação sanguínea dos meus dedos pararem.

-Você foi embora pra esquecer do David, e adivinha? Ele já te superou sua idiota! Ele está namorando a outra, e vão se casar em breve! Já marcaram até a data!

Por mais que eu soubesse que Hugo estava magoado e falando daquele jeito porque eu merecia, aquilo me machucou de uma maneira absurda. Desliguei o telefone e o arremessei longe.

-Ele vai se casar... – Sibilei quando Antonio se aproximou.

-Eu sinto muito, Helena. – Seus lábios se crisparam e seus olhos me fulguraram intensamente.

Ele se sentou ao meu lado e afagou meus ombros com delicadeza. Aproximei meu rosto do dele. Ele tinha cheiro de tabaco e grama recém cortada.

-Uma mulher como você não merece chorar por homem nenhum... – Observo sua pele cor de oliva reluzir a única luz amarela daquela cozinha. Seu hálito quente fez meus olhos se fecharem lentamente.

Quando percebi estávamos nos beijando. Sua língua era áspera e quente. Suas mãos eram tão grandes que quase tomavam meu rosto inteiro.

A carência misturada à dor, ao medo e a saudade eram intensas demais. Éramos dois corações partidos, e dois corpos doentes de solidão.

-Me desculpe – Murmurei quando íamos chegando longe demais. Meu corpo inteiro estava ardendo em brasas. Por mais que eu quisesse dormir com ele, sabia que me arrependeria depois. Não podia tomar nenhuma decisão com a cabeça daquele jeito.

-Vou tomar uma ducha. – Ele se levanta e vai rapidamente até o minúsculo banheiro tomar um banho frio.

Fiquei encolhida no sofá até adormecer. Minha cabeça latejava e eu já estava em estado quase catatônico. Me lembrar de David era agonizante. Me lembrar dele quando estava excitada e subindo pelas paredes era ainda pior.

Quando a noite caiu e o silêncio predominou naquela região bucólica, ficamos por ali, quietos. Não havia tevê ou internet para nos entreter. Se passássemos mais tempo naquele lugar, acho que enlouqueceria.

As coisas só começaram a mudar quando Camille apareceu. Era uma manhã normal, eu estava colhendo flores e Antonio estava malhando lá dentro da casa quando a garotinha surgiu no jardim.

Ela vestia trapos e estava muito suja. A aparência era de dar dó. Gritei por Antonio e ele apareceu no mesmo segundo. O peito enorme e os ombros largos estavam molhados de suor.

-Quem é você? – ele perguntou, mas a menina hesitou e fez uma cara de espanto.

-Vocês falam a minha língua? – A garotinha não devia ter mais de seis anos. Percebi na hora de quem se tratava. Era uma das garotas que estavam desaparecidas. Recebemos relatórios diários de possíveis crianças que estavam no poder da quadrilha.

-Como chegou até aqui? – Perguntei, desconfiada.

-Eu fugi. – Ela caiu de joelhos e se debruçou em lágrimas.

Antonio me olhou e segundos depois a pegou no colo. Demos banho, fizemos assepsia em alguns ferimentos e a alimentamos.

Após dois dias conosco, conseguimos deixá-la nas mãos dos assistentes da Greg Advocacia e voltamos rapidamente para a estrada.

Foi necessário ficar mais de seis meses no México. Camille era uma testemunha chave, e a polícia conseguiu localizar o cativeiro onde mais cento e cinquenta crianças eram mantidas.

Após a localização das crianças, foi a vez da cavalaria encontrar os criminosos.

Foi um serviço muito bem feito. Todos os suspeitos foram localizados, inclusive o chefão deles.

Mas Antonio e eu tivemos que ficar para ajudar o serviço de identificação localizar todas as famílias das crianças, e fazer trabalhos voluntários, atendimento psicológico com todos os envolvidos.

Fomos nomeados heróis. O escritório em Paris se expandiu, e o doutor Greg deu entrevistas em vários programas locais da cidade.

Mas Antonio e eu éramos os mais esperados. Todos os jornais queriam uma exclusiva conosco. Depois disso, tudo se encaixou perfeitamente. Estávamos partindo para Paris novamente. Com a vitória estampada no rosto. Por fora éramos heróis de guerra, mulher maravilha e super homem. Por dentro éramos dois corações debilitados e despedaçados.

*

-Foram os melhores dias da minha vida – Antonio segurou minha mão quando estávamos no avião.

Meses haviam se passado e ficamos unidos. Tínhamos uma ligação inegável.

-Pra mim também. – Falo com sinceridade. – Aprendi muito com você, Schwarzenegger! – Dou um soco em seu ombro – Sentirei saudades...

Ele me olha por alguns segundos e então, quando eu nem mesmo esperava, me beija. Deixo ele fazer isso. Nossos lábios estão molhados pelas lágrimas que rolam por meu rosto.

Ele estende a mão e seca minha bochecha molhada.

-Espero que fique bem, garota. – ele fala com a voz embargada – Não se encontra preciosidades como você em qualquer lugar.

-Obrigada – Falo tentando reprimir a emoção e angústia.

-Eu vi você lutar com todas as suas forças por pessoas que você nem conhece. – Ele suspira alto e algo parece mexer com seu emocional – Você merece ser feliz, boneca.

-Pare de me chamar de boneca – Falo com riso na voz – Sabe que não sou nem um pouco delicada. Sei derrubar um homem de cem quilos e nem suar.

Ele ri descontroladamente.

-Eu sei, garota. Mas ainda assim continua sendo delicada. É doce, feminina e nossa... Extremamente sensual. – Ele toca minha bochecha quando ela cora vergonhosamente – Eu... Eu...

Senhores passageiros, atentem para os avisos de segurança.

Ele trava ao ouvir a voz da aeromoça e reseta a mandíbula. Se afunda em seu assento e o vejo respirar desreguladamente.

Ele podia ser um cara legal para namorar. Estariamos ligados por toda uma vida. Antonio me conheceu como nenhum homem havia conhecido.

Mas eu era estupida o suficiente para não esquecer David. Eu ainda o amava. Era ridiculo admitir. Mas eu o amava.

Encostei a cabeça no ombro de Antonio e adormeci sentindo seu cheiro. Acordei em solo francês, com o cutucão carinhoso dele.

Seu olhos estavam maiores e inseguros. Percebi que ele estava com medo. Talvez o mesmo medo que eu, de encarar a realidade, a vida real, longe do país que aprendemos a morar. Voltar à Paris significava ver David em todas as festas que o escritório faria, ao lado da noiva. Voltar à Paris significaria sentir a presença dele, deitar em minha cama sem ele ao meu lado. Estremeci com a ideia e recebi um abraço acalentador de Antonio.

Quando descemos do avião e pegamos nossa mala, caminhamos em silencio até a saída. Junto a outras pessoas que aguardavam, estavam Hugo, Francine, Bruno e minha mãe. A surpresa de vê-la ali, usando o vestido amarelo que ela usava aos domingos na igreja, me fez cair num choro frenético. Ela correu ao meu encontro, me agarrando, beijando meu rosto com urgência e me descabelando.

-Tenho tanto orgulho de você, filha! – Ela disse várias vezes com os olhos cheios de água.

Fui abraçada e apertada por várias vezes, passando de mão em mão por cada pessoa que fiquei longe por quase um ano.

Amigos e familiares de Antonio também estavam lá. Era uma festança só. Em meio ao mar de gente, parei em frente a vitrine de uma revistaria. Uma revista de fofoca estampava a foto de David e Sara juntos, ele de terno e ela usando um vestido longo com cauda de sereia. Levei as maos à boca e abafei um soluço ao perceber do que se tratava. Em francês a noticia sambava aos meus olhos. Casamento romântico e secreto do craque do Paris Saint Germain.

Uma mão firme em meu ombro me faz dar um pulo. Quando me viro vejo Lucas sorrindo pra mim.

-O que está fazendo aqui? – Pergunto, cruzando os braços.

-Eu só queria te ver... Senti sua falta... E-eu...

-Você não me ligou um dia sequer! – Falei, alto demais porque várias cabeças se viraram para nos olhar.

-Eu tentei, Biju, eu juro que tentei. Mas não me deixaram. Seu telefone era totalmente sigiloso... Por favor Biju... Acredite em mim!

-Tudo bem, Lucas – Falo e ele solta uma lufada de ar. – Não se preocupe.

-Então... – Ele aponta para a revista na vitrine – Você não sabia?

-Não. – Falo encolhendo os ombros – Eu quero ir pra casa – Falo de repente – Podemos nos ver depois?

Ele balança a cabeça e eu me despeço com um abraço. Mais destroçada do que um dia imaginei ficar.

*

David´s Point of View

-Ela está aqui, em Paris – Tom me avisa no monótono tom de voz – Chegou hoje, há poucas horas. Está em casa agora, com o irmão e a mãe.

-Ela sabe que eu custeei o vôo da Tia Camila? – Pergunto com a voz cansada.

-Não. Acho que sua tia não irá contar.

-Ok, obrigado, Tom.

Desligo o telefone e me jogo na poltrona. Massageio as têmporas e sinto uma dor de cabeça mortal.

-Quem era no telefone?

Dou um pulo da cadeira ao ouvir a voz soturna de Sara.

-Nossa, não te vi entrar – Falei voltando a sentar e fechando os olhos.

-Te assustei? – Ela fala num tom irônico.

Assinto e coloco a cabeça entre as pernas.

-Quando você vai parar com essa obsessão com a Helena?

Levanto a cabeça, que lateja de dor e encaro Sara.

-Do que diabos está falando?

-Você não me engana, David – ela se senta ao meu lado, puxando a barra do robe de seda que vestia. – Sei de tudo o que tem feito. As ligações misteriosas, o jeito que fica estranho quando ouve alguma noticia dela.

-Não sei do que está falando. – Observo a noite enluarada lá fora. Pequenos vagalumes faziam barulho na janela.

-Então não sabe do que estou falando? – Ela se inclina em minha direção – Não sabe porque tem uma caixa escondida no closet cheia de lembranças dela? Fotos, cartas, recortes de jornal que falam do resgate no México? – sua voz se altera para um tom irritantemente estridente – e as madrugadas que grita pelo nome dela?

-Sara... – Não tinha o que fazer. Ela sabia. Soube o tempo todo. Uma lágrima solitária cai de seu olho.

-Devo lembrá-lo também das noites comigo?

Dou de ombros, fingindo não entender.

-De todas as vezes que fazemos sexo e você fecha os olhos o tempo todo, com a cabeça totalmente longe. É nela que está pensando quando está me comendo? É nela que gostaria de estar dentro?

-Cale a boca, Sara. – Levanto e ela segura meu braço com força. Sinto ânsia de vomito.

-Ela te deixou,David. Ela foi pra uma missão idiota qualquer como desculpa pra te abandonar!

-Sara... – A bile começa a subir, sinto-me tonto. Aquele casamento tinha se tornado uma fábrica de merda.

-Ela nem pensou nos seus sentimentos! Foi embora te deixando para trás!

-E-eu sei...

-Você a ama!!! – Ela grita com o rosto em prantos – Você ainda é louco por ela!

-Eu... Não, Sara. Eu amo você. – Depois de um tempo, mentir se tornou fácil demais. Minha vida era um atual baile de máscaras. Fingindo o tempo todo. Me esgueirando nos becos sujos das minhas próprias mentiras.

-Verdade? – Ela fala em tom de súplica.

-Verdade – Engulo em seco e encosto minha boca na sua. Ela lança os braços ao redor de meu pescoço.

-Então não vai ter problema nenhum irmos á festa da Greg Advocacia amanhã, terá?

Sinto meu corpo enrijecer.

-O PSG é um dos doadores mais ativos da instituição – Ela continua a falar – E nossa presença é indispensável.

-Anh... – Tento enrolar – Não estou me sentindo muito bem... Acho que...

-Nem pense em dizer que não vai! Já encomendei meu vestido! – Ela estreita os olhos para os meus – A não ser que não queira ver a Helena na festa. Então ainda sente alguma coisa por ela?

-Claro que não. Eu irei. Irei com você.

Ela sorri e me abraça. Começo a suar frio.

-Vou voltar pra cama. Vê se não demora pra dormir! – Ela lança um beijo no ar e sorri, entrando no quarto.

Sinto meu corpo ceder e caio de joelhos no chão. Meu mundo era uma bagunça por completo. Eu ainda a amava. Eu sonhava com ela todas as malditas noites. Eu ainda sentia seu cheiro, seu gosto.

E eu estava prestes a revê-la. Quase um ano depois. 


Notas Finais


Alguém duvida que quando o reencontro acontecer, fagulhas vão se acender?

Comentem please!


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