História Uma Nova Vida - Capítulo 12

 Estou tão feliz agora que namoro o Sans. Contei para Naelly e ela ficou feliz da vida, e saiu saltitando pelos corredores. Danne não demonstrou ficar triste, ficou feliz até. Acho que ele nem gosta de mim, me vê mais como uma boa amiga. Quem não gosta dessa amizade é o Sans, que fica irritado quando conversamos, mas tenta disfarçar.

 Eu queria contar a novidade para Chara, mas ela não tem aparecido ultimamente. Será que ela não quer mais me ver?

-Hey, aqui tá sujo- Sans disse.

 Nós estávamos sentados no refeitório na hora da janta. Felizmente hoje é sexta e dessa vez, Naelly estava aqui também. Segunda-feira não vai ter aula porque é feriado.

-Onde?- pergunto.

-Aqui- ele me da um beijo.

-Ooooooooowwwwnnn- Naelly faz. Ela estava sentada na nossa frente com as duas mãos apoiando o rosto, enquanto sorria. - Vocês são tão fofos juntos!

 Abro um largo sorriso, um pouco corada. A ideia de namorar o Sans ainda não parece ser verdade.

 Ficamos no refeitório até a hora que comecei a ficar com sono. Naelly e os outros já haviam saído e estávamos sozinhos.

-Bem, acho que eu já vou ir pro meu quarto- dou um beijo nele- Te vejo amanhã.

-Ah... na verdade não vai dar esse final de semana.

-O que? Por que?

-Eu estou ajudando o meu pai em algumas coisas e vou passar o final de semana todo trancado no laboratório.

  Faço uma cara tristonha. Eu queria tanto passar o final de semana com ele. Tomara que não sejam todos os finais de semana assim.

-Tudo bem então- me levanto e Sans vem me acompanhando.

-Não precisa vir comigo.

-Eu vou te acompanhar.

 Finalmente chego no meu quarto e entro. Chara não estava aqui.

 Sans está parado em frente á porta dentro do meu quarto.

-Não precisava me acompanhar até aqui- digo.

-Eu quero passar cada segundo com você antes de ficar o final de semana inteiro sem te ver- ele fecha a porta e vem em minha direção.

Eu não tive tempo de pensar em uma resposta, pois ele me pegou no colo, e me botou na cama.

Ele começou a me beijar e eu me deixei levar. Passou a minha coxa subindo devagar e me beijando.

 Estava tão bom, mas então uma batida na porta nos interrompe.

-FRISK? VOCÊ ESTÁ AI?

  Nos afastamos por conta do susto. Recuperando o folego, tento falar naturalmente.

-Papyrus? O que foi?

-JÁ ESTA TARDE E O SANS AINDA NÃO APARECEU. VOCÊ SABE ONDE ELE ESTÁ?

 Olho para o Sans e ele sussurra para eu dizer que a ultima vez que eu o vi, foi no refeitório.

-OBRIGADA.

 Sans se teleporta e depois de alguns segundos posso ouvir Papyrus gritando com ele dizendo que ele não deveria ficar por aí até tarde e depois algo envolvendo bagunça.

 

 

 Meu final de semana começou muito chato. Não havia nada para fazer e ainda por cima, Chara não estava no quarto. O que aconteceu com ela? Acho que já que agora sei a verdade, ela vai ficar na casa dela.

 Danne já estava enturmado com os populares, então fiquei sozinha o dia todo. Papyrus também parece ter ido com Sans.

 Á noite, quando estava prestes a me deitar, aguem bate na minha janela.

 Dou um pulo com o susto e vejo Chara, ali, na janela do TERCEIRO ANDAR.

-Chara?! Como você chegou aí?- abro a janela.

 Ela pula para dentro.

-Ah, é uma escada. É mais ou menos uma escada, na verdade. Enfim, eu vim aqui te pedir uma coisa.

-O que é?

-Quer dormir lá em casa hoje?

-Dormir na sua casa?

 Não esperava que ela me pedisse uma coisa dessas, principalmente depois de ter consegui subir pro terceiro andar pela janela. Eu poderia dizer que não, mas meu final de semana já está chato o suficiente e talvez seja bom pra Chara ter uma amiga. Vai ser a primeira vez que vou dormir na casa de uma.

-Tudo bem.

 Ela abre um sorriso.

-Ótimo! Vem- ela sai pela janela.

-Eu não vou por aí.

 -Vai sim, é uma escada, quase. É tipo uma parada em formato de escada bem grande pra crescer mato. E é muito seguro. Já passei por aqui um monte e vezes. E se alguém pegar você andando pelos corredores á essa hora, você vai estar encrencada.

 Vou até a janela e observo ela descendo. É muito alto, tenho medo de não conseguir. Bem, se é como uma escada, não deve ser difícil. O problema não é ser difícil, é se eu cair. Não deveria ir por aqui, mas se alguém me pegar andando sozinha, vão suspeitar de algo.

 Tomando coragem eu ponho uma perna para fora. Havia pego minha mochila com algumas roupas pra mim por amanhã, não vou passar o dia de pijamas.

 Encosto meu pé no lugar indicado por Chara, depois a mão e depois o outro pé e a outra mão. Tento não olhar para baixou ou imaginar isso desprendendo e eu me espatifando no chão.

 Quando finalmente chego no chão, me ajoelho suspirando.

-Vamos.

  No caminho para a casa dela, pergunto.

-Por que você não apareceu mais?

 Depois de algum tempo ela responde.

-Mamãe não quer mais que eu fique saindo e me obrigou a ficar em casa.

 Chegamos na casa de Chara e dessa vez entrei pela janela da cozinha. O cômodo era confortável e havia alguns desenhos presos na porta da geladeira. Me aproximei para olhar, mas estava escuro de mais e Chara me puxava pelo braço.

 Subimos a escada e atravessamos o corredor tentando fazer o mínimo de barulho possível.

 Chara abre uma porta no fim do corredor e entramos. Dois abajures estavam ligados, um ao da cama de cada um, e Asriel andava de um lado para o outro e quando nos vê, senta na cama com as mãos na cabeça soltando um suspiro muito aliviado.

-Puxa vida, achei que não iria dar certo!

-Acho que você não me conhece, Azzy.

-Mas deu, e eu ainda estou viva, ainda bem- falo.

 Chara me olha com um sorrisinho.

-Não é disso que estamos falando.

 Olho pra ela sem entender.

-Meus pais não sabem que você está aqui.

 Arregalo os olhos.

-Relaxa, é só você ficar escondida.

-Você não pode fazer uma coisa dessas!

-Agora já fiz, e você vai ficar aqui- ela tranca a porta.

 Acabo concordando. Ponho minha mochila ao lado da porta.

 Chara vai até o armário e pega um jogo de cartas. Fecha a porta e se vira para nós com uma carta entre os dedos onde estava escrito UNO.

-Vamos jogar- ela diz com um sorriso perverso.

 Nós sentamos em uma rodinha no chão e ela distribui as cartas para cada um. Minhas cartas eram boas e de cara já consegui um +4. Parece que vai ser divertido.

Chara não parecia ter tido a mesma sorte, igualmente com Asriel.

 A primeira partida eu ganhei, joguei a +4 para Chara e pude sentir a raiva dela fluindo. Sempre que tinha oportunidade eu a fazia comprar, ela me fez comprar vez ou outra, mas ela queria era ganhar e me fazer comprar muito.

 Asriel se cansou e agora assistia entre eu e Chara. Minha vez. Uma carta de pular e um número. Chara também estava com duas e eu demorava pra jogar. Penso se é uma boa ideia eu ganhar ou se devia deixa-la ganhar.

-Sua vez- ela disse.

 Não dei bola e continuei pensando.

-Eu disse: sua vez.

 Não fiz nenhum movimento.

-SUA VEEEEZ.

 Novamente, nenhum movimento.

-Foda-se essa merda! – ela pega o baralho com raiva e joga pra cima- Cadê a ação? Cadê o sangue? Vamo lá Frisk!

 Ponho as cartas na frente dela.

-Eu ganhei.

 Ela parece se segurar para não dar um chute na minha cara e pega o baralho de qualquer jeito e tenta arrumar, com certeza desejando enfia-los na minha garganta. Eu me seguro para não rir.

 Alguém tenta abrir a porta.

-Crianças?- uma voz feminina diz, abafada pela porta.

Chara e Asriel ficam desesperados. Chara agarra meu braço e me põe dentro do armário e faz sinal pra eu ficar quieta e fecha a porta.

 Por uma pequena fresta, podia ver o que estava acontecendo.

 Chara destrancou a porta. Ela e Asriel ficaram parado como duas crianças inocentes. Toriel entrou no quarto. Ela vestia uma camisola.

-O que está acontecendo? Porque vocês ainda estão acordados? Vocês foram dormir faz tempo.

-A gente ficou sem sono- Chara disse em um tom um pouco rebelde.

 Ela viu as cartas espalhadas pelo meio do quarto.

-Vocês estavam jogando?

-Sim.

 Ficar aqui está desconfortável. Tem algo me cutucando nas costas.

-Por que sua calça está suja de lama?

 Chara olha as calças, espantada.

-Ah que merda...- ela diz baixinho.

  Concentrada tentando tirar aquilo que me cutuca sem fazer barulho, ouço Toriel falar.

-Que mochila é essa?

-Ah...

 Consigo tirar e um monte de caixas caem em cima de mim, sou empurrada para fora. Caio de cara no chão.

 -Ah, mas que droga- Chara bate a mão na cabeça.

 O olhar de Toriel não parece estar muito bravo, mas parecia... feliz?

 Silêncio se seguiu. Eu continuei caída no chão e o nervosismo de Chara parecia crescer. Asriel não parava de se mexer.

-Podem me explicar?

 Chara e Asriel ficaram calado, então eu me pronunciei.

-Desculpe...- me levanto e ajeito minha roupa- Chara me convidou para vir aqui, não sabia que vocês não haviam deixado- vou pegar minha mochila- Eu vou embora, não se preocupe.

 Quando estava pondo minha mochila, Toriel me impede.

-Não. Pode ficar. Eu só preferia que vocês tivessem me falado algo- ela diz sorrindo para eles- Mas agora acho melhor vocês irem dormir- ela passa a mão nos meus cabelos, sai e fecha porta.

 Nós três ficamos em silencio um pouco. Chara parecia surpresa e Asriel mais calmo.

 -Vamo dormir- Chara diz.

-Hum... eu vou dormir no chão?

-Não, você vai dormir na minha cama.

-E você vai dormir aonde?

-Eu vou dormir com o Asriel.

 Asriel que estava deitando em sua cama, cora.

-Q-que?

-Isso mesmo, chega pro lado- ela se joga em cima da cama e entra nas cobertas e apaga o abajur.

  Me aconchego na cama de Chara. É estranho dormir na casa de alguém. É diferente e bom. Essa noite com eles foi bem agradável.

 Fico os encarando. Asriel está muito corado e quase nem respira de tão duro. Chara está mais a vontade, mas também parece um pouco corada.

 Apago o meu abajur e durmo.