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História Uma nova vida - Eu me recuso dizer adeus.


Escrita por: BrazilianGirlHS

Notas do Autor


Oi pessoal! Mais um capítulo, devo dizer que chorei ao escrever ele, não sei se vocês vão achar o mesmo que eu, mas confesso que esse está bem triste. Beijooos!!!

Capítulo 6 - Eu me recuso dizer adeus.


Fanfic / Fanfiction Uma nova vida - Eu me recuso dizer adeus.

Eu não dormi em nenhum momento do vôo, minha mãe tentou ficar acordada, mas foi vencida pelo sono. Eu ainda não conseguia acreditar que eu estava voltando pra cidade em que nasci, pra poder enterrar o meu melhor amigo, aquele que sempre esteve comigo, desde meu primeiro dia de vida, ainda que ele não entendesse, já que também era um bebê. Sorri lembrando de nossas brincadeiras quando pequenos. Quando cresci e cheguei aos meus 7, 8 anos de idade, minha mãe castigava me deixando sem brincar com Miles. E o castigo dele também era esse.

Quando o avião pousou no nosso destino, eu e minha mãe fomos as últimas a descer, eu porque não tinha ânimo pra nada, e mamãe, bom, ela parecia estar dormindo ainda. Fizemos os procedimentos após o desembarque e então logo estávamos dentro do táxi, rumo a nossa antiga casa, ainda estava lá, da forma como deixamos. Minha mãe não quis vender a casa, e confesso que isso era uma boa. Agora, poderíamos ficar na nossa casa, ao invés de pagar um hotel. Respirei nostálgica ao entrar na casa, os móveis estavam um pouco empoeirados, mas nada que nos impedisse de ficar ali. Antes de qualquer coisa, eu corri pro quarto, era uma sensação boa estar pisando de novo no meu antigo quarto. Mas na velocidade em que a sensação boa veio, a ruim logo tomou seu lugar.

−Ari! – mamãe chegou até a porta do quarto, parando de gritar, ao me ver parada no meio do cômodo, a encarando com o rosto já molhado. Imediatamente ele veio me abraçar. −Oh Ari, eu queria poder arrancar essa dor de você e ficar com ela toda pra mim. – murmurou ao acariciar minhas costas com uma mão, enquanto a outra fazia um carinho em minha cabeça.

−Eu só queria estar de volta a Chicago por um motivo alegre. – confessei ao nos soltarmos. −Mãe, eu não vou conseguir ver ele naquele caixão, mãe. – falei baixo, segurando o choro. −Porque eu não aceito que meu melhor amigo tenha morrido. – virei de costas, bagunçando meu cabelo em um ato desesperado. −É o Miles, mãe, Miles. – repeti, caindo no choro novamente. Sequei o rosto com o dorso da mão e me virei de frente pra ela novamente. −Eu Vou ir na casa da Cat, procurar por ela, preciso-

−Você precisa é descan-

−Não, mãe, eu preciso ir vê-la. – teimei, batendo o pé.

−Não, Ariela! – falou mais firme.  −Você vai ficar em casa, vai comer alguma coisa e amanhã nós vamos visitar a  dona Molly, e então depois você pode ir ver Caitlin. – decretou.

−Mas-

−Ari, olha o seu estado, você está pálida e abatida, filha. Não pode ficar sem comer e sem dormir, está me entendo ? – pausou sua fala, pra suspirar. −Precisa entender que estou fazendo isso pro seu bem. – assenti, mesmo estando contrariada. −Agora, toma um banho e deita um pouco, vou no mercado rapidinho, vê se compro alguma coisa rápida pra fazer, tudo bem? – assenti antes de vê-la sair do quarto.

-

O dia havia amanhecido, eu consegui dormir um pouco, mas acordei as 03:00 da manhã e não dormi mais. É claro que minha mãe não sabia disso. Fizemos como minha mãe falou, fomos ver a  dona Molly e a ficha dela ainda não tinha caído, pra ela, seu neto ainda estava vivo, ela ainda esperava que ele fosse acordar. Confesso que a ouvir falando sobre ele daquela maneira, me fez mais triste ainda. Eu tentei fazer de tudo pra não chorar na sua frente. Fiquei um bom tempo com ela, até ir procurar por Cat e deixar minha mãe com a  dona Molly. Eu andei um pouco, já que Cat havia se mudado pra duas ruas atrás da que eu morava, mas logo cheguei em sua casa. Toquei a campainha e esperei que alguém viesse me atender, logo a senhora Bourn abriu a porta. Sorri em cumprimento e ela fez o mesmo pra mim. Porém havia algo estranho com ela, seu sorriso estava mais por educação do que por qualquer outra coisa.

−Eu vim ver a-

−Eu imagino, querida, mas ela não est- -- sua fala foi interrompida por Cat que descia as escadas falando algo sobre onde estaria seu notebook. A garota parou assim que me viu parada do lado de fora. Meu olhar intercalou entre a mulher na minha frente e Cat que estava perdendo a sua cor normal e ficando vermelha.

−Ari? – ela veio até mim, me abraçou, a apertei forte em retribuição.

−Bom, eu vou sair, vou no mercado, fique a vontade, Ari. – nos mandou um beijo, logo saindo de casa e deixando que Cat me puxasse pra dentro da casa.

−Sua mãe disse que-

−Minha mãe está tentando me manter numa bolha, ela acha que estou entrando em depressão pela morte de Miles. – suspirou, tentando conter o choro. −Mas ela não nota, que agindo assim só vai me prejudicar. – suspirou. −Eu estou tentando ficar tranquila, Miles era um cara feliz e eu tenho a certeza de que ele não nos quer chorando. – assenti com os olhos já em lágrimas. −Mas todas as vezes em que penso nele, só o que consigo fazer é chorar. – então eu a abracei, e eu juro que tentei não chorar, mas ali, abraçada a minha melhor amiga, eu só conseguia chorar ao ver o quanto a perda dele doía, não só em mim, mas nela também.

Eu não sei que horas eu sai da casa dela, eu só sei dizer que já estava de noite quando sai de lá. Eu já tive tardes melhores com ela, não digo que não foi boa só por causa da situação ao qual estamos vivendo, mas sim porque Cat estava muito triste e ela parecia bem distante de mim, e não era só por causa da sua tristeza, estava acontecendo alguma coisa. Mas eu decidi esperar que ela me contasse, mas isso não aconteceu, e eu decidi que não perguntaria algo assim com ela tão abalada pela morte de Miles, afinal ela estava dentro do carro com ele, não morreu ou ficou internada por puro milagre. Seu único ferimento foi seu braço direito quebrado, nada mais. Afinal, ela estava de cinto e ele não. E pensar que por causa de um pequeno detalhe – que é muito importante – Miles perdeu a vida.

Cheguei em casa e encontrei minha mãe falando ao celular com Des, resolvi não incomodar e subi pro meu quarto. Tentei conversar com as meninas skype no celular, e isso me deixou um pouco contente, já que elas estavam me fazendo rir com todo falatório e discussão sobre não ficar me perguntando se eu estava bem toda hora. Até Sam gritar um cala a boca bem alto e todas se calarem e fazerem bico, menos Katie que mandou Sam se foder, e aí a discussão começou novamente.

−Ari – mamãe apareceu na porta do quarto, tirando minha atenção do celular. −O jantar está pronto, vamos? – assenti.

−Só deixa eu me despedir das meninas.

−Certo, manda um beijo pra elas. – assenti, vendo-a sair do meu campo de visão. Voltei ao celular, onde elas ainda discutiam sobre Sam ser controladora.

−Gente – chamei risonha. −Gente, para. É bom ver que se preocupam comigo, tá legal? – elas me encaravam −Só não acho necessário essas perguntas de cinco em cinco minutos. – elas assentiram e Sam murmurou um  eu avisei. Lancei um olhar pra ela que apenas revirou os olhos mostrando um sorriso.

Os meninos querem falar com você. ­­­– Amber avisou. Assenti, o celular demorou alguns segundos a mostrar os meninos e logo a primeira cara que vi foi a de Louis.

−Ei, olha, é a Ari gente!  -- ouvi a voz de Sam o xingando de otário junto dos outros. Ri com a cara que ele fez. Logo os outros 3 apareceram na tela. Estava faltando um, mas eu não fiz questão de perguntar, não queria que estranhassem alguma coisa. Eles estavam dizendo que estavam sentindo minha falta, apesar de não ter mais de 2 dias que estou fora. – Mesmo assim, você faz falta, garota. – esse foi Zayn falando. −Katie está me irritando e não tem você pra me aconselhar. – ri quando vi a mão de Katie lhe dar um tapa. Cada um falou um pouco e eu acabei levando um esporro da minha mãe quando desci.

O dia seguinte foi um dia que já começou completamente ruim, eu acordei cedo pra me arrumar pro enterro do meu melhor amigo. Eu não me demorei no banho, procurei sair rápido, pra que minha mãe não ficasse me apressando depois. Vesti uma calça jeans na cor preta, meu velho all star preto com alguns detalhes brancos, e optei por uma blusa branca, acompanhada por uma jaqueta preta. Tive de ouvir minha mãe reclamando por eu ir de calça, e não de vestido. Eu não estava com cabeça pra responder qualquer coisa que fosse, então apenas ignorei.

Eu vi algumas pessoas da minha escola antiga, até o técnico de Miles estava lá. Também, pudera né, tinha que estar, Miles o adorava, e sei que era recíproco. Ele estava abraçado a vó de Miles que recebia o cumprimento das pessoas, de forma bem devagar. Avistei Cat e seus pais, ela encarava algo, parecia um pouco distante. Depois que cumprimentei a algumas pessoas, me direcionei até onde o caixão de Miles estava. Eu ainda não havia chorado naquela manhã. Mas estar ali, naquele cemitério, caminhando até aquele caixão, sabendo quem se encontrava ali dentro dele, fez meus olhos começarem a arder, minhas pernas ficarem bambas e meu coração começar a levar pontadas de uma forma onde me faltava forças. Mas eu continuei andando, até chegar até aquela madeira, olhei pra Miles que estava deitado ali, passei a mão em seu rosto, sentindo o gosto salgado das lágrimas que rolavam e se perdiam pelo meu rosto.

Ele estava tão calmo, parecia estar dormindo, parecia que estava fingindo estar morto, exatamente como quando brincávamos assim. Eu sempre perdia, Miles resistia até as minhas cócegas e tentativas de faze-lo rir. Eu fechei os olhos e repeti em voz baixa, as palavras que eu dizia para que ele acordasse.

−Anda Miles, levanta, você já venceu. Eu sei que você não morreu, levanta. – o meu choro estava aumentando e chegou uma hora em que eu não consegui mais falar, e eu só repetia aquilo na minha mente. Miles não podia estar ali. −Você não pode estar aí, seu imbecil. – falei em tom firme, secando as lágrimas com raiva por ter perdido ele.

−E ele não está, querida. – ouvi a voz de sua vó, ao mesmo tempo em que senti seus braços me puxarem para um abraço. −Miles não está aí, ela está em nossos corações agora, querida. – solucei com o choro, enquanto ela me aconchegava em seu abraço caloroso. −E eu sei como é difícil, mas temos de viver, ele gostaria de vê-la feliz, minha linda. Eu estou com um buraco em meu peito que nunca mais será preenchido, mas eu carrego a certeza de que meu neto está vivo em mim. – meu choro havia me controlado e eu não conseguia mais parar. −Miles te amou tanto, assim como você o ama, e ele sabia disso, querida, ele sabia que tinha você pra todas as horas.

−Mas eu não pude me despedir. – confessei. – Eu não estava aqui quando ele sofreu o acidente. Eu não estava lá por ele. Eu não pude nem pedir a Deus pra que não o levasse. – já havíamos nos soltado, e agora ela me encarava, seu olhar triste me encarava. −Eu não estava lá. – repeti baixo.

−Não faz isso com você. – pediu. −Miles sempre soube que era você, Ari. – acariciou meu rosto. −E ele não conseguiu se despedir de ninguém, minha linda. Porque ele não se foi, Miles vive, você me entende? – assenti, entendendo seu raciocínio e um pouco mais calma, limpando as lágrimas do meu rosto.

−Aconteceu alguma coisa? – mamãe nos encarou preocupadas. Neguei junto da  dona Molly.

−Eu vou ficar pra lá. – avisou se afastando de mim e da minha mãe.

−Filha, vem cá. – me puxou pra um abraço.

-

Havia chegado a hora de enterrar o caixão, cada um dos amigos dele mais chegado, ganhou uma rosa, eu a estava segurando em minhas mãos esperando que Mike terminasse seu pequeno discurso, sobre o amor que sentia por seu brother, como ele o chamou, confesso que me emocionei, visto que eles tinham uma amizade linda também. Depois dele, foi a vez de Cat e então eu chorei mais, logo chegou minha vez. Fiquei um pouco mais a frente, perto da onde o caixão estava, prestes pra ser abaixado. Respirei fundo.

−Miles foi tudo pra mim. – comecei. −Ele foi meu amigo de todas as horas. – parei pra secar uma lágrima. −Minha mãe não sabe – lancei um olhar pra ela, que me olhou com o cenho franzido. – Mas a primeira pessoa que soube quando eu virei mocinha, foi o Miles. – eu dei uma risadinha, sendo acompanhada pela maioria das pessoas. −Miles é meu irmão. – afirmei decidida, controlando o choro. −Quando eu era castigada, meu castigo era  sem Miles. – dona Molly riu junto de minha mãe. −Eu não tenho muito o que falar, só sentir, e está aqui agora não é fácil pra mim, e eu só queria dizer – suspirei limpando algumas lágrimas que saíram. −Eu amo você, Miles, e você está vivo em mim, você está no meu coração, na minha mente, nos meus pensamentos, em qualquer momento importante e os não importantes, você esteve lá, e eu sei que ainda vai estar, de alguma maneira. Eu amo você, irmão. E eu me recuso a dizer adeus. – dei uma leve risadinha, me afastando dali e indo pro lado da minha mãe.

No final de tudo, quando estávamos pra ir embora pra casa, eu fui falar com Cat, mas antes que eu chegasse nela, eu a vi saindo do cemitério, a caminho do pequeno bosque ali perto, junto de Mike. Os dois pareciam estar discutindo. Eu decidi seguir os dois, preocupada de que rolasse alguma briga entre os dois, já que eles não se davam bem. Consegui me esconder atrás de uma árvore, ficando um pouco próxima da onde eles estavam.

−Você ficou maluca em me ligar aquela hora? – falou firme, sua voz continha raiva.

−Fala direito comigo! – respondeu a altura. Bufou. −Eu falaria disso com mais quem? – questionou parecendo nervosa. −Eu tentei dizer a Miles e olha o que aconteceu! – mas o que eles esta-

−Que bela hora pra falar uma coisa dessas, não é? – questionou irritado. −Eu não pude nem me explicar, porque você não pode esperar, não é mesmo? Meu melhor amigo morreu com raiva de mim. – eu não estava entendendo budegas do que eles estavam falando.

−Ei, você ia se explicar como, Mike? – questionou em pleno sarcasmo. – Se você não sabe o que aconteceu, aqui vai: Nós o traímos! – eu não pude acreditar no que estava ouvindo. Como assim eles haviam traído Miles, de que mod- −Você transou com a namorada do seu melhor amigo, e engravidou ela, o que você acha que ele iria –

−Vocês fizeram o que? – eu não contive minha raiva ao ouvir o que ouvi saindo da boca de Cat, que agora me encarava com puro nervosismo, junto de Mike. 


Notas Finais


Então, só eu que fiquei triste junto com a Ari? E o que será que vai acontecer hein? O que será que Mike e Caitlin vão dizer? ..... Tá, vou para com isso Bom, por hoje, é só isso. Espero que tenham gostado, beijooooos! Até o próximo.


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