Na manha seguinte, desço para o café e vejo todos reunidos à mesa.
- Bom dia! – digo já me sentando perto de Rebekah.
- Bom dia Hayley – diz Elijah e Rebekah
- Bom dia Lobinha – Klaus diz com um olhar sedutor, já ele esta sentado a minha frente.
Carmem logo em seguida me traz um prato de frutas de novo. Olho esquisito para ela e ela me pergunta se tem algum problema.
- Na verdade, sim Carmem. – falo
Todos me olham.
- Porque você esta me trazendo todos os dias esse prato com frutas? - continuo
- Minha mãe sempre me disse que comer frutas no inicio da gravidez faz com que a criança fique saudável. – ela fala esperando minha reação
Abro um enorme sorriso. E ela retribui aliviada. E então ela volta à cozinha e eu começo comer. Quando estou no meio da quantidade que ela me trouxe, ouço Klaus falar:
- Não adianta comer um monte de frutas e beber uma garrafa de uísque.
Ele apenas me observa. Quer saber qual foi a minha reação? Eu joguei o guardanapo sobre a mesa e subi para o meu quarto.
Elijah logo apareceu.
- Posso entrar Hayley? – ele me pergunta
- Pode. – eu respondo limpando minhas lágrimas
Depois de um tempo, com ele sentado no fim da minha cama, eu pergunto:
- Porque ele é assim?
- Assim como? – ele ironiza
- Porque ele fala as coisas sem saber se vai ou não magoar as pessoas?
- Mas, você bebeu? – ele me pergunta
- Bebi. – abaixo a cabeça em sinal de arrependimento.
- Então não tem direito de ficar magoada. Ele só falou a verdade. – ele fala
- Eu já devia imaginar que você ficaria do lado dele. – falo
- Eu não estou do lado de ninguém Hayley. Só estou falando. Eu conheço todos os jogos do Klaus. Eu convivo com ele há mil anos. O que você queria?
Eu fico em silêncio.
- Ele esta te testando, para ver sua reação. Você acha que ele não sabe que te magoaria falar com você daquele jeito? Esse é o jeito dele de te fazer ver que o que você fez foi errado.
- Você acha que eu não sei que foi errado? – pergunto
- Você sabe? Por que estou te achando muito tranqüila com essa questão. – ele fala
Eu choro.
- Hayley, ele parece não se importar não é? – Elijah me pergunta
- Sim, ele deixa isso muito claro. – respondo
- Mas ele se importa. Eu fiquei sabendo da briga por causa ervas. Hayley, essa criança era a esperança para que Klaus religasse a humanidade dele. - ele para, como se não pudesse contar algo - Eu quero dizer que ele se importa com a criança e por incrível que pareça ele se importa com você. Mas ele tem que manter a fama de homem mal. – ele me explica.
- Jeito esquisito de mostrar que se importa. – falo brava
Elijah ri, quando me olha.
- Hayley, na maioria das vezes eu também achava que ele não se importava comigo ou com a Rebekah, mas ele me mostrou que quanto mais ele fingia mais ele se importava.
- O que eu faço? – pergunto
- Não entre no jogo dele. Não se estresse, não fique brava. E assim ele vai mostrar de verdade o quanto se importa com você e com o bebe. – Elijah diz se afastando e saindo.
Eu fico ali sentada sem saber o que fazer. Quando uma brilhante idéia flui na minha mente. Desço correndo as escadas, e vou até na mesa da sala de jantar, onde estão tomando café. Toda sorridente falo:
- Klaus!
Ele me olha e vê o meu sorriso.
- Que foi lobinha? – ele pergunta enquanto Elijah e Rebekah me observam.
- Acabou o seu café? – pergunto
- Sim! - ele responde meio desconcertado, por achar estranho o que esta acontecendo.
- Me empresta suas tintas e seus pinceis, - eu pauso – Ah, e um pedaço de tela para pintura?
- De jeito nenhum. – ele fala para me testar de novo
Lembro-me do que Elijah me falou, e com um sorriso no rosto, falo:
- Por favor! – eu olho com uma cara de cachorro sem dono.
Então percebo que Elijah e Rebekah estão rindo porque Klaus esta sem palavras e sem reação.
- Tudo bem, vem! Por aqui. – ele diz
Ele me leva ate o porão onde estão varias telas, tintas e pinceis.
- Pegue o que quiser, mas tenha cuidado. – Klaus fala subindo as escadas do porão
- Espera! – digo – Venha aqui.
Ele desce e me pergunta o que quero.
- Escolhe uma cor, para ser a principal. – falo
- Hayley, a escolha da cor revela o que você sente quando esta pintando. É a sua alma que desenhara na tela, não você. Eu não posso escolher isso por você. – ele fala me dando quase uma aula.
Então eu percebo que Elijah tinha razão, ele abaixou a guarda.
- Não me leve a mal, mas quero que você escolha. – falo
- Não tenho escolha? – ele fala e sorri
- Não! Vai ter que escolher uma cor. – fala sorrindo
- Verde. – ele sorri
- Porque verde?
- Porque apesar de tudo que eu já fiz, acho que a única coisa que me restou foi esperança. E verde me lembra isso. – ele fala, e abaixa a cabeça
Eu a levanto empurrando lentamente com os dedos, até que ele possa olhar nos meus olhos.
- Todos temos esperança de um dia sermos melhores. Temos feridas que não serão apagadas, Klaus. Mas, devemos seguir em frente.
E então nos olhamos olho no olho. E podia jurar que rolou um clima. Até que eu desperto do transe de olhar para aqueles lindos olhos verdes, e decido que devemos subir.
Passo a tarde toda pintando essa tela.
Nela tem uma arvore no centro com um banco velho ao seu lado. Está no outono então suas folhas secas estão caindo com o sopro do vento.
Eu aprendi a pintar quando era adolescente, Shane me fazia ir a aulas de pinturas e eu amava.
Após pintar o quadro, do lado direito ficou em branco. Eu fiz um fundo, e escrevi: Ele/Ela é a nossa Esperança. Todas as letras estão de preto, mas a palavra esperança está de verde. Exatamente a cor que Klaus escolheu.
À noite, eu pendurei o quadro na porta da adega e a tranquei. Tomei um banho, porque tava toda suja de tinta. Depois desci ate o porão e guardei as coisas.
Logo depois eu fui para o jantar.
Estavam me esperando e assim que cheguei Carmem nos serviu uma sopa e ela era deliciosa.
- Acabou o quadro? – Klaus me pergunta
- Sim! Eu já o pendurei. – falo
- Como assim? Nem nos deixou ver. – ele fala
- Eu pendurei para que vocês pudessem ver.–falo e sorrio
Assim que acabamos, Elijah, Rebekah e Klaus juntamente comigo fomos até o quadro.
- Onde você o pendurou? – Elijah perguntou
- Aqui! Este é o lugar que ele deve estar. – falo
Os olhos de Rebekah se enchem de lágrimas.
- Porque as folhas secas? – Elijah pergunta
- Elas representam o nosso passado, que por mais que elas caiam e voem para longe, ainda há alguma coisa a se esperar, pois daqui um tempo novas folhas verdes e bonitas nasceram no lugar das que caíram. Apesar das “folhas secas” – faço aspas com os dedos – sempre teremos a nossa esperança, e ela se resume nesse bebe. Este quadro tem que estar aqui, porque foi aqui que eu queria desistir de tudo, e é aqui que vou recomeçar. – pauso – Não é só a esperança de vocês que está de volta. A minha está crescendo aqui – toco novamente minha barriga.
Então, vejo belos sorrisos.
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