- EU SOU UMA PRINCESA! - falo rindo e me levantando na mesa - Cadê as câmeras e apresentadores, ahn? Não me diga que eu estou no The Tonight Show daquele apresentador Jimmy Fallon?!
- Acalme-se querida. - fala a rainha em um tom um tanto calmo.
- Querida! Querida! Sério isso, fui de Kate para menina e depois querida! - O que tem ela falar ´´querida´´? Nada! Absolutamente nada. Mas é exatamente por isso. Minha vida está um nada, e mais um nada é como um apocalipse zumbi.
- Acalme-se princesa. Estamos tendo um escândalo no restaurante. - uma mulher morena de terninho e uma prancheta vem falar comigo.
Eu estou fazendo um escândalo no restaurante. Que se dane. Essa mulher na minha frente acaba de falar que eu sou uma princesa e eles querem que eu apenas sente na cadeira e fale ´´Vamos tomar um chá´´, delicia, e depois talvez um champagne para acompanhar. E talvez caviar, ai sim eu estarei festejando. Talvez eu poderia até beijar o príncipe e falasse ´´ Ô meu príncipe, venha me salvar para nos casarmos´´... Não, isso não. Odeio esses tipos de coisa em que o príncipe salva a princesa do perigo e eles vivem para todo o sempre... Mas, ele é bonito, não nego! Opa, opa, opa mocinha, vai com calma, muita calma. Foco, foco na situação em sua frente.
- E você espere que eu faça o que? - ironicamente pergunto.
- Seja civilizada senhorita.
- Como assim civilizada? Você esta de brincadeira. E eu não sou princesa!
- Senhorita, nós sabemos que você é princesa. Sou assistente de Vossa Majestade, apenas eu e Jenna sabemos.
- Primeiramente, eu não sei do que está falando e segundo eu não quero que ninguém saiba, pois eu NÃO sou princesa.
Todos os olhares do restaurante estão para a nossa mesa. Estou passando vergonha? Sim. Estou ligando? Não.
- Angelina, deixe-nos a sós com a senhorita Evans. - A rainha finalmente se pronuncia.
- Sim Vossa Majestade. Como desejas. - faz uma reverência e sai com os saltos dando pequenos estalos no grande chão.
- Queri... Senhorita - se corrige. - Você é uma princesa e não pode negar, sei que pode ser difícil aceitar de uma hora para a outra, mas você é o que é. Uma bela princesa.
O príncipe? Parado olhando para o nada, como se a situação fosse normal. Um verdadeiro Banana.
- Me desculpe Vossa Majestade, mas eu não sou princesa. Isso é um engano, nunca fui e nunca serei. Sou filha de Carlos Evans e Martha Evans. Irmã da adorável menina Bethany Evans.
- Eles são seus pais adotivos. Não são de sangue. Você é filha de Gabrielle Morrighan e Henry Edwards, irmã de Victor Morrighan.
- Peço desculpas novamente, mas eu não sou esta princesa. Sou apenas Kate Lopez Evans, uma menina comum com um sonho grande de ser médica e ajudar as pessoas.
- Seu coração é muito grande, menina. E isso é uma das provas que você é uma princesa. Não importa a criação ou cuidados, sempre será uma princesa aquela que contém um grande coração.
Eu sei que princesas não é só coroas, vestidos e deveres. Está acima disso, ser princesa é ter um bom coração. Qualquer um pode saber disso lendo qualquer livro como ´´A seleção´´ da Kiera Cass e ´´ O diário de uma princesa´´ da Meg Cabot.
Mas essa não é a questão! Eu não sou princesa.
- Me desculpe Majestade, mas eu tenho... Um...Compromisso. - Tenho que sair deste circo antes que piore a situação e acabe com a menina aqui estourando de tanto falar que NÃO é uma princesa.
- Oh, sim. Compromisso com o que senhorita? - finalmente o banana do príncipe se levanta da cadeira e fala alguma coisa.
- Com... Uhm, vamos ver. Tenho vários compromissos... Me esqueci... Como o nome? - o que eu estava fazendo? Não sei, mas eu tenho que sair daqui.
- Estou esperando senhorita. O nome...?
- Ahn... - viro minha cabeça, talvez na tentativa de achar uma saída de emergência ou algum Justin Bieber para dar a desculpa de que ele é meu ídolo e que eu tenho que pedir um autografo com uma foto e correr para o hotel, pedir a primeira passagem para a casa e fugir disso tudo. O que? Não, eu tenho uma bolsa e não vou abandonar do nada. Se bem, que não seria tão ruim encontrar o Justin Bieber.
Mas o que eu acho é melhor, na bolsa de uma mulher com os cabelos vermelhos de outra mesa está escrito;
Fundation of Denmark the nails undernomedors.
O que é isso? Não sei.
- Eu estou indo na... Fundation of Denmark the nails undre...nomedors, isso!
- Você está indo na fundação da Dinamarca de... Pessoas com a unha encravada? - pergunta rindo
O que? Fundação de pessoas com unha encravada? Isso existe? Bom, parece que sim.
- Olha, senhor bana... Príncipe, as pessoas tem o direito de ter a unha como quiserem. Se me derem licença eu tenho que ir.
- Com toda licença senhorita. - fala
- Claro que pode ir, mas depois quero que nos encontremos para falar mais de outros assuntos. - fala a rainha.
Que outros assuntos? O assunto que teve aqui morreu agora com a desilusão de conhecer o Justin Bieber.
- Majestade e Alteza, tenho que ir... Tenham uma boa noite e uma... boa vida? Isso, uma boa vida. Tchau.
- Tchau, tenha cuidado com as unhas encravadas. - de novo o banana ri.
Aceno e logo saio de perto deles.
Não, eu não sou uma princesa. Sou Kate Lopez Evans, uma menina comum. Repito esta frase até a recepção onde a mesma mulher acena com a cabeça.
Coloco meus pés para fora do hotel e o grande vento frio da Dinamarca me atinge. Meu casaco já esta envolvido no meu corpo, então o único frio que sinto é o frio da minha barriga, resultado da minha mente com as palavras ´´ Princesa ´´ e ´´ Família adotiva´´
Corro até o taxi que está passando e aceno para que o motorista pare. Ele para e eu entro dentro do carro e sou envolvida pelo ar quente.
- Para onde a senhorita gostaria de ir? - fala o idoso que deve ter 67 anos mais ou menos.
- Para o hotel Compenhaghen Denmark. - falo - Por favor.
- Claro senhorita.
Me encolho no banco da janela e observo a Dinamarca passar aos poucos, agora ela parece mais diferente, como se a mesma Dinamarca desse lugar a uma Dinamarca onde observo os problemas que a cidade compõe. Lixos e pichações é o que mais tem, além de pessoas morando na rua e com certeza passando frio e fome. Mas é a mesma Dinamarca, a mesma com o brilho da cidade da Europa.
- Como se chama? Me desculpe, mas não sou nenhum psicopata tá. - fala o taxista.
Dou uma risada fraca e falo;
- Me chamo... Kate.
- Oh sim Kate. Podemos conversar, neste frio é bom conversar.
- Com certeza... - não sabia seu nome - como se chama?
- Joshua.
- Vamos conversar Joshua.
- Sobre o que quer conversar senhorita? - o simpático motorista fala.
- Não sei.
- Você é daqui. Quero dizer, da Dinamarca?
- Não, sou de Nova York, Estados Unidos.
- Olhe! Temos uma Americana aqui!
- Isso! - rio
- Sabe, a política dos Estados Unidos é muito boa, com aquele presidente Barack Obama, né?
- Com certeza! - me orgulho da política do meu país.
- Eu tenho 67 anos e convivi na época da rainha Elizabeth e da sua filha Gabrielle. Elas eram ótimas...
A não! Nem no taxi eu tenho paz!
- Uhum.
- Eram tão gentis e bondosas. Minha esposa fala que eram verdadeiras damas.
- Uhum. Concordo.
- Ela também viveu nesta época. Minha esposa Meriahn é maravilhosa.
- Com certeza. Deve ser maravilhosa.
- Temos fé que este governo irá melhorar.
- Mas vocês não acham ele bom?
- É bom, mas sabe... Não tão bom quanto seria se um Morrighan Campbell governaria, gostaria muito que Victor assumisse o trono, mas pelo jeito o pobre menino tem trauma de tudo.
- É...
- Tem aquela lenda da princesa Clarissa, mas eu acho que ela deve estar morta. Assim como sua mãe e seu pai.
- Talvez não esteja...- O que eu estava falando?
- Ainda temos esperança, como dizem a esperança é a última que morre.
- A esperança...
- Bom, chegamos no hotel.
- Obrigada. - falo
- Não foi nada Clarissa.
Ahn, como ele me chamou de Clarissa?
- Como? Acho que o senhor errou.
- Reconheço os belos olhos azuis de um Morrighan de longe.
- Ahn... Obrigada.
O taxista sai com o carro e eu penso no que ele falou. O que eu sou? A esperança? Kate Evans? Clarissa? Ou uma Morrighan? Não importa, eu sou uma pessoa.
Você é uma princesa, você é a esperança...
Meu coração parece está gravado com esta frase a partir de agora.
Eu sou a Esperança.
Ou sou simplesmente uma Garota Comum?
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