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História Uma história de Naruto: o último Uchiha - CAP. 8 - Na cova dos leões


Escrita por: KaiUchiha

Notas do Autor


Nesse capítulo:

Com o clima esquentando no pequeno vilarejo, muitos problemas surgem, envolvendo todos em turbilhão sem saída.

Capítulo 9 - CAP. 8 - Na cova dos leões


Fanfic / Fanfiction Uma história de Naruto: o último Uchiha - CAP. 8 - Na cova dos leões

- AI! DEVAGAR!!!

- Vê se fala baixo, estamos no meio da madrugada. - Chris disse, de braços cruzados e apoiado na janela.

Havia um tempinho que eu acordei e Misa tratava meus ferimentos, por ser a primeira a ter acordado. Os outros não demoraram a despertar, só eu mesmo. Ela tratou todos antes de mim. Mas quando chegou minha vez, eram costelas quebradas, ombro deslocado, nariz também quebrado, cortes e hematomas pelo corpo... Estava igual a um bagaço.

Acabei reclamando alto de mais uma fisgada de dor.

- Será que tem como você calar essa boca? - Dessa vez, Chris se irritou. - É possível você me dar ouvidos alguma vez?

- Talvez, se você levar a mesma surra que levei duas vezes em dia, pode ser que eu te ouça. - Olhei com raiva pra ele.

- Estamos todos cansados, acho que os dois deveriam ficar calados. - Misa intervém antes que o Evans começasse a discussão desenfreada.

Ambos viramos a cara pro lado contrário.

Como ele pode querer que eu sempre ouça e obedeça o que ele diz como um cachorrinho? Como ele consegue ser tão mandão? Ah, já sei... Deve ser pelo fato de ser o "menino de ouro" dentre os Gennins do nosso ano. Ele é o "Senhor Perfeitinho", o que sempre pensa em tudo, o que não faz nada errado, sempre se esforça mais e fica mais poderoso que todos. E por isso é o preferido do sensei, obviamente. É difícil de aturar isso, bem irritante. Mas não sei porque, não consigo me afastar desse babaca.

***************************Chris**********************

Como ele pode ser tão cabeça-dura a ponto de não admitir que está errado? Como ele consegue ser tão turrão? Ah, já sei... Deve ser pelo fato de ser a "nova esperança do Clã Uchiha", um dos Gennins mais promissores do nosso ano. Ele e seu "grande" Sharingan, o que nunca pensa em nada, o que sempre faz tudo errado, e ainda assim sempre se esforça e fica mais poderoso que todos. E por isso é o preferido do sensei, obviamente. É difícil de aturar isso, bem irritante. Mas não sei porque, não consigo me afastar desse babaca.

******************************************************

- Vou para o meu chalé, qualquer​ coisa, sabem onde me encontrar. - Chris sai porta a fora sem nem olhar pra trás.

- O que há com vocês dois afinal? - Misa pergunta, enfaixando meu braço e retornando a manga do casaco para o lugar logo após.

- Assuntos não finalizados. - Abaixei o olhar para as bandagens.

Foi então que percebi que Misa não soltava a minha mão. Ela segue meu olhar e retrai a mão, com vergonha. Então, se levanta, pronta para ir.

- Boa noite.

- Boa noite. - Desejei de volta.

De repente, ela senta à minha frente de novo, agarra meu rosto pelos lados e me beija de forma lenta. Esse, eu retribuí. Senti algo diferente nesse momento, como se uma nova porta se abrisse. Uma não, várias. Deixei que o momento se estendesse, pois, apesar de não estar ideal, estava bom.

Foi questão de quase um minuto assim, até que ela levanta e se afasta rápido depois do nada.

- Eu não deveria ter feito isso. Desculpe.

Antes que eu pudesse começar a entender a situação ou falar algo, ela fecha a porta. Decidi que por hoje era o suficiente, era hora de dormir, pensaria nisso pela manhã. Como já estava limpo e com os ferimentos tratados, só apaguei a luz e deitei na cama. O sono veio quase que na mesma hora.

Sonhei com Tsuugamaru. Em várias ocasiões diferentes, ele espancava meus amigos para no fim fazer o mesmo comigo. O pesadelo era como inúmeras simulações do que ainda pode acontecer. Mesmo em um sonho, minha raiva desse cara só aumentava, assim com a vontade de derrotar ele de vez.

Então, fora desses sonhos, ouço sons pelo quarto que me despertam. Abro os olhos e vejo Nairi Sensei saindo do banheiro, enquanto Yakago estava agachado no parapeito da janela.

- O que estão fazendo aqui? - Sentei com as pernas para fora da cama.

- Esperando você acordar, é claro. E tenho que admitir: foi bem mais rápido do que eu esperava. - Meu sensei responde, com tom brincalhão.

Olhei pela janela e ainda estava amanhecendo.

- Mas por que tão cedo?

- Não, você que acordou cedo demais hoje. A gente iria esperar até você acordar naturalmente. - Ele responde mais uma vez.

- É que soubemos o que aconteceu ontem. - Nairi para ao lado dele, apoiada à parede.

- E por que não ajudaram? - Levantei, andando indignado até eles. - A gente poderia ter sido capturado ou pior...

- Confiamos em vocês e não nos decepcionaram. - A morena diz, com um lindo sorriso.

- E não podíamos arriscar os disfarces. - Yakago completa com algo que me deixa com mais raiva.

- Valeu, hein... Deixou tudo nas mãos do "Senhor Perfeitinho". - Cruzei os braços, olhando para o lado.

- Nas mãos de quem? - Ele coça a cabeça, sem entender.

- Você sabe. Seu aluno preferido e mais dedicado, Chris Evans, o Senhor Perfeitinho. - Minha voz saiu carregada de ironia.

- Pera... Você inventou um apelido pra ele? - Yakago vai rindo aos poucos até cair na gargalhada. - Isso é genial!

- Shhh! Vai acordar os outros! - Nairi o lembra.

- Ih, é verdade. - Ele se recompõe mais rápido do que eu achava possível. - Então... Viemos pra te dizer que agora são alvos e que sabem onde estão. Podem esperar jogadas sujas do inimigo.

- Pera. Por que veio falar isso logo comigo e não com algum dos outros cinco? - Interrompi pra entender direito.

- Porque todos vão querer analisar a jogada deles e esperar pela melhor brecha, mas você é desesperado e vai querer agir antes. Tirando o desespero, é o certo a se fazer, já que eles são mais habilidosos e cautelosos que vocês todos juntos. - Nairi Sensei que disse. Fiquei espantado, olhando. Como ela sabia tanto sobre a minha equipe? - Que foi? Y aqui me passou um relatório detalhado da equipe, com todas as competências, qualidades, fraquezas...

- Você é tão... inóspito. - Olhei bem pro meu sensei com expressão de censura.

- Kai, você ao menos sabe o que essa palavra quer dizer? - Ele obviamente segurava o riso.

- Não... Mas espero que seja algo ofensivo.

- Tá legal, volta a dormir antes que me faça rir de novo. Vai logo, poço de inteligência.

- Ei! - Quando virei para trás pra reclamar, já haviam sumido. - Ah... Típico.

E voltei a dormir.

Algumas horas depois, uma batida na porta me acorda. O relógio marcava nove em ponto, o que já era ótimo, dormi mais algumas horinhas preciosas.

- Já tô indo. - Levantei com um pulo, trocando para as roupas do dia a dia. Ao abrir a porta, estava ali Hogato. Não era uma das pessoas que eu esperava e não consegui esconder isso. - Ah, é você? Oi, entra aí.

- Que foi? Tava esperando alguém em específico? - Ele entra, me dando uma cotovelada com uma sobrancelha levantada. Entendi na hora que falava de Misa.

- É... Mas não era ela que eu mais esperava.

- Quem então? Elba? Aí, o nível é bem mais em cima. A Hyuuga é bem mais gata que a Amane.

- Hogato, quer parar? Não era com intuito de ficar com ninguém. Só tenho que conversar com Misa sobre um assunto e com Chris sobre outro. - Intervi antes que ele dissesse mais merda.

- Tô vendo que é sério, então. Vocês três ficaram até tarde aqui.

- Andou prestando atenção? - Olhei desconfiado e com certo temor por ele poder saber do beijo.

- Não, é que o único chalé com luzes acessas era esse. - Sua voz teve uma simplicidade calmante.

- Ok, ótimo. - Pensei em algo rápido pra não levantar suspeitas. - Vou lavar o rosto pra irmos tomar café.

- Vai lá.

Em cinco minutos, estávamos entrando no refeitório dentro da pousada, que lembrava muito o "Caldeirão Furado" das histórias do Harry Potter. Sentamos em uma das mesas, junto com o resto do pessoal. Olho pra todos com um grande sorriso de bom dia. Misa desvia o olhar para as pernas e Chris para longe, obviamente com raiva. Justamente ao lado dele e de frente pra Misa que sobrou um lugar pra mim.

- Então, pessoal? Vamos pegar esses caras hoje? - Perguntei animado, pondo café em uma xícara pra mim.

- Eu não contaria muito com isso. - Elba aponta para a parede com decepção.

Ali, havia um cartaz com nossos rostos ali. Havia até recompensa por quem fosse capturado e por quantos de uma vez. Percebi nesse momento que as pessoas até evitavam passar perto de nós.

- A dona do lugar já pediu pra que fôssemos embora logo após o café da manhã. - Ela termina, vendo minha expressão de incredulidade. - E parece que espalharam os cartazes por toda a cidade. Tem até alguns sendo impressos para mandarem para Konoha e espalhar por lá.

- Como é? - Levantei batendo com as duas mãos na mesa, atraindo olhares. - Quem pôs a recompensa?

- O líder do vilarejo. Por isso eu ficaria quieto se fosse você. - Chris me olha muito sério, com um tom de voz equivalente.

- Vocês ficaram malucos? Temos que falar com ele, resolver isso.

- Olha bem, gênio. As duas cabeças mais cobiçadas entre nós seis. - Chris aponta de novo para os cartazes.

E como ele disse, valendo o dobro de qualquer outro estava meu rosto e o dele. Haviam descrições embaixo das duas fotos: na minha era "Uchiha imprevisível, usuário de Katon e Raiton"; embaixo de Chris era "Resistência e planejamento, aliados a Doton".

- Agora mesmo que vou resolver isso. - Levantei e me virei para sair.

- Senta aí, Uchiha. Chega de foder com a situação. - Chris me segura com força pelo braço.

Isso me deixou com raiva, então empurrei ele com força, abrindo espaço entre nós.

- Não fala assim comigo, cara!

- Então senta aí e fica quieto.

- Para de agir assim, você não é meu pai!

- Eu teria muito desgosto se fosse.

- Filho da puta!!!

Pulei pra cima dele, com raiva dominando. Chris levanta a guarda em defesa, mas eu não ia com um soco. Minhas mãos foram direto ao seu pescoço para enforcar e nós caímos rolando no chão, quebrando duas cadeiras no caminho. Enquanto eu tentava fazer mais força no aperto, ele me joga pra longe com dois chutes. Bati na parede e caí em cima de uma mesa, quebrando mais um móvel. Logo após, continua seu ataque se jogando em cima de mim. Vamos de encontro a parede com força e a atravessamos. Caímos rolando no meio da rua, com dois metros de distância entre nós.

Já levantamos correndo uma pra cima do outro. Ele acerta um soco primeiro, seguido de um chute meu em suas costelas como contra-ataque. Então, pulo com um soco, que ele desvia e me acerta uma joelhada na barriga. Em seguida, um mais um soco na minha cara, fazendo sangue espirrar da boca.

Quando seu terceiro ataque consecutivo veio, abaixei com uma rasteira nele. Assim que Chris cai no chão, pulo pra cima, mas recebo um chute que me joga pro lado, de novo. Foi mais um na boca do estômago. Acabei ficando um tempo ali caído, sentindo dor. Mas antes que me levantasse, Chris me chuta como um saco no chão, fazendo eu rolar mais um pouco.

- Já se acalmou, otário? - Ele veio andando até mim.

Quando estava bem próximo, levanto com um soco bem no meio da sua cara que o faz recuar. Ele rapidamente me acerta mais um também. E assim, continuamos socando um a cara do outro, até que Elba aparece no meio de nós dois.

- Parem! - Com dois dedos, ela toca algum ponto no meu pescoço e no dele. - Estão loucos?

Ambos caímos para trás, imóveis. Ela havia nos paralisado. Mas como?

- O que você fez comigo? - Falei entre dentes, tentando me mover.

- Acertei um tenketsu perto do sistema nervoso, causando paralisia. Era o único modo de acabar com a explosão de testosterona por aqui sem causar mais briga. - Apesar da fala sarcástica, ela estava​ séria, com o Byakugan nos olhos. - Estão causando um alvoroço no meio de uma rua movimentada.

Consegui olhar em volta, os pedestres se afastaram da porradaria. Todos ainda olhavam parados.

- Não sei porque homens adoram resolver tudo com socos. - Elba se vira e volta pra dentro da pousada pelo buraco na parede.

Enquanto isso, os outros nos ajudam a sentar, apoiados na parede, mas nos mantendo afastados um do outro.

Alguns minutos depois, os efeitos da paralisia passavam com a ajuda de ninjutsu médico. Elba reaparece com as mochilas de todos.

- Resolvi as coisas aqui e paguei pelo dano e estadia. - Ela joga minha mochila ao meu lado, fazendo o mesmo com Chris e entrega a dos outros em suas mãos. - Babacas...

Virei para o lado e cuspi sangue que empoçava na minha boca. Senti também que tinha um corte profundo que escorria sangue na maçã do rosto por causa dos socos. Olhei de esguelha para Evans, ficando com raiva do que vi. Só havia uma mancha levemente avermelhada em sua bochecha. Mas que merda...! Minha boca estava cheia de sangue e minha cara dolorida, mas ele só saiu com um pequeno hematoma? Porra... Como ele pode ser tão mais forte que eu? Por que isso?

Assim que volta ao normal, ele pega sua mochila e murmura algo sobre nos encontrar depois, então sai pulando pelos telhados. Me levanto com a mochila, olhando para onde ele estava segundos antes.

- E você vem comigo. - Elba me puxa pela orelha. - Podem ir, encontro vocês já já. Não demoro. - Ela disse por cima do ombro, se afastando enquanto me arrastava junto.

Depois de muito andar, paramos em um jardim ainda dentro do vilarejo, cheio de árvores em volta. Ela me solta e eu me apoio no lugar mais próximo, cuspindo mais sangue.

- Está doendo? - Impressionantemente, a Hyuuga se aproxima, limpando o ferimento com uma bandagem e passando uma pomada no meu rosto.

- Só quando acabo rindo. - Fiz a piada.

- Então, é melhor ficar sério, valentão.

- Ah, tenho que proteger a minha integridade. Ele me desrespeitou falando aquilo e agindo daquele jeito. - Dei de ombros.

- Não, não foi bem assim! Vocês dois têm é que parar! Essas competições já estão passando dos limites. Acabaram se estressando um com o outro nessa e acabou em briga. Poxa... Eu não quero ver vocês dois machucados, não quero mesmo! - Olhei bem em seus olhos brancos. A sinceridade estava bem presente lá. - Adoro vocês, mas se continuarem com essa briga idiota, da próxima vez bato nos dois em vez de paralisar.

Por um momento, vi aquilo como algo sério, mas então, percebi como sua última frase foi uma tentativa de descontração e entrei nessa.

- Não se meu Sharingan me salvar do seu Punho Gentil.

- Haha, muito engraçado, mas o Byakugan enxerga melhor do que seus olhinhos vermelhos.

- Como, se vocês parecem cegos com esses olhos brancos?

Por um momento, rimos juntos, enquanto ela ainda passava a pomada. Não pude deixar de perceber sua beleza. Ela realmente uma garota linda, mais até do que Misa, tanto no conjunto, quanto em cada parte do corpo. Fiquei admirando tanta beleza ali.

Por fim, ela termina de fazer os curativos. O corte da bochecha ainda ficou aberto em uma cicatriz, por ser profundo, mas ela pôs esparadrapo por cima.

- Vamos, eu disse que não iria demorar e vou cumprir. - Elba se levanta e estende a mão para me ajudar.

Voltamos rindo e fazendo mais piadas sobre a outra equipe e Chris. Ela ria bastante.

Chegando no centro da vilarejo, uma aglomeração estava sendo feita. As vozes falavam juntas, então não dava pra entender nada. Fomos abrindo caminho por ali, chegando logo na frente.

Lá no meio, estavam Hogato, Hamada e Misa envoltos de guardas. A multidão gritava enfurecida, enquanto os homens de armaduras reluzentes faziam os três ficarem acuados no exato centro.

- EI!!! O que está havendo? - Chamei a atenção.

- É mais um desses moleques delinquentes! - Uma voz exclama da multidão.

- Quer pagar pra ver, babaca? - Gritei na direção da voz.

Os guardas vieram na nossa direção com suas lanças.

- Nós temos mandatos de prisão e extradição para vocês. Resistam e seremos obrigados ao uso de força bruta, podendo chegar a consequências letais. - O que parecia ser o chefe deles por ter uma penugem vermelha no elmo diz.

- E por quê? - Já me mantive cauteloso.

- Invasão à propriedade privada, perturbação da paz e ordem e depredação de patrimônio público.

- Mas isso é ridículo, meu irmão! - Retirei a mão de um dos guardas do meu ombro com um tapa.

Percebi um ataque chegando com a parte de madeira da lança e apenas pulei, deixando o ataque passar direto. Enquanto preparava aquele soco certeiro, outro guarda me acerta nas costelas com um balanço da sua arma, porém sem me cortar nem perfurar com a lâmina afiada. Assim que parei a uma certa distância deles, voltei a me aproximar, pulando com chute giratório, defendido por três lanças juntas. Mas, prevendo a defesa, escorreguei para o chão, mirando as pernas de um e o derrubando.

Paro de costas para os dois ainda de pé, que já vinham na tentativa de me empalar com duas lâminas perfuradoras. Não tive tempo de desviar, mas Elba me salva ao destruir as duas armas com um único golpe do Punho Gentil.

Um dos armadurados partiu pra cima dela com suas próprias mãos blindadas, o qual ela segura o golpe facilmente, golpeando novamente com seu Punho Gentil bem no meio do tórax dele. Esse voou longe e caiu de quatro, sentindo a dor. Então, percebo que o outro fazia o mesmo para mim. Ousando, parti na direção do ataque também, torcendo pra ser rápido o suficiente. No último segundo antes do soco conectar bem no meu nariz, abaixo e acerto um cruzado de direita que o faz cambalear, abrindo espaço entre nós. Foi tudo o que precisei pro meu próximo golpe: corri na sua direção e pulei com uma voadora, que pegou bem na cara dele. Esse caiu pra trás gemendo de dor, com as mãos no rosto.

Elba olhava distraída para minha luta e não percebeu que o líder havia levantado de novo. Corri em sua direção e chutei sua barriga, já que ele focava o olhar na minha amiga. Ela rapidamente dá um pisão em seu joelho, que o desestabiliza de um lado. Por fim, ambos finalizamos ele com aquele chute legal e sincronizado no queixo.

Os outros guardas nos cercaram, apontando lanças ameaçadoramente. Agora, não haveria nada que pudéssemos fazer sem ter que lutar bastante e acabar machucando civis no processo, ou acabar morrendo. O de elmo com penachos vermelhos se levanta novamente, com raiva no olhar:

- Amarrem-nos, joguem eles na prisão e não os soltem mais!

- Calma, calma! Não há necessidade para isso. - Uma voz serena cala todos por ali ao falar com tom calmante de voz. - Tenho certeza que esse jovens ninjas de Konoha não são culpados pelo crime, mas sim aqueles delinquentes saqueadores. Deixe que cuido deles agora, por favor.

Era justamente o cara do rabo de cavalo que parecia ser o líder daquele esquema de ontem. As pessoas abriam caminho quando ele passou com sorrisos que todos os aldeões retribuíram, alguns mais calorosamente. Seus dentes eram extremamente brancos e brilhosos à luz do sol.

- Vamos, ponho fé na integridade e comprometimento desses jovens em sua missão e códigos de conduta. - Ele continua, após chegar bem perto. Ele usava uma espécie de manto roxo com duas mangas grande juntas e suas mãos escondidas ali dentro.

- Ok, vamos, pessoal. - O líder dos guardas recolhe seu grupo e se volta para a multidão. - Circulando, circulando. Agora são assunto do Senhor Shindeki!

O povo se dispersa em suas tarefas e meus amigos se aproximam antes que esse tal de Shindeki prosseguisse na sua fala.

- Venham, venham. Aqui não é lugar para conversarmos. - Ele acena para que todos sigam ele.

Apenas consegui ficar parado, olhando diretamente para ele com uma expressão entre desconfiança, desprezo e raiva, o Sharingan nos olhos.

- Kai, vamos lá. - Elba toca meu ombro, fazendo eu a olhar. - Por que Sharingan agora?

- Nada, nada não. - Fechei os olhos, fazendo voltarem ao normal.

Ajeitei a mochila nas costas e comecei a seguir, sem tirar o olhar das costas desse canalha pelo resto do caminho por onde ele nos levava. Não passava pela minha mente como falar a eles quem era esse cara, afinal só eu tinha visto as pessoas que estavam lá dentro da sala quando fomos descobertos ontem. Mas, como já disse antes, meus olhos seguiam aquele rabo de cavalo sem trégua.

Minutos depois, estávamos fora da vila, seguindo para o que ele disse ser sua "propriedade lucrativa". Logo, depois de alguns minutos de caminhada, a floresta se abre em um imenso campo aberto que se perdia no horizonte. Era uma puta fazenda, com um grande casarão principal, alguns grandes chalés em volta e enormes celeiros por perto das plantações.

- Gostaram? Bom, tenho que dizer que é um lugar modesto, porém agradável. - Enquanto seguíamos pela trilha, o rabo de cavalo diz.

- De modesto, isso não tem nada. - Elba faz a observação sem se impressionar. - Sei porque venho de um clã onde as instalações não são modestas.

- Eu tento não enxergar tanto o lado material da coisa, mas sim a paisagem. - Ele abre os braços em resposta, olhando em volta.

Só de entrar, não me senti muito confortável, ao me aproximar da casa principal muito menos. Haviam alguns poucos guardas, bem maiores dessa vez. Suas armaduras pareciam ser mais grossas, suas armas eram machados em vez de lanças e eles tinham bolsas de ferramentas ninja presas ao cinto. De cara, já eram uma ameaça maior que um grupo inteiro dos guardas padrão.

- Vou mostrar onde poderão guardar suas mochilas e dormir quando for noite.

- Uhm... Podemos mesmo dormir aqui? - Hamada pergunta, com um sombrancelha levantada.

- Nós ainda temos um amigo que está pelo vilarejo. - Elba lembra também.

- Claro que podem e seu amigo também, se o acharem. - O cara dá um sorriso para elas. - Vamos, não façam essa desfeita, afinal tirei vocês daquela enrascada. Peço pouca coisa em retribuição.

A casa por dentro tinha sala de cinema, grandes salas de jantar, jardins, biblioteca, salão de jogos, uma dispensa enorme e cheia de comida!!! E os quartos eram espaçosos, com seu próprio banheiro, suítes. E para tomar banho, poderíamos escolher entre chuveiro ou banheira.

Após esse tour, me tranquei no quarto pensando, jogado na cama e olhando o teto. Por que todo esse teatro se ele com certeza tinha me reconhecido e sabia que realmente fomos nós a entrar naquela propriedade ontem? Qual seria seu plano? E onde estava Chris? Eu não poderia deixar meus amigos caírem em armadilha, não mesmo. Levantei e rumei para fora do quarto para avisar a eles com quem estávamos lidando.

Na saída da porta, quase esbarro e derrubo alguém que estava prestes a bater para me chamar. Tomo a distância normal entre nós e olho pra pessoa, pedindo desculpas. Misa estava ali, obviamente envergonhada, com sua cabeça baixa e as mãos juntas entre as pernas.

- Misa? O que foi?

- Ah... Eu... só... queria conversar... sobre... sobre ontem. - Ligeiramente, ela levanta o olhar para mim.

- É, uhm... Pode falar. - Passei a mão na nuca, envergonhado.

- O que aquele beijo significou pra você?

Ela foi tão direta que me deixou stunado por alguns segundos. Assim que me recompus, olhei para baixo, pensando sobre esse assunto, o qual não tive tempo, até agora.

O beijo foi algo realmente bom, deu pra sentir o sentimento que ela transmitia. O problema era que eu não consegui sentir o mesmo, só consigo pensar nela como uma pessoa que eu devo proteger bem por ser minha amiga. Não correspondo ao que ela quer, nem mesmo sei o que é exatamente, apesar de ter experimentado um pouco do sentimento ontem. Agora, como eu diria isso é que complica tudo. Não queria dizer na cara e magoar, mas não poderia deixar de ser sincero.

Levantei o olhar para ela, um pouco envergonhado.

- Pra ser sincero, não sinto o mesmo que você sente. Você é sim uma garota legal e forte, mas não consigo sentir. Foi um ótimo beijo porque me ajudou a ver como esse tipo de sentimento funciona, em parte. - As palavras saíram naturalmente da minha boca.

- Então, não foi nada especial para você? - Ela disse, parecendo decepcionada.

- Desculpa mesmo, simplesmente não sinto o mesmo. Ainda tô descobrindo essas coisas. - Dei de ombros, ficando ainda mais sem graça.

- Se for assim, não tem problema. Posso esperar você finalmente sentir. Quem sabe... - Sua fala foi interrompida pela chegada de mais alguém naquele corredor.

Era Elba parada ali, olhando para nós dois. Ela faz uma cara de que entendeu o que estava havendo ali.

- Elba, eu queria falar com você sobre uma coisa. - Falei antes que ela fosse embora.

- Bom, pode me falar, Kai. - Elba sorri pra mim e se aproxima.

- Ah, eu já entendi qual é a de vocês. - O tom de voz de Misa muda para quase raiva. Ela sai andando e esbarra com força no ombro de Elba, desaparecendo no fim do corredor.

- Nossa, qual é a dela? - A Hyuuga olha intrigada.

- Sei lá. - Olhei confuso.

Ficamos olhando para o fim do corredor, mas só consegui me sentir mal, culpado. Senti uma grande vontade de chorar nesse momento, tudo por algo que vi antes de Misa desaparecer na curva do corredor: no chão, pingou uma lágrima de seus olhos. Fiz mal a alguém que sente algo por mim, algo que nem mesmo sei o que é muito bem. Isso sempre me deixou pra baixo.

- Você tá bem? - Elba toca meu ombro, olhando fundo nos meus olhos. - Acho que está sobrecarregado, vem comigo.

Ela pega minha mão e me guia. Começamos a andar despreocupadamente pela propriedade, nas trilhas em meio às plantações, vendo o casarão de longe.

- O que você tem de errado, Kai?

- Ah, isso é relativo. Tem muita coisa. - Respondo sem encarar, olhando para onde eu andava.

- Tá, você falando assim de si mesmo não é normal e não foi isso que quis dizer. - Após respirar um pouco, ela continua. - O que te aflige?

- No momento, algumas coisas. Nada de mais.

- Só te deixo ir quando conversar comigo sobre isso. - Pelo seu tom, não estava brincando.

- Tá, bem. - Cedi. - Acho que magoei Misa.

- Mais uma vez, não falei disso, mas... Como assim?

- Ontem, nos beijamos no chalé. Quero dizer, ela veio de repente e eu só retribuí. Foi bom, mas percebi que ela pôs um sentimento que não tenho igual por ela. Só queria entender isso...

- Então, era sobre isso que conversavam quando apareci. Ela pensa que temos alguma coisa. - Elba junta os fatos.

- Não seria má ideia. - Fiz a brincadeira, na esperança de acabar colando.

- Shh, não me interrompe. - Recebo um olhar de censura. - Bom, ela arriscou, deveria ter ido com mais cuidado. Mas você foi honesto com ela?

- Fui, logo quando você chegava.

- Pronto, tudo certo. Só não ser um babaca com ela agora. Mas sobre esse sentimento... Quando vier pra você, vai ser como uma bomba. Não daquelas que explodem algo, mas aquelas que bombeiam algo a algum lugar, porque seu coração vai acelerar, vai se sentir nervoso, querer dar seu melhor, ter ciúmes, agradar. Acima de tudo, vai querer a pessoa bem e por perto mais que tudo no mundo.

Observei a expressão de Elba, ficando feliz. Ela parecia sonhadora olhando para as nuvens no céu azul. Disse com uma entonação tão certa na voz, que pude sentir como se uma pequena faísca desse sentimento acendesse. Essa garota linda e brava também tem sentimentos, se importa com os outros. Bom saber disso.

- Enfim, o que vim mesmo falar era sobre você e Chris. - Ela se recompõe e quebra o silêncio.

- Ah, não quero falar dele. - Virei a cara, irritado, sentindo dor nos hematomas que ele me fez ao ouvir seu nome.

- Kai, para com isso. Vamos lá.

Encarei por alguns segundos e tive certeza pelo seu olhar, não iria me deixar ir embora nem mudar de assunto. Mas que garota resoluta!

- O jeito dele de agir comigo me irrita. Sempre sendo mandão... Tudo bem, eu só dou mancada, não sou o garoto perfeito, mas ele tem que pegar no meu pé sempre? Cara... isso é tão irritante, mas não sei porque não consigo me afastar dele.

- É amor.

- Hein???? - Pulei pra trás com um susto.

- Calma! Hahaha! Não esse tipo, é amor entre amigos. Chris é uma pessoa muito querida pra você e ele sente o mesmo. Só brigamos muito com quem nos importa. De certo modo, você já descobriu esse sentimento de amor, mesmo que seja de amigo para amigo. Em breve, vem alguém especial na sua vida para amar de verdade, uma linda mulher. - Essa garota tá sabia demais pro meu gosto.

- Como sabe disso tudo? - Perguntei, confuso.

- Ótimos pais que me ensinaram a ver a vida pela lado positivo. - Ela dá de ombros.

- Uhm, pais... - Falei em um muxoxo.

- O que foi? - A Hyuuga logo percebe minha mudança de humor.

- Quando Chris falou sobre pai lá no hotel, fiquei irado. Sabe... Ele tem uma família esperando em casa, pessoas que podem apoiar se ele cair! Não sabe o que é viver no aperto, sozinho. - Sequei os olhos marejados pelo assunto delicado.

- Apesar disso tudo, ele sabe sim o que é estar só. E agora, está mais do que nunca. É outra coisa que vim te falar agora. Vou buscar o Chris. Ele está por aí, sozinho, a receita certa para fazer algo o qual talvez ele se arrependa depois. - Pude ver a preocupação em seus olhos.

Por alguns segundos, fiquei pensando no que ela acabou de dizer. As palavras pareciam reverberar na mente. Então, olhei para minha amiga e disse:

- Vai lá logo, tá esperando o quê?

Ela sorriu e partiu, correndo.

- E eu não contei o que deveria. Merda... - Falei comigo mesmo.

Voltei ao casarão sozinho, procurando algo a fazer. Hogato e Hamada assistiam filmes de comédia na sala de cinema (consegui ouvir suas risadas assim que pisei na sala da casa), nem sinal de Misa e Elba saiu para procurar Chris. Então, rodei um pouco, procurando alguma coisa que me agradasse bastante. Não demorei muito a achar o dojo. Despi meu casaco e camisa, retirei os calçados e subi no tatame.

Lá no meio, havia um boneco de treino que usei para socar e chutar. Comecei com sequências de socos ensaiadas, mas isso não me satisfazia. Parti para chutes, que tiveram o mesmo efeito (ou ausência dele). Tentei até uma demorada sequência de chutes e socos aleatórios, ficando nessa por muito tempo, como se lutasse igual a algum personagem de Dragon Ball. Parei um pouco, já pingando de suor. Nada parecia resolver. Então, em um ataque de raiva por causa da frustração, ataquei o boneco sem dó, destruindo por inteiro.

Por fim, caí estatelado no chão sem fôlego e olhando o teto. Ouvi sons de algo se mexendo por perto e enxerguei cabelos loiros sumindo na porta: Misa me observava pela fresta que deixei aberta. Só quando tive certeza que ela​ tinha ido embora que soltei o suspiro. Peguei minhas roupas e fui para um banho, coberto de suor.

No caminho de volta, li "hidromassagem" em uma placa ao lado de uma porta e não resisti. Pus roupas mais próprias para banho e entrei na água. Era quente, não como fontes termais, mas agradável. Relaxei bastante, perdendo a noção do tempo.

Então, a voz de uma garota fala perto:

- Gostando da nossa casa?

Levantei assustado e olhei em volta. Uma menina de cabelos negros esverdeados com um rosto muito bonito olhava pra mim, com um sorriso. Ela também estava dentro da água.

- V-v-você estava aí esse tempo todo? - Perguntei, assustado.

- Sim. Bem antes de você. - Ela ri da minha confusão.

- Ahm... Desculpa por não perceber. - Passei a mão na nuca.

- Tá tudo bem. - Ela vem se aproximando, o que me deixa desconfortável. Será que caiu no mesmo caso que Misa? - Desde que chegou, estive esperando pra falar.

- O-o quê? - Perguntei assim que ela para com a boca perto do meu ouvido.

- Que você acaba de conhecer a pessoa que contratou vocês. - Ela sussurra.

- Foi você? Mas por quê? - Sussurrei de volta.

- Meu pai não é boa pessoa e não pode saber que discordo do que ele faz. - Ela responde, se afastando um pouco. - Depois terminamos de falar sobre isso.

Segundos depois, o pai dela, o tal de Shindeki, aparece na porta.

- Kai, posso dar uma palavrinha com você?

- Uhm... Claro, pode sim. - Levantei e me sequei sem muita pressa, pondo minhas roupas.

Antes de sairmos percebi que ele deu um sorriso à sua filha, que retribuiu.

Fomos andando por volta da casa, parando em uma varanda de frente para uma árvore com um balanço de pneu e um dos campos de plantação ao fundo. Shindeki me olha de cima para baixo, já que era mais alto que eu.

- Então... Vou ser bem direto. Quero que você e seus amiguinhos voltem para sua vila, afirmando que já resolveram o problema. Acho bom que fiquem calados sobre o que fazemos aqui, tenho um vilarejo para comandar.

- Tá de sacanagem, né? Você controla uma cidade indiretamente através do medo pra obter lucro com algo e ainda quer que a gente deixe a missão de lado? Já virou questão pessoal, ainda mais por causa daquele seu capanga de cabelos vermelhos. - Cruzei os braços, olhando de cara feia.

- Você não entende meus negócios. Mas se não fizer o que eu mando, Tsuugamaru vai esmagar essa sua garganta e dos seus amigos também. - Ele se aproxima, com um olhar ameaçador.

- Experimenta tentar você mesmo, seu merda! - Dei um passo a frente também.

Nesse momento, recebo um soco forte que me faz atravessar a cerca e cair rolando no gramado ao lado da árvore do balanço.

Alguns guardas se aproximam correndo de Shindeki.

- Senhor, temos problemas na plantação noroeste.

- Terminamos nosso assunto em outro momento, Kai. - O babaca se vira com sua capa púrpura e segue com os guardas.

Fiquei no chão, com a mão na barriga esperando a dor passar. Então, alguém salta da árvore e pousa ao meu lado, com a suavidade que só um ninja tem. Olho pro lado e ali havia justamente a filha do canalha. Ela usava uma roupa toda preta com uma máscara, que ela havia tirado pra que eu a reconhecesse.

Ela agarra meu braço e me levanta a força.

- Vem, rápido.

Ainda me puxando, ela pula para o andar de cima e entra por uma janela. Olhei em volta e percebi que era seu quarto. Ela corre até o armário e abre UMA PORRA DE UM FUNDO FALSO! CACETE! MAS QUE BELA IDEIA! De lá, ela tira uma roupa igual.

- Ainda bem que eu tinha uma sobressalente. - E me entrega.

- Ei, pra que isso? Qual o seu nome também? E... O que tá pegando? - Olhei confuso entre a garota e a roupa.

- A roupa é pra você ficar escondido, é quase noite. Meu nome Rainen, mas pode me chamar de Rain, é meu apelido. E você vem comigo pra investigar o que meu pai foi atrás.

- E por que logo eu?

- Não me entenda mal, mas minha primeira escolha seria uma das suas amigas ou Chris, mas Misa, Elba e Chris sumiram e Hamada está se divertindo com Hogato, levantaria suspeitas tirar ela de lá assim do nada. Bora, se veste logo, parece noiva!

- O-ok! - Me apressei para trás de uma tela e me troquei rápido.

Saímos pela janela e seguimos correndo pelos corredores entre as plantações, até que Rain para e abre uma uma escotilha no chão. Pulamos pra dentro de um túnel meio escuro e seguimos correndo por ali. Minutos depois, vozes em gritaria são ouvidas em cima de nós e a frente. Por mais uma escotilha logo acima, dava pra ver fumaça.

- E agora? Nem ao menos sei o que estamos procurando. - Toquei seu ombro e perguntei.

- Vamos subir. - Ela pula para fora.

E o cenário muda drasticamente. Era o fim das plantações, mas elas queimavam violentamente, com altas labaredas lambendo tudo. Mais ao fundo, o que parecia ser um moinho e outras coisas do tipo, também em chamas.

- Vamos! - Rain corre para o perigo sem hesitar, levantamos a máscara para cobrir o rosto, então a segui.

Lá, os guardas e os garotos das armas de chakra lutavam contra vários seres encapuzados. A garota destemida pula nas costas de um dos guardas parrudos e enfia uma kunai em cada ombro. O cara tenta balançar ela pra longe, gritando de dor, mas Rain envolve a cintura dele com as pernas, se segurando firmemente ao cara que parecia um touro feroz. A fim de ajudar, comecei uma sequência de socos na boca do estômago dele. Ela termina pulando para trás com dois chutes nas costas dele, que o jogaram no chão. Esse não levantou.

Senti aquele arrepio de quando há algo próximo de você e não se percebe até o último momento, então pulei com uma cambalhota para trás. Quando pisei novamente no chão, vi uma garoto com um grande machado feito puramente de chakra passando direto. Saquei duas kunais pra defender o próximo ataque, que quase fez minha defesa ceder. Recuei um pouco, abrindo espaço entre nós, mas ele parecia me querer por perto, pois pulou para cima, descendo como machado como se fosse um martelo.

Mais uma vez, posicionei as duas kunais em defesa, mas as duas são cortadas ao meio e levo o golpe, dando dois passos atrás, encostando em uma parede. Sem descanso, o cara tenta um ataque giratório na horizontal. Pulei por cima e o empurrei para parede ao pisar nas suas costas. Seu machado acabou prendendo, então fiz algo inesperado: lancei uma kunai em sua direção, da qual ele desvia e ela se prende à parede.

- Errou! - Sua voz de marrento provoca, enquanto tenta soltar sua arma.

- Olha de novo. - Quando apontei, o papel-bomba colado à minha kunai acende.

Antes ele largasse o machado e fugisse, a explosão o nocauteou.

Olhei em volta e vi Rain enfrentando um com dois escudos de chakra. Ele atacava e defendia, mas ela desviava e lançava shurikens, kunais e senbons que eram repelidos pelo escudo. Tinha que admitir: para alguém que não é ninja, ela é bem habilidosa.

Saquei um punhado de kunais com papel-bomba em cada mão e lancei na direção do cara com os escudos. Todas explodiram ao serem repelidas, levantando fumaça. Era isso que eu queria, tempo para me aproximar. Ativei o Sharingan, enxergando ele em meio à fumaça, e corri em sua direção. Quando iria desferir o chute, ele percebe e acerta o escudo na barriga, me jogando para trás. Porém, caí em pé, sacando um monte de shurikens. Ele se posiciona atrás dos dois escudos assim que faço menção de lançar, mas mando as armas afiadas com curva, acertando-o pelos lados.

Após seu grito de dor, um encapuzado aparece e o soca na cara pra longe. Enquanto prestava atenção nisso, não percebi um grupo de guardas que vinham para me empalar com suas lanças. O encapuzado corre e, com um giro, chuta e nocauteia todo o grupo. E inesperadamente, agarra a gola da minha roupa.

- Vai embora, essa investigação é minha, não tem lugar para você. - E me empurra, fazendo eu recuar alguns passos.

O encapuzado salta pra longe, em direção a outra luta.

Ouço a voz de Rain soltar um grito e olho para ela, mas só a vejo atravessando uma parede de metal para dentro da instalação do moinho. Um cara grandão com uma maça de chakra puro a acertou, então focou o olhar em mim. Cheguei a sentir um calafrio subir a espinha, não sabia se corria ou lutava. Nesse tempo de indecisão, ele vem andando lentamente e girando sua bola de demolição, fazendo ela descer como um martelo de repente. Como não tive reação, um encapuzado me acerta um soco que me faz ir longe, derrapando com uma mão no chão, mas me tirando a reta do ataque. Então, vai embora novamente, enquanto o Maça vem girando de baixo para cima para atacar. Pus os braços cruzados na frente e fui parar ao lado de Rain, dentro do galpão.

- Você tá bem, Kai? - Ela pergunta.

- Olha ali, ele tá vindo de novo! - Apontei, levantando em um pulo.

Ambos ficamos em alerta, assim que vimos aquele homem grande vindo como um aríete com a cabeça envolta de chakra. Assim era mais fácil de desviar, então nem preciso dizer que ele passou direto por baixo de nós, batendo contra a principal viga de sustentação do galpão. Seu corpo pesado cai no chão, inconsciente.

Enquanto os sons das batalhas rugiam lá fora, o teto gemia aqui, se esforçando para não ceder.

- Rain, acho melhor sairmos agora, antes que...

O teto fez um estalo, deixando cair aquela poeirinha e começou a ceder. Logo em frente a saída, o caminho foi bloqueado, mas vi uma escada levando a uma passarela que ficava metros acima do chão, havia caminho para fora através dela. Sem pensar agarrei o braço dela e puxei correndo.

Quando alcançamos a metade da passarela, alguém começa a nos seguir, um garoto com cabelos loiros e grandes como o de um certo deus nórdico.

- Aconteça o que acontecer, não para de correr agora. - Disse para a garota atrás de mim.

Mas as coisas não foram tão bem assim: com um baque pesado, aquele garoto de cabelos ruivos para à nossa frente, me olhando com um sorriso malicioso. Pelos dois lados, os inimigos vinham lentamente. O loiro batendo com chicote de chakra no chão e Tsuugamaru sem fazer nada, só andando e me olhando. Rain e eu ficamos de costas um para o outro.

Nesse momento, explosões sacodem o chão abaixo, incendiando o galpão.

- O que sugere que façamos com eles, Ken? - O ruivo na minha frente pergunta ao amigo.

- Um pouco de diversão antes. - Ambos sacam kunais na mesma hora.

Cutuquei Rainen com o cotovelo e fizemos o mesmo. Então, no segundo seguinte, estávamos em batalhas ferozes, com faíscas dos metais colidindo.

- Quem é você? - Tsuugamaru pergunta de modo lento, olhando para os olhos da máscara, enquanto faíscas pulavam dos inúmeros golpes defendidos.

No ataque seguinte, após minha defesa desajeitada pela pressão psicológica que esse filho da puta me causa, ele arranca a máscara em um só movimento. Seu sorriso surpreso e malicioso foi um pouco assustador.

- Uchiha! Sabia que não desistiria, mas não sabia que seria tão burro, moleque!

Quando abri a boca para responder, uma nova explosão destrói a passarela, obrigando todos a se segurarem rápido. Ken teve menos sorte e quase caiu no moinho, que triturava tudo que ali passava. A pessoa a ficar mais segura foi Rainen. Tsuugamaru ficou exatamente do meu lado, enquanto nós socávamos com uma mão, segurando para não cair com a outra. Acerto um chute que o faz cair um pouco. O ruivo começa a perder as forças, parecendo que iria cair. Sua expressão era de esforço, não me contive e estendi a mão para ele, que subiu rápido. Ele nem me olhou para agradecer, só virou para o amigo quase perdendo as forças.

Mais uma explosão balança o que restou e Rain acaba na mesma situação de Ken.

- Ken! - Tsuugamaru grita e me olha. - Me ajuda a salvar ele!

- Kai! - A garota de cabelos esverdeados pede minha ajuda. - Socorro!

Nesse momento, me vi em uma situação de escolhas cruciais. Independente de quem fosse, seria salvar uma vida às custas de outra. Meu Sharingan fez a previsão disso, que se eu salvo um, o outro morre. Instintivamente, minha mão agarra a de Rainen.

Ken acaba caindo e é algo perturbador o que acontece a ele, acho que não preciso entrar em detalhes, mas seu sangue espirrou em nós três enquanto ele berrava, sendo triturado pelo moedor. Tsuugamaru ficou sem reação, olhando para baixo. Rain e eu ficamos caídos no chão, sentados com a respiração ofegante pelo susto. O tempo se passa e nada de movimento por parte do nosso oponente. De repente, ele vem ao meu pescoço.

- Filho da putaaaaa!!! - Sem dó, ele soca minha cara inúmeras vezes, com meu sangue espirrando no chão. - Eu deveria matar você agora mesmo!

Na hora em que ele pega uma kunai para enfiar inúmeras vezes no meu tronco, Rain segura sua mão e leva um forte tapa na cara, que a joga para fora do galpão. Em seguida, me pega pelas roupas e lança para o mesmo lado que ela. Caí no meio das batalhas sem fim em meio ao fogo. Ainda haviam muitos encapuzados ali na área, mas um deles leva um forte ataque e cai, desorientado. Todos os outros somem, com excessão do que estava caído e de um outro em pé cercado de inimigos. Percebo aos poucos que eram quase todos clones desse que foi golpeado, e ao mesmo tempo, seu capuz cai para trás. Não acreditei quando reconheci Chris ali. Então, a outra pessoa só podia ser Elba!!

- Chris? Mas o que você...? AAAHH!!!

Recebo um forte golpe na lateral do rosto que me apaga na mesma hora.


Notas Finais


No próximo capítulo:

Depois de serem capturados, a cavalaria finalmente chega, forçando Shindeki a entrar em ação com suas jogadas mais sujas.


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