História Uma nova vida - Atrasada!

Quando o sinal tocou, Sam, Amber e eu seguimos para a próxima aula. Nessa eu tive o não prazer de ter que ir lá na frente me apresentar pra turma. E logo de cara eu pude perceber que o professor não havia ido com minha cara, ou ele estava em um dia mal e quis descontar nas pessoas a sua volta. É claro que preferi a segunda opção, um professor que pegue no pé porque não foi com a minha cara, é a última coisa que quero em uma escola nova em pleno último ano de colegial. Copiamos bem dizer o tempo de aula todo , os minutinhos restantes foi usado pra ele nos informar as páginas do livro que ele queria pronta pra outra semana, visto que pegaríamos os livros na sexta-feira.

−Ridículo. – Amber pronunciou, tentando falar baixo, mas eu e Sam acabamos a ouvindo e rimos baixo. Mas parei em um rompante quando vi que ele me olhava com sua carranca mais do que formada.

−Contei alguma piada srt.Irving? – se dirigiu a mim. A sala inteira me encarou, neguei completamente sem graça. −Okay, faça o favor de prestar atenção enquanto eu estiver falando, não é porque é seu primeiro dia nessa escola que você vai fazer o que você quiser, me ouviu? – eu me senti tão sem graça, que tive cuidado pra não balançar demais a cabeça enquanto assentia, pra que uma lágrima não caísse. Antes que ele pudesse retornar a falar, o sinal bateu, fazendo com que os alunos se apressassem em sair correndo da sala.

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−Você devia ter respondido, Ari! – Sam exclamava com o rosto vermelho, pouco mais que seu cabelo. Amber assentiu concordando com a amiga. −Eu sei que você não quer arrumar uma ocorrência no seu primeiro dia, e céus, eu tinha que ter falado também. – bufou mais forte dessa vez.

−Hey, calma Sam, não é assim. Ela ficou sem reação. E sabe como o Whitmore é. – eu só sabia andar pelos corredores pensando em como fui estúída o suficiente por ter deixado que ele me tratasse como me tratou. Eu não estava fazendo nada demais-

−Ai! – olhei pra onde vinha o som e dei de cara com Grace Tenner, a patricinha da escola, algumas pessoas tinham medo dela, e as meninas me contaram que ela era uma tremenda puta. O tipo de garota que libera pro time inteiro de futebol da escola. Mas fui avisada de que ela não era a pior, existia outra. Stacy Miller, essa era o cão. −Olha pra onde anda, novata! – eu não tive outra reação a não ser encará-la como nada e voltar a andar, enquanto que ela passou feito um foguete.

 −Aposto que está atrás de um garoto do time, ou o inspetor. – Katie apareceu ao nosso lado de repente, nos dando um pequeno susto que fez com que caíssemos na risada. −Hey meninas, os meninos vão treinar agora, Zayn me chamou pra ir ver o traino, não querem ir comigo? – Sam e Amber deram de ombros, e eu, como não teria nada pra fazer em casa, aceitei também e então tomamos o rumo da quadra.

Jessie já estava sentada na arquibancada, olhando pra algum ponto específico do campo, que eu apostaria 100 dólares, ou mais, que era o Payne a quem ela encarava. Amber chegou de supetão assustando a outra e acabou levando um tapa, o que nos fez rir, e ela ficou emburrada o resto do treino. Tirando o bico do rosto quando Niall marcou um gol e lhe lançou um coraçãozinho. Harry demorou a ver que eu estava ali, e eu também demorei a acha-lo, não sou de enxergar as coisas muito longe. Ele acenou sorridente pra mim e eu retribui o aceno. Logo o primeiro tempo acabou e eles vieram nos cumprimentar. Niall me não quis me abraçar, disse que estava suado demais e eu o achei fofo, na verdade todos os três, Zayn, Liam e Niall optaram por não me abraçar, mas Harry e Louis, nada os impediram de se atirar em mim, mesmo estando os dois suados.

−Saiam de cima dela, seus animais! – Samantha gritou rindo, enquanto eu era esmagada pelos dois que não saiam de cima de mim nem os mordendo, ou dando pontapés em seus rostos.

Dei glórias a Deus quando o treinador os chamou pro campo novamente. Logo eu e as meninas já havíamos engatado em uma conversa de como os jogadores do time da escola eram gatos, e quando elas falavam isso, não se referiam a galera com quem andamos. E nisso eu tinha que concordar, a escola era realmente abençoada, e os time ainda mais, se é que me entendem. Aos poucos as meninas foram saindo, o que resultou em uma garota sozinha na arquibancada, eu. Elas tinham como ir embora sozinha, mas eu tinha de esperar Harry pra me dar uma carona. Eu podia ir a pé sozinha, mas demoraria mais. Mas não demorou pro jogo acabar, então já estávamos no carro a caminho de casa.

Eva já havia preparado um almoço maravilhoso, mas só eu ela almoçamos, já que Harry só havia me levado até lá e voltaria pra casa de sua mãe. Insisti tanto pra que Eva se sentasse comigo a mesa, que eu a venci por cansaço. Ter Eva ali naquela casa, era um privilégio, eu me sentia menos sozinha com o espaço que essa casa tinha. Depois do almoço, eu subi pra escovar os dentes, e tomar um banho. Acabei dormindo depois de ter feito tudo isso. Acordei já de noite com minha mãe em meu quarto, sentada me observando como uma louca de filmes.

−Meu Deus mãe. Não faz isso. – foi a primeira coisa que eu disse ao abrir os olhos e enxergar ela sentada na cadeira da mesa do computador, me encarando sem piscar. Ela revirou os olhos somente.

−Estou só observando minha princesinha, não posso? – questionou andando em minha direção e logo se deitando ao meu lado, me espremendo em um abraço apertado.

−Mãe, eu não trabalho, então não tenho dinheiro. – falei rindo, e então senti um belisco fininho em minha barriga.

−Shhh. Fica quietinha, fica. – murmurou. Eu ri, apesar de ter notado algo estranho em sua voz. Permanecemos naquela posição por mais um longo tempo, até Desmont bater na porta do quarto nos chamando pra jantar.

Acabamos jantando pizza, era uma forma de Desmont comemorar uma grande negociação de sua empresa. E apesar de eles estarem felizes com essa conquista, mamãe parecia um pouco aérea, e triste. E alguma coisa me dizia que Desmont sabia o por quê. Esperei que ela ficasse sozinha, enquanto que ele escolhia os filmes na sala pra podermos fazer uma sessão, como no cinema. Me acheguei pra perto dela e a abracei como ela fez mais cedo, vi um pequeno sorriso brotar em seus lábios.

−Amo quando você é a primeira a abraçar. – confessou baixo. −Me sinto mãe daquela garotinha de 3 anos que sempre queria me abraçar e dizer que me amava, é como se eu vivesse aquela época de novo. – me olhou sorrindo, com uma pequena lágrima correndo por seu rosto.

−Mãe, o que está havendo? – perguntei sendo direta, poupando enrolações. −Quero que saiba que eu cresci, mas ainda a amo demais. E me preocupo com você, então por favor, me diz o que está te afligindo. – olhei pra direção da sala, e percebi que Des ainda estava distraído com os DVD’s. −É o casamento, não está bem, vocês parecem tão felizes-

−Não querida, não é o casamento. – se apressou em dizer. −Des é um homem incrível e eu o amo, e sei que é recíproco, podemos ter alguns entendimentos, mas nada que nos faça ser ruins um com o outro. – assenti aliviada. −Eu só estou em um dia sentimental, todo mundo tem o seu, não é ? – perguntou secando a própria lágrima. Assenti, mas ainda não estava completamente confiando em sua palavra. Não era um dia sentimental e eu sabia disso, mamãe estava me escondendo algo.

−Hey mocinhas, venham, já escolhi o filme.

 Saímos da sala de jantar e seguimos Desmont, ele havia escolhido um filme de comédia, segundo ele, havia assistido uma vez e achou que acharíamos engraçado, e achou uma boa o comprar. Féria frustradas, era o nome do filme. Se tratava de uma família (pai, mãe e dois filhos meninos, mais velho e o outro mais novo) que saíram em uma viagem de férias onde tudo dá errado. Eu realmente ri na maioria das cenas do filme, mamãe também. O ator que interpreta o Thor, estava no filme e nossa, mamãe e eu não conseguimos tirar  os olhos da televisão quando ele apareceu só de cueca. Depois que o filme acabou, mamãe me deu um beijo de boa noite e subiu junto de Desmont. Eu estava sem sono e então decidi assistir qualquer coisa na TV. Até que acabei pegando no sono.

Acordei assustada com uma almofada que foi arremessada em mim, me sentei depressa no sofá e me deparei com Harry me encarando sorrindo divertido.

−Eu sugiro que você corra, ou só chegaremos no segundo tempo. – se pronunciou totalmente tranquilo.

−O que você tá fazendo aqui? Vai se atrasar por mim? – questionei subindo as escadas correndo. Como nem mamãe, Desmont ou Eva não me viu desmaiada no sofá da sala?! Entrei no quarto como o flash. Peguei a primeira roupa que vi e entrei no banho, enquanto Harry me esperava no quarto cantando alguma música, que eu não saberia identificar, com tamanha pressa que eu estava.

Assim que sai do banheiro já corri pegando a mochila e descendo correndo, enquanto Harry vinha igual uma tartaruga. Era impressionante tamanha calma que ele estava, e eu o estava quase socando, eu já estava atrasada demais, e depois de estar pronta, ele passou a me atrasar. Logo já estávamos saindo de casa. Por sorte a professora que estava em sala, não me deu um esporro grande, apenas me chamou atenção, mas foi com educação e eu agradeci a Deus por isso. Infelizmente nessa aula eu não tinha Sam e nem as outras garotas pra me fazer companhia, e tive de fazer uma dupla com um menino que ninguém quis fazer dupla. O que eu não entendi por quê, ele era educado e muito inteligente. Logo o sinal havia batido e estávamos todas sentadas a mesa do refeitório, conversando. Eu estava sentada, de forma que via tudo o que acontecia na mesa onde os garotos costumavam ficar, e foi então que vi Stacy enrolando seus longos cabelos loiros, em uma maneira de fazer charme pra cima de Harry, que sorria simpático pra ela, mas parecia não demonstrar interesse.

−Para de encarar. – Amber cochichou no meu ouvido, dando um sorriso travesso ao se afastar. Cocei a garganta e ri de leve.

−Miller sempre tenta algo com Styles, desde o nono ano, mas Harry só foi ter algo com ela ano passado. – Katie se pronunciou. A olhei atônita, Amber deu de ombros rindo da situação, Sam olhou de Katie pra cada uma de nós e deu de ombros. Jessie apenas assentiu a afirmação da amiga. −Mas não quis mais nada desde que ela começou a o exibir como troféu.

−Eu não ligo pra isso. – confessei. Katie me deu uma olhada e negou.

−Eu sei, só estou tentando te manter informada, lembrei que ontem não te falamos muito sobre a vida social do seu mais novo “irmão”. – fez aspas com o dedo. Assenti. −Cuidado com ela, Ari, ela é venenosa. – avisou. −Pode contar com a gente, mas o meu conselho é pra fingir que ela não existe.

Encarei a loira que agora tinha uma carranca em seu rosto, parecia não satisfeita por Harry ter a ignorado completamente, e estar rindo com os meninos do time. Logo a menina que havia esbarrado em mim ontem, passou pela mesa e então as duas se cumprimentaram com beijinhos.

−Katie! – ouvi Sam chamar, mas ela já havia se levantado e caminhava até onde Zayn estava, ele sorria cumprimentando Grace, mas não lhe dando muito abertura. Olhei confusa pras meninas que encaravam Katie. −Ela e Grace sempre bateram de frente por causa do Zayn.

−Grace não se toca que ele já tem namorada. – Jessie completou Sam, que apenas assentiu, junto de Amber.

Katie chegou dando um beijo em Zayn, que quase caiu do banco, quando ela o soltou, eu e as meninas soltamos uma risadinha ao ver a cara confusa de Zayn, até mesmo um pouco tonto, pelo susto que levou de sua namorada. Harry olhou pra nossa mesa, rindo da situação também, junto dos outros. Grace e Stacy apenas reviraram os olhos, porém, a primeira pareceu mais afetada, quando Zayn puxou a namorada pra seu colo e a colocou na conversa do grupo.

−Katie é foda. – Amber disse rindo da amiga. Não era deboche, era como se tivesse torcendo pela amiga. A apelidando de um jeito carinhoso.

−Nunca subestime o poder de Katie Hale. – Jessie fez uma voz mais grossa, nos fazendo rir.

Infelizmente o sinal bateu, nos obrigando a voltar pra sala, e isso se repetiu dia após dia, eu estava tão acostumada com a escola que já havia parado de me perder pelo prédio. Já estava na hora de aprender a andar na escola, já ia fazer um mês em que eu estudava aqui. Entrei no banheiro feminino e segui pra uma cabine. Eu estava necessitada pra fazer xixi, se eu fosse rir de algo, iria me mijar, e isso seria horrível. Lavei as mãos antes de sair do banheiro e então fui andando pelos corredores vazios cantarolando uma canção qualquer.

Vi a porta da sala da diretora abrindo e então vi minha mãe sair de lá, seu rosto estava carregado de preocupação. Por um momento ela não me viu, mas ao erguer o rosto, deixando de encarar sua bolsa e olhando pra frente, ela me viu. Se assustou como se estivesse fazendo algo errado, mas logo disfarçou com um sorriso, fingindo estar despreocupada.

−Mãe, o que a senhora tá fazen-

−Vim falar sobre a mensalidade. – me interrompeu subitamente. −Vim pagar logo o ano todo. Só assim fico livre da mensalidade. – se explicou um pouco rápido demais. Assenti desconfiada.

−Mãe, eu vou indo, ou vão me dar uma ocorrência. – ela assentiu, e depois de um abraço e um beijo em minha bochecha, ela me deixou voltar pra sala.

Desde o dia em que ela falou estar sentimental, tenho notado alguns comportamentos estranhos nela. Harry disse que é cisma minha. Mas eu duvido que seja, ela sempre tinha uma desculpa, e suas explicações eram feitas de modo rápido e as vezes ela até gaguejava em meio à elas. Alguns telefonemas ela saía de perto pra atender, e quando chegávamos perto, ela parecia disfarçar o assunto. Estava realmente havendo algo de estranho e eu não ia descansar, até descobrir o que estava havendo com ela.

−Ei! Terra chamando Ari. – Sam me cutucou. −Melhor ficar ligada ou a bola vai acertar sua cara. – estávamos no último tempo de aula. Educação física, e o que faríamos hoje era vôlei. Enquanto eu prestava atenção no que Sam falava, acabei perdendo um passe.

−Ariela! – Grace gritou histérica. −Professor, coloca ela no banco! Ela não está jogando, está atrapalhando! – gritou, algumas garotas do time concordaram com ela. Sam me olhou.

−Irving, vai pro banco! Donnegan! – chamou uma menina que estava sentada esperando pra entrar no jogo. −Entra no lugar da Irving. – a garota assentiu antes de dar uma corridinha até onde o jogo ocorria. ­­−Irving? – o olhei. −Pode ir se trocar se quiser, está liberada. – me informou. Assenti e já ia saindo quando ele me chamou de novo. −Vê se melhora, precisamos de você no time. – piscou pra mim, assenti um pouco sem graça. −Evans! – gritou chamando atenção de Sam, que bateu muito forte na bola e acabou machucando o dedo de Stacy. Ri baixinho seguindo em direção ao vestiário feminino.

Depois de tomar banho e vestir a roupa a qual eu havia vindo pra escola, eu fui pra quadra onde alguns garotos estavam jogando futebol, talvez Harry estivesse por lá, na maioria das vezes estava. Mas o que acabei encontrando foi apenas alguns garotos do time reserva treinando. Mandei mensagem pelo whatsapp, mas ele não me respondeu. Decidi ir de ônibus, tive de esperar um pouco no ponto, mas logo eu estava chegando em casa. Tive de andar um pouco, já que o ônibus me deixou à duas esquinas da minha rua, mas eu não havia me perdido, e é isso que importava.