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História Uma garota normal, ou quase... - Embaraço


Escrita por: Yuzu17

Notas do Autor


Oi👋
Voltei, para deixar mais um capítulo. Espero que gostem.

Capítulo 13 - Embaraço


Lauren POV 


- Então alunos,– Elevou a voz. – a aula está acabando. – Todos comemoram internamente. Não é que o professor seja chato, mas estamos com fome. – Preciso que vocês leiam a matéria que eu dei hoje para a próxima aula. – sua fala é acompanhada pelo barulho dos alunos guardando seus respectivos materiais. – Será muito importante na hora da explicaç...

- TRINNNNN. – O sinal toca, e os alunos saem praticamente correndo para o corredor.

- Ção... – termina de falar, mas na sala só restava eu e mais uns três colegas. – Bom, acho que todos cagaram... – Riu e acompanhamos com um sorriso amarelo. – Até a próxima aula. – despediu-se quando chegamos os 4 perto da porta.

Esse professor é muito fofo, mas ninguém dá muita moral pra ele. As aulas de biologia dele são as melhores que eu já tive. Mas poucos são o que realmente querem medicina, então eles não prestam muito atenção na aula dele. Nem sabem o que estão perdendo.

Nos separamos e andamos em direções diferentes, cada um para seu destino. Passo por alguns corredores pouco movimentados até chegar no meu armário. Felizmente sem ter nenhuma interrupção indesejada, vulgo brutamontes do time de futebol. Eu não consigo entender o porquê deles serem tão ridículos. Mas enfim, deixo meu material no locker e pego minha carteira, hoje vou esbanjar e comprar uma sobremesa. Será que o Glenn já está lá? Ai, mas eu aposto que a Pamela vai estar sentada perto daquela garota! Urghh! Justo a mesa dos populares.

“Bom, ela é uma popular também Lauren! Onde mais ela iria sentar?! Você é burra ou se faz??” – penso.

Porque estou pensando isso?! Eu não ligo pra ela! Ela não é um problema meu. – Fecho o armário e caminho em direção ao refeitório. Nos corredores a paz reina, pessoas andando de um lado para o outro mansamente, despreocupados. – As vezes eu queria ser assim, apenas andar pelos corredores sem ter preocupações, ou pensar no que tenho que fazer chegar em casa. Mas talvez a vida assim não seja tão legal, seria tudo tão banal. Acho que por mais difícil que algumas coisas sejam, há também muitas coisas boas, basta ficar atento. – Paro na porta do refeitório, notando que aquela bicha ainda não chegou, e ela não está aqui também. Vou ter que ficar sozinha nesse ambiente hostil.

Adentro a sala tão temida pelos nerds e ando em direção à cantina, para pegar aquele almoço “maravilhoso” que só eles sabem preparar. Vou colocando as coisas na bandeja, hoje é dia de purê. Só Deus sabe o que se pode encontrar aqui dentro, parece que tem um buraco de minhoca que dá diretamente nesse negócio. Pego a gororoba, que aqui é conhecido popularmente por almoço, e me dirijo a uma mesa vazia. No meio do caminho, por descuido meu, passo perto de populares. E como todos eles parecem ter desenvolvido algo contra mim nesse últimos dias, um deles vem de encontro comigo, me desequilibrando. O busco dando passos para trás, porém sinto algo duro contra meu calcanhar.

- Ahahhahahhahhhahhaha. – O riso de todos presentes no refeitório ecoa em meus ouvidos, o refeitório se move lentamente num sentido estranho. Ouço o baque surdo das minhas costas batendo no chão, meus olhos se fecham automaticamente. Sinto a gororoba se misturando as minhas roupas e pele. Tudo dói. Meu corpo e dignidade estão esfacelados no chão. Abro os olhos, dando de cara com os sorrisos diabólicos de meus agressores a poucos centímetros de mim. Me assusto, mas não mexo nenhum centímetro.

O riso de repente parou, sobrando apenas o silêncio. – O que será que aconteceu?? – Ouço passos se aproximando, mas ainda encaro os brutamontes que estão perto de mim. Todo esse momento humilhante passa devagar, como um escárnio a minha pessoa. Assisto suas expressões cruéis lentamente virarem expressões incrédulas. Nem me dou o trabalho de identificar a causa, só quero ir embora.

- O que está acontecendo aqui?! – a voz corta o silêncio sepulcral, no qual o refeitório se encontrava. Abro meus olhos e vejo ela do meu lado, encarando os dois meninos com raiva. Seus rostos diziam tudo, eles a temiam. Pamela se volta para mim, olhando com... Ternura?? Estende as mãos, e eu as seguro. Ela me ajuda a levantar, mantendo as suas mãos grudadas as minhas. A sua atenção vai novamente para os valentões. – Vocês tem que parar de tratar as pessoas assim. – se dirigiu a eles. Deu para sentir sua raiva através de cada sílaba. Nunca a vi assim. Pamela retornou a atenção de seus olhos castanhos esverdeados para mim. Eles brilhavam enquanto me fitava. – Vem Lauren, vamos embora. – Fala simples, como se o refeitório inteiro não estivesse nos observando . Estávamos numa bolha só nossa.

Com um “puxão” eu a acompanho, passando pelas mesas cheias de pessoas perplexas . Corremos, assim que passamos a soleira da porta, para o corredor vazio. Os armários azuis cobriam as paredes pelas quais percorríamos, Pamela me guiando e eu apenas a seguindo. Para onde ela está me levando? Tinha um banheiro lá perto do refeitório, pra quê andar isso tudo? Andamos em direção a uma das saídas da construção, já posso ver a luz do sol passando através dos grandes vidros.

Saímos do prédio, ela ainda me puxa apressada. Seu contato com a minha pele é suave e firme. Porque ela é tão gentil comigo? O que ela ganha com isso? Eu não entendo.




Pamela P.O.V.


Não acredito que eles fizeram isso com ela!! Quem eles estão achando que são!? Não sei como me segurei lá dentro. Sempre soube que eles eram babacas, isso é mais que óbvio. Quando isso acontecia com os outros eu me sentia mal, então sempre ajudei por baixo dos panos. Mas com ela, não consegui assistir sem fazer nada. Eu a amo, é impossível não me meter.

Lembro-me de que ela ainda está aqui, quando a sinto apertar a minha mão com mais força. Avisto o ginásio e aperto o passo, quero chegar logo no vestiário. Não posso deixá-la desse jeito. Ela está sofrendo isso por minha culpa.

Adentramos o ginásio, que surpreendentemente não tinha ninguém usando. Descemos para o vestiário feminino, e a levei até o meu armário. E tudo isso em silêncio. Será que ela está com raiva de mim, por isso estar acontecendo com ela? Afinal... Eu sou uma popular também. Abaixo a cabeça, triste com esses pensamentos.

“ Você não pode se abater, Pamela! Você tem que conquistar essa garota !” – clamei internamente.

Levantei meu olhar e a fitei. Ela me olhava confusa, mas não com raiva. Eu acho...

- Se limpe. Eu vou te emprestar uma roupa. – Falei, colocando a senha no cadeado. Evitei olhá-la, estou me sentindo estranha, com vergonha de fazer parte daquele grupo.

- Obrigada... – Sussurrou. Virei meu rosto e vi que estava sendo sincera. Realmente estava agradecida.

Abri o locker e peguei as roupas sobressalentes. Minha atenção foi parar novamente nela. Observo sua camisa toda suja com a comida do refeitório, e os respingos em seu rosto. Não consigo me conter, largo as roupas de qualquer jeito no armário e acabo por esticar o braço, limpando os “sujinhos” em seu rosto com meu polegar. Lauren fica atônita, apenas vendo eu fazer tudo. Minhas mãos, – sim eu coloquei as mãos em seu rosto. – logo limparam, então apenas fiquei apenas a acariciando. A vontade de beijá-la é gigante, mas eu não posso!

“É melhor parar com isso antes que faça besteira!” – a consciência grita. Afasto minhas mãos de sua pele macia, já me lamentando por cortar o contato.

- Deixa eu te ajudar com esse excesso de sei lá o que. – peguei sua mão e a levei até a bancada gigante cheia de pias. Ela estava muito quieta, e me analisava te forma tão profunda que fiquei nervosa. Lauren sempre tem um comentário, independente da situação . Porém ali estávamos, num silêncio incômodo. Por mais estranho que isso soe, estava feliz em estar ali com ela . No entanto, não gostei das circunstâncias que nos fizeram parar aqui.

Peguei papel e me curvei para limpar a sua blusa. Apenas o suficiente para que Lauren pudesse tirá-la sem sujar-se. Durante todo o processo ela me encarou. Vez ou outra a observava e, quando percebia meu olhar, Lauren me olhava profundamente. O seu olhar queimava a minha pele de uma forma inexplicável. Termino a limpeza rapidamente, voltando a posição ereta.

As duas esferas verdes continuam focadas em mim. Nenhuma palavra é proferida. Já na minha mente cruzam várias possibilidades e perguntas. Mas a pergunta que não quer calar é: o que a fazemos agora? Eu saio e dou privacidade? Fico parada aqui ? Quero perguntar, mas meu constrangimento não permite que nenhum som saia da minha boca.

- É... Você pode se virar? – Lauren pede. Solto o ar que nem sabia estar segurando, enquanto um alívio invade meus tecidos. Fico de costas pra ela, olhando a bancada de mármore a minha frente. Seus passos se afastam em direção ao banco em que as roupas estão. Meus músculos tencionam com a expectativa. Sei que não posso olhar, embora a curiosidade seja enorme . Ouço o som da blusa deslizando sobre sua pele e a calça caindo no chão frio do vestiário.

Gotas de suor se formam na palma das minhas mãos. Não era assim que eu imaginava que estaria agora. Independente disso, ficaria nervosa em qualquer situação que ela ficasse seminua na minha frente. Isso precisa acabar logo. Não sou tarada ou pervertida, mas também não sou uma máquina.

- Obrigada... – Falou. Subo meu olhar para o espelho, e noto uma coisa que me deixa estática. Lauren não tinha vestido a blusa e estava de lado, deixando passar meu olhar pelo seu corpo. Quando ela agradeceu, achei que ela já estava vestida. – Obrigada por me tirar de lá, – disse pegando a blusa que estava para o meu lado no banco. Quando ela vê minha imagem no espelho a observando, congelo.

Seu rosto ficou vermelho, e eu não muito longe disso. Desvio o olhar, encarando a pia novamente. O clima ficou pesado. Como eu justifico isso?? Foi sem querer, mas Lauren não vai acreditar nisso! Ai meu deus! O que eu faço??! – Tremo de ansiedade. Os calafrios sobem e descem a minha espinha. – Será que eu falo alguma coisa? Ou é melhor ficar quieta?? Nunca passei nenhum momento assim, sempre estive mais no controle. As pessoas que me queriam, não tinha que fazer nada pra me aproximar. Agora eu tenho que fazer o que os outros sempre fizeram pra conseguir minha atenção. Gostaria de saber como eles resolveriam isso.

- Vamos?? – Perguntou num fio de voz.

- Vamos. – Me virei e a vi, que rapidamente desviou o olhar para qualquer coisa ao redor. Ela está pronta e suas roupas sujas sumiram, além do meu armário já estar trancado. Quanto tempo eu fiquei área?? Andei até a mesma e ficamos ao lado uma da outra, totalmente sem graça. Aquele silêncio incômodo aflige meu coração, que não sabia se falava alguma coisa, ou o que falar. Afinal, havia algo a dizer?

- Eu vou pra minha aula.... – Lauren quebra o silêncio do vestiário . Olho para ela que evita me encarar, está fugindo.... Meu coração aperta a cada passo que ela dá em direção a porta. Preciso falar alguma coisa!

- É... – Lauren anda mais rápido. – quando a gente pode se reunir pro trabalho?? – termino a frase. E ela para levemente, me deixando até assustada. Será que a nerd ainda quer fazer o trabalho comigo? Meu Deus! Se ela sair, não terei mais a única coisa que me dá uma desculpa para falar com ela.

- Ahnn... Depois a gente fala sobre isso. – Fala saindo rapidamente, indo em direção a sua próxima aula.

Ela não saiu da dupla... Ela não saiu da dupla!!!! Caramba, eu ainda tenho chance!! Deus, se você estiver aí em cima, obrigado! – um sorriso de orelha a orelha estampou meu rosto. Mano do céu, ainda tenho chance. Sento num dos longos bancos dispostos nos corredores de armários. Os pensamentos vão da primeira vez que eu a vi, até o momento presente. Nunca estive tão perto dela como estou agora. Já esperei tanto, que sinceramente, não me importo se demorar mais um pouco pra conquistá-la. Só a quero em meus braços.


Notas Finais


Bom, vou postar o próximo nas férias. Mas n vou ter muito tempo pra escrever. O terceiro ano é cansativo... Enfim, se vocês tiverem alguma crítica ou algo que queiram falar é só comentar. Xau


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