Para aproveitar o resto do Sábado, Jim sugeriu que nós garotas fossemos fazer compras. Se eu negasse levaria uns tapas então não tinha outra opção. Claro que os meninos vieram juntos, esses carrapatos.
– Essa é a minha chance de virar uma Drag Queen! — Comentou Gastón rindo.
– Parece determinado a fazer isso mesmo...— Nina sorriu.
– Claro meu bem! SEU AMOOOOOR ME PEGOU, SE BATEU TÃO FORTE COM O TEU AMOR!!! — Dançou. Pessoas em volta nos olharam, eu me senti Incomodada pelo Gastón, por que ele mesmo não se importa. As vezes eu queria ter a auto-estima dele, seu ânimo, sua vontade de mostrar ao mundo quem é, seu orgulho e tudo mais. De certa forma eu tenho inveja dele, por que mesmo nesse mundo podre e sem cultura ele se ama.
Entramos numa loja de roupas masculinas e Ramiro foi olhar uns casacos e Gastón sentar com as meninas, pois não queria nada.
– Não quer olhar nada, Luna? — Nina me perguntou.
– Ahm...Não, não. São roupas legais, mais ainda não quero nada.
– Você pode comprar outras cuecas viu? Chega daquelas velharias lá...Assim a Âmbar não vai te querer.
– Será que pode parar...
– Você disse pra essa garota comprar cuecas? — Um dos vendedores apareceu a nossa frente. — Isso aqui é uma loja masculina!
– Qual problema? E se eu quisesse comprar uma blusa para meu namorado? — Nina cruzou os braços.
– Daí não tem problema...Mas eu ouvi você dizer que é pra ela e isso é inadmissível.
– A loja deve atender as nececidades dos clientes! E se ela quisesse comprar alguma coisa, ela ia comprar sem problemas! — Jim levantou irritada. Segurei seu braço na intenção de acalma-la, ela odeia essas situações tanto quanto eu.
– Jim, não perca seu tempo... — Sussurrei em seu ouvido. — Vamos embora, Ramiro. Vai comprar algo?
– Depois dessa não, vamos...
Saímos da loja e imediatamente recebi um abraço bem apertado de Jim e Nina. Respirei fundo e engoli o choro, não iria estragar outro passeio. Funguei e quebrei o abraço.
– Ok meninas, chega de sofrer, vamos lá, ajudar a senhorita Drag Queen! — Sorri disfarçando.
– BORA!
Deixamos o Gastón livre pra escolher as lojas. E foi uma péssima idéia por que ele foi direto na Tiffany e essa é uma loja carissíma.
– Gente, olha esse lacinho! — Ele pegou e colocou na cabeça. — O que achou, Miro?
– Ta lindo amor... — Sorriu de lado.
– Eu estou a ponto de ter um treco com essas roupas! — Gastón colocou um vestido a frente do seu corpo e fez pose. — Que beleza esse!
– Ficou linda "miga" — Ironizei e gargalhei.
– Eu sei "Meu Boy" — Apontou para mim e eu fiz pose de brava e logo ri junto dele.
– Ei! Bichona! Compra calcinhas também! — Um grupo de garotos passou e bateu na vitrine e em seguida gritaram. Eles saíram gargalhando e Gastón abaixou a cabeça por um momento e logo levantou com os olhos marejados. Óbvio que ele ficou magoado, mas não iria mostrar, sempre muito forte...
– Vamos gente? — Perguntou ele ainda com a voz embargada. Colocou o vestido no lugar e veio até a gente. — Não quero nada não. É tudo lindo porém caro.
– Tudo bem Gas? — Nina o abraçou.
– Ótimo. Fiquem tranquilos meus amores, vamos embora.
Antes que pudessemos sair da loja uma funcionária da Tiffany nos parou.
– Ei, moço, eu vi o que aconteceu e achei horrivel e como foi na nossa loja, o dono concordou em lhe dar essa cortesia...É uma peruca loira e o vestido que olhou. — A moça sorri.
– PABLLO VITTAR MIGA ME AGUARDE!!! — Gastón começou a saltar e pegou a sacola da mão da moça. — Obrigado! De verdade!
– Não a de que. Volte sempre.
Passamos toda a volta para casa comentando sobre a peruca loira do Gastón e o vestido. Que sorte a dele! Merecido. O sorriso no rosto dele é apaixonante e contagiante, até o Ramiro que é todo machão chorou um pouquinho ao ver o sorrisão do Gas.
– Agora com certeza o povo vai passar mal, hein Gastón? — Brinquei.
– Claro, agora vou ser Gastina Vittar a tona! — Respondeu entre gargalhos.
Enquanto todos devoravam uma pizza em minha casa, eu estava jogada no sofá, perdida em pensamentos.
– Eu prometo que não vou te deixar! Vamos ser muito amigas...A partir de hoje não quero ver esse seu rosto lindo banhado por lágrimas e sim iluminado por aquele seu sorriso lindo.
– Esse sorriso? — Sorrio.
– Esse...Esse sorriso....
Foi tão perto! Agora vou guardar rancor da Nina pro resto da vida.
– Luna! Luna! — Jimena me despertou com acenos na minha cara.
– Ahm? O que houve? — Olho para todos.
– Está pensando na loira gostosa né? — Gastón sorri malicioso. — Deve estar, por que só ela te deixa assim!
– Que coisa... — Me sento novamente. — Eu...Só estava lembrando...
– Do quase beijo? — Perguntou Nina.
– Vadia! Se sabia que a gente ia se beijar, por que atrapalhou?
– Justamente por essa sua marca aí nas calças né, Luna? Se você estivesse com um jeans eu até deixava, mas era um short de esporte, folgado dos lados...E como você sempre fica ereta ia dar merda, concorda? De nada, querida!
– Você tem razão Nina... — Pensei. Ela tem toda razão, seria horrivel. Sem rancor então. — Obrigado Nina, me salvou!
– Salvei sim...E da próxima vez que forem se beijar, garanta que está de jeans e aqui em casa.
– Pode deixar mais...Agora estou de membro duro e preciso de ajuda. — Cobri meu colo com uma almofada.
– Quer que eu te ajude meu amor? — Gastón sorriu com muita malicioso.
– Que? Não cara, não precisa. — Rio e avermelho.
– Ajuda se eu por a peruca loira? — Gastón colocou a peruca e fez pose sexy na minha frente.
– Meu Deus do céu! — Eu comecei eu rir e o loiro me acompanhou nas gargalhadas. Minha barriga chegou a doer de tanto que eu ri. — Depois dessa vou me satisfazer sozinha no quarto, adeus.
– PENSA NA ÂMBAR! — Jim gritou.
No fim, tudo que eu fiz foi tomar banho e ir dormir.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.