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História Uma garota normal, ou quase... - Alone


Escrita por: Yuzu17

Notas do Autor


Então gente, virou o mês e eu voltei :)
Eu escrevi metade do capítulo ontem em vez de estudar física ( fudeu)
Espero que gostem.

Capítulo 9 - Alone


Depois de brigar com a Pamela eu tive um dia péssimo.  Pra começar ela chegou atrasada e mentiu mais uma vez,  só que não pra mim, foi para o professor.  Essa garota é uma mentirosa patológica,  ainda bem que não sinto nada por ela,  a não ser nojo. Ela é suja e sem ética, ela me dá nos nervos! O pior de tudo foi o Glenn falando o tempo todo que eu peguei pesado, que não devia ter feito aquilo. Por que ele a defendeu tanto?!  Até parece que é melhor amigo dela e não meu. É definitivamente um traidor.

- Gente,  cheguei! – Falei ao abrir a porta da casa de meus pais. Logo meus irmãos desceram as escadas correndo e gritando animados em minha direção, grudando nas minhas pernas e cintura. – Oi maninhos. – Digo enquanto bagunço seus cabelos. 

- Oi Laurr. – minha mãe chegou depositando um beijo em minha testa. – Que saudades minha filha, porque não veio nos visitar mais cedo? – Indagou-me com aqueles olhos de cachorro sem dono, ela é a rainha da chantagem emocional,  na verdade ela à inventou. 

- Mãe. .. – Digo enquanto inclino para retribuir seu carinho. – Você sabe que não é por querer, aqui é bem longe da escola. – sinto um leve aperto no coração, a saudade é uma tristeza boa por mais paradoxal que possa parecer. Isso é uma coisa que a minha avó sempre me disse,  quando eu ficava em sua casa com saudade do meu pai e da minha mãe: é melhor sentir saudade do que nada,  pois a saudade indica o amor pelo o que a gente sente falta.

Meus ombros pendem, como se não aguentassem o peso invisível que carrego nas costas diariamente. É bom ter um apartamento só pra mim, dá até certa liberdade,  mas essa liberdade é boa até a página 2, pois eu tenho que fazer todas as tarefas e não tenho companhia. Não que eu não telefone pra cá,  faça chamada no Skype ou facetime, porém são coisas completamente diferentes. Sinto saudades da hora de jantar onde todo mundo briga e conversa, rimos e vemos a novela juntos, comentando o que achamos sobre o enredo, se o personagem é bonito ou se ele tá fazendo merda. Porém entendo o porquê de ficar no antigo apartamento de meu pai. 

- Filha,  eu sei, mas o coração não é capaz de entender. –  ao terminar a frase ela me abraça esmagando o resto de seus filhotes ainda grudados em mim. – Vamos jantar?  Você deve estar cansada, afinal daqui até lá tem uma hora de viagem.

- Sim, vamos. Agora desgrudem pestinhas, quero ir até meu quarto deixar a mochila. – dirigi-me aos meus irmãos. Eles fizeram cara de tédio e saíram,  a não ser a minha princesinha Lúcia que fez um biquinho muito fofo. A minha vontade era pegar esse lindo bebê no colo e encher suas bochechas de beijinhos,  e foi exatamente isso o que eu fiz,  ganhando várias risadinhas e protestos em troca.

- Para Laurrrr. – Lu disse enquanto gargalhava. – Para, tô falando sério, já sou muito grande pra essas coisas. – Falou com uma carinha toda séria. 

- Ah, desculpa. Mas você sempre será meu bebê! – respondi e beijei sua bochecha macia de criança. E ela fecha a cara, que fofa.

- eu tenho 7 anos, não sou seu bebê,  sou sua irmã e já sou bem grandinha e sei me cuidar! – retrucou emburrada.

- Ok,  oh adulta responsável. Vai se sentar que eu vou deixar as minhas coisas e já volto pra ficar com vocês. – Quando estava me abaixando para colocá-la no chão, ela passou seus braços entorno do meu pescoço e apertou,  para que eu não a soltasse. 

– Não quero ir sem você Lawrr, eu to com muitas saudades. – Ela enfiou a cabeça na curva de meu pescoço fazendo manha. Me derreto toda com esse gesto do meu bebê, como eu posso dizer não pra uma coisa fofa dessas?? 

- Hm, ok vamos lá. 

Comecei a andar em direção as escadas em frente a porta com Lúcia em meus braços, subindo os degraus com certa dificuldade, pois não queria derrubá-la. Ao chegarmos no segundo andar viro a esquerda e ando até a última porta do corredor: a porta do meu quarto. Ou antigo quarto que agora não tem quase nada meu, já que vivo no apartamento perto da escola. Apenas empurro a porta que estava encostada e entro no cômodo, logo largando o projeto de gente na minha cama e deixando a mochila na cadeira de minha escrivaninha. Viro pra pegar novamente a Lu para descermos e ela me olha sapeca.

- Laur , posso te perguntar uma coisa? – Ela fala com uma carinha inocente, tentando disfarçar o que falaria.

- Pode... – respondo incerta. 

- Você já beijou alguém? 

A frase se repetia como um eco em minha mente, me deixando apavorada com a fatídica resposta: sim. Mas eu não diria isso pra minha irmãzinha.

- Nã-ão, por que? – Pergunto com a voz trêmula. 

- Ah, é porque tem uma pessoa que eu to gostando,  e ela queria me beijar e ela simplesmente tocou a boca dela na minha... – Ela terminou de falar toda vermelha de vergonha. O alívio fez minha respiração que eu nem percebi que estava presa sair

-  Ah, então é isso.... E aí?  O que você achou?

- foii...bom... – ela disse se encolhendo e cobrindo o rosto com as mãos devido ao seu embaraço.

- hm, então quer dizer que você já beijou ein!? Quem?- indaguei curiosa. A minha irmãzinha já beijou e eu não tinha beijado até outro dia... Espero que o Glenn não descubra, senão ele vai me zuar pro resto da vida. 

- Tobb. – se  antes ela estava escondendo o rosto entre as mãos agora ela queria abrir um buraco no chão e se enterrar. Porém  vi seu sorriso, indo de orelha a orelha por trás de suas mãos. 

- Ownnnnnnn, minha bebê já beijou o crush! – exclamo animada demais, afinal eu shipo muito esses dois, sempre achei que eles se gostassem! Em um segundo eu a pego no colo e começo a rodar pelo quarto e ela simplesmente ri da minha afobação. 

- Paraaaa. Eu não sou seu bebê. – me repreende. – E a gente devia estar jantando,  vamos antes que aqueles ogros acabem com a comida. 

- Você sabe que a Gabi e o Edmundo são nossos irmãos né? E se eles são nossos irmãos eles também são o mesmo que a gente. – Constatei enquanto abria um sorriso de canto.

- Sei, mas eles são ogros mesmo. Agora ande cavaleira, e leve a sua linda princesa vulgo eu. – Ela empinou o nariz de manteve a pose de madame metida. 

- Ok, vamos antes que eles comam tudo. – Assim que disse desatei a correr com a Lu em meu colo descendo as escadas, passando pela sala e finalmente chegando na copa da cozinha. Minha mãe ainda está no fogão fritando alguns peixes para nós, e meus irmãos estão sentados na mesa assistindo a novela das sete. 

- Laur, para de ficar no mundo da lua e me solta! Quero ver o que vai acontecer com a Lorena. – ela pula de meu colo para o chão, para então puxar uma cadeira e se sentar junto com os outros. – Vem logo Laur, - diz batendo com a mãozinha no assento do seu lado. – tá perdendo a parte boa!

Não respondo, eu puxo a cadeira do seu lado e me sento em silêncio, tentando aproveitar ao máximo a companhia deles. Isso soa como uma coisa difícil de se encontrar ultimamente: paz.

 

...................................................

 

 Pamela POV

 

Paz. 

 

Paz é tudo o que eu quero. Mas o que é a paz? Acho que nunca realmente a experimentei. É estranho querer sentir algo que você não conhece?  Tem pequenos momentos em que eu acho que finalmente encontrei a paz atrás de um sorriso, mas como eu disse: pequenos momentos. Depois sou jogada no caos novamente,  não sei o que sentir. Tem coisas que são permanentes, porém a maioria não é. Será que aqueles pequenos momentos foram realmente um tipo de paz ou um caos racionalizado, ou um esquecimento momentâneo ? 

Esse definitivamente não é um momento bom, não sei dizer o que é, acho que  estou numa vala bem funda de depressão. 

- É melhor levantar da cama Pamela Anderson, hoje o dia não está pra brincadeira. – Disse pra mim mesma cortando o silêncio de meu quarto. Ainda olhando para o teto, depois de vários minutos já acordada. Tateei a mesinha da cabeceira e peguei meu celular pra ver o horário, me surpreendo ao ver que já são 8:30. – Parece que você se atrasou ein..... Que feio . 

Levantei me arrastando da cama até o banheiro, girei a torneira e lavei meu rosto. Eu até poderia me gabar e dizer que estou bonita,  como a Pamela Anderson deveria ou está suposta a fazer, porém vejo apenas olhos vazios num rosto triste, algo que eu preciso consertar para que as pessoas me aceitem do jeito que eu “sou”.

Encaro o meu eu verdadeiro enfrente ao espelho, olho em busca de respostas, mas nada vem à cabeça. Talvez simplesmente não exista essa tal resposta. Bom, é melhor eu ir preparar meu café, já que filosofia barata não enche estômago. 

Saio do banheiro e desço as escadas indo em direção a cozinha,  vejo o jardim através do vidro que separa a escada do lado de fora. Minha casa tem um estilo bem moderno, tudo das últimas coisas lançadas, que todo esse dinheiro pode comprar. 

- Bom dia Steven. – cumprimentei o urso de pelúcia gigante que deixo sentado na cadeira da copa. Ele está nesse mesmo lugar desde o que aconteceu. Ele torna as coisas um pouco menos solitárias, ou pelo menos é o que eu digo a mim mesma. – Você não vai acreditar, eu perdi o horário e a aula já começou,  mas não tem problema. – falei enquanto me dirigia aos armários para pegar a frigideira e os ovos. Botei a panela no fogão embutido no mármore da bancada, e continuei conversando de costas pra ele. – Hoje irei sair pra passear e pensar um pouco na vida. Não se preocupe se eu voltar tarde, vou te fazer companhia quando chegar.

Terminei de fritar os ovos, peguei um prato e fui me sentar ao lado de Steven. Hoje a dona glória, minha segunda mãe e empregada da casa não viria. Ela disse que ia fazer um exame já que não estava se sentindo muito bem, então acabei dando alguns dias de folga pra ela.

- É Steven... Só teremos dona Glória semana que vem. Isso é muito tempo... – Disse sorrindo fraco. – Espero que ela esteja bem. – Suspiro.

Fico de pé, e pego o prato que  sujei e lavo. Como Glorinha só vai voltar semana que vem não posso deixar a louça pra ela lavar. É melhor eu ir logo, essa casa é muito quieta e dá espaço pra pensar no indevido: Lauren.

Subo até meu quarto,  com meu destino em mente. Troco de roupa ponho uma calça jeans e visto um moletom. Pego minha bolsa e nela coloco minha a máquina fotográfica,  além disso agarro o case do meu violino. 

Fui até minha mesinha de cabeceira e apanhei meus celular e todas as chaves, então andei até a garagem e destranquei o carro, entrei e deixei minhas coisas com cuidado no banco do carona. Fecho a porta do carro,  aperto o controle da garagem e abro seu portão fechando- o imediatamente depois de passá-lo e cliquei no outro botão para que esse abrisse o portão da casa.

Deixo minha playlist rolar solta pelo som do carro. No momento toca Alone do Bee Gees, acho que talvez não haja música melhor pro momento, ela expressa o que eu sinto.

I was a midnight rider on a cloud of smoke

I could make a woman hang on every single stroke

I was an iron man

I had a master plan

But I was alone

Sem querer ser injusta com a Justine e kendra, que são como irmãs pra mim, mas me sinto só. Sinto como se estivesse só no mundo, minha única família não liga pra mim, me culpa por tudo.

I could hear you breathing

With a sigh of the wind

I remember how your body started trembling

Oh, what a night it's been

And for the state I'm in

I'm still alone

And all the wonders made for the Earth

And all the hearts in all creation

Somehow, I always end up alone

Always end up alone

So I play (sha la), I'll wait (I'll wait)

'Cause you know that love takes time

(Living loves between the line)

We came (sha la), so far (so far)

Just the beat of a lonely heart

And it's mine

I don't want to be alone

 

 Me apaixonei pela Lauren, já faz tempo: 5 anos. Gosto dela há 5 anos, porém antes eu não conseguia admitir que gostava. Naquela época eu ainda tentava ser a filha perfeita. 

Well, since I got no message on your answer phone

And since your busy every minute

I just stay at home

I make believe you care

I feel you everywhere

But I'm still alone

 

Tentava chamar sua atenção mostrando que eu era inteligente, que eu era boa com instrumentos e desenhos, que eu escrevia bem.

I'm on a wheel of fortune with a twist of fate

'Cause I know it isn't heaven, is it love or hate

Am I the subject of the pain

Am I the stranger in the rain

I am alone

And is there glory there to behold

Maybe it's my imagination

Another story there to be told

So I play (sha la), I'll wait (The time)

And I pray it's not too late (This is)

You know we came (sha la), so far (so far)

Just the beat of a lonely heart

And it's mine

I don't want to be alone

 

Engava a mim mesma, dizendo que se eu fizesse tudo certo eu me tornaria merecedora de seu amor. Eu queria ser como as outras crianças,  ter um pai atencioso e uma mãe viva. Queria poder dar os meus trabalhos de dias dos pais para ele, e dar as coisas que eu preparava pra ela também .

And all the wonders made for the Earth

And all the hearts in all creation

Another story there to be told

So I play (sha la), I'll wait (I'll wait)

'Cause you know that love takes time

(Living loves between the line)

We came (sha la), so far (so far)

Just the beat of a lonely heart

And it's mine

I don't want to be alone

 

E bem... Imaginei que pra ser a filha perfeita do senhor Marcus Anderson, eu teria que ser hetero. Eu sei que é bobagem, mas fazia muito sentido na época. Já não me importo tanto agora.

 

 

Gone, but not out of sight

I'm caught in the rain and there's no one home

Face the heat of the night

The one that you love's got a heart that's made of stone

Shine and search for the light

And sooner or later you'll be cruising on your ocean

And clean out of sight

I'm caught in the rain and there's no one home

Face the heat of the the night

The one that you love's got a heart that's made of stone

Shine You search for the light

And sooner or later you'll be cruising on your ocean

(I don't want to be alone)

 

O sinal fica vermelho e eu paro a BMW bruscamente. Acho melhor prestar mais atenção no trânsito. 

- Hm, já estou perto... – penso. O parque é à mais algumas quadras daqui.

 

Shine, And clean out of sight

I'm caught in the rain

And there's no one home (I don't want to be alone)

Face the heat of the the night

The one that you love's got a heart that's made of stone

Shine You search for the light

And sooner or later you'll be cruising on your ocean

(I don't want to be alone)

Shine, And clean out of sight

I'm caught in the rain

And there's no one home (I don't want to be alone)

 

 

Cheguei no parque ao som de pumped up kicks, desci e peguei as coisas que estavam no carro e fui a procura de meu banco favorito, o que foi bem rápido pois é bem perto de onde estacionei. Ele fica embaixo de uma cerejeira e é perto do lago. Deixei a bolsa com a máquina ao meu lado e tirei o violino do case,  logo o encaixando em meu queixo e pego o arco. Passo alguns segundos decidindo o que tocar. E de repente penso numa música, que é a escolha óbvia a se fazer.

Começo o ritmo da música once upon a december, um ritmo triste de um coração que carrega feridas mas ainda tenta, ainda é belo. Conforme  tocava mais pessoas apareciam para me ouvir, elas pareciam gostar e algumas até deixavam dinheiro no case. Não que eu precise de dinheiro,  mas fico feliz pelo apoio. Aprender piano e violino certamente foi uma das melhores coisas que eu pude fazer por mim mesma, meu empenho em ganhar o amor do meu pai até que não foi de todo ruim.

E assim horas se passaram entre várias músicas para todos os estilos e gostos. Decidi que era hora de parar de tocar e fazer outra coisa,  seja caminhar ou fotografar, ou até mesmo comer já que é 13:00. Guardo o violino no case e pego bolsa e ando em direção à saída do parque e vou numa lanchonete ali perto chamada Wendel’s. Já sou cliente nesse lugar há séculos, e conheço os funcionários daqui, embora sempre haja um rosto novo tem alguns que trabalham aqui há anos. Abro a porta e escolho uma mesa mais no canto, enquanto isso espero que alguém me atenda.  Gabriela se surpreende ao me ver ali sentada e logo abre um sorriso, das pessoas que trabalham aqui ela é a melhor,  é a com quem mais converso.

- Oi! – Falo enquanto aceno timidamente. 

- E aí Andy,  tudo bem? – Pergunta simpática. – O que você vai querer? Hoje a gente tem o seu prato favorito disponível,  vai querer? – O sorriso ainda está estampado em seu rosto. Eu a admiro, ela é muito forte, cuida da família sozinha, ao contrário de certas pessoas. 

- To bem.... E eu vou querer sim. – Respondo evitando um pouco o seu olhar, ela sabe quando eu estou mentindo. 

- Se você quiser conversar sabe que pode contar comigo. E as crianças tão com saudades de você,  eu gostaria que você nos visitasse algum dia desses. – Falou com ternura. 

- Eu vou te visitar e vou levar alguns jogos novos comigo. – Disse devolvendo o carinho e consideração que ela tem comigo. Estou louca pra ver essas crianças de novo,  elas são umas gracinhas.

- Hey, não vá mima-los que depois quem tem que aguentar sou eu. – ri  com sua constatação. – E já volto com seu pedido. 

Ela saiu e eu fui conferir o celular,  eu não vejo a caixa de mensagens desde ontem anoite. Notei que havia várias ligações e mensagens de Justine e kendra, elas provavelmente estranharam eu não ir pra escola. A escola é bem melhor que a minha casa, então que estejam preocupadas com meu “ desaparecimento”.  Mando mensagens pras duas avisando que estou bem e que resolvi passear hoje. Depois disso o almoço chegou,  além de comer bati papo com a Gabriela e ela notou que eu não estava muito bem e acabou não aprofundando o assunto. E então paguei a conta e me despedi. Retornei ao parque e comecei a vagar por lá e tirar fotos, e elas estavam maravilhosas. Cheguei ao outro extremo do parque e me sentei num banco, em seguida peguei o celular e os fones e botei a playlist pra tocar. Enquanto pensava sobre as coisas complicadas em minha vida eu a vi, ela estava olhando diretamente pra mim: estática. 

- Lauren? – Chamei, mas ela me ignorou e virou para o lado oposto indo embora dali. Na pressa de alcançá-la peguei minhas coisas correndo e consegui a alcançar antes dela entrar no prédio. Segurei seu pulso com receio,  não queria machucá-la, mas não quero que ela me trate assim, que me ignore quando falo com ela. – Hey, por favor não me trata assim... Eu... eu não menti pra você.  O que aconteceu foi ap... – quando ia terminar de falar ela me cortou agora me encarando com raiva. 

- Apenas um mal entendido né?!  Aah sim,  mas qual parte foi o mal entendido?  Você estar com ela ou gostar de mim? – Ahnn? Do que ela tá falando,  é lógico que eu gosto dela! – Me  poupe de suas mentiras, nenhum popular quer ficar com uma nerd! – não me aguentei como ela pode achar isso?  

- Mas eu gosto de v...- mal terminei de falar e fui interrompida de novo. 

- Para! Você queria apenas me usar pra me zuar pelas costas como todos os outros. – se exaltou.  Como ela pode me julgar tão baixa? Eu sou esse monstro todo pra ela? Um nó se forma em minha garganta, ela me considera mais baixa que um estuprador, seu desprezo volta a me esmagar, e sinto falta de ar.  Uma lágrima escorre contra a minha vontade. 

- Eu nunca faria isso contigo, você não entende!  eu gosto de você,  me deixa explicar. – Disse já chorando e quase implorando. 

- Não quero ouvir nada o que você tem a me dizer. Não vou me deixar ser iludida por você. – Ela puxou seu braço de forma bruta quase me levando ao chão. Ela saiu correndo e entrou no prédio me deixando ali sozinha chorando. 

Andei todo o percurso até o carro com pessoas me encarando na tentativa de entender o porquê de uma pessoa estar chorando tanto sozinha no meio de um parque. E eu, ah eu não estou nem aí. E posso chorar o quanto quiser,  e se alguém da escola me ver assim foda-se,  foda-se essa imagem de Pamela Anderson,  a abelha rainha. Estou cansada,  não acho que ninguém irá me zuar. Antes eu tinha esse medo, por ser órfã de mãe,  pelo meu próprio pai não ligar pra mim e na verdade sentir aversão a me ver, então construí a Pamela Anderson,  uma garota com quem ninguém mexeria. Nunca humilhei alguém pra chegar aonde estou, mas eu usei minha influência,  dinheiro e beleza. E logo ninguém ficou me perguntando por meus pais não comparecerem a nada, era só falar que eles estavam viajando e quem não acreditaria, minha família tem muita grana. Ninguém de lá sabe que eu sou órfã além de minhas amigas.

Entrei no meu carro, e enfiei tudo que qualquer jeito no banco ao meu lado. Foi um desafio dirigir com a visão embaçada de tanto chorar, porém cheguei bem rápido em casa, e entrei na cozinha pegando o Steven.

- Vem garoto,  eu disse que quando eu chegasse eu lhe faria companhia. – Falei e o apertei em meus braços. 

 

 


Notas Finais


Eu sei que o capítulo foi triste, espero não ter deixado ninguém muito bolado. Eu prometo que vai ficar melhor, ela passar por isso é necessário pro que vou fazer. Até o próximo capítulo.


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