“O que pensa ele que está a fazer?” era a pergunta que martelava na minha cabeça. “Porquê agora? Porque não quando fugiu pela primeira vez?” pergunto a mim mesma mas eu já sabia a resposta. “Claro que não te foi procurar pela primeira vez Scarlett! Ele importa-se mais com a sua tripulação do que com a sua própria família!” penso fechando os punhos com toda a minha força. “Ele não quer saber de ninguém a não ser da sua tripulação! A sua maldita tripulação que ele considera mais família que a sua própria família! Importa-se mais com a morte deles do que com a morte da sua própria mulher! Que a minha mãe!” penso relaxando um dos meus punhos levando o outro ao meu gira-tempo apertando-o com força enquanto lágrimas ameaçam descer. “Não! Não chores! Chega de seres fraca! Chega de seres fraca por causa dele!” penso fechando os olhos com força para não chorar e fechando novamente os punhos largando o gira-tempo e dando um soco na parede ao meu lado com força, mas não o suficiente para atrair as atenções dos guardas. “ Todos este tempo! Todo aquele tempo esperando por ele! Todas aquelas noites ao relevo à espera dele! Todas aquelas constipações por causa disso! Todas aquelas discussões entre mim e a minha mãe! Todas aquelas noites em que ela discutia com o Christopher ou com o meu avó! E depois ela desaparece! Para sempre! E ele? Nada! Nem depois de ser libertado! Nem se deu ao trabalho de me procurar! De se desculpar! De me reconfortar!” penso cerrando os dentes e sentindo o meu sangue ferver. “E agora? Agora aparece e estraga tudo! Santa paciência!” penso uma última vez antes de ouvir a tranca da porta se abrir.
Nem me dou ao trabalho de me levantar e continuo deitada onde estou, apenas levanto as mãos em sinal de paz e levanto um pouco a cabeça para ver o que se passa. Quando para minha surpresa aparece o capitão entre os guardas que apontavam-me as armas:
-Já estou farto disto!
-Que fiz eu desta vez?-pergunto tentando mostrar que não estava alterada e com sucesso visto que ele nem se apercebeu
-Não venhas com isso!-diz ele fazendo uma pausa em seguida antes de continuar- Do que precisas para nos levar até lá dentro?
-Só preciso de ir ao meu quarto!-digo sentando-me na cama fazendo com que os guardas segurem as armas firmemente
-Mandei revistar o teu quarto! Eu não sou estúpido!-diz ele rispidamente
-Então não revistou bem!-digo ironicamente
Ele cerra os dentes saindo dali e dizendo para os guardas:
-Levem-na até ao quarto dela! Se ela tentar alguma coisa, por mais pequena que seja, atirem sem hesitar!
Eu me levanto e começo a caminhar e eles formam um esquadrão à minha volta. Quando chegamos ao meu quarto apenas três entraram comigo e um deles era a Angel e o pior é que eu e ela até tínhamo-nos tornado boas amigas mas isso era passado pois ela diz-me friamente:
-Não gosto de ti, mato-te assim que tiver chances por isso despacha-te!
Simplesmente lhe respondo levantando as mãos em sinal de paz e depois viro-me para o meu armário donde tiro um fundo falso e digo:
-Estas são as coisas capitão! E como deduzi, não mandou revistar o meu quarto muito bem!-digo voltando-me para trás e encontrando o capitão com os braços cruzados
-Como sabias que estava aqui?-pergunta ele e eu dou-lhe de ombros como resposta- Levem-na à enfermaria o Bones já está à espera dela! Dois de vocês, levem isto para a baía 7 e fiquem a vigiar-as!
-E não a tentem abrir. Podem receber uma negações um quanto desagradável!-digo enquanto a Angel me empurra para fora do quarto
Não era agradável andar pelos corredores. Não com os olhares, por mais que tentasse ignora-los. “Eu não sou como o meu pai!” era o que me apetecia gritar mas contive-me para não fazer asneira. A pior parte foi quando passamos pelo laboratório onde pude ouvir claramente a Miih falar:
-Vejam só, a filha do diabo!
E pude claramente ver a Carol a olhar para mim por uns segundos antes de voltar para dentro suspirando.
“Porquê ela? Logo ela! A pessoa que cuidou de mim durante estes anos inteiros! Eu ainda por cima fui ao funeral do pai dela e fiquei ao lado dela! Por amor de deus! Ela deve-me odiar com todo o coração!” penso voltando a me focar no caminho.
Pov Khan
Caminhava pelos corredores da base, indo até à prisão. O sangue nas minhas veias fervia. Ainda sentia a raiva pelo Christopher e pela Federação e por isso decidi ir interrogar aquela escumalha que encontraram em Klingon. Quando lá chego vejo que ele estava sentado num dos cantos da sala e que estava a falar com a outra mas que se calou assim que entrei. Tinha aproximadamente 1 metro e 83 centímetros, um peso aproximadamente de 65 quilos, um bom porte físico, cabelo preto, olhos azuis e pele branca . Claramente era um Vortas. Mas o que mais me chamava à atenção era o braço de metal dele. Quando me aproximei ele me olhava de relanço e ficamos em silêncio durante um pouco até que ele falou sem se mexer ou mudar de posição:
-Quem começa a falar? Eu ou tu?
-Pelos vistos tu!-digo
-Sabes há um ditado que é mais ou menos assim: Não há mal que sempre dure, nem bem que não se acabe. Sabes o que significa?-pergunta ele e eu não respondo apenas fico a encara-lo a tentar perceber até onde ele iria com esta conversa- Pois bem. Sabes, o pessimista olha para baixo e bate a cabeça. O otimista olha para cima, e tropeça. O realista olha para frente, e reajusta seu caminho. Eu acho que deles todos o que melhor encaixa na tua descrição seria o realista, mas sabes qual é o seu problema, sabes qual é o problema do realista? É não saber ver o que está mesmo à sua frente!
Não digo nada. Já tinha o que queria e por isso vou-me embora da sala olhando antes de sair para a figura que se encontrava num canto perto da porta a meditar. Ainda não tinha tirado nada dela, e isso era impossível, ninguém consegue-me esconder alguma coisa, mas ela fez o impossível. Mas agora não me importo com isso e saiu da sala pois sei que ainda a faço falar e apesar disso consegui saber qual o próximo passo daquele capitão. Ele irá fazer outra missão a Kronos. Ele é louco para fazer isso uma segunda vez mas sinceramente não duvido que ele esteja tão desesperado. Outra coisa que me apercebi é que ele ficou de propósito para informar a Enterprise do estado aqui. Mal sabe ele que eles não recebem nada e que as mensagens deles vão para mim.
Pov Jake
Quando ele sai e vejo que estamos livres digo:
-Podemos sair da-
-Sabes que lhe entregaste tudo certo?-pergunta ela levantando-se parando de meditar e interrompendo-me
-Desculpa?-pergunto
-Ele sabe que eles vem atacar novamente e das tuas mensagens parvas. Realmente achaste que conseguis fazer algo assim?-pergunta ela friamente- Que estupidez!
-Ouve tu-
-Eu nada.-diz ela friamente cortando-me novamente
-Para de me interromper!-digo quase gritando mas voltando logo em seguida a falar mais baixo- Eu posso tirar-nos daqui!
-Se pensas assim. Então tira-te a ti mesmo. Estou bem onde estou e não preciso de ser resgatada, ao contrario de outras pessoas.
-Para uma vulcana até és atrevida!
Ela não responde apenas se volta a sentar e começa a ignorar-me. Se o que ela diz é verdade então talvez precise de fazer a minha fuga mais rapidamente.
Pov Angelique
-Então qual é a equipa?-pergunta ela abaixando-se em direção da caixa e inspecionando-a
-Escolhe.-diz ele de repente
-A sério? Vais me dar esse luxo?-pergunta ela e ele não diz nada apenas fica a encara-la -Vá lá! Tens de ter alguém!
-E tenho. A Angelique Blanc e Lucas Hunter ambos da segurança e pessoas que já deves conhecer. E o Spock, a Carol e a Uhura.-diz ele por fim fazendo-me olhar para ele e em seguida para o Lucas
“Ele nos escolheu? A mim e ao Lucas? Ele escolheu os novatos?” penso olhando em seguida para o Lucas que estava à minha frente e ele fez a mesma cara que eu. Entretanto a Scarlett pareceu ter ficado estática e por isso o capitão pergunta:
-Algum problema?
-Não.-responde-lhe ela friamente
-Então qual vai ser o resto da equipe?
-Mais ninguém.-digo simplesmente
-Mais ninguém? Nem um médico?
-Não. Aliás! Que eu saiba, a comandante Uhura está de baixa, o que significa que não pode fazer missões. Estou certa?-diz ela levantando-se e virando-se para o capitão com os braços cruzados e provocando-o
-E como pensas te comunicar?-diz ele ignorando a provocação
-Eu sei falar Klingon!-diz ela voltando-se novamente para a caixa- Mas talvez a ideia de um médico não seja má ideia. Apesar de já serem pessoas a mais.
-E quem?
-James Evans.
-Porque ele?
-Porque sim!-responde ela simplesmente- E talvez seja melhor ter alguém aqui na base a acompanhar a missão.
-Isso já não são pessoas a mais?-pergunta ele irónico
Ela ri-se secamente e depois diz:
-Talvez. Mas gostava de ter alguém aqui na Enterprise a cuidar dos sinais vitais e onde pisamos!
-E?
-Mirah e Adon.
-Eu não vou confiar a minha vida a novatos!-diz ele para minha surpresa
-Isso tem graça.-diz ela baixinho mas não o suficiente para não ouvirmos
-E porque?-pergunta ele e ela não responde- Se isto já está feito então eu vou convocar a equipe. Levem-na lá para dentro da nave mas não a deixem tocar em nada até a Cientistas chefe Carol Marcus chegar entendido?
-Sim capitão!-digo e a Scarlett parece paralisar outra vez
-Algum problema?-pergunta ele novamente
-Claro que não!-responde ela sarcasticamente levantando-se e aproximando-se bastante do capitão- Porque haveria?!
Ele não responde e ficam apenas se encarando como se tivessem a tentar se matar um ao outro só pelos olhares até que a Scarlett diz ironicamente tentando provoca-lo acentuando na última palavra:
-Algum problema? Parece que alguma coisa o está incomodando Capitão!
Ele não responde e por isso continua mas mais séria e como um sussurro ainda encarando-o:
-Vá preparar a porra da equipe que eu sei cuidar de mim!
-Angelique e Lucas, vão vestir algo que não vos ligue à Federação.
-Que ajuda isso deu da última vez.-diz ela em alto mas pareceu ser mais um pensamento que lhe escapou
O capitão arregala os olhos de espanto e depois diz com os dentes cerrados e friamente antes de se ir embora:
-O que quer que ele faça, eu não vou impedir. A única coisa que impedirei será a tua morte mas só porque precisamos de ti, não por simpatia, porque merecias estar morta no lugar dela!
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