História Uma nova era esta para começar - Bayou St.John rua St Philip

A casa não era tão grande, tinha apenas um andar, janelas grandes, era uma bela casa de familia:
- É bom que não esteja me enganando, pois, se eu perceber que alguma coisa está errada eu rasgo sua garganta - Disse ameaçadoramente.
- Eu dou minha palavra, os objetos estão aqui.  - Vincent disse.
Sai do carro e caminhei em direção a porta. Bati, de início não aconteceu nada, não ouvi nenhum som vindo de dentro da casa.
Depois de alguns minutos comecei a ouvir um som  de dentro da casa. A porta se abriu, uma garotinha de aproximadamente 5 anos me atendeu, ela tinha os cabelos cor de fogo, olhos azuis bem claros:
- Olá-  Disse com um sorriso - Seus pais estão?
- Estão sim - Ela respondeu meio envergonhada - Você quer que eu vá chamar?
Balancei a cabeça confirmando, em segundos ela saiu correndo. Dois minutos  depois uma mulher alta, com os cabelos iguais o da filha veio me atender:
- Em que posso lhe ajudar? - A mulher perguntou com um sorriso meigo.
- É que eu, perdoe a minha curiosidade - Disse sorrindo - Queria saber a quanto tempo você mora nessa casa?
- A uns dez anos mais ou menos - Ela disse meio desconfiada - Por que?
- A senhora pode não acreditar, mas eu morei nesta casa quando era mais nova - Disse mentindo um pouco - É que eu voltei a New Orleans, e senti uma saudade, e vim  aqui ver.
- Não brinca, pois então entrem, entrem - Ela disse abrindo um grande sorriso - Fiquem a vontade.
- Obrigada - Disse entrando junto com Vincent.
- Não reparem a bagunça, Sofia adora largar as coisas pelo caminho - Ela disse juntado alguns brinquedos que estavam no chão. - Onde estão meus modos, eu sou a Clara.
- Eu me chamo Hope, e esse é meu amigo Vincent - Disse.
- É um prazer conhecê-los - Clara disse - Se não se importa se eu perguntar, por quanto tempo você morou aqui?
- Por apenas um ano - Disse - Meus pais moraram aqui, mas aí aconteceu algumas coisas e tivemos que ir embora, coisas de família se me entende.
- Também tive problemas com a minha familia, por isso me mudei pra New Orleans - Ela disse pensativa - Aqui é tão calmo, tão seguro.
Seguro, uma coisa que New Orleans não era, olhei para Clara com pena, mal ela sabia o que acontecia em nossa cidade.
- Vocês querem alguma coisa para beber - Clara perguntou.
- Se não for incômodo, queria um copo d'água -Disse sorrindo.
- Incômodo nenhum querida, volto em um minuto - Clara disse indo em direção a cozinha.
Quando tive certeza que ela já havia ido, me virei para Vincent:
- Onde estão os objetos, pois, pelo que estou vendo, você está me enganando - Disse furiosa.
- Calma, eu irei lhe mostrar onde eles estão - Ele disse - Só precisamos de mais alguns uns minutos.
Quando fui falar com Vincent, Clara já estava voltando. Ela me entregou o copo, tomei metade do copo.
- Obrigada - Disse - Quem tanto está  casa?
- Apenas eu e a Sofia - Clara disse.
- Eu sinto muito pelo que vou fazer com você Clara, mas não se preocupe não vai doer nada. Apenas olhe nos meus olhos - Disse - Você não vai fazer nada apenas ficar sentada aqui, depois que eu pegar o que eu preciso você estará livre.
- O que vai fazer com a garotinha? - Vincent perguntou.
- Nada - Disse - Ela está lá fora tomando chá com as bonecas, e pelo visto vai demorar. Pelo que eu ouvi a Senhora Cabeça de Batata não quer tomar chá com a Dona Joaninha. -  Disse com um sorriso.
- Você é igual a seu pai - Vincent disse me encarando seriamente.
- Obrigada - Disse com um sorriso.
- Isso não foi um elogio - Ele disse.
- Eu sei - Disse - Mas gosto de ser comparada com meu pai, sendo a comparação boa ou não.
Ele ficou me encarando por alguns minutos. Seu olhar era serio, parecia que estava me estudando:
- O que está olhando, idiota - Disse.
- Nada, apenas tentando entender o que aconteceu para você  se transformar no seu pai - Ele disse.
- Você sabe muito bem o que aconteceu - Disse secamente - Agora, se não se importa quero saber onde estão os objetos.
- Está  no fim do corredor - Vincent disse - No quarto da garota.
Caminhei pelo corredor, abri a porta e me deparei com um quarto completamente cor de rosa, havia brinquedos  espalhados por todo o cômodo:
- Pra mim parece apenas um quarto comum - Disse me virando para Vincent.
- Essa casa tem muita historais, a primeira dona era uma bruxa que estava fugindo da Europa. Quando construiu a casa ela fez um cômodo há mais - Disse Vincent - Desde então a casa é passada de geração a geração.
- Quer dizer que Clara é uma brux...
- O que estão fazendo no meu quarto - Disse uma voz doce atrás de mim.
- Nós estávamos procurando bonecas para brincar com você - Disse rapidamente.
- Não minta pra mim como você fez com a minha mamãe - Sofia disse.
Ela me olhava com uma expressão séria, me analisava cuidadosamente:
- O que você quer com a minha mamãe e eu? - Ela perguntou.
- Não quero machucar você ou a sua mãe - Disse - Apenas quero uma coisa que meu amigo escondeu aqui na sua casa.
- E o que seria? - Sofia perguntou.
- Na verdade são alguns objetos - Respondi.
- E pra que você quer eles - Ela perguntou olhando para algum lugar atrás de mim.
- São para a minha família - Disse-  Por favor eu sei que você sabe onde eles estão, eles são a única coisa que pode me ajudar a salvar meu pai.
- Eu acredito em você, a sinceridade em sua voz - Ela disse com um sorriso - Estão no armário, ha  uma parede falsa.
Caminhei até o armário bati na parede, e de fato era falsa:
- Tem uma alavanca perto do cabide a sua direita-  Ela disse apontando para um cabide pendurado.
Puxei a alavanca, a parede fez um barulho baixo, porém agudo. Quando a parede tinha sido aperta completamente, pude ver uma escada descendo em espiral:
- Tomem cuidado, a escada é muito velha - Sofia disse.
- Obrigada-  Disse com um sorriso.
Desci a escada com cautela, sempre olhando onde pisava. Ela não era grande, demos três voltas e já estávamos no cômodo secreto.
- Que escuridão - Disse - Não tem alguma coisa para acender.
- Tem um interruptor aqui do lado - Vincent disse.
De uma a uma as lâmpadas se acenderam mostrando um corredor longo e largo, as paredes estavam cheias de prateleiras, todas com grimorios:
- O jogo vai começar - Disse com um sorriso desdenhoso - Agora pegue todos os grimorios e leve para o carro, vou ver o que mas tem aqui e já subo.
Vincent não disse nada, apenas começou a pegar os grimorios. Depois que já tinha conseguido achar todos ele subiu.
Fiquei observando cada objeto, pensando em como poderia usá-los para me divertir. Peguei alguns frascos e algumas lâminas que me chamaram atenção. Se elas não funcionassem voltaria para pegar mais.
Quando subi Sofia me esperava sentada na cama:
- Você pegou bastante livro - Ela disse com curiosidade.
- São grimorios - Disse.
- Grimorios? O que são grimorios?  - Ela perguntou ainda mais curiosa.
- São livros com feitiços de bruxas - Disse.
- Eu também sou uma bruxinha - Ela disse com um sorriso e saiu correndo para fora.
Quando cheguei na sala, Vincent já me esperava:
- Você já pode se mexer agora - Disse para Clara - Mas você não vai se lembrar do que aconteceu, foi apenas mais uma dia normal.
Me virei para Vincent e fiz sinal para que ele saísse.
- Sofia - Disse chamando ela.
Em poucos minutos ela já estava na sala:
- Você já vai embora - Ela perguntou cabisbaixa.
- Infelizmente sim - Disse olhando para ela com ternura - Eu não vou me esquecer de você.
- Eu também nunca vou esquecer você - Ela disse me abraçando com força.
Me senti mal por isso, teria que apagar sua memória, tinha que apagar meus rastros, sempre um passo a frente de Marcel.
- Ei olha pra mim - Disse olhando para ela - Eu não quero fazer isso, mas é preciso. Você vai esquecer do que aconteceu, quando seu pai chegar você  vai disser que tomou chá o dia inteiro, não aconteceu nada de diferente.
Dei um beijo em sua testa e sai, Vincent já me esperava perto do carro:
- Onde estão os grimorios? - Perguntei.
- Estão aqui - Ele disse abrindo a porta de trás do carro.
Ao todo eram 10 grimorios, todos em perfeitas condições:
- Ótimo - Disse com um sorriso - Eles devem servir. Agora vamos, terei que sair da cidade por um tempo e você e Josh ficaram de olho em Marcel.
- Sair da cidade, você acabou de chegar -Ele me olhou com curiosidade.
- Terei que ir para Mystic Falls - Disse olhando para ele - Vou atrás de uma certa bruxa, conhecida como  Bonnie Bennett.