História Uma nova e diferente vida - As vezes o fim é só um começo

Me chamo Beatrice Auditore, morei minha vida inteira em Paris, não que eu tenha vivido muito né?!  Mas, no auge dos meus 16 anos, sinto como se já tivesse vivido 100! Então, terei que me mudar para uma cidade pequena chamada Sweet Amoris, aqui na França mesmo, por conta do trabalho de minha mãe. Meu pai faleceu quando eu era apenas um bebê recém nascido, um trágico acidente de moto. Desde então somos só eu e ela. Nós nos damos muito bem, ela é bem legal. Apesar de trabalhar muito e eu não poder desfrutar muito de sua companhia, mas eu sei que ela faz tudo isso para que tenhamos uma boa vida e não nos falte nada.

Nosso vôo saí amanhã, de madrugada na verdade, às 03h30, creio eu. Inclusive, tenho que arrumar minhas coisas, uma das malas já está arrumada, faltam só algumas outras coisas, uns trequinhos que eu não saberia viver sem, e então estará tudo ok. Cara, mudança é realmente algo cansativo, um saco!! Mas fazer o que, né?! É necessário...

Sinceramente, não estou tão triste em me mudar daqui, não há nada que me prenda nessa cidade, óbvio que tenho uns colegas etc... Mas ainda assim sou uma pessoa muito sozinha, vivo sozinha. Bem que estou tentando ser otimista esses tempos, então vou acreditar que será bom um recomeço, novos ares, novos lugares... Minha mãe sempre disse que eu deveria socializar mais, sair mais, "respirar mais", mas eu nunca me importei com isso. Porém agora sinto como se fosse um novo meio de me encontrar, de saber o que realmente eu quero, talvez isso seja realmente bom pra mim. 
Hmmm... Estão vendo?! Estou sendo otimista!! Isso já é um bom começo, não é?! Pensando bem...

Talvez possa ser interessante... 

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Depois de conseguir arrumar todas as minhas coisas, separar a roupa que iria usar e a mochila que levaria como bagagem de mão, eu decidi que iria tomar um belo e demorado banho, o último nesse apartamento em que eu vivi quase toda a vida e de onde tenho várias lembranças.

Peguei minha toalha, que estava pendurada em um cabide que ficava atrás da porta do meu quarto, e fui até o banheiro. Ao entrar parei m frente ao espelho que havia ali, logo a cima da bancada da pia, e onde eu conseguia ver meu reflexo da cintura para cima. Passei a me analisar, o que eu havia mudado em todos esses anos? Às vezes eu penso que mudei muita coisa, outras vezes penso que não mudei quase nada.

Eu podia ver aquela garota no reflexo do espelho, os longos cabelos castanhos que começavam lisos da raiz e ondulavam levemente pela sua extensão que acabava um pouco acima do bumbum. O rosto com traços delicados, herdados da minha mãe com certeza, algumas sardas ali pelo rosto, pouquinhas, coisa boba, a pele clara e os grandes olhos azuis. 

- hum, até que não está tão mal, não é, garotinha? - falava alto para mim mesma – talvez devesse melhoras apenas essa cara de poucos amigos... Ou não, tanto faz.

E então, rindo do dialogo que estava tendo comigo mesma, tirei minhas roupas e fui para o chuveiro, onde pretendia ficar por um bom tempo. Pensei em muitas coisas, e em como seria a cidade, estava bastante curiosa sobre a nova escola. E as pessoas? Meus deuses!! Talvez eu esteja ficando nervosa demais, mas são tantos pensamentos, tantas possibilidades... Ó CÉUS!!

Quando finalmente saí do banho, fui em direção ao meu quarto e me deitei na cama ainda enrolada com a toalha e, sem perceber, acabei adormecendo assim mesmo. Acordei com minha mãe me sacudindo, ela tinha passado o dia resolvendo os últimos detalhes das papeladas do trabalho.

- BEATRICE! Minha filha, acorde!! Já são 00h, temos que começar a nos arrumar para ir para o aeroporto, sabe que temos que chegar bem antes para despachar as malas, e verificar as coisas, e... Ai meu deus, ande minha filha, vá conferir suas coisas e se arrumar, ande logo!

Levantei-me e dei um beijo em seu rosto.

- DONA ELIZABETH! Se acalme, mulher! Assim vai acabar tendo um troço, eu hein...

Ela deu um grande suspiro, riu e me abraçou, sai do quarto ainda rindo e balançando a cabeça negativamente, enquanto fiquei rindo sozinha. Logo me espertei e fui conferir mais uma vez as minhas coisas, pra ter certeza de que não estava deixando para trás nada importante.

Após conferir e ver que estava tudo ok, comecei a me arrumar. Peguei uma calça preta que já havia separado para usar, uma camisa básica preta, e um all star vermelho. Eu pensei em só ir assim mesmo e pronto, sem grandes coisas, mas me olhei por alguns segundo no espelho de corpo todo que havia ao lado da minha porta e decidi por alguns acessórios, alguns dos meus favoritos, me fariam bem nesse processo de transição “antiga vida –> nova vida”. Então peguei minha touca cinza, uma bem básica que eu gostava muito de usar, um colar com um pingente de lua que eu havia ganhado da minha mãe, uma pulseira de couro com umas tachinhas, e alguns dos meus anéis porque, convenhamos, EU AMO ANÉIS! Se eu fosse um planeta seria saturno, certeza! Finalizei passando um rímel e pronto, estava ótimo pra mim.

- Rumo ao aeroporto, rumo a uma “nova” vida. Oh god, estou tão tranquila com isso e ao mesmo tempo tão ansiosa... Será possível? Céus, não ouse surtar, dona Beatrice!! - Conversava com o meu reflexo no espelho - Agora não tem mais volta, let’s rock!

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Passado algum tempo lá estávamos nós, eu e minha mãe, apenas esperando chamarem para o nosso vôo, eu nesse momento estava me arrependendo de ter dormido tanto durante o dia, pois seriam 5 horas de viagem e eu estava totalmente acordada, queria estar sonolenta para entrar no avião, dormir, e acordar só na hora de descer, mas aparentemente não será possível...

Finalmente chamaram nosso vôo, fizemos todo o procedimento padrão e entramos no avião. Olha, o bom disso é que pelo menos sentei ao lado da janela, minha mãe sentou logo ao meu lado já pegando a sua almofada de pescoço e sua venda para por nos olhos e tirar uma boa soneca, o mau é que eu provavelmente vou ficar entediada, mas pelo menos as músicas irão me salvar! Isso é um ponto positivo. Peguei então meu fone e meu celular, que estavam dentro da minha mochila, fui em busca de uma música, coloquei em uma playlist do Arctic Monkeys, e foi ali mesmo que eu resolvi viajar em meus pensamentos e tentar esquecer que eu estava viajando de verdade.

Fiquei imersa em meus pensamentos, pensando em como seria dali em diante. Talvez estivesse preocupada demais por nada, não sei, vamos viver para saber.

O que será me aguarda neste novo lugar?