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História Uma nova vida em Sweet Amoris - Equações exponenciais


Escrita por: Bryhanny

Capítulo 107 - Equações exponenciais


Fanfic / Fanfiction Uma nova vida em Sweet Amoris - Equações exponenciais

Ele continuava me encarando com o cenho franzido. Eu o encarei de volta:

-Você tem cinco minutos. –falei por fim e saí do bagunçado quarto.

E exatamente cinco minutos depois ele já havia tomado banho e estava devidamente vestido carregando a mochila pela alça.

-O que pensa que está fazendo? –ele resmungou da porta do quarto.

-Fiquei um pouco entediada e resolvi dar um jeito na sua sala. –falei dando de ombros enquanto terminava de recolher a última peça de roupa que estava espalhada.

Ele passou por mim apanhando as chaves do apartamento e deixando atrás de si o cheiro de sua colônia favorita:

-Deixa isso aí que a faxineira limpa. –falou me puxando pelo braço.

E não falou mais nada, nem no estacionamento do prédio chique onde ele morava, nem no decorrer do percurso deixando o clima um pouco pesado.

-Por que você hesita em fazer essa prova? –perguntei por fim.

-Como eu já disse, ninguém se importa. Nem você. –ele falou olhando pela janela do carro.

-Por que fala isso? Se eu não me importasse não teria passado tanto tempo estudando com você.

-Ou talvez você só tenha feito isso para ganhar pontos com o representante da sala.

-Ou porque eu compartilhe da ideia de que ninguém deve ser deixado para trás. –rebati.

-Então você seria a primeira. A mim estão sempre deixando para trás. A começar pelos meus pais. –ele falou com uma nota de amargura por trás de sua habitual carranca.

Lembrei-me de seu apartamento amplo e bem mobiliado, mas totalmente revirado com comida estragando na mesa de centro, meias e camisas sujas em cima do sofá, correspondências fechadas espalhadas por todos os cantos e pasmem, cuecas em cima da televisão. Não duvidaria nada se aquele apartamento não estivesse contaminado com lixo tóxico, pois alguma coisa cheirava muito mal ali dentro. Podia até ser a faxineira morta, entrando em estado de putrefação.

Lembrei-me também que de todos os meus amigos, o Castiel era o único cujos pais eu nunca tinha visto, nem nos eventos da escola, nem em reuniões de pais, nem em nenhum dos seus shows.

-Onde estão os seus pais? –perguntei timidamente.

-A esta hora... –ele olhou despreocupadamente as horas. –No céu.

-Grande Gaia! –falei freando o carro bruscamente, com os olhos cheios de lágrimas. –Você é órfão? Sinto muito Castiel, eu juro que não sabia!

-Que órfão o que! –ele rebateu grosseiramente. –Meu pai é piloto de avião e minha mãe, comissária de bordo.

Caramba! Que mico! Certifiquei-me enxugar as lágrimas e não abrir mais a boca até chegarmos na escola.

Enquanto ele se dirigia para a sala a fim de fazer a tal prova, eu procurei Nathaniel na sala do Grêmio.

-Bryhanny! Deixa eu adivinhar: você conseguiu arrastar o Castiel. –ele falou sorrindo.

-Você está me devendo essa. –respondi dando um tapinha no ombro dele.

-Eu te devo muitas.

-Mas eu queria te perguntar uma coisa. O que há com os pais do Castiel? Estive no apartamento dele e parece que passou um furacão por lá. Não é errado deixa-lo sem um tutor ou algo assim?

-Mas ele não precisa de um tutor. Os pais dele viajam muito e por isso, desde meados do ano passado eles o emanciparam.

-E o que é isso? –perguntei confusa.

-Significa que ele aos olhos da Lei é oficialmente maior de idade, por isso pode morar sozinho, viajar sem autorização, até casar.

-Caramba! Mas isso devia ser proibido! Emancipam um garoto totalmente despreparado para viver sozinho. Não é à toa que ele é do jeito que é. Não consigo imaginar como seria a minha vida se tivesse que ser deixada sozinha.

-Nada a ver. Você saberia se virar muito bem, afinal você cuida de todos como se fosse adulta. –ele falou coçando a nuca. –Eu ainda não sei o resultado da prova do Castiel, mas de já eu gostaria de agradecê-la por toda a sua ajuda.

-Ei, senhor presidente não vá ficar tão sentimental. –falei meio sem jeito. –Senão seu namoradinho pode ficar com ciúmes ao terminar a prova e perceber o quanto você me mima.

-Do que você está falando? –ele perguntou um pouco alterado e visivelmente ofendido.

-Desculpe, eu estava só brincando. –falei meio sem jeito.

Saí da sala um pouco assustada com a explosão dele ante uma coisa tão sem importância. Que grosseria! Como não tinha nada mais a fazer a não ser esperar pelo resultado do Castiel resolvi dar uma volta até ter a feliz ideia de dar um pulinho na biblioteca e folhear alguns livros.

-Eu já disse que primeiro você tem que reduzir a parte fracionária a um denominador comum antes de passar para o próximo passo! Você não escuta nada do que eu digo? –esbravejava a Melody visivelmente consternada.

Em uma parte mais afastada da biblioteca ela explicava, ou pelo menos tentava explicar Matemática para um entediado Armin, sem sucesso algum, no entanto. Eu sentei-me um pouco à distância para ver o desenrolar dos fatos.

-Bryhanny, graças a Deus você está aqui! –ela correu em minha direção sentando-se ao meu lado.

Armin por sua vez sorriu e acenou para mim, depois começou a remexer em sua mochila.

-Como você se saiu com o Castiel?

-Acho que bem. Quero dizer, tirando a parte que quase precisei arrastá-lo para vir fazer a reposição de Gramática, de resto ele não era o bicho de sete cabeças que me fizeram acreditar. Estou justamente esperando para ver o resultado. –falei orgulhosamente.

-Pois então acho que trocaram as personalidades dos nossos protegidos. O Nathaniel me disse que te deixaria com o Castiel porque acreditava que ele seria mais difícil e me deixaria com o Armin que por ter sido seu protegido não me daria tanto trabalho e assim eu teria mais tempo para ajudar com os preparativos para a Sonata Natalina, mas como você pode ver, isto está me tomando mais tempo do que eu imaginei. –ela falou massageando as têmporas aparentando fadiga.

-Ora, que exagero! O Armin não pode ser tão ruim assim. –falei observando enquanto ele jogava concentradíssimo no seu inseparável PSP.

-Tão ruim? É pior que trabalhar com uma criança. Eu acabo de explicar e é como se nunca tivesse falado! Sem falar que ele não larga aquele maldito jogo. Eu me sinto tão frustrada! –ela choramingou.

-Mel, podemos fazer um trato. –falei com uma lampadinha acendendo na minha cabeça.

-Não me diga para trocarmos. Eu acho que não dou conta do Castiel tanto quanto não dei conta do Armin.

-Na verdade, eu ia sugerir ficar com os dois. Quero dizer, eu já peguei a manha de como trabalhar com o Armin e só preciso ficar de olho para que o Castiel não sabote suas próprias notas. Assim, você poderia se dedicar aos seus outros afazeres.

Ela me olhou esperançosa antes de me dar um abraço apertado.

-Bryhanny, você é o máximo! Eu te adoro. Mas eu realmente gostaria de ver como você faz, porque para mim o Armin é um quebra-cabeças gigante.

Eu sorri e caminhei ao seu lado até onde ele estava. O Armin levantou os olhos do jogo nos encarou olhando de uma para a outra, curioso.

-Observe e aprenda. –sussurrei para a Melody. –Armin, a Mel aqui disse que tem muitas outras responsabilidades e por isso eu me voluntariei para te monitorar novamente.

Eu observei seus olhos brilharem de felicidade, mas só por um instante, como se soubesse que a Melody se magoaria com isso.

-Acho que podemos começar agora. O que vocês estavam estudando? –perguntei enquanto sentava-me ao seu lado.

-E-equações... –ele parou enquanto olhava para o caderno. –Equações exponenciais. –completou abrindo um lindo sorriso que fazia aparecer covinhas nas bochechas que fariam qualquer coração gelado derreter.

O Armin era um rapaz inteligente que desconhecia seu próprio potencial, e na minha ausência parecia não ter avançado muito sob a tutela da Melody que continuava nos olhando curiosa. Não é que ele não soubesse ou não conseguisse aprender, mas é que o seu cérebro funcionava de um jeito diferente.

-Muito bem, mas primeiro eu quero ver os bolsos... e a mochila. –falei autoritária.

A Melody abriu a boca para falar, mas pareceu ter mudado de ideia.

 

 


Notas Finais


E é por isso que o Nath prefere a Bryhanny.


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