História Uma nova vida em Sweet Amoris - É o fim?

Era como se um pedaço de mim estivesse sendo esmagado, estraçalhado, arrancado à força. A prova de que eu fazia parte deste  mundo é que todos os membros da comitiva sentiam o mesmo que eu, ou talvez pior, já que não tinha Gaia para auxiliá-los.

-Bryhanny, por favor, o que você tem? -Kentin implorava ao meu lado sem entender nada.

-O... Véu... Significa que a Resistência não conseguiu conter Gael. Agora este mundo e o outro são apenas um.

-Mas isso é horrível. -vi suas feições ficarem ainda mais preocupadas.

"Precisa correr criança, senão será tarde demais."

Gaia tinha razão, mas eu não podia contar com mais nenhum dos membros da comitiva. Não podia contar nem comigo mesma. Minhas energias ainda não tinham voltado. O Véu ainda tentava se curar, eu podia sentir. E para isso ele extraía forças de nós.

-Não temos muito tempo. -eu falei resoluta.

Kentin olhou em volta e viu nossos companheiros sendo transformados em poeira. A caminhada ela demais para eles. Em pouco tempo eu também acabaria virando poeira se continuasse perdendo energia.

-Eu te levo.

Eu não sabia quando exatamente ele havia se tornado tão forte, a ponto de poder correr comigo nos braços, mas acredito que maior que sua força era a sua determinação. O que havia no mundo humano que valia tanto a pena para que ele lutasse tanto?

Em pouco tempo conseguimos diminuir a distância entre nós e a borda, mas isso não significa que foi fácil. Como Iliara havia dito, a Escuridão não nos deixaria chegar tão perto com facilidade. Agora só restávamos o Kentin e eu para enfrentar terremotos, vendavais, e, por fim, sombras que se moviam por entre as rochas.

Minhas forças não estavam voltando como eu queria e também não estava ajudando tanto quanto eu pretendia. Por fim, nem a determinação nem a coragem do Kentin foi suficiente para nos manter conscientes. Ele desmaiou um pouco antes de chegarmos ao fim da nossa jornada. Com isso, fiquei ali no chão tentando me levantar, mas ao mesmo tempo sentindo minhas forças fugindo por entre meus dedos.

-Gaia, onde você está quando eu mais preciso? -eu gritei em desespero.

"Deixe-me assumir daqui, Bryhanny. Apenas repouse."

O que ela quis dizer com isso? Não tive tempo para obter a resposta. Imediatamente fui lançada em um estado de inconsciência, senti meu corpo ficando cada vez mais leve. Depois não senti mais nada.

Quando abri os olhos estava deitada na minha cama, na minha casa. O sol batia no meu rosto insistentemente enquanto alguém batia na porta do meu quarto.

-Tampinha! Não pode dormir o dia inteiro ou vai se atrasar para a escola.

Era o meu pai.

De um pulo fiquei de pé e lá estava Lefin roncando em sua forma inicialmente felina como se nada nunca tivesse acontecido.

-Então acabou? Nós vencemos? -perguntei a ele que me olhou com aqueles olhos amarelos preguiçosos.