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História Uma mestiça em Hogwarts. - Capítulo 6 - Feriado e Surpresa.


Escrita por: runbad

Capítulo 6 - Capítulo 6 - Feriado e Surpresa.


30 de Outubro de 1971. 

 

Fazia exatos um mês que a Grifinória tinha ganhado o jogo. Desde a vitória em campo, a Sonserina tinha o campo de Quadribol só para seu time, o que irritava os Grifinos e principalmente Lyanna Paddington, a capitã do time da casa vermelha, que discutia constantemente com o capitão da casa rival: August Rosier. Mas aquilo não era importante naquele momento para Mareena Watson, que caminhava apressada pelos corredores em direção ao Salão Principal decorado para o Halloween. Assim que passara pelas largas portas que levavam ao cômodo, Mareena procurou silenciosamente pelas cabeleiras negras de seus melhores amigos, e demorou exatos cinco segundos para encontrar Sirius e James tomando café da manhã no fim da mesa da sua casa. 

 

— Watson, o que houve? — perguntou Sirius quando viu a loira se aproximando enquanto prendia os cachos loiros em um coque no topo da cabeça. 

 

— Remus. — falou, fazendo com que os amigos se encarassem com o desespero em sua voz — Ele desapareceu, de novo. 

 

— O que!? — falou James levantando as pressas, assustando Peter que estava ao seu lado comendo as panquecas — Como? Ele tinha desaparecido mês passado três vezes. 

 

— É verdade, ele sumiu porque estava internado no St. Mungus e porque a mãe estava doente. — concordou Sirius. 

 

— Eu vi ele saindo do dormitório de madrugada. — falou Peter enquanto engolia o seu café da manhã.  

 

— O que? Ele te viu? — perguntou Sirius para o amigo.  

 

— Sim. — os três garotos se encararam com a resposta — Eu perguntei onde era que ele estava indo e ele me contou que ia tomar ar fresco. — deu de ombros.  

 

— Ar fresco? — Mareena arqueou a sobrancelha — Isso é estranho.  

 

— Muito estranho. — James acenou com a cabeça — Por que ele sairia para tomar ar fresco no meio da noite? Não faz sentido, não é do tipo do Remus. 

 

— E também, — começou a loira — ele anda muito diferente desde a primeira vez que ele ficou, digamos assim, doente. Vocês se lembram do corte dele na perna? Aquele que infeccionou.  

 

— É mesmo — lembrou-se Sirius — Ele não nos contou como foi que ele arrumou aquilo.  

 

— E a Madame Pomfrey não conseguiu curá-lo de primeira, lembra? Madame Pomfrey consegue curar ossos quebrados, como é que ela não conseguiu curar uma simples infecção? — continuou James. 

 

— A não ser que... — sussurrou Mareena para si mesma — Nos vemos depois. — e saiu correndo para fora do Salão Principal enquanto Sirius e James se encaravam confusos. 

 

— Ela é louca. — falou Sirius enfiando um pedaço de waffle na boca. 

 

— Ela abriu os olhos. — uma voz áspera soou atrás de James, que precisou virar a cabeça para encarar o garoto de cabelos negros e oleosos.  

 

— O que você quer dizer com isso, Ranhoso? — murmurou Sirius se levantando e retirando a varinha da capa.  

 

— Vocês conseguem ser mais lerdos que o seu amiguinho ai. — apontou Severus com a cabeça para Peter, que tinhas bochechas cheias de bacon recém-frito. 

 

— Diga logo o que quer ou suma daqui. — falou James apontando a varinha negra para o seu peito.  

 

— Por que vocês não perguntam para Mareena? Ela deve saber melhor do que ninguém sobre o que Lupin tem. — abriu um sorriso nojento antes de virar as costas e caminhar até a mesa da Sonserina com um sentimento de vitória. 

 

                                                                                     *** 

 

Mareena seguia lentamente entre as estantes, os dedos da loira tocavam a lombada de cada livro enquanto encarava a lista em mãos. Acontece que Mareena tentava ao máximo descobrir o que Remus tinha, para ficar doente o tempo todo. A loira puxou um do fim da prateleira e leu silenciosamente o nome do livro: ''As doenças mais sérias do mundo bruxo'', caminhou até uma mesa e sentou-se, começando a ler enquanto sentia o olhar da bibliotecária Madame Pince nas suas costas. Demorou cerca de meia hora para a loira ler o livro inteiro, onde falava sobre certas doenças que Mareena a ouvira falar naquele ano.  

 

Assim que leu os agradecimentos do autor, Mareena devolveu o livro para sua estante e saiu da biblioteca sem fazer barulho, pensando no que Remus tinha para ficar doente todo mês. Enfiou suas mãos pequenas e pálidas dentro do bolso da saia negra devido ao outono que recém chegara e seguiu até os jardins, onde tinha certeza que estava James e Sirius. As árvores estavam alaranjadas, com pequenos montinhos de folhas caídas próximo ao tronco, o vento batia no rosto da loira que começava a tremer enquanto caminhava, e como sempre, o céu estava cinza, sem índices de sol.  

 

Os grandes olhos azulados da loira seguiam pelo jardim á procura dos três amigos, que deveriam estar estudando nos jardins naquele exato momento. Passou longos minutos e a garota logo encontrou os mesmos na entrada da cabana de madeira conversando com o Guardião das Chaves Rubeus Hagrid, um homem gigante e robusto que trajava as mesmas vestes de sempre, exceto por um enorme cachecol da Grifinória que recebera de presente da pequena Mareena. Um pequeno sorriso apareceu em seus lábios cortados e a loira logo correu para a companhia dos garotos — e homem —.  

 

— Ah, Mareena. — falou Rubeus sorridente — James, Sirius e Peter estavam me contando sobre o pobre Remus e a sua saúde frágil.  

 

— É uma pena, de fato. — concordou a grifina — Sabe Rubeus, eu estava olhando uns velhos livros da biblioteca e percebi que Remus não tem sintoma de nenhuma doença conhecida.  

 

— Talvez a doença dele não seja tão conhecida. — quando uma jorrada de vento bateu na barba volumosa do homem, parecia que ele tinha acordado de um transe — O que vocês estão fazendo fora de Hogwarts nesse frio? Venham para dentro da cabana antes que fiquem doentes. — assim que os quatro adentraram a casa do amigo, Rubeus fechou a porta e caminhou até a lareira que esquentava o único cômodo, onde tinha uma chaleira apitando — Chá. — sorriu servindo o líquido em quatro copos, pegando em seguida um prato com vários cupcakes — Estão servidos?  

 

— Não, obrigada Rubeus. — sorriu Mareena agradecida enquanto pensava na culinária horrível do amigo querido.  

 

— Acabamos de tomar café da manhã no castelo, estamos cheios. — completou James trocando olhares com Sirius.  

 

— Oh, entendo. — falou Rubeus colocando a chaleira em cima da mesa após servi-lo em uma caneca do tamanho de um balde — Agora tomem seu chá antes que esfrie — Mareena levou a caneca a boca e deu um pequeno gole, cuspindo-o novamente antes que Rubeus percebesse — O que acharam? 

 

— Está delicioso, Rubeus. — mentiu James, recebendo um aceno de concordância de Mareena, Sirius e Peter. 

 

                                                                                     *** 

 

31 de Outubro de 1971. 

 

O céu ainda estava escuro, as corujas piavam nas árvores enquanto o vulto loiro seguia pelos corredores enfeitados até o portão que levava para a fora da escola. Os pequenos olhos brilhantes na escuridão observavam todos os cantos possíveis para ter certeza de que a gata do zelador Filch, Madame Norris, não estava a espiando para entregá-la ao dono. Mareena precisava ter cuidado, Argus Filch arrumava desculpa em tudo para dar detenção a ela e seus amigos.  

 

— Mareena? — uma voz masculina soou atrás da loira, que precisou virar-se para reconhecer a pessoa — O que você está fazendo aqui? — perguntou James. 

 

— Eu... — suspirou — estou preocupada com Remus. Não consigo dormir.  

 

— Venha. — falou James puxando Mareena sob os corredores.  

 

— Onde? — perguntou olhando pelo ombro o fim do corredor.  

 

— Vamos dar uma volta para você parar de pensar nisso. — sorriu enquanto andava.  

 

— Ah, tudo bem. — concordou enquanto corria para acompanhá-lo.  

 

Enquanto caminhavam, tudo estava silencioso. Durante o caminho, James mexia em seus cabelos negros e bagunçados e Mareena ajeitava as mãos no bolso, pensando no que Remus estaria fazendo nesse momento. Possivelmente dormindo, assim como Sirius e Peter. 

 

— Mareena? Está me ouvindo? — a loira sentiu o toque do dedo de James cutucando-a. 

 

— Ahn... — balançou a cabeça antes de olhar para o amigo — Sim, estou. — concordou enquanto virava a cabeça e encarava os enormes portões de madeira que levavam aos jardins do castelo — O que estamos fazendo aqui? 

 

— O idiota do Filch nunca tranca essa porta. — James olhou para trás rapidamente e empurrou a porta, fazendo com que o vento batesse no rosto dos dois garotos. Pela fresta da mesma, Mareena só conseguia ver a escuridão lá fora, e isso aumentou quando James e a loira atravessaram-na. 

 

Quanto mais Mareena andava entre aquelas árvores e pedras, mais medo ela sentia. Seu corpo inteiro estava encolhido dentro da capa preta de viagem enquanto o vento batia na sua face, agora ela entendia o porque de usar tanto cobertor na hora de dormir.  

 

— Então... Para onde você estava indo quando eu te encontrei? — perguntou James olhando para a loira, que tremia os dentes enquanto ele parecia muito calmo.  

 

— Eu... não sei. Sabe, eu só queria andar um pouco, não tinha um lugar fixo para ir. — deu de ombros. 

 

— Hum... entendo. 

 

Quando chegaram nas proximidades do lago negro, Mareena sentou-se embaixo de uma árvore junto de James, que observava a Lula Gigante brincando na água. A loira lançou um longo suspiro e encarou o enorme castelo completamente apagado, pensando na saudade que teria daquele lugar quando o ano letivo acabasse, obrigando a mesma a voltar para Londres, onde reencontraria sua mãe. Só Mareena sabia o quanto ela se arrependia por não ter enviado uma carta para casa ainda. 

 

— Jay? — o garoto a encarou — Você já enviou alguma carta para seus pais? 

 

— Eu enviei uma no dia que fomos mandados para a Grifinória. — sorriu — E a cada duas semanas meu pai, Fleamont, me envia uma caixa cheia de guloseimas.  

 

— Das guloseimas eu já sabia, eu sempre vejo elas chegando durante o café da manhã. — Mareena tocou a cabeça no tronco da árvore.  

 

                                                                                     *** 

 

A cabeça de Mareena caíra sob o ombro de James. Enquanto ouvia a respiração pesada do amigo, seus olhos piscavam, tentando manter-se aberto, porém, assim que James soltou um longo suspiro, Mareena desistiu de manter-se acordada e caiu no sono. A lua começava a sumir atrás do lago, James passou seu braço ao redor do ombro da loira e a abraçou enquanto observava o nascer do sol, pensando no que teria para o café da manhã, talvez ele passasse na cozinha antes para ver.  

 

— Mareena. — sussurrou James no ouvindo da amiga enquanto a cutucava — Acorde, temos que ir. — falou, continuando a cutucá-la — Droga, acorde. 

 

— Hum... — gemeu — O que foi? — perguntou a loira colocando a mão na boca e soltando um longo bocejo, coçou seus olhos e virou a cabeça, encarando James. 

 

— Precisamos ir para o dormitório, daqui a pouco começa o café da manhã e vão perceber que não estamos no quarto. — James levantou-se, limpou o shorts vermelho e ajudou Mareena a levantar, obrigando-a correr para a torre da Grifinória.  

 

— Poderia ter me avisado antes de começar a me puxar para correr. — murmurou Mareena enquanto corria atrás do garoto, subindo as escadarias do quinto andar para o sexto, e depois o sétimo.  

 

— Não é minha culpa você ser sedentária. — resmungou James quando pararam na frente do quadro da Mulher Gorda, que olhava feio para eles.  

 

— Eu não sou sedentária. — fez uma careta — Quer saber? Eu vou ir pro meu quarto tomar banho antes que a McKinnon, Meadowes e a Evans acordem. — Mareena aproximou-se da pintura e ficou quieta por alguns segundos antes de dizer a senha — Folha de Abóbora. — o quadro foi pro lado, mostrando a sala vermelha e dourada com duas escadas em caracóis que levavam para os dormitório. Mareena sorriu ao sentir o calor da lareira e olhou para o James, que estava encostado na parede — Te vejo no café da manhã — recebeu um aceno de concordância e partiu, adentrando a Sala. 

 

Sem olhar para trás, Mareena subiu as escadarias para o dormitório tentando manter o silencio e empurrou a porta levemente para não acordar as companheiras, que começariam uma confusão se fossem acordadas pela loira, encostou-a e seguiu até seu malão, onde pegou suas vestes de Hogwarts, o estojo com seus produtos higiênicos e a toalha branca com seu nome bordado.  

 

— Mareena? — alguém sussurrou seu nome quando a loira estava próxima da porta do banheiro, obrigando-a voltar e olhar para quem chamara a mesma. Demorou poucos segundos para Mareena perceber que a voz vinha de Dorcas Meadowes, uma garota de cabelos curtos castanho-claro e olhos castanho-esverdeado, que lembravam muito os olhos de James.  

 

— Remus está bem? — perguntou a morena. 

 

— Sim, ele está. — sorriu — Não se preocupe, e volte a dormir — Dorcas concordou silenciosamente e voltou a encostar a cabeça no travesseiro, caindo no sono segundos depois. 

 

Mareena soltou um longo suspiro e adentrou o banheiro, trancou a porta e retirou a camisola cor de rosa, pendurando-a num cabide para depois levarem á lavanderia. A loira escovou seus dentes e entrou no box, fechou o mesmo e sentiu a água quente cair sob seu corpo pequeno e pálido. Mareena ficara ali por máximos três minutos até pegar o shampoo e esfregar em seus cachos dourados, enxaguando-os em seguida. Agarrou o condicionador, desligou o chuveiro e espalhou o creme na ponta dos cabelos, esperando dez minutos até tirá-lo. 

 

Mareena demorou cerca de meia hora no banho, até que decidiu sair e desligou a água, agarrou a toalha e secou-se, vestindo em seguida a saia negra, blusa branca de botões, gravata vermelha com dourada e o suéter preto por mim. Puxou a meia cinza até dois dedos abaixo do joelho e vestiu a sapatilha preta. Quando Mareena encarou-se no espelho, uma careta apareceu em sua face lívida. Ela definitivamente odiava o uniforme da escola, e principalmente o fato de ter que usá-lo todos os dias da semana. Ajeitou seus cabelos molhados no espelho e saiu do banheiro, percebendo que as meninas continuavam dormindo, soltou um riso baixinho e caminhou até sua cama dossel, onde estava suas coisas. Agarrou a bolsa de couro e guardou seus livros para as aulas daquele dia, colocou-a em seu ombro e saiu do quarto sem olhar para trás, já que precisava passar no dormitório dos meninos para acordar James, Sirius e Peter, que dormiam igual pedra.  

 

Bufando, Mareena chegou na Sala Comunal da Grifinória e subiu as escadarias ovais que levavam ao quarto dos garotos. Empurrou a porta escrita ''Frank Longbottom, Remus J. Lupin, Sirius O. Black III e James Potter'' e adentrou o cômodo escuro, acendendo a lâmpada.  

 

— Hum... — gemeu Frank ainda com os olhos fechados e o travesseiro por cima da cabeça — Quem abriu a janela? 

 

— Desliga essa merda, porra. — xingou Sirius atacando o travesseiro de Remus na cara de James, acordando-o na hora.  

 

— O que houve? O que houve? — perguntou James olhando para os lados de olhos arregalados, lançando em seguida um olhar grosseiro para Sirius, que não parava de rir — Eu vou tomar banho antes que eu lance uma azaração em você. — murmurou o moreno enquanto se levantava e seguia até o banheiro.  

 

— Isso foi hilário. — falou Sirius quando soou o som da porta batendo no momento que Mareena sentou-se na cama vazia de Remus enquanto Frank voltava a dormir e Peter esfregava os olhinhos de besouro.  

 

Passou quase meia hora quando James, soltando largos bocejos contínuos, empurrou a porta que levava ao banheiro e adentrou o quarto esfregando uma toalha azul em seus cabelos, deixando-os mais rebeldes que o normal. James agora trajava apenas a calça preta da escola e seguiu até sua cama, onde pegou a camiseta branca e vestiu-a, colocando a gravata dourada com vermelha por cima. Agarrou sua capa preta com botões prateados e a colocou, escondendo suas vestes, ficou de frente para o espelho e bagunçou suas madeixas úmidas, sorrindo em seguida para seu reflexo. Sirius soltou um risinho e adentrou o cômodo, fechou a porta e fora tomar banho enquanto Mareena tirava seus sapatos e deitava na cama de Remus, sentindo o cheiro de shampoo no seu travesseiro. 

 

— Você está bem? — perguntou Sirius colocando a mão no ombro de Mareena, acordando-a de seus devaneios. 

 

Mareena olhou para trás e observou o amigo, que já estava com os trajes da escola.  

 

— Estou ótima, não se preocupe. Eu só... estou pensando no que aconteceu com o Remus, entende? — arqueou a sobrancelha. 

 

— É claro. — concordou, olhando em seguida para James e Peter — Vamos? O Salão já deve estar pronto.  

 

— Ah, é verdade. — Mareena empurrou os pés para fora da cama e calçou as sapatilhas, levantando-se.  

 

Assim que Sirius vestiu os sapatos pretos engraxados e a capa de fechos prateados, os quatro garotos saíram simultaneamente, caminhando com pressa para fora da Sala Comunal enquanto ouvia os murmúrios da Mulher Gorda. Demorou cerca de cinco minutos para pararem próximo da porta que levava ao Salão Principal, e ao parar na entrada, observando a decoração, um largo sorriso apareceu nos lábios dos quatros amigos.  

 

— Este será o melhor Halloween de todos. — sussurrou Sirius para Mareena, que apenas concordou com a cabeça. 

 

                                                                                     *** 

 

Ao fim das aulas daquele dia, os quatro garotos voltaram as pressas pro Salão, próximo as sete da noite uma enorme coruja das neves parou em cima do prato com pudim de James carregando uma enorme caixa de papelão com uma carta presa á sua pata. 

 

— Ah, é da mamãe. — disse James olhando o envelope e abrindo-o, passou os olhos sob o pergaminho e entregou para Sirius enquanto rasgava o pacote. 

 

— O que é? — perguntou Mareena esticando o pescoço para ver direito. 

 

— Doces. — os olhos de James brilharam — Bolo de caldeirão, varinhas de alcaçuz, quadrados cor-de-rosa de sorvete de coco, sapos de creme de menta, chocobolas... Tudo feito em casa pela elfo doméstica da nossa família, a Lunnin.  

 

— Parece ser gostoso. — concluiu a garota agarrando um chocobola e o rodeando em seus dedos enquanto o observava.  

 

— É recheado com musse de morango e creme cozido, é delicioso. — falou Sirius convencendo Mareena a morde-lo, fazendo um sorriso aparecer em seus lábios ao engoli-lo — Viu?  

 

— Vou guardar uma parte desse bolo de caldeirão para Remus, ele ama chocolate. — comentou James.  

 

James guardou os doces dentro da caixa e deixou-a de lado enquanto Mareena observava mil morcegos vivos que esvoaçavam das paredes e do teto, enquanto mais mil abateram sobre as mesas em baixas nuvens negras, passando sobre as gigantes abóboras decoradas com velas que iluminavam-nas. Após todos chegarem, o jantar apareceu, Mareena encheu seu prato com torta de carnes e rins, junto de pastelão do mesmo sabor. Depois que a sobremesa apareceu e a loira já estava quase cheia, Mareena pegou tortinhas de abóbora e torta de sorvete de caramelo, comendo enquanto ouvia as teorias de James e Sirius sobre o que Remus tinha.  

 

Logo no fim da noite, uma trupe de esqueletos apareceram na entrada do grande Salão fazendo uma dança coreografada para o entretenimento. Mareena não prestará atenção, e só conseguia ouvir os aplausos ao fim da apresentação. Quando o sinal tocou dando fim ao jantar, a loira levantou-se com os outros estudantes e seguiu para o sétimo andar enquanto ouvia os sussurros dos amigos ao seu lado. Despediu-se de James, Sirius e Peter ao atravessarem o quadro da Mulher Gorda e subiu para o seu quarto, onde só deu tempo de vestir a camisola e escovar os dentes, e então, caiu num sono profundo. 

 

                                                                                     *** 

 

25 de Dezembro de 1971.  

 

O sol apareceu, Mareena acordou com dificuldade enquanto ouvia batidas de garras em sua janela. Demorou cerca de cinco minutos para perceber o que estava acontecendo, então puxou o dossel vermelho e dourado da cama, olhou para Georgie que dormia confortavelmente no pé de sua cama e olhou para a janela, onde tinha uma coruja das torres com uma carta na sua pata. Aos pulos, Mareena correu para a janela, abriu o pino que a trancava e empurrou a mesma, retirando o pergaminho com cuidado da pata da coruja enquanto sentia o vento do inverno batendo em seu rosto, pescoço e braços. Quando finalmente o arrancou, a coruja voou até sua cômoda, onde tinha os restos de um rato assassinado por Georgie no dia anterior. Ao sentir o cheiro do sangue ainda fresco, Marena entortou seu nariz e sentou-se na cama vazia de Alice, abrindo o pergaminho perfeitamente enrolado e o lendo cuidadosamente. 

 

Cara Mareena, 

 

Feliz Natal! Seu pai me emprestou a coruja dele para eu conseguir te enviar uma carta. Confesso que não gosto muito desse meio de comunicação bruxo, mas eu farei qualquer coisa para conseguir conversar com você. Por que você não está mais enviando cartas? A ultima vez que a senhorita nos mandou uma mensagem foi no seu segundo dia em Hogwarts (é esse o nome, não é?) avisando que não passaria o Natal e a Páscoa em casa, seu pai também está preocupado.  

 

Eu sei o quão corrido são as aulas, mas eu adoraria saber se você está se dando bem com seus colegas, eu tenho consciência do quanto você adora Lily e Severus, mas é bom fazer novas amizades em novos lugares, entende?  

 

Sobre o natal desse ano, não se preocupe, eu sei que sua relação com seu pai não é das melhores, e se você se sente bem passando o feriado ai, saiba que eu respeito sua escolha. Mary, eu só quero que você seja feliz, onde quer que esteja. Eu sempre irei te apoiar, ajudar e, principalmente, te amar.  

 

Com carinho,  

Evelyn Watson. 

 

Mareena levantou-se, colocou o pergaminho próximo do lençol e puxou o malão debaixo da cama, retirando da mesma uma calça jeans azul,  uma blusa de seda preta e tênis cinza. A loira trocou-se e pegou Georgie após a saída da coruja do quarto, saindo do dormitório em silencio enquanto passava a mão no pelo cor neve da mascote e ouvia seus ronronados. Logo no topo da escada caracol, Mareena conseguia ver James, Sirius, Peter e Remus conversando próximo da árvore de natal. A loira soltou Georgie e desceu as escadas, indo até os quatro garotos que viraram para encará-la quando estava no ultimo degrau. 

 

— Ah, Mareena! — sorriu James — Feliz Natal.  

 

— O que é tudo isso? — perguntou apontando para os embrulhos com a cabeça.  

 

— Presentes, é claro. Não deixaríamos você sem nada, quer dizer... — Sirius coçou a nuca — Seus pais mandaram presente também.  

 

— Tudo bem Si, eu entendi. — sorriu a loira sentando-se numa poltrona próxima da árvore — Certo... Quais presentes são meus? — perguntou.  

 

— Esses. — Os quatro garotos agarraram seus respectivos pacotes e colocaram no colo de Mareena, que segurava o presente enviado por seus pais.  

 

Demorou cerca de dez minutos para Mareena, Sirius, Remus e Peter abrirem seus presentes. A loira ganhou um lindo colar em formato de coração de Remus, de Sirius e James um enorme caldeirão recheado de doces diversos e de Peter leões de gelatina recheados com sorvete de chocolate, já sua mãe lhe enviou um suéter bordo que coube perfeitamente. Sirius ganhou bolos de James e de sua casa, de Remus um livro sobre transfiguração e de Peter um par de tênis novos. Remus ganhou livros novos e poções para sumir suas cicatrizes, junto de vestes novas de trabalho pretas. Peter ganhou doces e livros que Mareena acreditava que ele nunca iria ler. 

 

Mas o presente mais interessante entre todos foi o de James. 

 

Assim que deixou de lado o gel que Mareena o deu, James agarrou o embrulho fofo do presente enviado por seu pai, retirou o laço vermelho e seus olhos pararam no pano prateado macia como seda e parecia ser tão leve quanto o ar. Preso no embrulho tinha um pergaminho preso, James o retirou e leu a mensagem. 

 

Caro James, 

 

Esta capa da invisibilidade é uma herança inestimável que passou de geração por geração até chegou a minha posse, mas dessa vez, ela te pertence. Tenho certeza de que você irá usá-la tendo consciência de seus atos. 

 

Honre nossa família, honre nossos descendentes. 

 

Desejando belas festas, 

Fleamont Potter. 

 

— É... É a capa da invisibilidade de meu pai. — sussurrou.  

 

— Uma capa da invisibilidade? Que passou de geração por geração? — perguntou Remus lendo o bilhete do Sr. Potter — Isso é estranho, capas da invisibilidade não costumam durar muito, entende? Elas perdem o poder de desilusão. Essa capa deve ser realmente valiosa.  

 

— E ela é. — concordou James — Nós iremos estreá-la hoje.  

 

— Vamos fazer o que? — Mareena arqueou a sobrancelha.  

 

— Você sabe que eu não acho isso uma boa ideia. — murmurou Remus. 

 

— Vai ser divertido Remus, não se preocupe. — falou James. 

 

— É, nós sabemos nos cuidar. — completou Sirius. 

 

                                                                                     *** 

 

O castelo estava silencioso, em pequenos passos os marotos caminhavam pelo largo corredor escuro encolhidos dentro da capa da invisibilidade de James.  

 

— Droga Sirius, você pisou no meu pé. — murmurou Mareena quando passaram por uma estátua.  

 

— Shh... — sussurrou James — Acho que ouvi alguma coisa. 

 

— Ouviu. — concordou Mareena — Meu dedo quebrando pelo pisada de cavalo do Sirius. 

 

— Eu só pisei porque o Peter me assustou com o braço dele. — disse o moreno emburrado.  

 

— Desculpa. — sussurrou o garoto baixo e desengonçado.  

 

— Isso definitivamente não importa agora, e sim o barulho que esta vindo daquela sala. Vamos ver o que está acontecendo. — murmurou James obrigando os amigos a segui-lo. 

 

— Você realmente acha isso uma boa ideia, James? — perguntou Mareena.  

 

— E por que não seria? — James retrucou curioso.  

 

— Ah, esquece. — falou a loira seguindo-o embaixo da capa que deixava os mesmos transparentes. 

 

Com dificuldade os cinco seguiram até a porta no fim do corredor que estava entreaberta, Mareena cuidava para manter seus pés longe do alcance de Sirius, que sussurrava algo inaudível. A loira não viu quando os dois garotos pararam e por pouco não bateu de cara no cotovelo de James, que esgueirava para olhar o que acontecia.  

 

— O que houve? O que vocês estão vendo? — sussurrou Mareena. 

 

— Veja você mesma. — murmurou James puxando Mareena para ficar em seu lugar. 

 

Assim que colocou o olho no buraco da porta, ela pode ver uma cabeleira loira e outra ruiva próxima de uma mesa. A ruiva ela logo reconheceu como sendo a capitã do time de Quadribol da grifinória, Lyanna Paddington, a outra ela devorou um determinado tempo para perceber que era outro jogador de Quadribol, só que sendo da Sonserina, Lorcan Selwyn.  

 

— Vamos lá Lya, volte comigo. — falou Lorcan encostando sua mão na da ruiva.  

 

— Nunca mais me chame assim, e foi sua culpa nós terminarmos nosso namoro. — o rosto de Lyanna ficou da cor de seus cabelos, mas não de vergonha, mas sim raiva. Ela fuzilava o sonserino de maneira que assustou os cinco meninos. Eles nunca tinham visto ela tão brava.  

 

— Você sabe que eu não tive escolha.  

 

— Oh, eu sei? Você é um safado sem vergonha, ninguém apontou uma varinha no seu pescoço e mandou você beijar aquela vadia da Travers. — murmurou. 

 

— Espere ai... você está com ciúmes? — um sorriso sarcástico apareceu no lábio rosado do loiro.  

 

— Eu? Ciúmes de você? — Lyanna soltou uma risada tão alta que fez os pelos de Mareena arrepiarem — Você não é tudo isso Selwyn, não se subestime. 

 

— Não era isso que voce dizia quando... — Lorcan levantou a mão e a colocou ao redor da cintura da ruiva, apertando-a — eu te tocava.  

 

— Nós precisamos errar para aprender. — Lyanna soltou-se, caminhando até a porta — E ve se me erra, finja que eu não existo.  

 

— Isso é muito difícil com você andando tão linda pela escola. — um sorriu apareceu nos lábios do garoto — Acho que você esqueceu de uma coisa...  

 

— E o que é? — perguntou virando-se para o ex-namorado com os braços cruzados e a sobrancelha arqueada. 

 

Lorcan aproximou-se da ruiva e girou sua mão ao redor de seu pescoço, observou a garota paralisada e juntou seus lábios em um beijo que fez ela querer mais assim que o loiro afastou-se e disse: 

 

— Meu presente de Natal para você. 

 

— Bastardo. — Lyanna ergueu a mão e desfilou um tapa na cara do apanhador da Sonserina — Nunca mais faça isso. — quando Lyanna abriu o resto da porta, os marotos afastaram-se rapidamente antes que ela se batesse com eles.  

 

Depois de cinco minutos parados no corredor, Lorcan também saiu da sala e foi até sua sala comunal, deixando os garotos sozinhos.  

 

— Depois dessa, é melhor voltarmos para a Sala Comunal dormir. — sussurrou James, fazendo Mareena, Sirius e Remus concordarem silenciosamente com a boca — Então vamos.  

 

Os marotos seguiram quietos até o sétimo andar, passaram pela mulher gorda (''Quem está ai?'') e Mareena saiu de baixo da capa, despedindo-se dos amigos e depois subindo as escadarias para o quarto solitário pensando no que viu. Agora ela entendia o porque de Lyanna odiar tanto o apanhador da Sonserina. A loira empurrou Georgie para os pés da cama e retirou o robe, ficando apenas de camisola vermelha, descalçou as pantufas e deitou-se, caindo no sono pensando no que responderia na carta que enviaria no dia seguinte para sua mãe.



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