História Uma História Sobre Youkai - Segunda Temporada - A Verdade Sobre O Passado

Luffy subiu as escadas gritando escandalosamente o nome do irmão, esperando que ele já estivesse acordado e pronto para o café da manhã, fazia uma semana que não via ninguém, então queria realizar a refeição com todos presentes. Na metade da escada parou subitamente o trajeto ao ouvir duas vozes discutindo, o cheiro de alfa entrou pelas suas narinas, era possível a casa estar sendo atacada e Ace lutando contra esse alfa? Correu gritando mais ainda mas quando chegou ao meio do corredor…

-Sabo, eu já disse que não quero ir…

Sabo. Esse é o nome de seu outro irmão, ele estava lá? Era o que tudo indicava. correu, mas dessa vez em silêncio, parou novamente na porta, -engoliu seco, deveria entrar? Eles não perceberam sua presença, a mão delicada de Luffy foi à maçaneta trêmula, engoliu seco, respirou fundo tentando acalmar o coração acelerado e abriu a porta.

Minutos antes na cozinha...

Sanji preparava a refeição enquanto Zoro e Law conversavam algo sobre katanas, o Loiro sentia sua ligação com seu Ômega bem mais forte que antes, sorria o tempo todo e depositava todo seu amor e carinho na comida que preparava.

-Law, o Cook tá tão feliz, o que será que houve? Ele não quer contar… - Zoro interrompeu o assunto sobre espadas, por curiosidade.

-Eu não sei, talvez o laço deles tenha se fortificado. Aliás, o Luffy está feliz, mas sinto uma ponta de irritação - ele riu. - como ele consegue ser tão adorável?

-Não precisa do laço pra perceber que estão felizes, mas eu não sei, ele só é o ser mais adorável que…

Todo o barulho no ambiente se foi, seus olhos se arregalaram, Law fez o mesmo boquiaberto, eles se entreolharam e logo olharam Sanji que revidou o olhar, desligou o fogão e logo saiu andando apressado na direção da escada farejando o ar, preparando suas garras, os outros dois alfas se levantaram e fizeram o mesmo, se dirigindo à escada, de onde o cheiro ficava mais forte.

O peito dos alfas transbordava com a angústia que seu Ômega sentia por algum motivo, motivo esse que estavam indo verificar com sangue nos olhos, ninguém jamais deve ousar mexer com Luffy, ele tem três homens que dariam a própria vida para não terem que sentir a dor do menor. Subiram a escadaria com Sanji os liderando, logo atrás Zoro e Law lado a lado, os dentes afiados dos três lhes dava uma aparência aterrorizante, a porta estava fechada mas ouviram as vozes de Luffy, Ace e um desconhecido discutindo e então os três pararam para ver do que tratava antes.

Pouco antes dos 3 alfas chegarem...

-Sabo… - Luffy abriu a porta e sussurrou ao ver o homem Loiro, seus olhos encheram de lágrimas, que não se conteram em se derramar

-L-Luffy! - o Loiro se assustou, engoliu seco e continuou falando. - como sabe que estou aqui? E-eu não percebi sua presença.

-E-Eu ouvi sua voz… - o menor ainda não estava acreditando que seus dois irmãos estavam ali então, finalmente as lágrimas escorreram mais forte por seu rosto, que ficava vermelho pela força que fazia para não chorar. - Sabo, Ace… vocês me abandonaram! O que aconteceu, Sabo? Me conta! Por que me deixaram lá, a própria sorte?!

-... -Sem saber o que dizer, o mais velho suspirou. - Não há necessidade de você saber. - Disse firme se aproximando dele, quando ia tocar seu rosto, uma das espadas de Zoro atravessou a sua frente, entre os dois.

-Não toque nele. - Zoro disse baixo olhando a cena. - Você é um alfa, não toque nele. - os olhares ficaram mais sérios, Sabo não estava ali para brigas.

-Me perdoem a invasão, não sei como conseguem viver em completa paz no mesmo ambiente, na verdade não quero saber, mas o Luffy é meu irmão antes de tudo, precisamos conversar.

-Vocês só conversam se for da vontade dele, fora isso não toque um dedo no meu ômega- Zoro deu ênfase a última parte.

-p-pode deixar Zoro… - Luffy disse baixo. - Vocês podem deixar a gente a sós? - os olhos lacrimejantes dele expressava o que o peito já sentia. Sorriu de leve com a tentativa inútil de acalmar os ânimos no ambiente. Os três alfas relutantes saíram e fecharam a porta, sem dar mais nem uma palavra nem ir contra a decisão dele.

Luffy sentou na sua cama e convidou seus irmãos a fazer o mesmo, então Ace se posicionou na frente do neko, do lado esquerdo e do lado direito Sabo, o pequeno suspirou uma vez, olhou os dois, não sabia o que perguntar ao Loiro suspirou pesadamente dessa vez e dirigiu a palavra ao maior, finalmente formulou a pergunta perfeita, era simples, apenas com ela todas as suas questões seriam respondidas. Luffy tomou coragem e então disse:

-O que aconteceu?

-Não sei por onde começar. - Sabo respondeu desviando olhar do mais novo.

-comece do início.

-tudo bem… acho que o Ace já te contou por que tivemos que deixar você sozinho não é? - Luffy acenou com a cabeça dizendo que sim. - então…

Flashback on

Era uma noite de lua cheia e céu estrelado no Japão antigo, as sakuras enfeitavam a paisagem sangrenta de guerra com suas belas e delicadas flores cor de rosa manchadas com o sangue de vários corpos de monges e youkais espalhados pela clareira, onde acontecia uma árdua batalha de Humanos contra bakenekos e nekomatas, que ainda acontecia há dias, todos estavam exaustos mas por fim, o último monge foi morto brutalmente pelas garras de dois bakenekos, duas crianças para ser mais precisa, que apesar de pequenas eram fortes o suficiente para lidar com monges, eram Ace e Sabo.

-Eu não queria que isso acontecesse, mas estávamos ficando sem opções, eu gosto de ser amigável com humanos… - os garotos olharam para trás, de onde vinha a voz e era Dragon, o Pai dos meninos, que se aproximava deles - me perdoem por vocês terem que fazer isso…

-Esta tudo bem pai - Sabo sorriu gentil como sempre, seu rosto e roupas estavam sujos de sangue.

-Nós temos que proteger a mamãe e o Luffy - Ace sorriu igualmente para o pai.

-vamos voltar para casa, tudo aqui já acabou - o homem se abaixou e pegou os meninos que tinham cerca de 10 anos apenas, olhou ao seu redor suspirando.

Os três seguiram seu rumo para a cabana onde viviam, apesar da maioria dos youkais gostarem de viver livres e soltos pela floresta, bakenekos e Kitsunes preferem ser mais parecidos com humanos, então Dragon montou sua própria família com a mulher que amava, uma Ômega, uma nekomata loira que gostava de flores. Ao chegarem em casa, a mulher preocupada os abraçou chorando, Luffy estava feliz em ver os irmãos e o pai novamente, correu para o abraço também, a mulher preparou o banho e todos o tomaram juntos, a partir dali mal sabiam que o destino lhes preparava uma surpresa desagradável, aproveitavam uma paz que logo acabaria.

Alguns meses depois da árdua batalha contra os monges, um dos informantes de Dragon que vivia no templo, um beta comum que servia aos youkais em troca de algo, avisou que a família corria perigo, naquela mesma noite seriam atacados e rapidamente o homem voltou ao templo onde vivia. Ace e Sabo ficaram em tremendo pânico, foi então que a mãe começou a mascarar o cheiro do filho mais jovem, por puro instinto de proteção, e o entregou ao pai com as palavras “você é mais forte que eu, proteja nosso filho mais vulnerável, eu protegerei os mais fortes que conseguem se defender caso eu falhe” e com um último beijo apaixonado, ele partiu com o pequeno em seus braços flores a dentro, parando em um lugar que acreditou ser o esconderijo perfeito.

-Não saia daqui meu filho, não tenho tempo pra te fazer entender, mas se eu não for agora, seus irmãos e mãe correm perigo. - Dragon dizia ao deixar o pequeno Luffy na floresta aos prantos que por confiar em seu pai logo se calou.

O mais rápido que conseguia correr em sua forma youkai completa, um grande gato que emanava um fogo negro de todo o seu corpo, não foi o suficiente, ao chegar Ace estava no chão gravemente ferido, Sabo lutava com todas as suas forças para proteger o irmão e a mãe, jogada na frente do corpo de seu filho mais jovem, o kimono dela estava manchado com todo o seu sangue e um enorme buraco no seu peito era visível mesmo de longe. No mais puro ódio Dragon os matou. Matou todos aqueles monges malditos que mataram a Ômega que mais amou. Rasgou-lhes a garganta, outros arrancou as tripas, que caíam no chão fazendo barulhos estranhos, e os viu morrer lentamente com um sorriso no rosto.

Os responsáveis pela morte de sua mulher, foram executados depois de uma longa seção de tortura arrancando membro por membro, começando pelas pálpebras, eles não poderiam fechar os olhos e não ver a morte se aproximando, dedo por dedo foram arrancados, depois uma perna, um braço, uma orelha, outro braço… a ordem não era completamente definida mas sentia o prazer pulsar dentro do seu coração ao fazer cada um deles sofrer até matá-los. Entraram em casa para socorrer seu filho Ace. Dragon deu as ordens a Sabo que as obedecia, enquanto ia pegar o corpo de sua mulher que poderia talvez estar viva? Não sabia, quando puxou a porta, ela não abria, seu coração gelou, perdeu o ar imediatamente, não poderia ser, o corpo de sua mulher estava lá fora, seu filho, pequeno e indefeso estava lá fora também, foram selados. Não tinha volta, não dava mais para sair até alguém os tirar dali.

A frustração tomou conta de todo o ambiente, agora Dragon batia e chutava a porta aos aos berros. O que iria fazer para resgatar seu pequeno filho? Alguma abertura, foi o que procurou, precisava de alguma abertura, alguma falha que o levasse para fora, achou uma pequena rachadura no selo que envolvia a casa, não dava para sair, aquela rachadura era pequena demais. Num último clamor desesperado gritando o nome de seu pequeno filho, depois de horas tentando sair, caiu em excesso de cansaço, era impossível sair, agora os três estavam presos dentro daquela pequena cabana até alguém vir resgatá-los, tudo o que poderiam fazer por Luffy era rezar em pela sua segurança e que um dia, talvez, os ajudasse.

Flashback off

-E depois disso ele ficou trancado o tempo todo no quarto dele e como o Ace te falou, há pouco tempo atrás nos conseguimos fugir… foi isso… - Sabo terminou a história, Luffy estava perplexo, sem palavras. Ace segurava o choro mas não conseguiu e derramou todas as suas lágrimas de uma vez.

-P-por minha causa a okaasama morreu! - Ace se abaixou enfiando o rosto nos lençóis.

-Oe Ace, não fale assim, você sabe que quem matou a mamãe foram aqueles monges malditos.

-M-mas ela entrou na minha frente pra me proteger- ele parou de chorar repentinamente - pelo menos eu matei um deles- a voz saiu abafada- eu o matei com minhas próprias mãos, eu vi o sangue do corpo daquele maldito monge esguichar pra fora do seu corpo… -ele virou um pouco seu rosto para ver os irmãos - foi maravilhoso - o moreno estava corado e com um sorriso estranho no rosto, seus olhos estavam perdidos em algum lugar do passado distante. - F-foi tão gostoso…

-Ace… - Sabo não disse mais nada, as vezes os seus irmãos perdiam o auto-controle ao lidar com mortes, seu pai acabou o perdendo ficando sedento por sangue na noite em que sua mãe foi morta.

-Me desculpe - Ace ergueu seu corpo é respirou bem fundo, soltou o ar esvaindo toda sua sede por matança.

-E-então… a mamãe… - Luffy conseguiu falar algo finalmente.

-sim… - Sabo respondeu, os três olharam um pro outro e choraram como crianças, claro, ver sua mãe ser morta na sua frente não é algo muito bonito nem feliz de se presenciar, eles mesmos não sabiam dizer o que era pior, o que eles dois passaram ou não saber por tanto tempo. De seus ossos não devem ter sobrado nem pó, era o que o loiro pensava sempre.

Do lado de fora do quarto...

Dor, angústia e medo, Zoro, Sanji e Law sentiam em seus peitos, mas se interrompessem o momento entre irmãos, Luffy com certeza ia deixar de gostar um pouco deles, o laço diminuiria e para deixar aquele bakemono feliz e plenamente satisfeito era uma missão bem difícil, aquele “menino” hiperativo era bem difícil de se agradar com algo que não fosse comida, nem todos ali sabem cozinhar. Os três estavam sentados no corredor com suas formas híbridas, agoniados esperando que algo acontecesse além do choro manhoso de três gatinhos. Depois de toda a barulheira e berros que chamavam “okaasan”, os gritos foram casando aos poucos e ficaram quietos, ou pelo menos os alfas do lado de fora não ouviram mais nada.

-Oe… Sabo… - Luffy ainda fungava, com o rosto vermelhos e as lágrimas ainda corriam e sua voz estava embargada e manhosa, O irmão, no mesmo estado lhe deu atenção. - v-você me odeia?

-Claro que não, eu te amo. - O Loiro o disse com a voz um pouco mais firme, ele puxou o menor para um abraço, Ace ainda soluçava em silêncio ao seu lado.

-M-mas a Okaasan morreu por minha culpa, se o otousan… -a fala do moreno foi cortada por um beijo do irmão mais velho, que durou um bom tempo.

-Não foi culpa sua, não foi culpa de nenhum de nós, foram os monges, eles mataram a mama. - Sabo olhava nos olhos de Luffy enquanto falava.

-Me marca. -Luffy disse bem sério, desviando completamente o assunto.

-não, eu não posso. - Sabo disse com a mesma seriedade.

-Você disse que me ama. Me marque agora. - a paciência de Luffy é algo muito curto, e agora ela esta se esvaindo.

-Não.

-Por que?

-Luffy, eu sou seu ir…

-Mas você marcou o Ace - Luffy interrompeu, realmente foi um argumento tolo.

-Eu não quero atrapalhar a sua vida. Eu disse não, não é não. - Sabo disse firme e Luffy mostrou suas orelhas de neko abaixadas, visivelmente triste. - me perdoe por isso - o Loiro o beijou novamente - eu realmente não posso, seus alfas não vão gostar disso, você sabe que eu gosto de viver pacificamente, sua casa é um completo caos, tem muita gente junta morando aqui.

-... - Luffy não disse mais nada, apenas aceitou sua derrota e enfiou o rosto no peito do irmão e ficou abraçado a ele.

-Sabo, acho melhor deixar o Luffy aos cuidados daqueles três. - Ace os observava com o cenho franzido.

-Sim, até porque, temos que conversar ainda né, ACE?! - O loiro disse em voz alta.

-V-Vocês já vão em bora? - Luffy se assustou.

-Se acalme, nós moramos nesse endereço aqui. - Sabo tirou do bolso uma caneta e um papel e o escreveu entregando ao irmão mais novo.

-ah… é aqui perto. - Luffy leu o papel e deu um leve sorriso.

-nós vamos indo, qualquer dia voltamos - Sabo pulou da janela carregando Ace pelo braço enquanto Luffy prestava atenção no papel.

-E-Ei! -ele correu até a janela, mas já era tarde, os dois já haviam sumido. - affe, mas que pressa… -abriu a porta um pouco irritado.

-Luffyyyyyyyy! Você está vivo! - Law pulou em cima dele, o fazendo cair de costas no chão.

-Mas o… - foi beijado repentinamente mas Law parou e saiu de cima dele, como se fugisse de algo, assim que sentiu o gosto de outro.

-Você beijou seu irmão. -disse assustado sentado no chão olhando incrédulo.

-Ele me beijou, aliás, por que eu estaria morto?

-…- os três nada disseram, Law foi até Luffy de novo e rasgou sua blusa, os outros se aproximaram o cheirando e o nekomata menor entendeu o que eles temiam.

-Eu não tenho marcas novas,se é isso que quer saber. - ele sorriu achando graça, estava estirado no chão com três homens grandes o cheirando.

-banho. - Law afastou os outros e o pegou e o colocou no ombro indo em direção ao banheiro.

Continua...