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História Uma Nova Vida - Capítulo 10


Escrita por: Prammy

Notas do Autor


Rélou, aqui está mais um capítulo.

Capítulo 10 - Capítulo 10


 Ela ficou um instante parada diante de mim e depois se jogou na cama, virada pra cima, botou o travesseiro na cara apertando-o com força e começou a berrar. O travesseiro abafava seus berros que pareciam estressados.

 Fiquei completamente confusa com isso. Me sinto aliviada, pensei que ela fosse me matar.

 Asriel parecia um pouco chocado. Ele havia ficado em pé depois que Chara o derrubou e agora senta ao lado dela e toca em seu ombro e passa a mão em seu cabelo, mesmo depois de ela o ter empurrado.

-Vai ficar tudo bem, Chara- ele dizia, consolando-a.

  Ela tira o travesseiro da cara e suspira fundo de olhos fechados. Então os abre novamente e fica encarando o teto. Depois de alguns minutos ela se senta de pernas cruzadas, coloca o travesseiro em cima das pernas e apoia seus braços nele.

 Ela fica me encarando. Não via mais raiva nos seus olhos, eles pareciam ter algum receio e preocupação.

-E então?

 Fico confusa. E então o que?

-Como?

-Você deve ter um problema de audição, sabia?

-Chara, acho que ela só não entendeu sua pergunta- Asriel diz pondo a mão em seu ombro novamente.

 Ela o olha emburrada.

-Eu sei, não sou burra.

-Será que podem me explicar o que está havendo aqui?-pergunto.

-Primeiro é você que tem que me dar explicações. Por que você estava me seguindo?

-Porque eu queria saber pra onde você ia todo dia.

-Se eu não te contei, é porque você não deveria saber.

-Mas agora que eu estou aqui, eu quero saber.

 Ela suspira.

-Se eu te contar, vou ter que te matar.

 Olho pra ela surpresa com o que acabara de me dizer.

-Chara!- diz Asriel um pouco indignado.

 Ela ri.

-Estou brincando- então fica séria novamente- Frisk eu sou... filha da diretora do internato. E essa é nossa casa.

 Eu fiquei muito surpresa com a revelação. Realmente não era isso que esperava.

-Você é filha da diretora?

-Bem, eu e o Asriel somos- ela passa um braço ao redor dos ombros dele e logo depois tira.

 Ela me olhava ansiosa.

-Mas isso não justifica o porquê de você sair todo dia- digo.

-É um pouco complicado- Asriel diz suspirando.

-Por quê? Vocês são filhos da diretora. E daí? O que há de complicado nisso?

 Chara suspira e observa suas mãos. Ficamos um bom tempo em silêncio. Eu já estava começando a ficar desconfortável.

-Tudo começou quando Toriel me achou, quando eu tinha oito anos- Asriel a olha surpreso quando ela começou a falar.

-Chara você vai...

-Ela me trouxe para esta casa- ela continua- e me criou com Asriel...

 

 

 P.O.V Chara

 

 Flashback on

 

-Chara, essa ideia não é muito boa- Asriel diz sussurrando, se apertando ainda mais em mim.

-Você nunca acha nenhuma ideia boa. Agora cale a boca- falo sussurrando também.

 Nós estávamos sentados dentro do armário da mamãe esperando ela vir para dar um susto. Eu e Asriel nos pintamos de vermelho imitando sangue e rasgamos nossas roupas. Quando ela abrisse a porta nós nos fingiríamos de mortos.

-Só acho essa ideia um pouco pesada- ele fala novamente.

-Nah, que nada. Está boa o suficiente.

 Ele ia falar algo de novo, mas eu tapei a boca dele com minha mão. Faço sinal de silencio e aponto para fora. Pela fresta da porta podia ver ela chegando.

 Estava muito ansiosa para pregar a peça. Iria ser muito divertido.

 Ela abre a porta, meus olhos estão fechados.

 Nada. Nenhum grito. Nenhum barulho de alguma coisa caindo no chão.

 Ouço um suspiro e algo agarra minha blusa e me puxa para fora. Toriel me põe sentada na cama ao lado de Asriel, sua cara é de muita reprovação.

-De quem foi a ideia dessa vez?- ela pergunta. O chão parecia ter ficado interessante de repente.

-Chara- Asriel diz.

 Bato de lado na perna dele com força com meu pé e falo baixo, irritada, sem tirar os olhos do chão.

-Dedo-duro.

 Mamãe suspira. Ela não parece estar surpresa. A maioria das brincadeiras nesse estilo são minhas.

-Vou ter eu dar um jeito em vocês dois.

 Ótimo, lá vem castigo...

-Vocês dois vão passar um ano no internato.

 Me afogo e começo a tossir. Internato? Olho para ela indignada e surpresa, Asriel e eu a encaramos de boca aberta sem entender.

-Como assim, você vai nos mandar pra lá?

-Olha, já é uma ideia que eu e seu pai discutimos. Vocês já tem 14 anos, não dá pra aprender só em casa. Vocês precisam de amigos, vão se distrair e parar de fazer esse tipo de coisa- ela aponta para nossas roupas.

-Mas eu não quero!

-Minha criança, você não tem com o que se preocupar. Eu vou estar lá para o que precisar.

 Saio bufando e batendo o pé. Eu não quero ir pra lá, não quero ter que morar lá, eu quero ficar aqui com a minha família! Ela não entende isso? É claro que dá pra aprender em casa, faço isso desde que cheguei aqui.

 

 Na outra semana eu e Asriel nos mudamos para o internato. Fiquei a semana inteira sem falar com eles, na tentativa de faze-los mudar de ideia mostrando como iriamos fazer falta, mas não adiantou

 Nós ficamos no último quarto do corredor. Quando eu e Asriel arrumamos nossas coisas, mamãe foi lá falar com a gente.

-Crianças, se vocês precisarem de qualquer coisa é só me dizer, certo?

 Apenas fiz um sinal positivo, Asriel deu um abraço nela.

 Nossa primeira semana foi normal. Asriel fez alguns amigos, mas eu não quis me enturmar com ninguém. Todo eram tão...bobos.

 Mas então, Toriel chegou na sala de aula e todos ficaram sabendo que éramos filhos da diretora e começaram a nos incomodar. Diziam que íamos ganhar preferencias e coisas do tipo. E começaram a nos odiar apenas por sermos filhos dela. E me incomodavam muito mais por ser adotada.

 Em uma noite, ele me perguntou, quando já estávamos deitados para dormir.

-Nós deveríamos contar pra mamãe.

-Não seja bobo, isso só vai piorar nossa situação.

 No final de semana fomos ficar em casa. Minha mãe nos achou muito quietos. Na hora da janta, todos nós estávamos sentados ao redor da mesa.

-Crianças- Toriel diz suspirando- sei que vocês ainda estão magoados, mas por favor, se estiverem com qualquer problema, peço que me digam.

 Ela nos interroga com o olhar. Asriel baixa a cabeça e eu encaro a comida.

-Está tudo bem- digo.

 Asriel faz que sim, concordando comigo.

 

 No começo da semana me abordaram em um corredor e me bateram. Tentei me defender, mas eram muitos. Na noite do mesmo dia, fui a cozinha e roubei uma faca. Botava ela escondida no meu casaco. Se alguém me pegasse de novo, se veria com a dona faca.

 Cada dia que passava, a raiva aumentava. Eu não sentia nada além disso. Um desejo de vingança.  Todas as noites pude ouvir Asriel chorando. E o ódio crescia.

 

 Então, dois meses depois, estava eu no refeitório, indo para uma mesa vazia, com algumas pessoas zombando de mim, quando vejo um grupinho de dois humanos e três monstros espancando Asriel. Sem pensar duas vezes, eu joguei com força minha bandeja no chão e fui em direção a eles, movida pelo ódio. Cheguei, tirei minha faca e matei eles. Com movimentos rápidos e hábeis, como se a faca fizesse parte de mim. Havia os pego de surpresa, então não me deram muito trabalho.

 Depois que os matei, virei e encarei a multidão que me olhava horrorizada. O único som que se ouvia era do sangue que escorria da minha faca. A brisa levava a poeira dos monstros, se espalhando cada vez mais.

 Eu sorria. Via-os me olhando com medo, e isso me enchia de prazer. Os rostos amedrontados... Nunca me senti tão bem.

 

 A minha vingança estava apenas começando.

 

 Flashback off

 

-...Eu simplesmente os matei. Por fim, nossa mãe nos tirou da escola.

 Frisk me ouvia horrorizada com cada palavra que dizia. Suas pernas estavam bambas. Asriel ouvia tudo de cabeça baixa.

-Mas- ela disse depois de um tempo-por que então você estava no meu quarto se você não estuda mais lá?

 Essa parte é delicada.

-Minha relação com a mãe e meu pai está péssima. Toda vez que me olham, é com aquele olhar triste. Então eu prefiro ficar naquele quarto que é, ou era, sossegado, sem ninguém me incomodando. Mamãe disse que ninguém mais usaria aquele quarto, mas parece que o internato está cheio. Só venho pra casa para comer e dormir.

-Por que está me contando tudo isso?- Frisk diz olhando para o nada.

-Porque você me seguiu até aqui, porque você quer saber e eu gostei de você. Você é legal Frisk. Eu detestaria ter que te machucar. Eu não queria te contar que eu era filha da diretora porque não queria que você fosse como eles. Mas eu vejo que você não é.

 Frisk me pega de surpresa com um abraço.

-Sabe, acho que eu entendo um pouco sua dor- ela diz.

Ainda surpresa com o abraço, falo.

 -Acho que você deveria voltar para o internato.

Ela se solta do abraço com lágrimas.

-Sim, acho que sim.

 Abro a janela e jogo a corda para ela. Ela desce rápido e volta para o internato.


Notas Finais


Desculpe qualquer erro.


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