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História Uma história de Naruto: Yakago Iziki - Os amigos daquela época: Outros traídores


Escrita por: YakagoIziki

Notas do Autor


Desculpem a demora, mas quem está lendo o crossover entende porque estou demorando, é um trabalho prazeroso e estou adorando fazer isso. OBRIGADO POR AQUELES QUE ESTARÃO COMIGO NESSE CAMINHO E NESTA HISTÓRIA.

Já estamos indo para batalhas épicas no crossover, poderá lê-las nas "crônicas de Boruto Uzumaki"

Capítulo 7 - Os amigos daquela época: Outros traídores


Fanfic / Fanfiction Uma história de Naruto: Yakago Iziki - Os amigos daquela época: Outros traídores

Os amigos daquela época: Outros traidores

 

Dois anos antes:

 

No dicionário, a palavra pode ser definida como: ação de trair alguém; perda completa da lealdade que resulta de uma ação traiçoeira. Eu não sei se essa versão é totalmente certa, mas veria ela nos próximos dias, primeiro vou contar uma história.

 

******

 

Uma voz ecoou no meu ouvido, era minha mãe, Ai Iziki adorava acordar cantando sua música favorita todas às manhãs. Expondo sua felicidade evidente e quando levantei, foi para ver que ela apenas ajeitava as cortinas do meu quarto, era uma mulher linda com cabelos negros e olhos azuis como piscinas de verão, daquelas que você vê na televisão.

 

Não sou do tipo que assiste filmes, mas adoro os cenários nos quais se passam. Se você não sabe, a vila do som é subterrânea, não temos nada disso e é raro sairmos para ver o sol. Vivemos na proteção da nossa encosta montanhosa e a cordilheira à nossa volta sempre escondia a entrada para a vila, éramos protegidos pelo nosso kage e pelo nosso planeta:

 

– Filho, o que está olhando? – As luzes que nunca se apagavam da cidade invadiram meu quarto, era algo bonito de se olhar.

 

– Nada, mamãe. A gente mora em um lugar bonito, né?

 

Ela fez um “Uhum” depois me deu um beijo de bom dia e foi preparar o café da manhã, ela voltara a cantar sua música favorita enquanto eu me arrumava. Uma blusa branca e uma calça preta, só tinha calça dessa cor mesmo, descendo para o café da manhã, encontrei meu pai da mesma maneira de sempre, sentado lendo o jornal.

 

Ele lia alto para todos ouvirem as notícias, boas ou ruins eram novas e adorava ouvi-lo. Escolhi um lugar para ficar e minha mãe colocou uns misto-quente para que eu e meu pai comecemos e um suco do tamarindo, para quem não sabe o que é tamarindo, também não sei explicar:

 

– Konoha promove união para novo exame chunnin, o Hokage incita mais povos para que se unam a esta causa de paz. A aldeia do som decide mandar até doze ninjas para essa nova tentativa de amizade com as grandes aldeias vizinhas – pausa para uma mordida e golada no suco – com isso, os testes para genin serão adiantados em quatro dias. Jovens devem participar de pré-seleção ainda nesta quinta-feira.

 

Meu pai sorriu para mim, depois passou as mãos nos meus cabelos, ele me dizia sempre que minha hora chegaria. O carinho no qual ele fazia em mim conseguia trazer uma felicidade diferente todas as manhãs, nossa família era perfeita e os dias que se passavam confirmavam isto, a única coisa que faltava era um irmão, sempre dizia isso para eles, porém até hoje nada da mamãe engravidar.

 

Os dias se passaram e então, chegou a minha vez de ir para a academia. As aulas estavam chatas no primeiro mês, até que um aluno novo chegou, logo ficamos amigos. Seu nome era Jin, ou mais conhecido como o garoto do cabelo vermelho. É aqui que continuo a história.

– Jin, – Estávamos fora da aldeia, no lugar mais próximo da entrada; uma árvore nos dava a sombra necessária, enquanto o sol tirava um pouco da água que bebíamos de dentro do nosso corpo. Como morávamos entre morros, o calor se reunia nos cantos e mesmo ali fora... pingava o suor do meu rosto – porque chegou atrasado na academia?

 

Ele riu, seu semblante era de quem se lembrava dos acontecimentos, admito que tinha um pouco de inveja dele, era um cara calmo e muito simples. Tinha olhos vermelhos como o fogo, assim como seus cabelos que na frente caiam em grandes mechas separadas em seu rosto mas atrás eram arrepiados em mechas grandes também. Seu corpo não era tão magro quanto o meu, era mais forte, isso dava para perceber.

 

Estava feliz com um sorriso no rosto quando me respondeu, suas palavras saindo como risos de uma criança feliz:

 

– Meu pai, bom, ele esqueceu de entregar o meu pedido de entrada. – ele riu bastante e eu também – aí, tive que esperar um mês para poder entrar na segunda seleção. Vamos lutar?

 

– O que? – Me surpreendi – Como assim?

 

– Muito tempo que não luto com ninguém. E, tenho que continuar meu treinamento.

 

Dei um sorriso com uma ideia mirabolante que surgiu na minha cabeça.

 

– Que tal treinarmos juntos? Seria bom se nós pudéssemos aprender um com o outro, eu sou rápido e você é forte, podemos ajudar a completar isso um no outro.

 

– Ótima ideia.

 

Levantamos de nossa sombra e percebemos que estávamos sem um plano de treinamento, não tendo isso seria impossível treinarmos direito. É claro que poderíamos fazer isto com facilidade, mas por onde começar.

 

Ouvimos um barulho de galho quebrando, com isso viramos rapidamente para ver quem era e uma menina havia acabado de cair no chão atrás de uma das árvores, era muito bonita e corremos para ajudar a se levantar:

 

– Hey, menina, está tudo bem?

 

Cheguei primeiro e ofereci a mão que ela rejeitou com firmeza dando um tapa, seus olhos eram de castanho bem claro e seus cabelos eram laranjas ou aquele ruivo natural que pouco vemos pelo mundo. Os orbes dela repousaram em mim, depois em Jin e pararam por um tempo ali. Deixei que ela se levantasse sozinha, pois não queria mesmo atrapalhar uma pessoa olhar para o que admira.

 

Jin parou ao meu lado olhando para ela e senti uma troca de olhares que me fez recuar um ou dois passos, ambos sorriram e, neste momento eu percebi o que era:

 

– Oi, você está bem? – Dessa vez foi Jin quem falou, é claro – Foi uma queda e tanto.

 

– Estou ótima. – Ela falou sério, não dando o braço a torcer pelos olhares anteriormente.

 

Ela se virou e percebi seu sorriso de canto surgir e seu rosto enrubescer, só eu que não entendo isso? As vezes vejo isso entre meus pais então...

 

– Qual seu nome? – Perguntou Jin.

 

– Asuna, estudante da academia ninja da vila do som, então não se metam comigo.

 

– Nós também. – Rebati.

 

Ela me olhou com uma cara tão séria que me pegou de surpresa, mas não deixei de encará-la. Eu não estava entendendo o clima, mas não levo de jeito nenhum desaforo para casa:

 

– Prazer em te conhecer – disse Jin.

 

– O prazer é todo seu.

 

Jin olhou para mim, revirando os olhos. Não era só eu que estava achando aquela arrogância um saco. Jin e eu somos muito parecidos nisso, talvez parecidos o suficiente para entendermos que era hora de deixar aquela garota ali.

 

– Okay.

 

Nós viramos para voltar à nossa árvore, onde começaríamos a planejar as ideias de treinamento. Deixando a ideia de olhar para a menina, começamos um treinamento que levaria nós dois a conhecer ainda melhor as habilidades que possuíamos. Jin se tornou um lutador mais rápido e forte, um usuário nato do fogo, eu ainda não sabia que jutsu combinava comigo e ficava nos ninjutsus básicos mesmo, enquanto ele evoluía mais rápido que eu.

 

Foram mais de dois meses até o dia em que descobri o meu lado na batalha, estávamos lutando, o que sempre acontecia, normalmente ele vencia e às vezes, um golpe de sorte me dava à vitória. Frente-a-frente para mais uma batalha, corremos um na direção do outro. A braçadeira de metal na qual alastrava seu fogo se bateu com a minha kunai e o som de aço saiu alto entre as montanhas à nossa volta.

 

O choque nos fez distanciar um pouco, mais em menos de um passo já tínhamos a batalha no corpo-a-corpo, Jin ainda era mais forte, mas mesmo tendo ficado mais rápido... Eu ainda tinha a vantagem de ser mais. Seu soco veio crepitando com as manoplas flamejantes, me abaixei, agarrando seu braço e usando o impulso de seu soco para derrubá-lo, mas ele sabia como reagir. Quando percebeu que sairia do chão, plantou seu pé atrás do meu e logo nos dois giramos no ar juntos.

 

Com um baque surdo, caímos ao mesmo tempo:

 

– Muito bom, – disse ele – essa doeu.´

 

– Boa reação – me levantei devagar junto com ele, uma das nossas regras era não atacar um oponente caído, a não ser que fosse para dar fim a batalha, neste caso ambos estávamos caídos – achei que tinha te pego nessa.

 

Tomando um pouco de distância um do outro, atacamos rapidamente. Dessa vez o soco dele pagou no meio das minhas costelas em cheio, deixando minha roupa chamuscada. Reagi, após o soco segurei sua mão e o tirei do chão fazendo uma alavanca com o corpo e o jogando longe. Jin bateu de costas na arvore, mas isso não fez cair, assim que seus pés se grudaram no chão, foi com um salto em minha direção, atacava pela direita o meu lado ruim.

 

Mas foi nesses meses que aprendi a manipular a cabeça dele em batalha, expus meu lado direito para seu golpe e ele atacou com um soco que pegava fogo. Girei o corpo para proteger o lado direito com a kunai na mão esquerda e com a mesma na parte de trás de seu antebraço o desequilibrei. As pernas preparadas para derrubá-lo.

 

Ele rolou no chão já se levantando para mais:

 

– Hoje não é seu dia, irmão. – Caçoei dele – É a minha vez de vencer.

 

Ele deu um sorriso de canto e voltou para o ataque, mas dessa vez, até mesmo sendo mais rápido, levei um soco no rosto que me queimou. Caí no chão e ele já estava em cima de mim:

 

– Venci.

 

– Não – impulsionei meu corpo para trás fazendo com que caísse e nos dois rolamos na terra, socos e chutes mal encaixados e doses e mais doses de sangue respingando.

 

Levantamos, dando uma distância de um pouco mais de dois passos. Mais uma vez, golpes se chocam deixando no ar aquele suspense de quem poderia vencer aquela luta. Ele forçava seu punho para mim e eu a kunai em sua direção:

 

– Como vai reagir se não consegue utilizar um jutsu se quer?

 

– Eu consigo – apontei meus dedos para ele e por um instante que pareceram décadas.

 

Eu estava ouvindo o gotejar de água, ouvia o crepitar do fogo ao meu lado, havia uma fogueira. Noutro lado havia uma pequena fonte de água de onde vinha o barulho. Atrás um monte de terra e na frente uma pequena corrente de ar, além disso, tudo era negro, exceto... Uma fonte de luz, quando olhei, uma corrente elétrica me atingiu de cima.

 

Nossos golpes ainda estavam chocando quando voltei a mim, dois dedos que estavam apoiando a kunai apontavam para Jin. Eles brilharam em azul, depois uma rajada elétrica saiu da ponta deles com o barulho de um tiro poderoso que atingiu a cabeça de Jin.

 

Seu corpo perdeu a força e o punho parou de confrontar minha kunai, ele ia cair no chão e o segurei, um filete de sangue saindo de sua testa:

 

– Jin, ­– seus braços penderam para o lado – amigo.

 

Os olhos vermelhos se abriram um pouco quando seus braços voltaram a se mexer, um sorriso se formou em seu rosto:

 

– Conseguiu, finalmente.

 

Ajudei-o a levantar. Sentia a sensação de um raio passado por mim, mas não era só o raio, de Jin vinha o fogo e de... Olhei para aquela árvore onde à alguns dias vimos a menina, ela estava lá, tocando uma flauta transversal, eu sentia a terra dentro dela. Jin também a encarou, mas depois, ficamos olhando orgulhosos um para o outro:

 

– Acho melhor irmos embora – disse Jin.

 

– Pode ir, vou ficar e aproveitar a luz da lua um pouco. – Caminhei até a nossa árvore onde iria descansar.

 

Ele desceu após dizer a mesma frase de sempre “A noite sempre é seu momento favorito” e era. As brisas que a montanha recebia e circulavam por seu espaço, o cheiro de maresia dos grandes rios à nossa volta. Eu queria ver o que tinha do outro lado daquilo tudo, mas parece que isso vai demorar.

 

A vida era tranquila neste lugar, ou, talvez, eu fosse tranquilo demais para este lugar que me acolheu. Ficar na sombra dessa árvore fazia-me sentir bem. Não que em casa me sentisse mal, meus pais se amam e não deixam de mostrar isso todos os dias... ou noites. Os dois também me amavam muito, tanto quanto eu à eles, mas os momentos nesta sombra valiam a solidão:

 

– Oi, – ouvi a voz atrás de mim, mas era feminina então eu sabia quem era: Asuna – está realmente tarde para você ficar aqui.

 

– Então, o que estaria você fazendo aqui? – disse a encarando. – Afinal, eu gosto de ficar à noite aqui. Mas para você é perigoso.

 

Ela ficou vermelha, o tipo de mulher que gosta de mostrar superioridade:

 

– Eu posso tanto quanto um menino de um metro e vinte.

 

– Está achando que se compara à mim por quê sou baixo? – Dei um suspiro quando o rosto dela mostrou exatamente isso – Olha, nós dois somos crianças, eu mesmo tenho seis anos e você parece que também. Porque quer discutir?

 

Ela se rendeu e se sentou do meu lado:

 

– Me desculpa, eu não quero parecer fraca.

 

Fiz como se entendesse com a cabeça, ela deu um sorriso e encostou-se na árvore. Depois de perceber o que estava fazendo, virou o rosto e desencostou:

 

– Desculpa, me intrometi no seu lugar.

 

– Tudo bem, eu não ligo. É bom finalmente você falar comigo, Asuna.

 

Com o rosto voltado para mim, ela sorriu e fiz o mesmo. Um pouco depois conversamos bastante e descobri que não morávamos tão longe assim um do outro e que, logo, estudaríamos juntos. Ela perguntava sobre Jin e respondi da melhor forma possível falando do meu amigo.

 

******

 

No dia seguinte...

 

– Vamos chamar de Ningugan (Pistola)

 

Eu e Jin estávamos pensando no jutsu que o tinha feito desmaiar no dia anterior. Ele já havia falado vários nomes, mas nenhum deles tinha algo que me fazia ficar eufórico até ele dizer aquele:

 

– Vai ser esse.

 

– Tenta de novo.

 

Virei-me para nossa árvore e apontei os dedos, desta vez fechando os olhos para sentir o relâmpago, e senti, veio com uma velocidade enorme e me fez sentir o mesmo que no dia anterior, era a sensação de que meus ossos estavam acelerando, como se precisassem dispensar uma carga energética poderosa o suficiente para derrubar aquela árvore, então gritei:

 

– Raiton: Ningugan (Elemento Raio: Pistola)

 

O disparo destruiu a árvore e deixou um tronco pela metade depois da fumaça que se espalhou:

 

­– Caraca, esse com certeza vai ser seu melhor jutsu.

 

Dei um sorriso...

 

******

 

Dias atuais:

 

Não sei exatos quantos dias se passaram desde que o pai de um dos meus melhores amigos apareceu aqui me testando, algo ele sabia sobre o meu pai, isso me deixava confuso. As aulas começaram a parecer borrões devido as noites mal dormidas, com certeza o gotejar de água no banheiro da casa de Hari era coisa da minha cabeça; indiferente à isso, os meninos me deixaram em paz, o único lado bom dos últimos dias.

 

Se eu te dissesse que sabia como resolver o conflito em minhas emoções, estaria no mínimo mentindo descaradamente. Como poderia um garoto de oito anos ser tanto em tão pouco, tentei me concentrar no objetivo, enquanto iria fazer minha primeira missão como membro do esquadrão Anbu do Hokage. A noite que passei pensando nos amigos daquela época, não só Jin propriamente dito, mas Asuna também esteve na minha mente, assim como outros que não vem ao caso falar agora, talvez no futuro.

 

Aliás, isso era algo que me incomodava, o futuro. Ainda que não prestasse atenção nas aulas, continuava com as melhores notas e fazendo um trabalho perfeito quando digo em jutsus, afinal eu os conhecia bem. Em Otogakure no Sato, (Vila Oculta do Som) somos treinados desde pequenos para sermos os melhores, de forma até severa às vezes. Tirando aqueles que se saem de forma esplêndida nos treinamentos, assim como eu e meu melhor amigo da época. A maior revelação do pai de Jin foi que existiam outros traidores, não somente o Bazukage (Sombra [Líder] da Aldeia do Som), meu pai não tinha sido atacado sozinho e eu lembrava o rosto de cada um deles. A imagem dos dois caídos no chão, enquanto o outro me segurava sempre estaria vivida em minha mente, deixando um vazio, uma solidão.

 

Solidão que agora me assolava na cama de casa, a única coisa que me tirava do chão, também era a única que me dava tempo de pensar. Antes de adormecer, todas as noites, eu via minha vida passar diante de meus olhos ouvindo a goteira do banheiro ao longe. A mesma coisa passando várias vezes na minha cabeça, aquela palavra mortal que nos faz perder o pensamento comum, quero dizer, senso comum. Essa palavra era: Vingança.

 

No fervilhão de pensamentos inóspitos adormeci, desejando um dia melhor naquele que viria. Desejando também paz para o coração desmantelado da mulher que agora chamava de irmã, desejando poder olhar naqueles olhos azuis claro de novo e talvez poder me aproximar ainda mais deles; isso não era pensamento de menino e eu me sentia muito à frente do que deveria ser como uma criança de apenas oito anos. Dançando conforme uma música feita, não por mim, mas pelos adultos que aqui me colocaram, tendo que me fazer amadurecer para chegar ao impasse, que era esquecer ou não da saudade extrema dos meus pais. Dor e ódio só causam dor e ódio.

 

O dia amanheceu ante eu perceber que já estava acordando, mesmo que dormisse às cinco da manhã, o relógio biológico me fazia acordar às seis. As olheiras até mesmo começavam a se intensificar de uma forma visível, mesmo assim, durante as aulas as meninas ainda me olhavam com os mesmos olhos. Um pesadelo durante aquela noite me assolou, Jin e eu lutando para ver quem era mais poderoso, ambos estávamos mortos no final. Acordado, levantei da cama aos poucos sentindo os músculos reclamarem de todo o treinamento do dia anterior, Naruto-senpai não pegava leve de forma alguma e dizia querer ver todo o potencial que eu mostrava ter durante as aulas.

 

Estava decidido a fazer desse dia algo novo quando vesti as roupas especiais que o Hokage me deu, a máscara coube perfeitamente em meu rosto e como ele havia dito, sai pela janela de casa, permanecendo furtivo até chegar a um ponto onde achava seguro me mostrar. A reação das pessoas a um membro da Anbu era boa, foi o que haviam me dito, mas os olhares para o garoto de menos de um metro e trinta ali não eram convidativos. O pior? Eu sou o garoto de menos de um metro e trinta. Pessoas acompanhavam a visão de minhas roupas pensando se aquilo não seriam fantasias de uma criança.

 

Devolvi alguns olhares com uma rápida encarada com os olhos por trás da máscara, isso fez alguns recuarem, não era sábio encarar um membro desta classe grande que os Anbu se orgulhavam de participar. Os ninjas mais fortes tinham o direito de vestir aquela roupa, estava eu ali, usando elas.

 

Havia chegado à mansão do Hokage, passando pela entrada principal vi outros dois vestidos igual a mim. Estes estavam nas escadas laterais, esperando que me dissessem algo andei perto e como eu esperava me chamaram:

 

– Oh, baixinho.

 

É claro que me chamariam assim, não seria outra coisa além do cara mais baixo da Anbu agora. Aquelas brincadeiras de altura, com toda a certeza às ouviria muitas vezes. Aproximei-me, com a postura ereta para não parecer à criança que realmente era, mas sim, um ninja querendo ser útil:

 

– Olá, vim aqui, pois o Hokage me chamou para uma missão importante.

 

Os dois se entreolharam e percebi que estavam rindo por debaixo da máscara. Já sabia o que pensavam e gostaria muito de mostrar meu treinamento com o Naruto-senpai para eles, fazendo com que fechassem suas bocas e parassem de rir de mim. Antes que eu fizesse besteira, um terceiro homem desce entre eles, este parecia mais sério e ainda não usava máscara. Suas feições eram suaves e os cabelos ralos, era um homem pálido e seus olhos exibiam um tom violeta muito fraco, diria que estava entre o azul e o violeta na verdade. Seus olhos foram de mim para os dois mais perto de si:

 

– Finalmente, estão todos aqui. Venham, vou levá-los ao local onde será dada a missão.

 

Foi com essa frase que partimos para um local atrás da mansão, onde se estendia para um local fora dos muros da vila. Estávamos em ruínas de um antigo clã, qual o nome eu vi escrito em um papiro no chão, me abaixei para pegar e somente consegui ler “Uzumaki” antes daquele pedaço se desfazer em pó. O mais velho nos levou até a entrada de um alçapão, pulou para dentro sem pensar duas vezes e logo gritou para que descêssemos.

 

Já lá embaixo ele pegou uma tora de madeira e acendeu utilizando um jutsu de katon (Elemento fogo) e andamos bastante até as primeiras luzes aparecerem:

 

– O que vocês irão ver é o início de um trabalho que o Hokage está fazendo. – A tocha bruxuleante em sua mão quase se apagou quando entramos em um córtex enorme onde havia, no mínimo, uns vinte ninjas vestidos igual. Passei os olhos para tentar gravar o rosto de todos, um deles eu já conhecia e adoraria que não estivesse ali: Kai Uchiha – O Hokage decidiu que as locações dos Anbu não os favoreciam, então decidiu que aqui seria um local para se reconstruir um novo modo de se agir em prol da paz. Aqui qualquer Anbu pode se instalar por um tempo determinado por seu líder.

 

– Você quer dizer qualquer Anbu? Como de outras vilas, por exemplo?

 

Ele fez que sim com a cabeça, respondendo a pergunta de um de meus “colegas”. Isso era de fato verdade, consegui distinguir símbolos de outras vilas ali, principalmente de Sunagakure no Sato (Vila Oculta da Areia), era como um canto de repouso para todos os que estavam cansados de missões, ou para aqueles que se preparavam para elas. Pessoas que se sentiam exaustas e que estavam havia algum tempos longe de suas famílias, mulheres sentadas nas cadeiras que pareciam estar desconfortáveis para quem sentia muitas dores nos quadris.

 

Nosso caminho foi diferente, as luzes ali já eram fortes e distingui bem o local que estava. Era uma área circular onde havia uma mesa oval no centro com cadeiras próximas e alguns computadores nas paredes, um deles, o que pensei sem o principal, era muito grande e exibia o símbolo da aliança shinobi, perfeitamente alinhado com todos os outros símbolos das grandes nações. Aquilo era chamado de símbolo da paz e meu pai o adorava, já eu pensava que parecia o símbolo de uma escola de bruxos sei lá. Um símbolo com o formato meio quadrático com sobressalências que lhe construíam como um espaço para se dividir entre as grandes nações, a palavra aliança ficava no meio quase impedindo a visão da folha logo atrás.

 

As atenções estavam no homem de cabelo ralo que se sentava em uma das cadeiras da mesa oval, chamou para que fizéssemos o mesmo. Sentados ele começou a falar:

 

– Bom, para dois de vocês será a primeira missão como Anbu... – Suspirou visivelmente cansado ­– Devo explicar como agimos, primeiro e, para mim, o mais importante, conheçam seus companheiros trabalhem juntos. Não sejam tímidos ou babacas com as diferenças de outros, não tolero isso.

 

Ele disse tudo até agora, claramente olhando para os dois que estavam rindo de mim...

 

– Segundo, – continuou – não brigamos entre nós. Terceiro, – ele ia enumerando com os dedos – nuca deixem um amigo para trás. Quarto, se algum de vocês... – falou bem sério – tentar nos trair, não vou pensar duas vezes em matá-los.

 

Essa foi para o menino de menos de um metro e trinta que, na verdade, não era morador de Konoha, mas de Otogakure. Este era eu, com isto em mente apenas assenti, resolvendo ficar quieto na minha, deixar as ameaças de lado era muito mais inteligente do que ser aturdido por elas. Ouvimos uma pigarreada e todos viramos para a entrada daquela sala enorme, ali estava um homem de cabelo amarelo que todos respeitavam. O Hokage se sentou na cadeira principal e olhou para todos nos, depois dirigiu a palavra para o sem máscara:

 

– Keny, já explicou tudo para eles? Já passou a missão?

 

Ele fez que sim com a cabeça, então. Agora, falando conosco, Naruto continuou. As explicações foram básicas conforme as leis ninjas e a lei “adicional” de nunca ser pego usando a máscara de Anbu. Era uma regra normal, como as outras, porém, o fato de ser da elite especial ninja agravava um possível rapto. O meu momento estava chegando, tinha que mostrar serviço com esta oportunidade de ser melhor:

 

– A missão é bem simples e acho que vocês darão conta, enviarei um grupo de retaguarda um dia depois que saírem caso algo aconteça. – O Hokage olhou para todos nós – Alguma pergunta?

 

Queríamos chegar logo no objetivo partindo logo que Naruto-senpai terminara de falar, Keny andava à frente e os outros dois atrás, tinha ficado no meio, pois era mais seguro para o jovem ser protegido por três bons ninjas. Ainda no meio, olhava para tudo e qualquer canto quando chegamos à floresta que nosso caminho guiava, escura e misteriosa à noite, linda e aconchegante de dia. As cores de flores se misturando no caminho para dar à aquele lugar uma beleza incomparável, árvores enormes e animais rodando despreocupados.

 

Um esquilo desce no meu ombro e se deita, enrolando-se na cauda e adormecendo ali. A serenidade deste lugar é algo da verdadeira paz que o nosso mundo conquistou por causa do Hokage. Keny comandava o grupo, mas os dois atrás conversavam demais, até que...

 

– Garoto.

 

Estávamos agora sentados, acampando com a fogueira deixando uma luz fraca no lugar. À mando de Keny, haveriam dois turnos de guardas. Quis pegar o primeiro e outro dos dois de trás fez o mesmo, finalmente tirando a máscara e mostrando sua carranca, um homem de cabelos negros como a própria noite que nós fornecia pouca luz, olhos castanhos escuros e um rosto de quem havia passado muito tempo em campos de batalhas, talvez um remanescente da guerra? Impossível, as guerras com certeza haviam acabado antes mesmo deste nascer, pois ainda era jovem:

 

– Oi? – Olhamos um para o outro – Ouviu alguma coisa?

 

– Não, não mesmo. –Ele disse olhando envolta – Posso te perguntar uma coisa?

 

Eu já sabia qual era a pergunta, então, revirei os olhos deixando a minha face de lado, lhe permiti perguntar. Nisso, algo se envolveu no ar, algo frio:

 

– Quantos anos você tem?

 

– Oito,– respondi com sinceridade – algum problema?

 

– Claro que não – Mentiu – Como conseguiu lugar como Anbu sendo tão novo?

 

Virei para o lado, para assim ele perceber que estava dando o assunto como encerrado. Cheiro de cigarro invadiu minhas narinas e sabia que vinha dele, me virei para lhe dizer para apagar, mas ele estava perto demais de mim. Seus olhos escuros perto o suficiente para tentar ler os meus, claro que não conseguiria fazê-lo tão fácil:

 

– O que quer? – Pulei para trás e percebi que ali estava o outro, Keny ainda dormia – Mas, o que?

 

Eles me cercaram, então pulei para cima de umas das árvores para criar a distância mais segura possível. Ambos se posicionaram abaixo de mim, existia, em mim, uma certa veia de medo e pânico por estar sendo cercado por dois ninjas superiores, mas não é algo que eu deixe passar, as pessoas gostam de se sentir melhores que as outras, isso nunca iria funcionar comigo, iria me superar até dar o meu melhor e vencer os desafios. Foi isso que me deu coragem de não gritar e me preparar para uma ameaça eminente:

 

– Se acalme garoto. Só queremos ter uma conversa sobre vilas.

 

– Fale por aí mesmo – saquei uma kunai nas costas, deixando que eles percebessem.

– Queremos saber se não quer se juntar a nos... Sabe, Konoha é um lugar chato e tem pagado muito mal depois que a paz começou. Você é jovem e pode viver bem melhor se for conosco.

 

O que esse cara está falando? Ele é louco? Joguei a kunai na sua direção, mas ele segurou com facilidade, isso foi a distração que eu queria. O “sem máscara” se achando superior não percebeu a surpresa na kunai e ela explodiu assustando os dois. Ambos foram pegos pelo impacto da explosão do papel bomba, caídos no chão e queimando, dois troncos tomaram seu lugar no mesmo momento que senti duas presenças atrás de mim. “Essa vai doer”, pensei.

 

– Se não vai se juntar, você morre.

 

Ele iria me golpear, mas segundos antes eu vi, um relâmpago vermelho passou por mim e as duas presenças sumiram, parecendo nem mesmo ter existido no espaço de tempo que ali estavam. Somente a brisa que aquele raio deixou ainda me mostrava que ali tinham tido duas pessoas. Keny sai de sua barraca e eu desço, esperando o golpe daquele que passou por mim, em posição de luta, segurando duas kunais agora:

 

– O que houve, Yakago? – Disse Keny, mas como ele sabia meu nome, eu não sei.

 

– Um raio vermelho pegou os dois, acho que somos os próximos. Isso foi realmente rápido.

 

Keny se sentou em um tronco caído e já comia um marshmallow quando olhei para ele incrédulo:

 

– O raio, Keny-sama.

 

Ele se levantou e o raio passou de novo, dessa vez, parando ao lado dele. Nem em meus maiores sonhos ou pesadelos saberia quem era aquele raio, há menos que ele parasse na minha frente, então lá estava o raio, parado. Seus olhos negros eram inconfundíveis; a katana ao lado do corpo como a de Sasuke Uchiha, parado ali estava: Kai Uchiha.

 

– Sério, o raio vermelho é você? – De repente os outros vieram à minha cabeça – Onde estão os outros?

 

– Presos – disse simplesmente o Uchiha – onde tem que ficar.

 

******

 

– Oi, eu sou Kai Uchiha.

 

– Espero não estar atrapalhando o andamento da história que estão lendo, não? Ah, então tudo bem. Eu vim falar para vocês que... Aí, perai, eu estava falando, não me empurra.

 

– SAI DAQUI, EU QUE FAÇO A INTRODUÇÃO DO PRÓXIMO CAPÍTULO. VAI PARA SUA HISTÓRIA VAI!!!

 

– Cara louco, eu hein.

 

Oi, eu sou o Yakago.

 

Saibam que esta missão ainda não acabou e muitas surpresas vão ser reveladas e poderemos ter um vislumbre de habilidades de ninjas incríveis. Como posso ficar tão poderoso, terei que treinar muito mais, logo estarei voltando.

 

O próximo capitulo é:

 

Amigos poderosos contra a escória: Homens mortos ainda contam histórias



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