História Uma história de amor e música - Da festa do estúdio para a festa da piscina parte 1

O intervalo de trabalho durou um pouco mais do que o programado uma vez que depois da zona que o pessoal fez, liderado por Angie e Shawna, todos tiveram que fazer uma bela faxina antes de continuar, embora houvessem pessoas contratadas para aquele serviço, a empresária do grupo tinha certo senso de responsabilidade sobre suas próprias bagunças. Claro que Milla preferiu ficar encostada contra a parede enquanto observava os outros arrumando o mundo de latinhas, garrafas e papeis. Parecia que apenas naquele momento Angie percebera que não tinha mais quinze anos e que não podia mais se dar ao luxo de fazer uma zona de vez em quando.

-Quase não reconheci a Angie agora a pouco. -Jimin cochichou já que o proibiram de ajudar na faxina.

-Isso porque você não a conhece a muito tempo. -Lewis falou sentando ao seu lado já que por causa da dor no braço não poderia fazer nenhum esforço extra. -Essa garota é como uma cópia da Anna, até o temperamento.

-A Milla me disse que ela cantava e dançava. Como ela largou tudo para virar produtora musical? -Jimin perguntou mais interessado ainda.

-Por causa da Anna. -Lewis olhou na direção da loira que corria atrás de uma barulhenta Katia, uma das backing vocal com uma vassoura na mão por esta ter pisado onde ela estava varrendo. -A Angie já tinha uma carreira bastante promissora, mas decidiu que a Anna teria mais chances se tivesse alguém como ela por perto.

-Ela desistiu de tudo por causa da Anna? -Jung-kook perguntou assustado. -Por quê?

Lewis deu de ombros e, por um instante ficou observando as duas enquanto teimavam por algo trivial.

-Será que é crime abrir mão dos próprios sonhos e da própria felicidade por alguém que amamos? -por fim ele perguntou e os dois mais novos se entreolharam.

Mais algumas músicas depois, com uma Anna um pouco mais eufórica que o normal e sem Lewis na guitarra, Milla decidiu que seria melhor acompanhar os mais novos até em casa só para garantir que a amiga não tivesse alguma ideia louca que metesse os meninos em confusão.

Quando chegaram à casa ouviram já de longe música muito alta. As meninas se entreolharam confusas.

-Os outros ainda devem estar na piscina. -Kookie explicou. -Embora eu ache que seja um pouco tarde.

-Melhor ainda! -Jimin falou enquanto pulava para fora do carro e corria em direção ao jardim.

-Gostei desse pequeno! -Milla falou achando graça.

-Venham! -Kookie convidou. -Vamos para a piscina também.

As duas garotas o seguiram e viram como Jimin mal tinha tirado os sapatos e já tinha pulado na água.

-Como omma-Jin permitiu isso? -Kookie perguntou enquanto procurava com os olhos pelo mais velho. -Jin!

-Ei, pessoal! -Jin acenou de dentro da água. -Olhem quem chegou!

Quando os garotos viram Anna chegando saíram correndo em sua direção sufocando-a com um abraço coletivo.

-Pensamos que você não voltaria mais! -choramingou Suga de brincadeira.

-Noona! -Namjoon a abraçou com força levantando-a do chão. 

-V-vou sufocar assim! -ela gemeu em meio a tantos braços e abraços.

Milla caminhou até uma cadeira preguiçosa e deitou-se.

-Não posso molhar meus dreads. -falou divertidamente. -Fiquem à vontade para detonar com a roupa de couro dela.

-Vamos jogá-la na piscina! -Jimin gritou.

-E-eu não sei nadar! -Anna tentando soltar-se a fim de escapar.

-Eu te ensino! -Kookie falou rapidamente e Anna deu uma risada.

-Eu não aprendi em dezesseis anos, não tem como eu aprender em algumas horas. -ela explicou.

-Deixa de ser chata, Anna! -Milla brincou. -Troca de roupa e vai se molhar um pouco.

Ela pensou um pouco então resolveu tirar apenas as botas, arregaçar as pernas das calças e sentar-se na beira da piscina.

-Que folgada! -Milla murmurou enquanto pegava um coquetel colorido que lhe foi servido.

Anna só mexia os pés na água enquanto observava os meninos que pulavam feito crianças. Suga sentou-se ao seu lado com um olhar travesso.

-O que está tramando, hein? -ela perguntou com um olhar desconfiado. -É sério, eu não sei nadar. Morro de medo.

-Não estava pensando nisso. -ele se defendeu. -Como foi o ensaio?

-Tranquilo. Na verdade, bem mais legal do que eu tinha imaginado. E vocês? O que fizeram?

-Praticamos um pouco antes de extravasarmos nossas energias aqui. -ele respondeu dando um sorriso enorme.

-Quer dizer que vocês estão o dia inteiro entrando e saindo da água?

Ela pegou as mãos do amigo e viu que seus dedos estavam cheios de pequenas rugas.

-Vocês parecem crianças. -ela sorriu. -O que me faz lembrar de algo.

-O quê? -ele perguntou curioso.

-Que eu tenho que preparar um presente para cada um de vocês antes de ir embora. Eu acho que depois de Busan não terei mais muito tempo para ficarmos juntos.

-Anna, não fala assim. -o rapaz fechou a cara. -Desse jeito parece até que você está dizendo que tem uma doença terminal e que vai morrer. O fato de você voltar para casa não significa que vamos te esquecer. Se depender de mim vou te ligar todos os dias.

Ela sorriu puxando as bochechas dele e o garoto passou o braço pelos ombros dela.

-Você está esquecendo que moramos em lugares com fusos horários diferentes. Dependendo do horário que você ligar eu posso estar dormindo.

-Melhor ainda. -ele brincou. -Eu adoro a carinha que você faz quando acorda.

-E eu adoro te ver dormindo. -ela falou lembrando-se de quando o conheceu.

A música continuava alta e os garotos brincavam feito crianças na água que às vezes espirrava em Anna enquanto Milla esforçava-se para não ser atingida.

-Vou tomar água. Comi muito doce hoje. -ela falou levantando-se e subitamente voltando-se para o amigo. -Você gosta de brigadeiro?

-Não tenho ideia do que seja, mas se você gosta então eu topo.

Ela sorriu para ele.

-Depois eu faço alguns para você.

E saiu para dentro de casa. Em quase um mês sequer tinha saído para lugar algum então não sabia se nos supermercados coreanos ela poderia encontrar os ingredientes para fazer brigadeiro, mas por outro lado, se Angie conseguira encomendar, então talvez ela também conseguisse. No momento, só precisava tirar aquela calça incômoda e se hidratar caso contrário não teria voz pelo resto do ano.

Ao descer as escadas foi em direção à cozinha, usando um short destroyer que ela encontrou por entre as diversas roupas que Angie lhe trouxera. Não era bem o seu estilo, mas pelo menos, não estragaria suas roupas caso os meninos insistissem em arrastá-la para dentro da água. E como não sabia nadar, sequer havia cogitado em levar roupa de banho. Por falar em roupa de banho, não deixara de notar que os meninos ficavam muito bem de shorts e cabelos molhados.

Enquanto enchia um copo de água, sentiu um par de braços que a enlaçavam pela cintura e lábios em seu pescoço que lhe faziam arrepiar a pele.