História Uma história contada por Rômulo - Uma história contada por Rômulo

Sabe quando você está de cabeça de quente? Você pensa em tomar várias decisões. Meu pai Fáustulo, sempre me dava conselhos, foi à pessoa que me conheceu de verdade, e não me julgava pelo meu jeito, ele entendia o meu lado, e sempre me falava pra nunca tomar alguma decisão de cabeça quente, ele me ensinou que depois da raiva, briga ou discussão, é que nós percebemos o que fizemos ou o que falamos, e quando caímos em si, já é tarde demais. Fáustulo não era o meu pai genético, ele criou a mim e ao meu irmão gêmeo, Remo. Pra entender bem minha história, precisamos voltar a muito tempo atrás.

No ano de 1400 a.c. os gregos destruíram a tal famosa cidade de Tróia. Logo então, os deuses Júpiter e Vênus protegeram o herói Eneias, que conseguiu fugir para a região da Península Itálica e ali criou a cidade de Lavínio. Tempos depois, seu filho Ascânio fundou o reino de Alba Longa. E agora começa a minha história.

Meu avô Numitor, tinha um irmão mais novo cujo nome era Amúlio, ser ambicioso era uma das suas características, então para tomar o lugar no trono, Amúlio preparou um grande golpe contra Numitor e o lançou ele e sua filha Reia Silvia, minha mãe, ao um cativeiro, e tirou a sua castidade, sendo assim ela não poderia engravidar, e ele não perderia o seu lugar no trono. Então o deus Júpiter a seduziu, e ela engravidou de dois meninos gêmeos, Rômulo e Remo.

Ao descobrir que eu e meu irmão tínhamos nascido, meu tio Amúlio ficou bastante furioso e nos colocou em um rio chamado Tibre, onde uma loba nos encontrou aos prantos, elas sentiu compaixão e nos amamentou, logo depois um camponês nos encontrou e decidiu juntamente com sua esposa nos criar.

Quando ficamos adultos, meu irmão Remo entrou em um conflito com uns pastores vizinhos, o que levou meu tio a prendê-lo. Fiquei muito estressado com essa situação, então passei meses me preparando para libertá-lo, e em um dia senti-me pronto e fui. O que me levou ir até lá, não foi só o amor que eu sentia pelo meu irmão, mais pelo desejo de vingança, pois já adulto descobrir tudo o que meu tio tinha feito a minha família, então deixei o ódio subir a cabeça e fui até o palácio, entrei pelas portas destemido, fui diretamente ao  quarto de Amúlio, e ao chegar o encontro despido, banhando-se, puxo minha espada que estava presa a minha cintura e o mato com 50 esfaqueadas, pra ser mais específico, dei 20 esfaqueadas em seus pés para que ele sinta a dor que meu avô sentiu descalço, pisando em pedras que o feriu, seguindo de 20 esfaqueadas em sua barriga para que ele sinta a dor que minha mãe sentiu ao perder sua castidade, e 10 em seu coração por não ter sentido remoço de todas as maldade que fez contra a própria família. Depois que percebi o que eu tinha feito, já era tarde demais, então me desesperei, e fugi daquele quarto, corri até o cativeiro, mas ao chegar só encontrei meu irmão e meu avô, então eu libertei e nos fugimos para casa de Fáustulo, meu pai de criação. 

Após a morte do meu avô, tivemos permissão para fundar uma nova cidade próxima às margens do rio Tibre. Após que decidimos a região, fomos ás proximidades dos montes Aventino e Palatino. Meu irmão tomou para si Aventino depois de observar seis abutres sobrevoando o seu monte. Eu observei doze aves próximas ao monte Palatino, então fui abençoado pelos deuses. Até ai, estava tudo indo bem, eu e meu irmão tínhamos um ótimo relacionamento.

Quando eu recebi a benção ele se voltou contra mim, discutíamos sempre, ele falava que eu sempre quis ser melhor que ele, que queria toda a atenção dos deuses, e sempre me perguntava que sacrifício eu tinha feito para conseguir a tal benção, e nada do que eu falava para acalmar a situação resolvia, vi a hora de acontecer algo pior, pois Remo estava tomado pelos ciúmes, então decidir dividir as nossas terras, e eu o disse para ir fazer a vida na terra que a ele pertencia, e eu ia tocar minha, assim não haveria mais discussão, de início ele aceitou, mas depois eu não sei o que aconteceu, só sei que ele comandou um ataque aos moradores do meu território, aquilo gerou uma raiva em mim, e eu não conseguir me controlar, saí desesperado e furioso de encontro ao meu irmão, disse umas boas verdades, eu, cheio de raiva, no momento o fiz chorar, e aquilo era pra ser o bastante pra mim, mas não foi, quando ele virou as costas puxei a espada e o esfaqueei pelas costas, e minhas últimas palavras para ele foram:

- Sentiu isso? Essa foi à mesma dor que senti quando descobrir o que tinha feito comigo por causa de uma maldita benção.

Não queria que terminasse assim, depois do que fiz, as palavras de Fáustulo me fizeram efeito, é fácil matar quem você odeia, difícil é matar quem você ama.

Depois de meses abalado com o que fiz, me tornei o rei de Roma, o que foi bastante difícil pra mim, pois não estava preparado para assumir um grande cargo. Logo após da chegada dos primeiros moradores de Roma entrei em um conflito com Tito Tácio, o rei dos sabinos. Por fim, aceitei a unificação dos territórios que definiram os primeiros limites da cidade de Roma.