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História Uma história de Naruto: o último Uchiha - CAP. 6 - De mal a pior: aprendendo a dar a volta por cima


Escrita por: KaiUchiha

Notas do Autor


Nesse capítulo:

Kai tenta se acostumar com a ideia de ser um Uchiha, mesmo com as contradições em sua mente. Com isso, ele deve aprender a aceitar a nova condição imposta e mesclar ao seu recém-descoberto jeito ninja.

Capítulo 7 - CAP. 6 - De mal a pior: aprendendo a dar a volta por cima


Fanfic / Fanfiction Uma história de Naruto: o último Uchiha - CAP. 6 - De mal a pior: aprendendo a dar a volta por cima

Há uma semana atrás, eu nem família tinha. Hoje, sinto a perda de dezenas, talvez centenas, de pessoas que nem cheguei a conhecer. Mesmo assim, ainda relutava em usar aquele casaco com o símbolo do clã nele. Ia para meu treinamento sempre com ele amarrado à cintura e assim ficava. Parecia algo de outro mundo, era realmente difícil digerir assim tão rápido.

Partindo de casa para mais um dia, hoje um dia livre. Ainda me perguntava porque meus companheiros de equipe andaram estranhos comigo durante essa semana, mas voltaram ao normal há dois dias atrás.

Nossos treinamentos vem sido bem mais difíceis que antes. O Estagiário queria que eu consegui controle completo sobre o Sharingan, dizendo que ainda tinha muito o que aprender sobre como usar. Por outro lado, Chris e Elba sofriam ao ter que fazer um treino mais difícil só para que eu não ficasse como o mais favorecido. A inteligência que Chris desenvolvia chegava a dar raiva.

Mesmo com esse novo poder, eu parecia estar ficando para trás. Tinha que me impor como eu mesmo, assim como fiz várias vezes antes, assim como provei que era o melhor da turma em lançamento de shuriken. Só durante essa semana que fui saber que essa técnica era especialidade Uchiha. Era o clã interferindo discretamente. Mas, claro, ainda faltava muito pra que eu chegasse ao nível do Sasuke. E por falar nele, mantive sua aparição totalmente em segredo. Até mesmo levei um susto andando na rua ao ouvir alguém citar seu nome, pensei ter dito sobre ser me dar conta disso, mas fiquei tranquilo ao lembrar que realmente não abri o bico sobre ele.

Bem pela metade da tarde, parei em em uma loja para comer um espetinho doce, como um pequeno lanche. Algumas poucas conversas eram mantidas ali pelas pessoas sentadas nas mesinhas ao ar livre em frente às pequena lojinha. Vi até mesmo um cara com um cachorro do tamanho de um tigre ao lado dele.

Comendo meu espetinho, notei que havia uma mulher de cabelos roxos que se deliciava com cada vez mais espetos, formando o símbolo da Folha ao fincar os pedaços de madeira na parede com tantos que comeu. Ri, incrédulo, olhando isso. Até que alguém pede pra aumentar o volume do rádio e a maioria das pessoas presta atenção:

- Atenção todos os residentes da zona leste da Vila da Folha: evitem sair às ruas. Fiquem em casa e não abram a porta para nenhum estranho. Um grupo de bandidos recentemente presos escapou. Podem estar justamente perto de sua localização. Repetindo, não abram a porta a estranhos e evitem sair ao máximo.

O cara com o cachorro grande e seu amigo estranho de óculos escuros se levantam e correm naquela direção. Segundos depois, a mulher que se deliciava com os espetos sai correndo também.

Pensando comigo, poderia ser o pessoal que prendemos semana passada. Paguei pelo meu espeto e corri atrás deles, querendo saber se eram os caras de antes. Depois de ver mais alguns pouco ninjas se juntarem à corrida do cara com o cachorro, eles param em uma espécie de praça. Lá, esse mesmo cara chega lutando com seu cachorro contra uma marionete de um gato gigante. Só então percebi que ele era um Inuzuka. Já do estranho de óculos escuros, saem insetos e mais insetos em uma luta contra um besouro gigante de madeira.

Olhando mais em volta, vejo a principal herdeira Hyuuga, Hinata, lutando contra várias marionetes de capas pretas. Em volta de seus braços, brilhava uma espécie de fogo azul com o rosto de leões. Mais ao lado, um cara de roupa colada verde com polainas laranjas derrotava vários homens de madeira com socos e chutes, gritando animado. Por fim, mais outra pessoa chega, pelo lado oposto ao que eu estava escondido em cima de uma caixa d'água. Esse usava um casaco laranja e calças pretas e tinha cabelos loiros esperados, além de marcas nas bochechas: era o palhaço do Naruto. A manga do braço direito do casaco balançava vazia, enquanto ele lutava com as pernas e o braço esquerdo.

Naruto faz um sinal de cruz com dois dedos da mão e vários clones aparecem. Então ele imitou, na verdade, o sinal de mãos para o Kage Bunshin No Jutsu (Jutsu Clones da Sombra)! Esse estúpido... Como ele consegue com uma mão só...? Voltando, os clones começam a enfrentar outras marionetes em forma de animais. O verdadeiro enxerga um caranguejo gigante como aquele que enfrentei com a minha equipe e eu sinto um poder grande se juntar quando ele estende a mão para o lado e ali surge uma esfera laranja feita de chakra com incontáveis espirais aleatórias dentro dela e uma grande shuriken da mesma cor em volta. Ele pula e lança aquilo gritando:

- Fuuton (Estilo Vento): Rasenshuriken!!

Seu jutsu rasga o caranguejo ao meio, deixando ele destruído por completo, e segue em direção a uma onda de homens-marionete que chegava, explodindo e pegando todos eles com uma força descomunal. Muito vento se espalhou para todos os lados enquanto o jutsu fazia efeito. Quando passou, sobrou somente a cratera exatamente redonda da explosão. Konohamaru chega ao seu lado logo após, já ajudando também.

Enquanto isso, pelo canto do olho, vejo um homem de verdade correr pra longe em meio a várias marionetes, derrubando pessoas e várias coisas pelo caminho. Então, ele só poderia ser o que eu nocauteei na missão passada, já que ali estavam marionetes iguais às suas. Ao correr atrás dele escondido no alto dos prédios, enxerguei sua cicatriz de queimadura no rosto. Era mesmo ele.

Como um modo de aviso, saquei um punhado de shuriken em cada mão e lancei. Elas passaram como eu queria por suas roupas, fazendo cortes bem superficiais em sua pele. Ele para, olhando pra trás.

- Você de novo não!!!

Parei ajoelhado a sua frente. As pessoas na rua olham, todos parados esperando algum movimento. Ele corre pra cima de mim, já com uma kunai em mãos. Prevendo seu golpe com aquele espectro de antes, segurei seu braço com as duas mãos, puxando para baixo. Ainda assim, fui arrastado para trás por dois metros até apresentar resistência à força dele.

- Você parece que nunca vai parar de atrapalhar. Moleque estúpido! Se conseguir me parar dessa vez, é melhor me matar com esse seu Sharingan que não me assusta, pois meu próximo empreendimento será grandioso, não haverá espaço para você, Uchiha!

Nem tinha percebido que ativei o Sharingan. As pessoas que olhavam para a situação começaram a focar os olhares somente em mim, passando ao meu casaco caído no chão perto de mim. O brasão Uchiha podia ser bem visto ali. Não conseguia entender bem os olhares, mas não eram de aprovação para mim.

Esse foi o suficiente para o homem à minha frente se desvencilhar e me acertar um soco na cara, que me fez cambalear e meu sangue espirrar no chão.

- Guarde bem meu nome, Ningyotsukai Batoshin. Esse vai ser o nome da sua perdição. E o engraçado... Um dos meus apelidos é seu nome, Kai. - Levei outro soco dele.

Tenta revidar logo, pulo com um chute giratório, errando o golpe, pois ele se abaixa, e me acerta um ganho de contra-ataque. Quando paro, meio zonzo, lanço uma kunai, que passa fazendo um corte profundo e grande em sua bochecha, daqueles que ficam com cicatriz depois dos pontos.

- Ah! No devido tempo, vai aprender a me respeitar. - Ningyotsukai grita, tentando limpar o sangue que escorria em grande volume.

- Com essa cara feia e esse temperamento nervosinho? Difícil... - Zombei, passando a mão na boca pra limpar o sangue que escorria.

- Veremos.

Dava pra ver o imenso chakra que havia em sua mão, tudo pra me acertar um soco mortal. É nesse momento que uma parede de terra sobe entre nós, fazendo ele abortar o ataque. Parou confuso, procurando quem fez isso, mas antes de achar, recebe uma porrada tão forte do vento que bate de cara na parede de pedra, que se quebra toda com o impacto.

Chris aparece ao meu lado e Elba atrás de Ningyo, para abreviar esse nome horrível.

- Parece que você nunca fica longe de problemas, não é, mais novo Uchiha do mundo? - Chris dá um sorriso com uma sobrancelha levantada. - Mas vou te falar... Ainda não me acostumei a ver seus olhos com o Sharingan.

- Zoava tanto meus olhos brancos e ficou com olho de chapado. - Elba diz com tom de desdém, se aproximando do prisioneiro a frente.

Assim que abri a boca pra responder com algo bem maldoso, Ningyo se levanta andando com as mãos e girando, desferindo chutes contra nós três. Como ninguém esperava isso, fomos todos pegos e lançados contra paredes, carroças e caixas no meio da rua. As pessoas se afastaram um pouco mais. Ele saiu correndo assim que inúmeros Jounnin chegam e começam a perseguir. Três deles ficam para saber se estávamos bem.

- Ei, crianças! Estão bem? - Um dos superiores pergunta quando terminam de nos ajudar a levantar.

- Porra... Voei logo no lugar mais duro. Parede de concreto... - Reclamei, girando o braço de dor.

- Não tenho o que reclamar, fui no mais macio. Feno em cima da carroça. - Elba zomba de novo.

E mais uma vez, somos interrompidos na hora em que eu ia reclamar. Barreiras de marionetes de capas pretas nos bloqueiam pelos dois lados. Agora sim as pessoas correram pra longe, gritando. Os três Jounnin ficaram em volta de nós, como se nos protegessem. Sem hesitar, os homens de madeira partem pra cima, entrando em uma intensa luta corporal com os nossos protetores que não saíram da formação. Era óbvio que iriam nos proteger até o fim, mas eu não queria que ninguém se machucasse pra me proteger, então saquei duas kunais e parti para o ataque também, ao mesmo tempo que Chris e Elba.

- Não! Vocês são loucos?! - Um dos superiores grita.

- Possivelmente. - Respondo, cortando todo o tronco de uma marionete, destruindo ela.

Um dos Jounnin usa um jutsu de fogo, que pega vários homens de madeira. Decidi fazer igual, piscando pra esse Jounnin, destruindo vários também.

Então, uma marionete me pega pela gola da camisa e, não sei como, levanta voo comigo. Todos os seus companheiros de madeira abandonam a luta e seguem voando também. Minha equipe e os nossos protetores vão ficando cada vez menores enquanto subo, sendo levado por uma marionete. Nenhum deles teve reação ao ver que fui pego desse jeito, estavam surpresos demais.

Antes que fosse muito longe, dei um jeito de sair da minha camisa, me agarrando a ela no último segundo e pra pegar impulso e dar um chute certeiro na cabeça desse homem de madeira, arrancando seu crânio. Em meio à queda livre agora, consegui por a camisa de novo e olho ao redor. Nesse momento, vejo todas as marionetes convergindo para um ataque. Saquei uma kunai e peguei impulso na direção de um, atravessando com o corte. Desse, peguei outro impulso na direção de mais outro e mais outro, até que todos caíram inutilizados e eu sem saber como parar minha queda.

Quando tinha certeza de que iria me esborrachar de cara, bem perto do chão já, sinto alguma coisa me pegar e continuar voando para frente. Quando olho bem, um cara com uma espécie de roupa ANBU me carregava embaixo de seu braço. Mas o que mais impressionava era sua pele extremamente branca e que ele estava em pé em cima de uma coisa voadora. Parecia um... Um pássaro de tinta!

Essa cara voa comigo até minha equipe, perto do chão. Só então percebo a presença de outros dois pássaros atrás do dele. Um com o principal ajudante do Hokage, Shikamaru Nara, e outro com uma mulher de cabelos rosa que eu sei bem quem é: a mais forte do mundo e melhor ninja médica, Sakura Haruno.

Toda a Equipe Sete da qual Naruto fez parte é conhecida pela mundo, então o cara que faz os pássaros de tinta deve ser o tal de Sai.

- Você está bem? - O cara da pele extremamente branca pergunta. - Há algum machucado?

- Se houver, posso curar. - Sakura estende a mão com um brilho verde de Ninjutsu Médico.

- Não. - Todos nós falamos junto dos três Jounnin que apareceram pra nos ajudar.

- Então vamos, Sai. - Shikamaru apressa.

- Ok.

Os três pássaros de tinta voam pra longe, provavelmente caçando os fugitivos.

Os Jounnin se viraram para nós três.

- Acho que deveriam seguir o caminho de casa agora, crianças. Já passaram perto de muita confusão.

- É... Ainda mais esse garoto Uchiha. - As pessoas, que agora saiam dos estabelecimentos e casas, olhavam de esguelha pra mim.

- Será esse mais um delinquente desse clã que vai se voltar contra nós? - Uma voz de mulher pergunta em meio à pequena multidão.

- Eu sairia de perto se fossem algum deles ali. - Alguma outra voz se referiu a quem estava comigo ali no meio.

- Vem cá? Esse clã não tinha sido apagado da existência? Por que esse garoto ainda tá vivo?

Comecei a olhar em volta, somente para perceber que quase todos os olhares eram o mesmo. Os comentários não paravam de vir, cada vez mais maldosos.

Peguei meu casaco no chão e saí pulando por cimas dos prédios, deixando todos ali pra trás. Uma raiva ímpar passava por mim enquanto eu me afastava dali, cada vez mais. Nem mesmo sabia pra onde estava indo, só seguia o caminho pra longe daquele pessoal, com o casaco com o símbolo do clã na mão. Senti algo tão bom quando descobri que tinha uma família, mas agora, condenava os mesmos por estar sendo rotulado por suas ações passadas.

Parei em uma rua com pouco movimento, descendo para o chão, com o casaco quase arrastando na terra batida. Então, alguém passa e sinto uma mão me tocar de leve na perna. Quando me viro para olhar, uma garota passa correndo bem rápido e havia algo em sua mão. Olhando bem, eu conhecia aquele objeto na mão dela. Era minha carteira!

Usando o chakra nos pés, corri mais rápido pra tentar alcançar ela. Com a velocidade que atingi, parei na sua frente, mas a garota simplesmente correu para o outro lado. Parei novamente na sua frente, preparando um jutsu como aviso pra ela parar.

- Katon: Housenka no Jutsu (Estilo Fogo: Jutsu Flor de Fênix)!! - Propositalmente, as bolas de fogo bateram no chão aos lados dela, que não parou, ainda vindo na minha direção. - Ei, para! Essa carteira é minha!

Saquei uma kunai e corri pra cima dela, preparando para atacar quando estivesse perto.

Porém, quando eu já desferia o golpe quase acertando a kunai nela, alguém aparece e me dá um empurrão pra trás que me faz cair de bunda no chão.

A garota pula pra cima de um prédio e sai correndo por lá. Olho bem pra figura que me impediu de atacar a bandida e essa pessoa era Yakago.

- Ah, não! Agora lá se foi meu dinheiro... - Reclamei, me levantando.

- Fica calmo, tá aqui. - Ele estende a mão com meu objeto roubado. - O que estava pensando? Quase a matou.

- Eu só iria fazer um corte, nada de matar. Só queria meu dinheiro de volta. - Me justifiquei, guardando a carteira no bolso.

- Do jeito que você foi, acabaria matando a minha filha.

- Hein? Aquela era sua filha? Então por que ela me roubou? - Perguntei, incrédulo.

- Ela gosta de fazer travessuras, não é por mal. E... bom, eu nem poderia dar uma bronca nela, já que está desaparecida. - O rosto do Sensei ficou triste por um momento.

- Mas acabei de ver ela, como está desaparecida? - Não entendi o que ele queria dizer.

- Um dia você entende.

- Vou te ajudar a achar, afinal, é sua filha.

- Você não pode, ninguém pode. Só eu.

- Por quê? - Cada vez mais esse assunto me deixava intrigado.

A resposta não veio, apenas um silêncio incômodo. Até que o Estagiário de Sensei se vira pra mim, com outra expressão já:

- Do que estava correndo antes de parar aqui? - Ele pergunta.

- Só estava me afastando dessas pessoas que em tratam mal por causa do meu clã. Falaram cada coisa...

- E você vai se deixar abalar por isso?

- Não tenho o que fazer. - Dei de ombros. - Onde quer que eu vá falam essas coisas, assim não dá.

- É. É algo que você vai ter que aguentar, mas quer que seja assim sempre?

- É tudo culpa desse clã! Por causa deles, tô sendo desprezado, mais do que antes. A diferença é que eu procurava isso, com as travessuras. Mas agora... faço tudo certo e me olham pior ainda. - Joguei o casaco longe, que caiu com o brasão Uchiha amassado.

- Então mude isso. Trabalhe duro pra que parem de te olhar assim e te vejam como uma pessoas boa. Aliás, é melhor aceitar seu clã, é uma grande falta de respeito isso que você fez. - O Sensei vai falando e andando até o casaco. Pegou e o pôs nas minhas costas, me ajudando a vestir. - Eles podem ter culpa sim, mas ficar com raiva não muda nada. Agora cabe a você e Sasuke mudarem essa ideia, cada um de sua própria maneira.

As palavras dele fizeram efeito quase que imediato. Ele estava certíssimo, era minha responsabilidade mudar isso, trabalhar pra que fosse diferente. Fechei o casaco na frente, batendo nele pra tirar a poeira.

- Quero que me ensine um novo jutsu, então. Preciso aprender técnicas fortes.

- Boa! Tenho uma que parece ser perfeita pra você, já que diz que quer poder. Essa técnica aumenta muito até os atributos do seu corpo, só de aprender.

- E qual é? - Olhei animado, com um grande sorriso esperançoso.

- É o... - Yakago segura seu braço esquerdo e ali surge um relâmpago com chiado de muitos pássaros. - Chidori!!!

Dava pra ver o poder na mão dele, isso era incrível. Parecia ser algo como aquele tal de Rasenshuriken que vi Naruto fazer, claro que em menor nível, mas dava pra sentir a energia que emanava.

- Gostou? Bom, sua cara diz tudo. Tá olhando como se isso fosse um poderoso artefato de um deus. Fecha a boca que tá quase babando.

Yakago riu de mim, olhando aquela técnica poderosa. Ele fez com a mão para que eu me afastasse. Dei um passo atrás, mas ele continuou dizendo pra me afastar.

Quando fiquei a uma distância segura, ele continuou falando.

- Vou te ensinar o Chidori, mas o intuito é que você alcance isto. - Ele esticou a mão pra frente, fazendo o jutsu tomar a forma de uma espada. - Chidori no Ken (Espada Chidori).

- Uooou!!! Quando começamos com isso? - Perguntei ainda mais animado, quase pulando de alegria.

- Vem comigo.

Andamos até o seu super centro de treinamento, parando na floresta logo ao lado.

- Então? Como eu faço? - Segurei meu braço direito, já tentando fazer também.

- Você consegue focar seu chakra somente na palma da sua mão? - Yakago pergunta.

- Acho que consigo.

**********************************

Chega a ser engraçado de ver. Três clones, um para cada aluno meu, e dos três, o que tinha menos habilidade era Kai. Mesmo sendo um Uchiha, ele tinha muita dificuldade em entender o que eu dizia. Todos treinando ao mesmo tempo, procurando aprender, querendo mais força.

Chris aprendia com uma facilidade, mesmo que sua técnica não fosse grande coisa também. Era inteligente e treinava bastante, o que facilitava o aprendizado. Sempre conseguia aprender o que eu ensinava.

Elba não procurava nada que eu pudesse ensinar, ela só queria ficar mais e mais poderosa com sua própria gama de técnicas, que já era ótima. Era a mais centrada dos três e quase tão inteligente quanto Chris.

E aí vem Kai. Tinha vontade de aprender, mas sua técnica era ainda pior que a de Chris. Às vezes, dava raiva tentar ensinar algo a ele. Só conseguia as coisas pela tentativa e erro, nunca focava na teoria. Um idiota total, gritando consigo mesmo, tentando acertar.

Porém, todos tinham algo em comum: a falta de treinamento no controle do chakra. Era algo facilmente resolvido. Ao pôr-do-sol, finalmente dei a mesma dica a todos.

- Sabe o que falta para conseguir dominar essa técnica? - Todos pararam me olhando. - Um controle maior sobre o chakra de vocês. E só conseguirão fazer isso após esse treinamento.

Andei para uma árvore e comecei a subir apenas encostando os pés, parando de cabeça pra baixo em um tronco. O único a realmente ficar impressionado foi Kai. Os outros dois só ficaram levemente surpresos.

Com um pulo, desci e parei a frente deles.

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Como ele fez aquilo? Ah, agora teria que me ensinar.

- Se isso vai melhorar meu controle de chakra, me ensina logo. - Fiquei animado com essa ideia.

- Calma, primeiro você tem que saber o chakra deve ser focado na sola dos pés e...

- Tá, tá, sei... - Cortei sua fala, juntando chakra bem onde ele disse.

Antes que dissesse mais algo, corri para a árvore, quebrando o ponto onde pisei no tronco, o que me fez cambalear pra frente e bater de cabeça na árvore. Comecei a xingar e chutar a árvore com raiva.

Yakago se aproxima, quase que satisfeito com o que eu fiz.

- Hm. Tenta de novo. - Seu tom de voz era de desafio.

- Claro que eu faço. - Me preparei pra tentar novamente.

Mais uma vez, fui com o intuito de completar esse treinamento, que pra mim era frescura. Consegui subir como ele fez, dando uma escorregada em certo ponto, mas estabilizando rápido. Cheguei até o topo e de lá, saltei dando inúmeras piruetas em posição fetal. Fiz um pouso suave no chão, com uma expressão de total alegria.

- Disse que conseguiria!! - Levantei dois dedos em V pro Sensei. - Hihihi! Agora é hora do... CHIDORI!!!

- É melhor você continuar no treinamento da árvore, Kai. - O Estagiário tenta argumentar, mas como sou cabeça dura...

- Vamos ao jutsu logo, não tenho tempo a perder. - Apressei.

- Ok, né... Se você quer tanto tentar. Esses são os sinais de mãos.

Fiz exatamente como ele mandou, focando o chakra na mão. Nos primeiros trinta minutos de tentativa, nem teve efeito algum, só drenou meu chakra. A segunda meia-hora, fez umas faíscas estalarem. Por fim, uma hora e meia depois, mais faíscas aparecem e cada vez mais se juntam às iniciais. O chiado dos mil pássaros ecoa na minha mão, dominei aquele jutsu.

Minha primeira reação foi ficar atônito olhando pra aquela imensidão de poder letal na minha mão. Aquele brilho me hipnotizava naquela noite estrelada, brilhando mais que o céu. Era o grande trunfo de Sasuke Uchiha, eternizado mundialmente após a Quarta Grande Guerra Ninja, assim como o Rasengan de Naruto Uzumaki. Deu até vontade usar em alguém e ver o que causava.

- Eu não faria isso se fosse você.

- O quê? Como assim? - Fiquei intrigado, a ponto de levantar uma sobrancelha.

- Sei o que está pensando. - Yakago me olha, sério. - Não pense mais nisso. E eu falo sério.

- Ok... - Sem entender como ele sabia o que eu pensava, desfiz o jutsu.

- Preciso ir agora, espero que tenha entendido o recado. - O clone dele se desfaz.

Alguns segundos após, ouço som de folhas farfalhando por algo mexendo entre elas. Ainda bem ligado por causa do treinamento, saquei uma kunai em cada mão, ficando de guarda alta para o que fosse sair dali.

Então, Evans brota do meio de uma moita de uns dois metros de altura.

- Kai? Ué? - Ele coçava a nuca, me olhando com confusão na expressão. - Estava eu seguindo o Sensei de volta pra vila após o treino, quando perdi ele de vista.

- Bom, eu acabei agora mesmo de treinar com ele. - Balancei os braços.

- Tava aliviando o estresse? - Chris se senta em uma pedra.

- É... Mais ou menos isso. - Sentei de modo largado em uma pedra um pouco distante dele, sentido o vento balançar meus cabelos rebeldes e o farfalhar de milhares de folhas ao vento.

- Eu sei o porquê.

- Ah, é? Qual seria então? - Não fazia ideia de como ele poderia saber.

- Acha que não notei? Você anda meio estranho essa semana, tentando aceitar o fato da sua nova família morta. Desculpa o termo... E ainda tem que aguentar essas pessoas da vila sendo maldosas com esse preconceito com os Uchiha.

- Isso não é nada, sabe que não ligo. - Balancei a mão, dispensando o assunto.

- Por algum motivo, anda ligando muito.

Fiquei calado e desviei o olhar. Não consigo mentir assim... E o pior é que ele dizia a verdade. Me incomodava muito ser rejeitado pelas pessoas da vila simplesmente por causa do passado obscuro do meu clã. Será que fui feito para carregar os fardos deles?

Mais uma vez, aquele homem de olhos azuis brilhantes estava parado ao longe, com apenas a cabeça aparecendo ao lado de uma árvore. Levantei, lançando algumas shurikens com curva para que atingissem ele. Não gostava de ideia de ser seguido. Chris levou um susto com a minha reação, caindo da pedra de costas no chão.

Quando volto a olhar para o lugar onde aquele cara estava, dessa vez com Chris também tentando ver algo, não havia nada lá.

- Kai? O que houve, cara?

- Tinha um cara ali. Já vi ele antes, me levando a lugares onde eu não deveria estar. - Falei sem tirar os olhos do lugar.

- Ei, você tá é cansado de tanto treinar. Senta aí e se acalma.

- Me acalmar? O que você entende sobre a minha situação? E por que se importa tanto? Não é por estarmos na mesma equipe que somos amigos!

Por um momento, ficamos em silêncio, nos encarando. Minha respiração era ofegante por falar aquilo tudo rápido. Até que Chris dá um leve sorriso terno.

- Olha, sei que temos nossas diferenças... Mas percebi que você é um cara legal. Conseguiu fazer Elba gostar de você antes de mim! Isso significa muito para nós, para a equipe. Mesmo que você não sinta agora, um dia vai sentir.

Parei olhando bem para o Evans, analisando suas palavras. Não acreditei que ele estava dizendo isso, esse ser certinho... Merda! Ele sempre toma as iniciativas!

Então, Chris estende o punho fechado pra mim.

- Toca aí.

Aos poucos, levantei minha mão e toquei. Senti, por algum motivo, que suas palavras eram inteiramente verdadeiras, ele sentia o que dizia. Aquilo me deixou melhor na mesma hora. Até mesmo o momento em que eu o salvei da morte estava fresco nas suas lembranças e reverberando como se tivesse acabado de acontecer. Mas havia mais algo também, uma grande vontade não cumprida, que ele externalizou assim que abaixamos os braços:

- Luta comigo, mostra tudo que você aprendeu.

- Sério isso? - Olhei pra ele com desdém.

- Você sentiu o mesmo que eu quando tocamos os punhos?

- Acho que sim.

Então, dissemos juntos:

- Somos eternos rivais.

pós um sorriso malicioso de ambas as partes, tomamos distância um do outro, ficando em posição de luta. Ativei o Sharingan, voluntariamente dessa vez, assim que o encarei.

- Ah, vai com isso? Então, vou ter que usar minha nova técnica. - Ele junta as mãos em um sinal de mãos. - Kage Bunshin No Jutsu (Jutsu Clones da Sombra)!!!

Quatro cópias de Chris aparecem ao seu lado. Por um momento, aquilo me abalou, mas também lembrei que havia aprendido algo.

- Ok. Também aprendi algo hoje, não saio no prejuízo. - Me agachei e fiz os sinais de mãos também. - Chidori!

Demorou alguns segundos, mas o jutsu se ativou gradualmente. O chiado encheu aquele ar, assim como a luz emitida pela minha técnica iluminou a área. E então, sem avisos, partimos um pra cima do outro. Uma luta contra meu colega de equipe. Mas eu sentia que ele era mais que isso pra mim, era algo bem mais profundo. Ele era meu mais novo amigo e rival.


Notas Finais


No próximo capítulo:

Com o Time Y se fortalecendo cada vez mais, as missões mais importantes vão surgindo. Mas antes de tudo, é hora de ter um pequeno gosto do que é a vida de um verdadeiro ninja.

Até a próxima.


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