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História Uma Menina Comum e um Garoto Estranho - Sem romance aqui.


Escrita por: sith_templaria

Notas do Autor


ENTÃO É NATAAAAAAAAAAAAL
E O QUE VOCÊ FEEEEEEEEEEZ???????

Tudo bem, não é mais natal, mas quando eu comecei a escrever isso (23h22min) ainda era natal, então encarem como presente.
Enfim, estou com fome demais para conversar. Espero que gostem e obrigada por sempre lerem o que eu escrevo.
Titia ama vocês <3

Capítulo 18 - Sem romance aqui.


Fanfic / Fanfiction Uma Menina Comum e um Garoto Estranho - Sem romance aqui.

O homem que encarava as notas tinha a pele rosada e uma cabeça que poderia facilmente ser comparada a um desodorante rolon dada sua careca e formato esférico, estava levemente acima do peso e possuía um ar de limpeza que apenas pessoas com um estilo de vida desprovido de esforço físico e com banhos constantes poderia possuir; sua expressão, habitualmente serena, era um perfeito exemplo de estupefação. Sentado do lado oposto da mesa de mogno estava o contraste do primeiro: o rapaz jovem possuía uma vasta cabeleira que já alcançava certo comprimento, ondulando nas pontas, cabeleira essa que estava tingida em um belo dégradé verde, iniciando um profundo verde escuro na raiz e terminando em um esverdeado pastel nas pontas; estava relaxado em seu assento, as pernas dobradas uma sobre a outra, com as mãos entrelaçadas frouxamente sobre a virilha; usava uma camiseta estampada com nebulosas e galáxias, um jeans justo e escuro, rasgado nos joelhos; o pé direito balançava no ritmo de uma canção desconhecida, coberto por um coturno escuro e lustroso.

Einstein sorriu de maneira despreocupada ao diretor, cuja atenção se desviou de sua mesa para o aluno.

– O que é isso, Silver? – Rogério Freitas Assunção Neves, diretor do Internato Madre Genevive há quinze anos, encarou o garoto estranho com desconfiança.

– Dinheiro. – o protagonista de caráter duvidoso alargou o sorriso ao responder.

– Pois bem, – senhor Freitas A. Neves endireitou o corpo em uma vã tentativa de aparentar confiança e autoridade – do que se trata esse dinheiro?

– Suborno. – respondeu casualmente o menino de cabelos coloridos. O diretor aparentou transtorno ante a resposta, mas isso não abalou a postura relaxada do rapaz. – Serei direto: quero que meu ano letivo seja considerado completo.

– Estamos em agosto! – sublevou.

– Suborno... – cantarolou bem humorado. O homem anafado bateu com força no tampo da mesa, fazendo com que as notas balançassem, levantando-se violentamente.

– Escute aqui, meu jovem o Internato Madre Genevive é uma fundação integra e exemplar! Em 102 anos, nunca houve um ato de ilegitimidade sobre esse teto, e não será iniciado por mim! – Einstein olhou o outro com tédio e estendeu a mão em sinal para que o segundo tomasse lugar, assim que o careca e honrado diretor sentou-se, o jovem iniciou:

– Certamente o Internato é uma fundação íntegra e exemplar, mas veja bem, eu não estou negociando com um monte de tijolos puritanos de 102 anos, estou negociando com você – Rogério Freitas fez como quem levantaria, mas Einstein foi mais rápido, pondo a mão sobre o ombro do primeiro, forçando-o contra a cadeira. – Eu não terminei, por favor, mantenha-se quieto. Agora, permita-me explicar: ambos sabemos que eu sou mais do que habilitado para concluir o terceiro ano do ensino médio, mas essa coisa de escola é um incômodo que eu pretendo evitar. Além do quê, estaria sendo útil visto a sua situação.

– Minha situação?!

– Sua mulher está com câncer nos pulmões e o tratamento esgotou todo seu dinheiro, a hipoteca está atrasada e sua filha, aquele pobre anjo, decidiu não abortar. Oh, sim, eu sei de tudo. A esposa precisa ser transferida para uma clínica que o senhor não tem como pagar, ela possivelmente já conversou sobre como vocês deveriam desistir disso, afinal, tiveram uma boa vida, ela está pronta para se encontrar com o Salvador, não é? E a Raquel, como a boa cristâ que é, decidiu que não traria ao presente de Deus o julgamento dos homens, mesmo que um bêbado em um beco escuro atrás da faculdade a tenha forçado, certo? Mas você não é um bom seguidor de Nosso Senhor como elas, não é mesmo? Um grande apoiador de Nietzsche desde os 16 anos, conseguiu seu doutorado em filosofia em 1993 com um belíssima dissertação por título “Deus não está morto – como o imaginário coletivo cultiva o maior ditador da humanidade”. Senhor  Neves, o senhor precisa do dinheiro, eu preciso de liberdade, porque não fechamos um acordo?

– Isso é... ilegal.

– Eu não pretendo contar a polícia.

– É... é amoral!

– Moralidade? Por favor, olhe para mim, eu pareço o tipo de pessoa que perde seu sono a noite por moralismo? – o mais velho suspirou e encarou as notas azuladas sobre sua mesa, uma batalha interna era travada, mas não durou muito, com um último suspiro, o já não tão honrado diretor assentiu. Einstein levantou-se em um pulo, sorridente.

– Ótimo, muito proveitoso, eu diria. Outros trinta mil serão depositados em sua conta em sete minutos, não se arrependa antes disso. Bom dia e melhoras a Sra. Neves. – virando-se,  garoto estranho dirigiu-se a porta, já a havia aberto quando a voz do apoiador de Nietzsche soou no fundo da sala.

– Silver.

– Pois não?

– Você é vil.

– Own, eu tento.

 

Einstein se jogou no banco de trás do Santa Fé prata e caiu em uma gargalhada profunda, no volante, o motorista começou a dirigir, mas não pôde evitar o sorriso.

– Algo bom aconteceu, patrãozinho?

– Pedro, eu realizei o sonho dourado de todo aluno, acabou esta banana! – Pedro enrugou a testa negra e juntou as sobrancelhas cinzentas.

– Em agosto?

– Tenho meus métodos. Quero comer sorvete, sorvete de verdade.

– A sorveteria fora da cidade, patrãozinho?

– Eu te amo, Pedro. – o senhor riu e seguiu o curso. Os olhos coloridos encararam o céu azulado pela janela do carro e muito provavelmente teriam ficado assim durante todo o percurso se uma música alta não tivesse começado a sair do bolso do jeans escuro

NANANANANANANANANANA BATMAAAAAN

NANANANANANANANANANA BATMAAAAAN

BATMAN, BATMAN, BATMAAAAAAAAAAAAAAAAAAN

Ele atendeu o celular se perguntando quando (ou quem) havia alterado seu toque novamente.

– Oi.

– Einstein? – a voz hesitante soou timidamente do outro lado da linha.

– Chiahuahua! Hã, oi. – você já disse “oi”, gênio. – Tudo bem? – fazia uma semana desde o ocorrido na rave e ele estava bem ciente que seu castigo chegara ao fim e, consequentemente, ela podia voltar a mexer no celular, mas esteve postergando o momento do confronto o máximo que pôde, uma vez que não estava sabendo lidar com a forte atração que nascera pela pequena bailarina. Sim, bem forte, forte o suficiente para ter lhe custado mais do que algumas chuveiradas geladas e umas duas visitas ao pote de hidratante.

– Hã, sim, Tudo bem, sim, obrigada. – ela parecia constrangida, a imagem de Ana segurando o celular com força e corando foi estranhamente agradável para o rapaz.

– Aconteceu algo?

– Hm, não, não aconteceu nada, eu só...

– Sim...?

– Eu só... só... Ai, meu Deus, tá saindo tudo errado! – e desligou.

Realmente desligou.

Desligou na cara dele.

Assim, do nada.

Ana. De. Tal. Desligou. Na. Cara. Dele.

Einstein encarou o celular, chocado, realmente estupefato. Ele ficou ali, em choque, por dois minutos antes de uma risada espontânea e injustificada escapar de sua boca. Ela realmente tinha desligado na cara dele! Movido por sentimentos desconhecidos, o garoto com olhos diferentes retornou a chamada e aguardou com um sorriso abobalhado.

Sorriso abobalhado? Ele desligou rapidamente e jogou o aparelho no outro lado do banco, como se queimasse ao toque. Por que estava assim? Por que seu coração estava trabalhando tão rápido? Isso não podia estar acontecendo. Não podia. Ele agarrou novamente o aparelho e retornou a chamada. Ela atendeu depois do quinto toque.

– ...Alô?

– Quero beijar você.

– O quê?!

– Quero beijar você, quero beijar sua boca, sua testa, suas bochechas, seu nariz, seu pescoço, seus ombros...

– Einstein.

– Quero tirar sua roupa e beijar seu corpo inteiro, do fundo do meu coração, eu quero de verdade fazer amor com você.

– EINSTEIN!

– Sim, eu quero fuder também, mas quero ser delicado da primeira vez, fazer amor, sabe? Conhecer cada centímetro do seu corpo e saber seu gosto.

– E-eu vou deligar!

– Mas eu não posso, e isso está honestamente me matando.

– Perdão?

– Corro o risco de me apaixonar por você, acho que já está acontecendo, e isso é assustador, além de ser muito rápido para ser saudável.

– Você não quer ficar comigo por medo de se apaixonar?!

– Não, eu não posso ficar com você porque eu vou me apaixonar e a última vez me deixou meio traumatizado.

– ...Por que está me dizendo isso?

– Porque quando você me liga e desliga na minha cara, meu coração acelera sem explicação, eu começo a sorrir que nem um bobo e me dá vontade de beijar sua testa e te abraçar, e sinto que já me apaixonei.

– Einstein...

– Ana, eu falei sério na boate: não. Eu não estou pronto para passar por isso mais uma vez, nem sei se um dia estarei. Por favor, não haja assim de novo.

– ...Okay.

– ...Okay. – um silêncio estranho se propagou por alguns segundos antes da menina tomar a palavra.

– Vou desligar agora, espero que seu coração não acelere e você não ria como um bobo. Tchau.

– Tchau. – o click de encerramento pareceu soar longe e o jovem de cabelos verdes ficou segurando o celular mesmo após o fim.

Ele não queria mais sorvete.

Ele queria sua Chihuahua.

Sua Ana.

Sua.

 

Ana De Tal encarou o celular sem saber ao certo o que tinha acabado de acontecer, mas tinha a sensação que seu coração havia sido partido. Por que ela havia ligado para começo de conversa? Depois de uma semana sem celular, deva ter ligado para sua melhor amiga, ou visitado suas redes sociais, por que banana havia decidido ligar para um cara que a havia dispensado? Qual era o problema dela?!

A menina comum saiu da cama com raiva e começou a se alongar, era impressionante o que uma semana sem carboidratos e com treinos pesados haviam resultado, sua perna já alcançava com certa facilidade o seu ombro e já estava começando a conseguir fazer algumas séries de exercícios sem sentir que iria morrer de taquicardia. Ana tentou fazer o 4° arabesque, mas seu pé bateu contra um abajur e ela praguejou quando o choque de dor subiu por sua perna, precisava de um estúdio para praticar, seu quarto não era lugar para fazer pilé e arabesque.

Einstein tinha providenciado um estúdio, não tinha? Sim, ele havia lhe entregado a chave naquele dia, logo após pegá-la masturbando-se em seu sono e chamando o nome dele. Com outra praga, a jovem mergulhou os dedos pelos cabelos e jogou o traseiro contra o chão. Como as coisas haviam chegado a esse ponto? Como ela pôde permitir, Deus?

Quem um dia irá dizer

Que não existe razão nas coisas feitas pelo coração

E quem irá dizer

Que existe razão?

Eduardo abriu os olhos, mas não quis se levantar

Ana De Tal levantou e atendeu o telefone, interrompendo Renato Russo em sua história de amor cientificamente impossível de dar certo.

– Alô? – não pôde conter o mau humor que escorreu por sua voz.

– Oi, esse é o número de Ana De Tal?

– Sim, sou eu mesma. Com quem falo?

– Ah, olá, Ana, aqui é Omar, Omar Al Kashim, nos conhecemos na Silver Inc. há algumas semanas, não sei se recorda.

– Omar... Oh, meu Deus, o árabe sexy! Ah, quer dizer, nossa, desculpa! – como narradora, devo dizer, ela podia morrer agora.

– Uau, isso foi... interessante – Omar riu. – Bem interessante.

– Desculpa, eu realmente... Desculpa.

– Imagina, ser chamado de sexy é algo bom, eu acho. – sua risada era rouca, sensual. A chihuahua riu, sem graça, e tentou ignorar sua aparente incapacidade de se comunicar com homens por telefone.

– Desculpa, mas como você conseguiu meu número?

– Eu tenho meus contatos.

– Vários contatinhos, imagino. – dessa vez uma gargalhada bem humorada escapou do homem.

– Não sou desses, mas valeu a tentativa.

– Então... em que posso ser útil?

– Ah, sobre isso... – a voz dele tornou-se mais baixa, sedutora como a serpente do fruto proibido não foi nem em seus sonhos – Você está livre na sexta?


Notas Finais


"Tia, a senhora vai começar a bananar o romance?" a treta tem que surgir, pessoal. Amem a treta.
E sim, vou bananar o romance todo. Cuidado com shipps errados, meus anjos da maldade, porque eles podem surgir.


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