Capítulo 31 – Dias diferentes
Por Kirito
Acabo de chegar em casa e percebo que já é um pouco tarde, acho que assistir filmes com Sugu e ter conversado um pouco com minha mãe acabou demorando um pouco, fora que passei no mercado para comprar uma caixa de chocolate pra Asuna para o caso dela ter ficado brava comigo. Vejo que as luzes da sala estão apagadas isso quer dizer que Asuna e Yui já devem estar na cama, primeiro vou dar uma olhada na Yui depois vejo Asuna.
Assim que entro no quarto de Yui vejo que Asuna está dormindo com ela então é melhor eu deixa-las e ir dormir.
Acabo de acordar e sinto que tem alguém segurando minha mão então aos poucos abro os olhos e vejo que Asuna está do outro lado da cama, ela esta de costas pra mim com o meu braço direito em volta da cintura dela, vou tirando meu braço com cuidado para não acorda-la, fiquei surpreso em ver que dessa vez ela não acordou então me sentei na borda da cama por um tempo só para poder ter certeza que acordei, me levanto e me espicho.
-Agora sim. –Falei pra mim mesmo.
Acho que vou adiantar as coisas voltei a olhar para Asuna e fiquei um pouco preocupado por ter visto que ela molhou a calça, ela deve ter menstruado, ainda bem que eu acordei antes dela acho que vou preparar a hidromassagem pra ela. Já deixei tudo pronto e por sorte tinha alguns sais de banho, agora vou acorda-la. Me agacho e fico de frente pra ela que ainda está dormindo.
-Asuna. –Falei baixo e comecei a acariciar o rosto dela e isso fez com que aos poucos ela começasse a se mexer e a abrir os olhos.
-Acho que dessa vez eu dormi um pouco mais. –Dei um pequeno sorriso.
-Desculpa perguntar, mas você quer tomar um banho antes de ir usar a hidromassagem?
-Você viu né? –Asuna rapidamente enfiou o rosto no travesseiro.
-Não tem que ficar com vergonha. –Parece que ela ficou sem ar, por isso tirou o rosto do travesseiro e agora se sentou e começou a abraçar o travesseiro.
-Mas essa é a primeira vez que você viu. –A voz dela estava abafada já que estava tapando a boca com o travesseiro.
-Não precisava ficar escondendo e nem inventar desculpa de que estava cansada quando eu queria... Entende?
-É que eu achei que você ia ter nojo de mim. –Me sentei do lado dela me virei e a abracei.
-Se você não sabe eu tenho que cuidar de você e você de mim e nós dois da Yui.
-Ta... –Me afastei e dei um selinho nela.
-Acho melhor você tomar um banho primeiro.
-Vou tentar nã... –Pus o meu indicador no meio dos lábios dela.
-Você pode demorar o tempo que quiser. –Me levantei. -E me avisa quando terminar de tomar banho.
Saí do quarto e como ainda falta um pouco para ter que acordar a Yui então vou aproveitar e limpar a casa e por algumas roupas pra lavar. Não demorou muito e Asuna me avisou que já estava indo usar a hidromassagem que ficava no outro banheiro. Assim que cheguei e a vi com uma expressão de felicidade no rosto me senti satisfeito afinal é por isso que estou fazendo tudo isso, só para vê-la sorrir.
-Parece que você ta gostando. –Falei enquanto ia entrado e me aproximando dela.
-Sim, a temperatura da água ta muito boa. –Asuna falava enquanto brincava com as espumas.
-Aqui. –Dei para ela a caixa de chocolate que comprei ontem.
-Obrigada. –Asuna começou a comer e mais um sorriso, isso me deixa muito feliz.
-Se quiser eu posso trazer um pedaço de bolo.
-N-não precisa, não quero que você fique se esforçando muito. –Agora sua expressão era de preocupação.
-Isso não é nada, se quiser alguma coisa é só chamar ta?
-Mas eu não quero que você fique exausto por minha causa ta bom? –Me aproximei.
-Vamos mudando essa cara de preocupação e voltar com aquele sorriso. –Peguei o chocolate da mão dela.
-Ei. –Dei um beijo no rosto dela.
Apenas sorri e comecei a ir em direção a porta.
-Eu te amo. –Escutar Asuna dizer isso já é uma boa recompensa pelo que eu estou fazendo.
-É bom ouvir isso.
Fiz tudo o que precisava e ainda sobrou um tempo pra descansar e só vou ter que acordar Yui daqui á uma hora, me deitei no sofá e fechei os olhos.
Acho que acabei cochilando por uns trinta minutos porque depois disso comecei a sentir que alguém estava se deitando em cima de mim, e pelo peso...
-Ai! –Asuna havia mordido meu braço.
-Melhor parar.
-O que eu fiz?
-Ainda pergunta?
-Claro.
-Assim que eu comecei a ficar em cima de você sua expressão ficou tipo “hmmm, esse peso”.
-Não sei do que você ta falando.
-Hmmm... –Asuna ficou pensativa. -Eu posso ter me enganado.
-E como você ta?
-Me sinto ótima.
-Ainda bem e você quer fazer o que depois?
-Vou querer ir no cinema, comprar algumas roupas e algumas “peças intimas”. –Senti que ela tentou me provocar.
-Ta bom. –Beijei a testa dela.
-Mas se você não quiser ir não precisa.
-Se for pra ver você sorrindo a gente pode fazer o que você quiser.
-Você ta fazendo tudo isso só pra me ver sorrir? –Agora parecia que Asuna estava se segurando para não chorar.
-“Só”? Você não faz ideia de como o seu sorriso faz eu me sentir.
-E você não faz ideia de como ter você ao meu lado faz eu me sentir. –Ela deixou algumas lágrimas caírem.
-Lembra do que eu disse sobre o seu sorriso?
-Desculpa. –Limpei as lagrimas do rosto dela e a mesma sorriu pra mim.
Ficamos conversando sobre o que Asuna ia querer fazer hoje até dar a hora de acordar Yui para tomar café, me levantei.
-Aproveitando que vamos no shopping temos que dar uma olhada no que comprar pra Yui de presente.
-Falando nisso ontem ela chorou bastante. –Parece que ela ficou um pouco chateada depois que falou isso e eu fiquei preocupado ao escutar isso.
-Por quê? –Me sentei ao lado dela.
-Ela achou que você não ia voltar, mesmo comigo dizendo que você devia ter ficado um pouco mais por causa da sua mãe. –Me senti muito mal por isso.
-Era só ter ligado pra mim, mas eu sou bem idiota. –Deitei minha cabeça no ombro de Asuna.
-Eu não queria te incomodar, e é sim. –Ainda bem que ela concorda. -Mas... -Ela começou a acariciar minha cabeça. -Esse idiota ta fazendo o meu dia ser muito melhor do que de costume e isso só me faz amar ainda mais ele.
-Será que posso fazer o mesmo com a Yui? –Olhei para Asuna.
-Claro que pode e deve, mas só não deixa a gente preocupada de novo ta bem?
-Primeira e ultima vez.
-Bom que seja. –Senti um tom autoritário. -Porque eu acho que você sabe o quanto ela é apagada a você.
-Ah é. –Agora que lembrei. -E sobre o presente dela? –Olhei para Asuna.
-Eu já sei o que comprar.
-O que?
-É surpresa. –Asuna piscou pra mim.
-Não vai me contar?
-Não, é uma surpresa. –Ela parece estar me provocando, já que começou a me olhar de uma forma um pouco maliciosa.
-Vou fazer você me contar. –Comecei a me aproximar.
-Como?
-Surpresa. –Sussurrei no ouvido de Asuna e depois comecei a dar uns beijos e chupões no pescoço dela.
-T-T-Ta n-na hora de acordar a Yui. –Apesar disso ela parecia estar gostando, mas me afastei.
-Vou acordar ela enquanto você põe o café da manhã na mesa. –Me levantei e Asuna se sentou.
-Já ta pronto?
-Claro sou bem eficiente cuidando de casa sabia? –Fiquei tentando me gabar até lembrar de algo. -Mas acho que adiantei um pouco de mais. –Fiquei sem jeito ao lembrar que café da manhã frio não deve ser muito bom. -Então é melhor esquentar.
Deixei Asuna na sala e fui pro quarto de Yui acorda-la. Assim que abro a porta vejo que ela ainda está dormindo me sento na cama dela e fico encarando-a por um tempo, fiquei com uma sensação horrível dentro de mim só em pensar que fiz minha filha chorar e só de olhar pra ela já penso que tanto ela como Asuna não precisam chorar por minha causa e se for pra chorar tem que ser de felicidade não preocupação. Em quanto pensava nisso percebi que Yui estava se mexendo.
-Mama... –Ela estava se levantando ao poucos enquanto esfregava os olhos com as mãos.
-Acho que não, tenta de novo.
-Pap... –Assim que Yui me viu ela ficou de pé e começou a me encarar em silêncio.
-Bom di... –Ela de repente me abraçou e começou a chorar.
-A-a-achei q-q-que você n-não ia voltar e... –Yui soluçava bastante por isso a interrompi.
-Desculpa ta? –Eu passava a mão na cabeça dela.
-P-P-Papa n-nunca mais vai fazer isso?
-Primeira e... –Á afastei um pouco e beijei a testa dela. -Ultima vez eu prometo. –Estiquei meu dedo mindinho.
-Hm? –Parece que ela não entendeu.
-Faz q nem o papai.
-Assim? –Yui fez que nem eu e fechou a mão e deixou apenas o dedo mindinho esticado.
-Agora cruza um com outro. –Cruzamos nossos dedos. -Pronto.
-E agora?
-Não se quebra promessa com dedo mindinho.
-Ah. –Yui ficou olhando pro dedo mindinho dela e parou de chorar.
-E no caminho da escola eu compro o sorvete que você quiser. –Me levantei.
-Pometi? –Ela esticou o dedo mindinho pra mim.
-Pometo. –Já que ela falou de uma maneira fofa achei melhor fazer o mesmo.
Já estamos levando Yui para escola em quanto penso “acho que finalmente consegui resolver as coisas”. Deixamos Yui na escola e fui para o shopping com Asuna.
Fomos ao cinema, lanchamos, compramos algumas roupas pra nós e para Yui, mas o momento mais difícil foi quando Asuna me pediu para entrar com ela em uma loja que vende apenas peças femininas. Ela entrou no provador com algumas peças em quanto eu esperava sentado em um banco que tinha do lado de fora. Logo depois que Asuna entrou outra mulher que antes de entrar em um dos provadores me encarou e sorriu pra mim e um cara que parecia ter a minha idade sentou do meu lado, achei melhor tentar puxar assunto só para distrair um pouco.
-Complicado né? –Falei ao meio de suspiros.
-Nem tanto gato. –Fiquei um pouco surpreso com o tom de voz que ele usava, mas o que me surpreendeu mesmo foi ele me chamar de “gato”.
-É sua mulher? –Acho que eu posso ter escutado errado.
-Não fala isso nem de brincadeira. –Nada contra, mas espero que ele não de em cima de mim. -Ela é só minha “best” e acho que ela gostou de você.
-C-c-como posso dizer... –Do jeito que a Asuna esta é melhor eu só dar atenção pra ela.
-Não gosta da “fruta”? –Ele se aproximou de mim e ficou me olhando de uma forma que estava me deixando envergonhado.
-N-n-não é isso.
-Acho que sua amiga não vai se importar se você der uma ajudinha pra minha.
-A-a-acho q-que ela vai sim.
-Vou dar uma olhada por aí. –Ele se levantou.
Ainda bem que ele saiu eu já estava começando a ficar sem ter o que falar.
-Você pode me ajudar aqui? –Já vi que não vai acabar bem, era a mulher que havia entrado no provador logo depois de Asuna, ela tinha a pele clara e os cabelos longos e escuros e os olhos era um tom de castanho claro, e ela é bem bonita.
-Quer que eu chame o seu amigo?
-Não precisa, você pode vir aqui? –Acho que se eu for rápido não vai ter problema.
Entrei no provador em que ela estava e logo vi que ela estava apenas de calcinha, então virei o rosto pro outro lado, mas pelo que acabei vendo do corpo dela, como posso dizer, ela tem um belo corpo e um pouco menor do que eu sua cabeça deve no máximo bater no meu peito.
-Tem certeza que você precisa de ajuda? –Eu estava cobrindo minha visão com uma das mãos.
-Tenho sim. –Ela segurou minhas mãos e isso fez com que ficássemos encarando um ao outro, as colocou sobre a cintura dela em quanto ela se aproximava do meu ouvido. -Preciso só da sua ajuda.
-Melhor eu chamar o seu amigo. –Falei isso enquanto tirava minhas mãos da cintura dela.
-Você é gay? –Difícil aceitar que foi rejeitada?
-Então... –Mostrei a mão com a aliança.
-É aquela que entrou no provador do lado? –Ela ainda estava bem perto de mim.
-Pois é.
-Mas já se casou... Você tem quantos anos?
-Vinte e um.
-Nem parece, achei que você tinha minha idade.
-Pera... E você tem quantos anos?
-Dezessete.
-Nossa... -Há afastei um pouco e peguei a blusa dela que estava no chão. -Vai por mim... –Comecei a vesti-la. -Se você se oferecer desse jeito pra qualquer cara isso não vai acabar bem. –Acho que agora posso olhar pra ela sem me distrair. -Ficou boa em você.
-Obrigada. –Ela ficou corada. -Acho que eu não pensei no que podia acontecer. –Agora sua expressão era de arrependimento.
-Não precisa se preocupar.
-Você é bem legal, acho que se fosse outro eu com certeza... –A interrompi.
-Não é melhor a gente conversar lá fora?
-Ta.
-Mas é melhor você terminar de se vestir primeiro... –Agora que percebi que ainda não sei o nome dela. -Ainda não sei o seu nome.
-É Julie e o seu?
-Pode me chamar de Kirito.
Mandei uma mensagem para Asuna dizendo que ia procurar algo para comprar de presente para Yui, vou fazer isso em quanto dou uma volta pelo shopping e converso com Julie.
-Só por curiosidade posso saber por que você tentou me agarrar no provador? –Percebi que Julie ficou um pouco envergonhada. -Mas se não quiser falar não precisa.
-P-p-por causa do meu namorado ou ex-namorado, nem sei como ficou meu relacionamento depois daquilo. –Será que algo sério?
-Sério se você não quiser falar não precisa.
-Na verdade não foi nada de mais.
-Acabei ficando curioso. –Tentei falar de uma forma irônica para poder melhor o clima, então me sentei em um banco que fica de frente á uma loja de brinquedos.
-Você sabe como animar uma pessoa. –Ela sorriu e se sentou ao meu lado.
-Sem querer ser direto... Aconteceu alguma coisa com seu namorado?
-“Sem querer”. –Julie deu risada. -Não, mas no dia seguinte após eu ter tido minha primeira vez, ele começou a me ignorar e dar em cima de outras meninas.
-Nossa... –Fiquei surpreso ao escutar isso. -Que cara idiota, se eu fosse você terminaria com ele. –Acho que ele só ficou com ela por causa da virgindade dela.
-Eu tava pensando nisso... E você deve ter pensando que ele ficou comigo só porque eu era virgem né?
-Nem pensei.
-Não precisa mentir pra mim. –Ela deu um sorriso fraco. -Ele tem essa fama mesmo, mas eu achei que comigo ia ser diferente. –Percebi que Julie ficou um pouco triste, então coloquei a cabeça dela sobre meu peito.
-Tenta esquecer.
-Você sabe como fazer as pessoas de sentirem melhor. –Ela me abraçou com força.
-Acho que você só precisava desabafar.
-E de um abraço também.
-Você podia ter falado com o seu amigo.
-Ah ele é meu irmão.
-Ah... –Fiquei sem o que falar.
-Ele deu em cima de você?
-Acho que tentou. –Lembrei da pequena conversa que tive com ele.
-Me desculpa... É que ele... Sabe?
-Eu acabei entendendo logo de primeira, e você também deu em cima de mim ou eu entendi errado?
-Foi bem isso... –Ela se afastou.
-Hummmm. –Fiz isso para demonstrar que eu estava esperando ela terminar de falar.
-Eu achei que se eu ficasse com outro cara isso ia me ajudar a esquecer ele...
-Não é o pensamento errado, mas tentar ficar com um cara que você nunca viu é meio perigoso, já pensou se fosse um velho tarado? –Tentei brincar um pouco.
-Nem brinca com isso. –Julie me deu um leve tapa no braço e percebi que ela ficou um pouco envergonhada com o que eu disse.
-Não falei nada de mais.
-Ainda bem que era você e não um velho tarado. –Senti um pequeno tom de alivio.
-Seu dia de sorte. –De repente meu celular começa a tocar. -Deve ser... –Vi que era Asuna e logo atendi.
Como eu estou com todas as sacolas de compras que fizemos falei que ela podia ir pra casa já que eu ainda não havia escolhido o presente da Yui, e o aniversario dela é amanhã. Asuna disse que ia pedir pra mãe dela busca-la e que juntas iam buscar Yui e o que me deixou curioso foi quando ela disse “Quando você chegar em casa vou te recompensar”.
-Era sua mulher?
-Sim.
-Nossa que lindo. –Acho que ela se referia ao plano de fundo do meu celular em que é uma foto em que eu estou de um lado e Asuna do outro e ambos estamos beijando a bochecha de Yui que esta no meio. -Acho que achei o motivo do casamento. –Senti uma pequena ironia vindo de Julie.
-Acho que de um jeito ou de outro eu ia me casar com ela e provavelmente Yui ia nascer, então eu só adiantei as coisas. –Tentei falar com um ar de superioridade, mas acho que não deu certo já que ela acabou dando risada.
-Vocês se esqueceram de se prevenir não é?
-Por aí. –Falei com desanimo.
-Aposto que foi nas primeiras vezes.
-Talvez. –Como ela sabe?
-Gostei bastante de você. –Julie me olhava de uma forma diferente. –E... –O celular dela tocou.
Em quanto ela falava no celular eu olhava para a loja de brinquedos pra pode ver se aparecia alguma ideia do que comprar pra Yui.
-Tenho que ir. –Assim que escutei isso a encarei e fiquei surpreso em vê-la um pouco desanimada.
-Era o seu irmão?
-É... Ele achou que tinha acontecido algo comigo.
-Isso é bom.
-O QUE? –Parece que Julie entendeu errado.
-C-C-Calma, ele se preocupa com você então “isso é bom”.
-Ah... –Parece que ela entendeu. -Me empresta o seu celular?
-Aqui. –O que será que ela quer?
-Pronto. –Julie me devolveu o celular.
-O qu... –Vi que ela havia salvado o numero dela e agora meu celular estava ligando pro dela.
-Se você precisar de mim. –Julie se levantou. -É só me chamar que eu vou correndo te encontrar.
-Eu sou casado.
-Mas quem sabe, vai que alguém dia, assim de repente você precise esquecer alguns problemas com sua mulher. –Já comecei a entender o que ela quer.
-E se no dia em que eu chamar você já estiver em algum relacionamento?
-Se for por você eu não importo em terminar. –Por essa eu não esperava.
-Você sabe o que você ta falando?
-Sei sim. –Ela se aproximou do meu ouvido. -E quero que esse dia chegue logo, só pra você me ensinar algumas coisas.
-Melhor você ir. –A afastei um pouco.
-Ta. –Julie me deu um beijo, eu não retribui apenas fiquei parado. –Da próxima vez vou fazer você me retribuir esse beijo.
-Quem sabe um dia eu retribua.
-Pelo menos responda as minhas mensagens ta?
-Ta bem.
-Até mais tarde. –Ela me deu um beijo no rosto e foi embora.
Eu já sabia o que comprar pra Yui, então decidi não ir a loja de brinquedos e sim ir em outro lugar comprar o presente dela. Pedi para a mãe de Asuna me buscar só para poder guardar o presente de Yui na casa dos Yukki já que a festa vai ser lá.
Ainda bem que a senhora Yukki me deu uma carona ate em casa, acabo de entrar em casa e vejo que Asuna está assistindo desenho com Yui, as duas me receberam com um beijo no rosto fui pro sofá assistir desenho com elas em quanto Yui me contava as coisas que fez na escola.
Estou procurando meu pijama o que é bem raro de acontecer já que geralmente eu fico sem nada antes de ir dormir com Asuna e enquanto isso ela arruma o nosso quarto que é um pouco bagunçado, eu até disse que eu arrumaria, mas ela disse que como não fez quase nada hoje queria pelo menos arrumar o quarto. Eu coloquei o pijama dela em cima da cama e na hora Asuna ficou um pouco surpresa.
-A gente quase não usa os pijamas. –Asuna se levantou e começou a se trocar.
-To afim de usar hoje.
-Por quê? –Me deitei e fiquei vendo ela se trocar.
-Nem eu sei.
-Hm... –Asuna se deitou do meu lado. -Você deixou o meu dia muito melhor hoje.
-Eu sei. –Ela deu risada e a puxei para mais perto de mim. -Só que é isso o que eu tenho que fazer. –Asuna beijou meu rosto.
-E isso me fez lembrar da sua recompensa. –Ela sussurrou no meu ouvido.
-O que vai ser?
-Vou deixar você fazer o que quiser comigo. –Fiquei muito surpreso, muito surpreso mesmo e ao escutar isso varias coisas passaram na minha cabeça.
-Hoje eu só quero dormir abraçado com você.
-Sério? –Agora ela parecia surpresa.
-Sério.
-Não parecia que você tava pensando nisso.
-Acho que só mudei de ideia.
-Sei... –Mesmo ainda estando desconfiada Asuna deitou a cabeça sobre meu peito.
-Desculpa ter saído sem te avisar.
-Não se preocupa, você fez muito por mim hoje, mas pelo menos conseguiu comprar o presente da Yui?
-Claro que consegui. –Falei com um certo tom de orgulho.
-E o que você comprou?
-Surpresa. –Senti o gosto da pequena vingança que acabei de ter.
-Não vai me contar?
-Não.
-Ao contrario de você eu tenho “paciência”. –Acho que Asuna quer dizer algo a mais.
-Se você diz... Pode desligar o abajur do meu lado?
-Cada um desliga o seu lembra?
-Você disse que ia fazer tudo o que eu quisesse... –Pode até parecer chantagem ou algo do tipo, mas eu só lembrei o que ela disse ainda á pouco.
-Você não presta. –Asuna disse isso com um sorriso no rosto, se sentou e se esticou para poder apagar a luz do abajur do meu lado da cama.
Aproveitei que ela estava por cima de mim e assim que a luz se apagou eu comecei a fazer cócegas na barriga de Asuna, fazendo-a cair em cima de mim.
-P-p-pa-pa-para. –Asuna não conseguia falar por causa das risadas que estava dando, e enquanto fazia cócegas nela aos pouco eu ia ficando por cima dela.
-Você já se esqueceu do acabou de falar? –Eu já estava por cima dela e comecei a entrelaçar nossos dedos com uma das mãos enquanto acariciava seu rosto com a outra.
-Vai ficar usando isso contra mim a noite toda? –Já estávamos um olhando para a boca do outro.
-Ainda não sei por... –Asuna me interrompeu com um beijo.
Já que ela tomou a iniciativa, acho que tentar dormir apenas abraçados não vai rolar... Não sem fazer algo antes. Comecei a me excitar e assim que percebi isso achei melhor sair de cima.
-Aconteceu alguma coisa? –Ela parecia preocupada.
-Na... –Parei de falar porque escutei meu celular tocar.
-Eu vejo o que é.
-Ta. –O som foi de mensagem, então não deve ser algo muito importante... Mas quem mandaria mensagens á essa hora?
Fiquei olhando para Asuna enquanto ela lia a mensagem, mas assim que eu vi a expressão dela, me toquei de quem enviaria algum tipo de mensagem há essa hora.
-Quem é Julie? –Ela não parecia brava nem nada então a mensagem de Julie não deve ter sido tão ruim.
-Uma amiga.
-Que tipo de amiga? –Asuna já estava começando a me encarar com um olhar sério.
-Amiga normal.
-O que é uma amiga normal? –Admito que também sou ciumento, mas não faço esses interrogatórios.
-Normal do tipo que serve pra conversar e sair.
-Então é normal ela te mandar uma mensagem dizendo “Já sinto sua falta seu fofo, espero que você me chame pra sair logo, mas se você demorar muito eu vou te chamar, desculpa se te acordei e se não te acordei; beijo e boa noite.” –Parece o tipo de mensagem que ela mandaria mesmo.
-O que tem de errado? –Acho que foi uma mensagem normal.
-“Sinto sua falta seu fofo” se você puder me explicar o que é isso.
-Eu sou uma pessoa gentil lembra? –Tentei falar de uma forma carinhosa para tentar mudar o humor de Asuna.
-Será que você não é gentil de mais com ela? –Achei um pouco engraçado a forma com que ela quer ter certeza que sou apenas amigo da Julie e acabei dando uma leve risada.
-Quase me esqueci de como você é fofa quando fica com ciúmes.
-Isso não é engraçado.
-É sim. –Comecei a ir pra cima de Asuna.
-E acho que você quase se esqueceu de como eu fico quando você fala com outras mulheres.
-Tenta se controlar que nem eu. –Ela me deu o celular e o deixei em cima do criado mudo enquanto eu estava atrás dela a abraçando.
-Que nem você?
-Acha que eu não percebi que aquele novo estagiário fica olhando pra você?
-Só que eu o ignoro.
-Não devia é falta de educação.
-Eu sou casada com você então não tenho que dar atenção pra outro homem e o mesmo vale pra você. –É muito bonito o jeito dela pensar e isso me faz me sentir mal por ter deixado Julie me beijar, mesmo que eu não tenha retribuído.
-Só espero que ele saiba disso. –Falei com um tom bem serio.
-Não precisa se preocupar... Então... –Asuna virou o rosto e começou a me encarar. -Quer continuar de onde paramos?
-Melhor não. –Falar isso é mais difícil do que eu pensava.
-Por quê?
-Você sabe... Hoje de manhã... Entende?
-Ah se for isso não tem que se preocupar, eu já me sinto melhor. –Ela se virou completamente.
-Mesmo assim eu não me sinto a vontade.
-Sério não tem que se preocupar. –Asuna acariciava meus cabelos.
-Vamos deixar pra amanha? É que eu quero ter certeza de que você não vai sentir nenhum incomodo ou algo do tipo.
-Ta bem. –Asuna sorriu. -Fico feliz em ver que você se preocupa muito comigo.
-Só que da próxima vez que você disser “Pode fazer o que quiser comigo” é bom que você esteja preparada. –Falei de uma forma provocativa.
-Pra você eu sempre estou preparada. –Sorri a escutar isso e Asuna se virou pro outro lado novamente e levou meu braço junto, acho que ela não consegue dormir se não fizer isso.
-Melhor a gente ir dormir logo... –Suspirei. -Vai ser a primeira vez que eu participo do aniversário da Yui.
-Acho que ela deve ter ficado muito feliz com isso.
-E eu um pouco nervoso.
-Você só precisava aproveitar.
-Falando em aproveitar, temos que levar ela pra algum lugar antes que essa sua semana de folga acabe.
-Ta bom, boa noite.
-Boa noite. –Beijei o rosto de Asuna e fui dormir.
Saí de casa mais cedo porque eu tenho que ver se o presente da Yui está bem, eu só sei que saí cedo porque acordei antes de Asuna então eu realmente saí de casa cedo.
Acabei de tocar a campainha da casa dos pais de Asuna e quem atende é a mãe dela.
-Nossa... –A senhora Yukki estava usando um avental e ela parecia surpresa. -Achei que Asuna ia aparecer antes de você.
-Desculpa por ter decepcionado a senhora. –Falei brincando e isso a fez rir. -Mas com certeza daqui a pouco ela aparece pra ajudar com os salgados.
-A senhora quer ajuda com os doces?
-Não se preocupe eu e o Shouzou já preparamos quase tudo.
-Se precisar de ajuda é só me avisar.
-O senhor Yukki também cozinha... –Ta ai uma coisa que me surpreendeu a ponto de me deixar de boca aberta.
-Sim. –Ela deu risada. -E muito bem até. -Então... Você veio ver o presente?
-Eu meio que me apeguei a ele. –Falei um poço sem jeito.
-O Shouzou está com ele na sala e não desgruda mais também, vai lá ver como os dois estão. –Entrei e vi o senhor Yukki com o presente da Yui no colo.
O presente dela é um cachorro da raça Shih-tzu ele tem três meses, tem os pelos da cor preta e branca e me custou cinco meses de salário do trabalho de meio período que eu fiz.
-Acha que ela vai gostar? –Falei enquanto me aproximava.
-Com certeza. –Ele parecia gostar de cachorros.
-Opa. –O cachorro já estava tentando subir nas minhas pernas, então o peguei e o pus em meu colo.
-Ele bagunçou muito?
-Só um pouquinho. –Acho que esse “pouquinho” deve ter sido bastante.
-Aproveitando que você está aqui. –Agora o senhor Yukki parecia bem sério.
-Sim?
-Já pensou na minha proposta?
-Desculpa, mas... –O senhor Yukki me interrompeu.
-Só vou querer escutar quando você disser sim. –Ele parecia um pouco chateado, já que eu ainda não aceitei o estagio que ele me ofereceu na empresa dele. -Mudando de assunto... Já tem um nome para o novo membro da família?
-Eu pensei em Teo. –Falei enquanto Teo brincava com meu dedo na boca.
-Não é um nome ruim.
-Então vai ser Teo. –Olhei para Teo. -Gostou? –Como ele começou a lamber minha mão decidi aceitar isso como um sim.
Estou na sala brincando com Teo enquanto eu e o senhor Yukki bebemos um tipo de whiskey, Asuna e Sugu estão ajudando a senhora Yukki com os preparativos finais da festa, e minha mãe está com Yui no cinema.
-Acho que vou parar. –Comecei a me sentir um pouco tonto e vi que a garrafa estava quase no final.
-Já? –Ele parecia bem. –Pelo menos me ajude a terminar essa garrafa.
-Ta... –Bebi o resto que tinha no meu copo, pus Teo no chão e me levantei para encher meu copo. -Esse resto aqui é com o senhor. –Falei entregando a garrafa para ele.
-Faz tempo que eu não bebo.
-Eu também.
-Sério? –O senhor Yukki parecia surpreso.
-Nos tempos difíceis.
-Entendo. –E realmente parece que ele entende. -Um brinde. –Nós aproximamos e tocamos nossos copos.
-O senhor é bom de copo. –Falei isso rindo depois que terminei de beber.
-Você não parece ser nada mal.
-Mas admito que fiquei um pouco tonto. –Falei enquanto dava o copo para ele.
-Melhor você ir se trocar e descansar um pouco. –Tenho me trocar já que vai ser uma festa fantasia.
-Vou pro quarto da Asuna me deitar.
Senti minha visão começar a ficar embasada fora a tontura e foi difícil pra mim subir as escadas, percebi que Teo estava tentando subir junto comigo então o peguei e o levei para o quarto comigo.
Por Asuna
Já tem bastante gente aqui, será que o Kirito já melhorou? Como fiquei com essa duvida na cabeça fui até me quarto ver como ele estava e assim que abro a porta o vejo dormindo com Teo em cima da cabeça. Apesar de tudo acho melhor ir acorda-lo.
-Ei preguiçoso. –Assim que eu comecei a balançar Kirito não demorou muito e Teo acordou. -Pelo menos você acorda quando te chamam. –Ele começou a lamber minha mão.
-Q-Que horas são? –Kirito estava se sentando.
-Acabou de dar uma hora. –Pus minha mão sobre o ombro dele. -Você ta bem?
-Só com um pouco de dor de cabeça e um pouco tonto, mas to bem.
-Tem certeza?
-É que ainda to enferrujado. –Enferrujado de que?
-Como assim?
-Faz tempo que eu não bebo.
-Mas eu nunca vi você beber.
-Melhor deixar isso quieto.
-Não. –Eu meio que odeio quando ele me esconde alguma coisa.
-Vai querer tocar em um assunto que nem importante é? –Se Kirito aumentou o tom de voz é por que alguma coisa tem.
-Eu nunca vi você beber, nem no dia do nosso casamento você bebeu e agora você me vem com essa de “ainda to enferrujado”? –Me irritei um pouco. -Só me diz quando foi a primeira vez que você bebeu.
-Porque você quer saber?
-É só uma curiosidade. –Olhei bem nos olhos dele, pra ver se Kirito entendia o quanto me irrita ser a ultima, a saber, de qualquer coisa.
-Eu te amo muito, mas essa sua insistência às vezes me irrita. –Bom saber o que ele realmente pensa. -Foi logo depois que a gente terminou pela primeira vez. –Pelo jeito que Kirito me olhava deu pra perceber que ele falava sério.
-Porque você nunca me contou?
-É que eu só não gosto de lembrar o motivo entende? –Agora Kirito parecia um pouco triste.
-Pode me dizer qual foi?
-Foi pra te esquecer.
-......... –Estou sem palavras e sem reação. -Desculpa ter perguntado. –Me senti um pouco mal por ter escutado isso e ainda pior por ter o feito dizer.
-Mas agora eu sei que isso nunca vai acontecer. –Kirito já parecia ter se animado de novo. -Então não tem que se preocupar. –Ele veio até mim e me deu um selinho. -Eu esqueci de falar.
-O que? –Ele se aproximou e começou a sussurrar.
-O jeito que você usou a sua língua ontem. –Kirito mordeu meu lóbulo e começou a beijar meu pescoço enquanto começava a passar a mão em mim. -Me deixa louco só de lembrar.
-A-A-Agora n-não é hora pra isso. –Eu até gosto quando ele faz isso, mas agora não é hora.
-Só um pouquinho. –Kirito estava começando a me deitar na cama enquanto Teo apenas olhava para nós dois. -Ta? –Nos beijamos por um tempo e comecei a sentir sua mão por baixo da minha blusa, mas eu sei que se ficar mais um pouco vou acabar fazendo o que ele quer então me afastei.
-Sério não é hora pra isso. –Fiquei em pé enquanto Kirito continuava deitado com uma expressão de infelicidade.
-Desculpa... –Ele respirou fundo e começou a fazer carinho em Teo que estava em cima da sua barriga. -É que assim que te vi me deu uma vontade de... Acho que você já sabe. –Vi suas bochechas corarem.
-Depois que a Yui for dormir... –Acho que eu sempre acabo fazendo o que ele quer de uma forma ou de outra. -A proposta de ontem vai voltar a valer... –Senti até um pouco de vergonha ao falar isso.
-Vou entregar logo esse presente para a aniversariante. –Kirito já parecia mais feliz.
-Mas parece que ele gostou bastante de você.
-Foi só o meu charme. –Ele piscou pra mim e se levantou com Teo em seus braços.
-Deve ter sido. –Falei com um certo sarcasmo. –Abri a porta para Kirito e assim que ele passou dei uma leve apertada em sua bunda.
-Melhor não provocar. –Ele se virou para mim com um olhar malicioso.
-Nossa deu até medo. –Olhei do mesmo jeito.
-Se continuar assim vou entrar nesse quarto com você e a gente só vai sair amanhã.
-Só depois que a Yui dormir lembra? –Pus minhas mãos sobre as costas de Kirito e comecei a fazê-lo andar.
-Quase me esqueci desse detalhe. –Deu pra sentir o desanimo em seu tom de voz. -Vai ter mesmo um show de mágica depois?
-Vai sim, e o mágico vai chegar só mais tarde porque ele é o mesmo cara que está fazendo o palhaço junto com uma moça.
-Acho que vou pedir pra ele me ensinar algum truque, então vou aproveitar e ficar na piscina de bolinhas enquanto ele não chega. –Kirito parecia estar bem animado.
-É só para as crianças. –Ele parou de andar e se virou pra mim.
-Então a cama elástica?
-Também pra crianças...
-Tobogã?
-Não vou nem falar. –Kirito já estava desanimado de novo e de uma certa maneira eu achei isso engraçado.
-Seu quintal é tão grande que daria pra fazer uma área com esses brinquedos só pra mim.
-Não exagera.
-Pelo menos no touro mecânico eu posso ir? –Acho que estou com um adulto com desejos de criança.
-Mas tenta se controlar.
-E você vai fazer o que?
-Vou voltar para uma brincadeira que minha mãe vai fazer.
-Posso ir?
-É só pra mulheres.
-Sei... –O olhar de desconfiança veio rapidamente. -Só solteiras né?
-Talvez. –Fiquei surpresa por ele ter acertado.
-O que você vai fazer então? –Acho que o ciúmes dele despertou.
-Tem muito pai solteiro e muita mãe solteira... Então... Ent ....–Fui interrompida.
-Entendi. –Ganhei um selinho. -Então depois vou beber com os pais solteiros. –Agora fiquei preocupada.
-Se você se sentir tonto ou qualquer outra coisa para e me chama ta?
-Não se preocupa, mas tenho a sensação que seu pai vai tentar fazer a mesma coisa que sua mãe.
-Então toma cuidado. –Agora o meu ciúme apareceu, arrumei a gola da capa de Kirito que estava fantasiado de vampiro assim como eu. -Nem vem com essa de ser “gentil” entendeu?
-Perfeitamente... –Percebi que ele olhava pra minha boca. -Posso te beijar?
-Não precisa pedir. –Me aproximei e começamos a nos beijar.
-Acho que ainda não entreguei o presente... E você ta muito linda. –Kirito se afastava aos poucos e começou a descer as escadas.
Por Kirito
Pelo que sei Yui está fantasiada de Branca de Neve então não vai ser difícil acha-la.
Andei um pouco e a vi conversando com outras meninas, me aproximei e elas correram até mim.
-Tio Kirito. –Todas as meninas falaram juntas, menos Yui.
-Papa. –Ela veio e abraçou minha perna.
-Oi. –Acenei. -Seu novo amigo ficou bastante ansioso para te ver. –Me agachei e entreguei Teo nas mãos de Yui que logo o abraçou. -Teo é um bebe então toma cuidado com ele.
-Papa é o melhor. –Ela veio até mim e me deu um beijo no rosto.
Deixei Yui com as amigas dela, mas percebi que Teo não tirava os olhos de mim e acho melhor deixar ele se acostumar com as outras pessoas ou vai ser complicado caso ele goste só de mim.
Eu e mais alguns pais acabamos brincando de esconde-esconde com algumas crianças.
Depois de um tempo eu fui me sentar e de repente vejo um moreno alto um pouco familiar vestido de caçador com pele de urso vindo em minha direção.
-Não acredito que não tive a chance de te ver até agora. –Ele parecia tão surpreso quanto eu.
-E-Egil?
-Vi que não se esqueceu de mim. –Egil sentou-se ao meu lado.
-É que as coisas andam um pouco corridas. –Agora fiquei sem jeito já que ainda não fui até o bar dele durante esses seis meses.
-Não se preocupa, só fiquei surpreso quando fui te visitar os médicos me disseram que você já tinha tido alta e como não sei onde você ta morando...
-Eu devia ter dado uma passada no seu bar pra beber alguma coisa.
-Pelo menos agora você pode. –Demos risada.
-Se você ta aqui... –Estou começando a entender.
-Sim, eu tenho um filho é aquele ali. –Ele apontou para um menino que estava usando a mesma fantasia dele, e em minha opinião é um Egil só que pequeno e sem barba.
-Ele é uma cópia sua. –Fiquei de boca aberta enquanto Egil dava risada.
-O nome dele é Chris e a Yui é o rosto da Asuna só que com seus olhos e cabelos. –Ele também parecia surpreso ao falar isso.
-Pelo menos temos certeza que são nossos. –Rimos de novo. -Sua mulher veio?
-Veio sim, mas a vi sendo levada pela Asuna pra algum lugar.
-Coisas de mulher.
Egil acenou para Chris que veio até ele rapidamente.
-Chegueiiii. –Chris parece ser bem animado.
-Da um oi pro tio Kirito. –Será que essa de “tio” vai pegar?
-Oiii tiiioo. –Tocamos nossas palmas e depois nossos punhos.
-Você é da mesma sala que a Yui?
-Sou sim.
-Ela é legal?
-Todo mundo acha que ela é a menina mais legal da escola.
-Se continuar assim... –Egil me olhou como se fosse um problema.
-Ehhhh... –Mas não é um problema, é um grande problema.
Um menino estava chamando Chris.
-Posso ir pai?
-Pode. –Egil passou a mão na cabeça de Chris.
-Tio? –Agora ele perguntava pra mim.
-Vai lá. –Nos cumprimentamos e depois ele foi correndo até o menino.
-Quando uma menina é legal com todos... –Já entendi o que Egil quer dizer, e concordo com ele.
-Meninos facilmente se apaixonam... E como ela tem o rosto da Asuna... –Falei com tom de preocupação.
-Ainda bem que eu tive um menino.
-Acho que isso é apenas um pequeno detalhe.
-Porém é mais fácil. –Ele estava bastante relaxado.
-Eu gosto de desafios. –Tentei passar um ar de superioridade.
-Esse é dos grandes. –Senti a ironia.
-É só ficar de olho nela e garantir um bom namorado. –Disse como se fosse fácil.
-Ela pode se apaixonar por um cara meio... –O interrompi.
-Isso não vai acontecer. –Usei um tom autoritário. -Não comigo sendo o pai dela.
-Acho que esse é um bom desafio pra você. –Começamos a rir.
-Tão afim de tomar uma? –Disse o senhor Yukki que estava fantasiado de rei, ele segurava duas garrafas nas mãos apesar de parecer um pouco alegre.
-Claro. –Falei junto com Egil.
Fomos até o quarto de hospedes junto com outros cinco pais, o quarto era bem grande então espaço não era problema. O que me surpreendeu é que esse quarto parecia uma pequena sala tinha dois sofás e três poltronas com uma mesa no meio, tinha um aparelho de som perto da porta.
-Eu venho aqui pra relaxar. –O senhor Yukki disse isso enquanto deixou uma garrafa sobre a mesa e começou a distribuir copos descartáveis e os enchia com a bebida.
-Obrigado. –Disse o cara fantasiado de policial. -Sei que tem bastante mulher casada aqui, mas sei que tem algumas solteiras.
-Você ta de olho em alguma? –Perguntou o fantasiado de cowboy.
-A que está fantasiada de fada, eu sei que ela é solteira e a vampira aquela é a melhor. –Eu e Egil ficamos quietos, mas só quero ver o que ele vai falar da Asuna porque dependendo do que for vou ter que fazer algo.
-Talvez você tenha chance com a fada já a vampira... –O fantasiado de marinheiro entrou na conversa.
-O que tem ela? –Parece que o polical ficou curioso.
-Ela vai te dar um fora de uma maneira diferente.
-Diferente como?
-Ano passado a vi almoçando no mesmo restaurante que eu sempre vou... –Parece que o marinheiro se lembrou de algo desagradável. -Ela estava terminando de comer, mas mesmo assim fui falar com ela eu disse apenas “posso almoçar com você amanha?”
-E o que ela disse? –Todos perguntaram inclusive eu e o senhor Yukki.
-Nada.
-Como? –Perguntou o policial.
-Ela simplesmente jogou o a metade do suco de uva que tinha no copo dela na minha camisa que era branca e saiu sem nem olhar pra mim.
-Comigo foi á mesma coisa só que ao invés de suco foi café quente. –O cowboy parecia se lamentar, mas acho que o “apenas ignoro” da Asuna é bem diferente do que eu pensei.
Como eu vou buscar Yui e geralmente vejo eles apenas na saída acho que eles não sabem que Asuna é a mãe da Yui e muito menos que ela é casada comigo.
-Nem vou me aproximar dela. –O policial parecia estar com medo
Ficamos conversando sobre vários assuntos e bastante besteira até que ouvimos alguém bater na porta e de repente abrir e todos ficamos surpresos em ver Asuna e a fada da qual estávamos falando.
-Preciso que o vampiro me faça um favor. –Falou a fada, que era loira com cabelos lisos e cumpridos e com belos olhos azuis e ela realmente tem um corpo incrível.
-Por você faço qualquer um. –O policial disse isso se aproximando da fada.
-Você vai poder me ajudar? –Ela o ignorou e ainda falou comigo com uma voz meiga e irresistível.
-P-P-Posso. –Fiquei até um pouco nervoso, mas assim que olhei pra Asuna e percebi a forma como ela me olhava, tentei fingir que estava tudo bem.
-Torcemos por você. –Falaram uníssono, não acredito que até o senhor Yukki entrou nessa.
Assim que sai do quarto vi que havia muitas mulheres no corredor, acho que isso é algum tipo de aposta. A fada me encostou na parede e começou a me encarar com um olhar malicioso e até pensei em olhar para Asuna, mas acho melhor não.
-Você pode me ajudar?
-Com o que? –Não como não ficar nervoso com uma mulher dessas em cima de você.
-Você tem a opção de ficar comigo ou a vampirinha. –Pelo ela não sabe que Asuna é minha mulher.
-É algum tipo de aposta?
-É um desafio duplo. –Disse a senhora Yukki que estava fantasiada de rainha.
-Isso saiu de um jogo de verdade ou desafio?
-Mais ou menos. –Ela deu risada. -Jessie desafiou Asuna a ficar com o vampiro, mas como é um desafio duplo ela teria que participar.
-Nossa...
-Se você ficar comigo. –Jessie começou a sussurrar no meu ouvido. -Eu deixo meu filho dormir na casa de algum amigo, e como eu vou ficar sozinha você vai poder passar a noite comigo fazendo tudo o que quiser. –Não aguentei e me excitei ao escutar isso e parece que ela percebeu já que acabou dando um beijo no meu pescoço.
-Minha vez. –Asuna empurrou Jessie, acho que elas não se dão muito bem, ela se aproximou e começou a sussurrar. -Não importa o que essa vadia te disse se você ficar com ela garanto que nunca mais vai ficar excitado de novo... –Ela também percebeu? Foi um tom de voz doce, mas me fez ficar com medo. -Mas como eu sei que você me ama não precisa se preocupar. –Assim que Asuna se afastou vi que ela estava sorrindo e isso me deixou mais assustado, mas antes que ela se virasse a segurei pela cintura e a beijei enquanto escutava as mulheres comemorando.
Depois disso voltei ao quarto para poder relaxar.
Ficamos conversando até o show de mágica começar, o mágico fez um palco improvisado no meio do quintal, fiquei em pé na fileira da frente com Yui sobre meus ombros e Asuna do meu lado. O mágico fez vários números bem legais até, mas o melhor foi o ultimo porque foi feito para Yui, ele usou a cartola só que ao invés de tirar um coelho ao algo assim o mágico tirou uma pequena maçã, eu gostei muito da criatividade. E no final do show eu pedi pro mágico me ensinar um truque simples.
Finalmente depois de cantar os parabéns estava na hora de cortar o bolo Asuna ajudou Yui a cortar, mas eu fiquei surpreso ao ver que era um pedaço um pouco grande para uma só pessoa.
-Esse é do papa e da mama. –Yui estava me dando o prato com um sorriso no rosto, comecei a olhar pros caras que estavam comigo antes e olhos todos me olhavam com uma expressão de surpresa.
-Obrigado. –Dei um beijo na testa dela e olhei para Asuna que parecia um pouco emocionada.
-O próximo é do vovô e da vovó e da outra vovó. –Era um pedaço maior ainda.
Achei bonito o jeito com que Yui deu os pedaços do bolo. Depois disso voltei a conversar com Egil e os outros caras já que de uma certa forma eu havia feito amizade com eles. Aos poucos as pessoas começaram a ir embora, mas algumas ficaram e ajudaram a limpar e arrumar a casa. Depois disso todos fomos embora.
Pegamos um taxi e chegamos em casa com Yui dormindo em meus braços. Assim que entramos Yui acordou, mas ela parecia bem cansada.
-Que sono. –Ela esfregava os olhos.
-Quer que eu te ajude a ir pro seu quarto. –Asuna perguntou enquanto segurava a mão de Yui.
-Quero dormir com papa e mama hoje. –Asuna olhou pra mim com o olhar que dizia “você vai deixar né?”.
-Só se você for trocar de roupa.
-Ta.
-A mamãe vai ter ajudar.
Já havíamos apagado as luzes e Yui estava dormindo, como ela estava no meio tanto eu quanto Asuna estávamos com um braço em cima dela. Eu não estou com sono por isso ainda não dormir, mas quando senti que Asuna começou a passar a mão sobre meu braço.
-Você ta acordada? –Falei baixo.
-To sem sono. –Asuna também falou baixo.
-Eu posso te ajudar com isso. –Me sentei.
-Como? –Ela também se sentou.
-Eu só preciso saber se aquela proposta ainda ta de pé. –Comecei a entrelaçar nossos dedos.
-Não sei como responder. –Asuna me beijou depois de um tempo nos afastamos.
-Quer ir pra sala?
-Acho melhor. –Ela me beijou de novo só que dessa vez mordeu meu lábio inferior como se quisesse puxa-lo. -Vou na frente.
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