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História Uma (Não) Poeta Apaixonada - Capítulo Único


Escrita por: Ailee-

Notas do Autor


Essa fic é meio que um desabafo, por isso tem tanta repetição de palavras e palavras simples. Talvez vocês não entendam algumas referências, porque era pra ser mais algo pessoal. Mas aí eu quis postar.

Ignorem os erros -w-

Boa leitura <3

Capítulo 1 - Capítulo Único


Fanfic / Fanfiction Uma (Não) Poeta Apaixonada - Capítulo Único

UMA (NÃO) POETA APAIXONADA – CAPÍTULO ÚNICO

“YOU’RE A DEMON”.

 

Se eu fosse poeta, faria como todos os outros e relacionaria o amor à dor, porque é assim que todos veem tal sentimento que nunca fui capaz de compreender até agora. Porque sempre vivi o antigo dilema “Eu sou poeta e não aprendi a amar”. Como pseudo-poeta, criei vidas, construí dores e desilusões que no final foram resolvidos com um final feliz. Tão bobo e clichê. Antes era legal e divertido, hoje é totalmente o contrário disso.

Ah, porque a ignorância não esperou mais até soltar as minhas mãos e me deixasse continuar acreditando que o amor é tão fictício quanto os desenhos abstratos que eu costumava rabiscar na última folha do meu caderno? Um casal de mãos dadas, sorrindo largamente e com um coração sobre suas cabeças, um enorme coração cor-de-rosa com flechas espetadas nele. Um casal sem sobrenome, pois eram só mais um dentre tantos aleatórios que surgem em minha mente.

A vida sempre me alertou: “Amor é guerra, fogo e dor, que só irá te destruir, porque tudo o que é bom é difícil de conquistar”. Eu sei que o bem é fundamental, mas por que tudo o que é mal parece ser sempre o caminho mais fácil? E se nenhuma dessas palavras faz sentido, é porque sou uma alma confusa extraindo seus sentimentos abstratos quando não há lágrimas suficientes para simbolizar minha dor e quando a voz está falha demais para gritar. Ninguém iria ouvir, de qualquer forma.

Porque estou acostumada a me apaixonar de longe, sofrer por alguém que mal sei o sobrenome e que mal sabe que existo, para depois esquecê-lo e procurar outra ilusão. Acostumei-me a ideia de que o amor é coisa de poesia e literatura e de tanto passar por isso, acabei aceitando o fato de que este velho coração é frio demais para guardar alguém dentro dele. Mas isto foi só até você aparecer e mudar tudo.

Eu não sei se tu és um presente de Deus ou do diabo. Pra mim, és um demônio, mas com um sorriso tão lindo quanto o de um anjo. Não quero falar do teu sorriso, porque arrancou-me mais suspiros do que fui capaz de imaginar. Sinto-me como uma pecadora por me apegar demais àquele belo sorriso que só você é capaz de dar. Sim, o mais belo de todos e que o dá características de anjo.

Será que alguém vê o modo que meus olhos arregalam quando você sorri? Quando seus lábios se curvam como um coração? Nem tão grossa e nem fina demais, tua boca é perfeita, assim como você.

Idiota. Por que tem que ser justo você? De todas as pessoas do mundo, por quê? Eu só queria voltar no tempo e ter escolhido outros caminhos desde o início quando o conheci. Antes tivesse me deixado de lado e não ter alegrado meu dia naquela vez. Preferia continuar tendo uma visão errada de você e que continuássemos sendo apenas cidadãos duma mesma escola. Tolice foi ter olhado através daqueles enormes olhos castanhos e ter visto tua alma. E se quer a verdade, eles são lindos. Mesmo com os óculos negros, seus olhos continuam lindos.

Que menina idiota que eu sou. “Ele é só mais um rostinho bonito que nunca irá ligar pra mim e que eu logo irei esquecer”, foi o que pensei quando percebi ter me apaixonado por você. Foi difícil, lutei contra isso por séculos, visto que nunca me apaixonaria por um “amigo”. De começo, tentei aproximar-me porque gostei de sua personalidade, e, definitivamente, olhá-lo era como ver meu reflexo no espelho. Parecidos em tantos aspectos, mas que seguiram caminhos diferentes, será que essa foi a ‘Grande Iniciativa’? Eu não sei.

Só consigo dizer que você me conquistou em vários aspectos, superando todas as minhas expectativas, quebrando aquelas barreiras da ignorância e abrindo meus olhos para minha real visão de você. Esse foi um dos meus erros. Só que sempre o encarei como aquelas paixões de colegial que sempre apareciam em minha vida e desapareciam – sendo que, no seu caso, desejei que nunca desaparecesse.

Eu sou uma tola por fazê-lo acreditar que eu o detestava quando na verdade tentava inutilmente se aproximar.

Nunca tive certeza dos meus sentimentos, tentando por várias vezes afastá-los, porém eles eram mais fortes que eu. Só sei que essa paixão foi diferente de todas as outras e apenas desconfiei quando o coração palpitou naquele dia, quando propositalmente você disse que queria me beijar. Era brincadeira, não era? Sempre soube disso, mas de alguma forma, eu gostei e queria que fosse real, embora meu cérebro sempre me dissesse “pare de se iludir!”.

Quando a bomba explodiu, quando o mundo pareceu me testar para que parasse de mentir para mim mesma, fiquei com medo. Quando perguntaram se eu o beijaria, se eu disse ‘não’, era porque sempre tentei esconder meus verdadeiros sentimentos. Disse que era brincadeira no momento em que você, pela segunda vez, disse que me beijaria; todavia, por incrível que pareça, aquilo não me desesperançou como eu imaginava. Mas por que ficou calado quando me perguntaram aquilo? Sabe o quão difícil foi pra mim olhar em seus olhos naquele dia e ter medo de estragar tudo e abrir o jogo de uma vez?

Eu sabia que não era nada, que era coisa da minha cabeça, e infelizmente aquilo mexeu tanto comigo que tive que pedir socorro. Me escondi em diversas cortinas de versos aleatórios e foi assim que descobri que tudo o que eu sentia era o que os poetas chamavam de “amor”. Que palavra forte, um tanto quanto exagerada, mas foi o que me disseram. Alguns ordenaram que eu me afastasse, já outros disseram que era melhor dar mais passos e tornar-me uma poeta também.

Disseram-me que você gostava de mim, mas nunca acreditei, e isso é um dos motivos daquele “não” sarcástico. Por que alguém como você iria gostar de uma menina tão quieta e estranha que não interage por falta de experiência?

No dia seguinte, meus olhos não desgrudaram dos seus e o vi dar abraços em várias pessoas quando você mal chegava perto de mim. Isso dói até hoje, mas a culpa é minha por não dar permissão por vergonha.

Então segui a mesma trajetória que faço todos os dias pela manhã na escola, minha mente um pouco longe de ti por conta dos estresses cotidianos. Pensei ter superado até tê-lo visto de novo e depois não consegui tirar mais os olhos. Aquele maldito sorriso bonito de novo. Perguntei-me porque você não se aproximava ou porque não me aproximei, mas sou tímida demais e ficaria sem jeito perto de você.

Quando menos esperei, você estava lá de novo, sorrindo pra mim e fazendo aquela brincadeira que tanto mexia com meu coração, fazendo-me acreditar naquela teoria de que você também gostava de mim. Minha mente disse por mil vezes: “Não!” e só parou quando você beijou minha testa e me fez esquecer meu próprio nome. Encolhi os dedos dos pés, arregalei os olhos, pedindo ajuda aos céus para não delirar. Aquele beijo mexeu comigo e minha mente estava em branco, por isso disse palavras tão idiotas como “e aí?”. Que burra, que idiota! Mas não me culpe, eu estava concentrada demais no meu lanche para pensar em alguma coisa.

Sim, aquilo me insatisfez. Uma vez me apaixonei por um garoto e na minha última chance de fazê-lo lembrar-se de mim quando partisse, beijei-lhe o rosto, fugindo sem olhar para trás, sem sentir os próprios pés. Foi a primeira vez que meu coração acelerou por alguém, só não foi tão forte quanto a minha pulsação quando te vejo. Lembrar-me daquele dia foi o meu maior incentivo para beijá-lo na bochecha para que você soubesse de alguma forma que aquele beijo na testa não me incomodou nem um pouco.

Mesmo com aquela barba rala, seu rosto era tão macio; os lábios devem ser tão macios quanto suas bochechas. Você nem ao menos tentou me impedir e não disse uma única palavra. Por quê? E aquela foi uma chance perdida, porque quase beijei sua boca, mas não o fiz por circunstâncias um tanto quanto constrangedoras e agora me arrependo amargamente.

O vi nos meus sonhos e me imaginei acariciando os cachos lisos dos seus cabelos negros, de textura lisa como suas bochechas.

Protagonista dos meus sonhos. Dono dos meus pensamentos. Guardião do meu coração.

Por que aquela foi a última vez que isso aconteceu? Parece que depois disso tudo, quando me levantei da cama pronta para reencontrá-lo, tudo voltou ao seu estado inicial e parecia que nada havia acontecendo. Era como se tudo aquilo só tivesse feito diferença para mim. Se modo de agir deu a entender que eu não gostei do que você fez, saiba que está enganado. Na verdade, foi o primeiro beijo que você me deu e eu definitivamente nunca irei esquecer. Queria que fizesse aquilo mais vezes e me abraçasse também, como faz com todos.

Fiquei mal ao pensar que o fiz acreditar algo que não é verdade, culpando-me por isso. Foi doloroso, pois me fez voltar à velha teoria de que poderia ser só mais uma ilusão. Eu poderia ser a única que sente o coração acelerar toda vez que o vejo, as pernas tremem e as mãos também. É estranho. Se nunca me senti assim antes, por que estou sentindo agora?

Eu tinha que me afastar uma hora ou outra, só não imaginei que pudesse ser tão rápido. Por que Deus o colocou no meu caminho se não estávamos destinados a permanecer juntos?

Me machuca vê-lo brincar com meus sentimentos daquele jeito, nunca devia ter plantado esperanças em mim e eu nunca o amaria tanto assim. Você sabe que não podemos ficar juntos e mesmo assim fez isso comigo, hoje só me vejo bem se envolvida em teus braços fortes para me proteger do mal. Não se sinta culpado, eu o agradeço por preencher o vazio do meu coração, nem que fosse por alguns instantes.

Às vezes eu só desejo viajar para um planeta isolado e ficar observando o seu o dia inteiro. Eu queria que o destino fosse uma lenda e que nós mesmos pudéssemos escrever nossas vidas no papel e na caneta. Eu escreveria a história mais bela de todas, onde nós dois somos felizes e ninguém irá nos interromper. Iríamos viver plantando os versos de uma poesia e terminar como nos contos de fadas.

Se estou me afastando agora, não foi por escolha minha, mas porque era preciso. Só não sei dizer se dói mais estar com ou sem você. Nunca tive coragem de confessar tudo isso por medo e por ainda me restarem as dúvidas. Também tive medo que você se afastasse mais ainda e perdêssemos nossa pequena amizade. Porque você apareceu no momento em que pensei que viveria sozinha para sempre e me fez aprender o que era o amor. Os poetas estavam certos, apenas não imaginei que pudesse doer tanto assim. Dói, mas até que eu gosto.

Eu te amo, de verdade, muito obrigada. Graças a você eu sou uma poetisa completa.

 

 



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