Clark avistou a cratera de longe. Pediu o binóculo ao escudeiro. "É ali" pensou ele. O território ao redor da cratera diferia bastante da vegetação que haviam encontrado até ali. No caminho viram arbustos gigantes, pinheiros minúsculos, roseiras pretas, etc. Também encontraram animais, dos mais dóceis aos mais ferozes. Mas ali era diferente. Uma espessa grama preenchia o perímetro do enorme abismo circular agora à frente deles. Os bichos pareciam querer evitar aquele lugar, apesar de transmitir uma leve sensação de calmaria e paz. Uma brisa suave agitou os cabelos de Clark e a barba de seu escudeiro menino.
- É aqui, não é? - Perguntou o garoto.
- Sim - respondeu Clark - ela está atrasada.
Caminhou até a borda da cratera. Puxou uma moeda do bolso e lançou-a, esperando algum som de resposta. Esperou, esperou e esperou, até finalmente ouvir. Era um helicóptero.
- Rose chegou! Clark, é a Rose!!
- Maldita... - resmungou Clark.
A moça loira no helicóptero acenou para os dois, jogando em seguida uma escada de corda. Apenas o garoto barbado acenou de volta. Subiram depressa. Rose abraçou o garoto com tanta força que ele ficou roxo.
- Senti tantas saudades, meu pequeno garoto barbado! - falou ela, quase choramingando.
Finalmente cumprimentou Clark.
- Enfim, pude finalmente conhecê-lo, Clark LaFlamme! - apertou sua mão.
Ele, por sua vez, apenas retribuiu o aperto. Olhava pela janela do helicóptero apreensivo, temendo algum imprevisto. Rose tentou acalmá-lo dizendo que já estavam fora do alcance da patrulha e que ela os despistara com sucesso. Enquanto falava, porém, ouviu o som de um míssil sendo atirado. Clark estava certo.
Ao longe, a esbelta silhueta de uma mulher podia ser vista, enquanto o míssil se aproximava.
- Margoh... por favor... - suspirou Clark. Sua fisionomia deixava bem visível o desespero que ele sentia no momento.
- Ela errou, ela errou! - gritou o garoto barbado.
Rose olhou pela janela, a moça chamada Margoh preparava mais um míssil. - Peguem os pára-quedas!! - gritou ela.
Clark não se moveu, fitava o chão como se estivesse em transe.
- Precisamos pular agora, Clark - Rose tentou convencê-lo - ou essa mulher vai nos matar!
- Ela vai me matar, de um jeito ou de outro... - gemeu ele enquanto o garoto tentava atar o pára-quedas ao seu corpo, sem sucesso - E se pularmos, a cratera agora está bem abaixo de nós, estaremos mortos de qualquer forma.
- Não temos tempo pra isso - Rose ainda gritava - VAMOS!!
E pulou, arrastando Clark e seguida pelo garoto barbado, pouco antes do míssil transformar o helicóptero em uma imensa nuvem de destroços e fogo.
Margoh observou os três fugitivos pularem em direção à morte, com um sorriso malicioso no rosto. Seu denso cabelo cacheado escondia seu olhar, mas se pudessem ser vistos, deixariam aparente o melhor sentimento da vida dela: o de uma vingança bem sucedida.
- Os Maus devem penar, meu amor! - e foi embora, cantarolando.
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