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História Uma Nova Visão - Verdades libertam, não perdoam


Escrita por: EmilyCSouza

Notas do Autor


De natal pra vcs seus lindos. Esperam que gostem,
Edit.: Um pouco de Tobirama e Izuna pra vcs.

Capítulo 4 - Verdades libertam, não perdoam


Fanfic / Fanfiction Uma Nova Visão - Verdades libertam, não perdoam

Em sua opinião, o destino parecia uma criança mimada, sempre com uma brincadeira sem graça, com travessuras, uma birrinha, um chorinho, e voltava a aprontar. E que  estava brincando com nós, meros mortais.

Porque pensava assim?

Porque conheceu seu Alfa – ele estava brincando no parque com uma pequena criança loura. Ele sentiu seu cheiro, olhou profundamente em seus olhos – que estavam vermelhos por tê-lo ali, a uns metros de si, então ele pegou a criança e fugiu, sumindo por anos. E então voltou com o rabo entre as pernas, usou todas as armas que tinha para lhe conquistar, e depois de muita conversa e do seu perdão, achou que seria feliz. Mas então seu irmão mais velho descobre que o irmão mais velho do seu companheiro, é o companheiro dele, e para deixar tudo mais engraçado, ele sabia e escondia quem era justamente por isso.

E a melhor parte é que você também descobre que seu companheiro sabia o tempo todo e ajudava o irmão a enganar o pobre Alfa.

Olhando para as fotos, uma seguida da outra, no álbum de seu casamento, lembrava que não sabia mais o que fazer com a situação complicada, e no quanto o começo do seu relacionamento fora turbulento.

Seu irmão espumava pela boca como um cachorro raivoso, gritando ofensas aos irmãos Senjus e tentava lhe proibir de ver Tobirama. Mas não era assim que a banda tocava. O alfa de cabelos platinados saia na porrada com seu irmão pelo simples fato de que ele estava gritando consigo.

Izuna sempre os separava com suas correntes – sua incrível habilidade especial como ômega era criar objetos (não cortantes ou de fogo, infelizmente), brigava com os dois e saia aos prantos, se escondendo no quarto.

Um sorriso despontou em seus lábios finos ao lembrar que minutos depois, seu Alfa vinha sorrateiro e se enfiava em sua cama, o acalmava declarando que nunca desistiria deles não importa quem ou o que acontecesse, e o beijava lentamente.

Tobirama sempre teve os lábios quentes. Sentia o gosto do café expresso, a língua gentil e as mãos firmes.

O problema maior era que Izuna idealizou sua primeira vez. Queria estar marcado e deveria ser em um cio, pois queria um filhote logo em seguida. Então os amassos sempre paravam quando estava mais gostoso e Izuna sempre ficava preocupado em perder o Alfa por conta disso.

Ambos esperavam os irmãos se acertarem para que pudessem casar e a mordida acontecer, mas passaram-se um ano e meio e nada disso ocorrer. Estavam em uma guerra fria.

Frenéticos, Tobirama lhe mordeu em mais um dos amassos quentes no sofá da mansão Senju. Izuna ficou sem falar com ele por dois meses.

No entanto, nem seu orgulho e nem sua teimosia Uchiha eram o suficiente para lhe impedir de se jogar nos braços do seu Alfa. Consumaram seu amor antes de cio, ou de casamento.

Duas semanas depois veio a notícia do filhote.

Izuna fez birra, querendo seu casamento antes da barriguinha aparecer, ou seja dois meses para organizar um mega casamento.

E foi estresse, preocupação – afinal Izuna passou mal e foi parar no hospital duas vezes o que quase matou o Alfa do coração, mas tudo saiu perfeito e foi o momento mais lindo e marcante dos dois.

Bom, depois do momento em que entrelaçaram suas almas, e que receberam a notícia do mais novo integrante.

Sorrindo para a última foto, em que Tobirama beijava sua barriga redondinha, mas não perceptível, sentiu a ansiedade de ter seu filhote em seus braços.

Não demoraria tanto afinal.

 

~~~***~~~

 

Sentia-se quente. Não um quente insuportável igual ao do cio. Era um quente aconchegante, daqueles em que você não quer sair e se entrelaça mais ainda nele. E era exatamente o que fazia agora, se aconchegava mais contra a fonte do seu calor.

“Fonte... de calor?” Pensou confuso. Levantou-se bruscamente, assustando sua companhia. Olhou ao redor, seu quarto estava escuro, não podia ver o lado de fora pois sua janela estava coberta pela cortina, mas sabia que já estava de noite.

Franziu o cenho. Não devia estar vivo. Sentiu a morte e a abraçou, pois preferia morrer à viver marcado a outro Alfa que não fosse o seu. Mas então ali estava, vivo e, aparentemente, dormindo com outro. Ouviu um resmungo e fitou sua companhia. Seus olhos ainda não haviam se acostumado com a penumbra, mas reconhecia aquele cabelo escuro e aquela silhueta aonde fosse, na forma que fosse. Respirou fundo e beliscou seu braço confirmando que não era um simples sonho. Conteve-se para não pular de alegria na cama e acabar acordando de vez seu Alfa.

Parou todos os seus movimentos e, tremendo como nunca antes, levou sua mão ao seu pescoço. Ali estava ela. Sua mordida. Mordeu os lábios. Respirou fundo. Precisava de controle agora...

Ah, que se dane. Deitou de vagar ao lado do moreno e se aproximou. Iria se mover novamente quando um braço forte rodeou sua cintura e o puxou para seu peito. Hashirama o abraçou e cheirou seu Alfa, suspirando feliz em seguida.

_ Como se sente? _ O moreno sentiu-se arrepiar quando a voz grave e rouca pelo sono atravessou seu corpo. Havia muito tempo em que acordara junto ao moreno, nem ao menos se lembrava como era.

Hashirama aproximou-se mais, se era possível, e assentiu de leve.

_ Me sinto renovado, como se tivesse nascido de novo.

Madara moveu sua mãe de sua cintura aos seus longos cabelos.

_ Eu que nasci de novo depois dessa experiência _ O mais velho disse baixinho. _ Precisei quase te perder para esquecer meu maldito orgulho e o perdoar. _ Madara moveu-se poucos centímetros em sua direção e beijou-lhe a testa. _ Foi a pior sensação da minha vida, não quero passar por isso nunca mais.

Hashirama sorriu e levantou seu dorso fitando os olhos negros. Eles lhe fitaram de volta intensamente. Todas as suas dúvidas morreram ali e soube que se não contasse a verdade agora, perderia seu Alfa, o que seria mais doloroso agora por ser marcado.

Respirou fundo. _ Madara, lhe contarei toda a verdade agora.

Madara sentiu o nervosismo, o receio assim como a determinação do seu ômega. Engoliu em seco, pois soube que o que vinha agora era grande. Concentrou-se para aceitar e ama-lo independente do que fosse dito.

O moreno assentiu e sentou-se na cama, apoiando-se na parede.

Hashirama sentou-se e cruzou suas pernas. Estava tímido.

_ Como você sabe, todo ômega tem uma habilidade única, assim como temos habilidade de camuflagem para proteção. _ o Alfa limitou-se a concordar. _ Eu tenho a habilidade de manipular memórias.

Madara não se manifestou, mantendo-se o mais calmo possível, o que fez com que Hashirama acalmasse seus nervos.

_ Não é a primeira vez que me marca Madara, nos conhecemos quanto eu tinha treze anos, mas eu escondi meu cheiro e você só soube que eu era seu companheiro quando meu pai quis me forçar a um casamento, passei a viver com você e seu clã, que me aceitou muito bem. _ Hashirama contou devagar, esperando a reação do moreno.

Madara em primeiro momento manteve-se imóvel. Nem piscar ele se permitiu. Depois respirou audivelmente. Contudo ele não disse absolutamente nada. Hashirama sentiu a crescente raiva do Alfa e sentiu medo, pois o sentimento poderia ser nítido, mas a razão não era conhecida e ele tinha medo de ser exatamente por sua causa. Se ele era o alvo.

_ Você me marcou dois anos depois e, aos dezesseis anos, eu me descobrir esperando nosso filhote _ o ômega continuou diante do silêncio pesado. _ Mas meu pai descobriu que meu Alfa era um Uchiha e ameaçou guerra. Para evitar mortes eu me entreguei e guardei toda e qualquer memória que me incluísse do seu clã. Meu pai arrancou minha marca, quase me matando no processo e depois me deu para casamento a outro Alfa, que acabou morrendo protegendo nosso filhote...

Hashirama parou de falar quando o Alfa ergueu a mão, pedindo que parasse. Sua marca queimava com a raiva que seu Alfa transmitia. Levou a mãe e acariciou o local, tentando aplacar a dor. Madara percebeu o movimento e respirou tentando se controlar para não causar dor ao ômega.

_ Outro maldito Alfa criou meu filhote?

O tom de voz era cortante. Alfas são possessivos com seus ômegas e suas crias. Ter outro Alfa tocando, cuidando, cheirando ou olhando de forma errada para algum deles era algo impensável. A reação dele era mais do que esperada pelo ômega.

Hashirama negou com a cabeça. _ Meu pai sumiu com o nosso filhote. _ seus olhos caramelo marejaram e ele tentou controlar a voz. _ Não faço ideia se ele o matou, vendeu ou o largou por aí.

Madara abraçou o menor. Não se lembrava de nada, mas se ele que não sentiu o filhote uma única vez estava morto por dentro, imagina o ômega que gerou e amou o filho com todas as suas forças? Aquele homem que deveria ser pai era muito cruel.

O ômega então contou sua história triste, sendo cada vez mais abraçado com mais força.

_ Quem diria que ele seria seu filhote. _ o moreno disse em tom de riso. _ Irei mover céus e terra para encontrar nosso filhote, meu amor, não se preocupe.

Hashirama acenou, entrelaçado com seu Alfa. Estava em paz, poderia finalmente devolver sua memória.

Em um misto de emoções, Madara sentiu várias informações perdidas voltando aos poucos a sua cabeça. Parecia um filme na verdade. Viu ao longe uma criança de cabelos curtos, escondido atrás de uma arvore. Em seguida se viu chamando ele para conversarem, sentiu, como se fosse sentimentos de outra pessoa, a conexão perfeita com ele. Viu com dor ele chorar lhe contando sua história. Sentiu novamente o intenso sentimento de o marcar. Lembrou da alegria de saber que teria um filhote.

Seus olhos focaram no moreno que lhe olhava apreensivo. Sorriu para tranquiliza-lo. Sem falar nada, deitou-se na cama e o abraçou. O cansaço lhe dominou, e antes que caísse em um sono profundo, decidiu que teria seu filhote. Custe o que custasse. Nem que precisasse mover céus e terra.

 

~~~***~~~

 

Minato não se moveu. Não olhou para si. Fugaku suspirou cansado, a marca lhe transmitia receio, mas também transmitia magoa. Havia esquecido o quanto era cansativo ajudar em um cio, e o fato de estar cansado atrapalhava em seu raciocínio. Nem ao menos percebia o quanto parecia indiferente ao ômega jogado no chão.

_ Minato, venha aqui.

Em primeira instância o louro se sobressaiu e tremeu. Em seguida ele olhou em direção ao Alfa, seu rosto banhado em lágrimas.

Fugaku levantou-se bruscamente, havia usado seu tom de comando sem intenção. O que estava acontecendo consigo? Nunca havia usado o tom de comando sem precisão, menos ainda em um ômega. Andou em passos firmes em direção ao louro e ajoelhou, abraçando ele em seguida.

Minato temeu, soluçando em seguida. Fugaku quis mais que tudo poder ler a mente dele, não somente os sentimentos – estes que estavam muito pesados, mas não sabia o que ele sentia em relação ao seu descontrole inexplicável. O que aconteceu consigo para que usasse um tom que machucasse seu ômega?

_ Meu deus, me perdoa, não era intenção usar esse tom com você _ disse baixinho, com medo de usar seu tom outra vez. _ Não precisa ficar com medo, vou me controlar.

Minato o olhou intensamente, o medo ainda em seus olhos. Segundos depois, subiu em seu colo e grudou suas bocas, _ Você não me beijou. _ reclamou com um bico insatisfeito.

O moreno o olhou de boca aberta. “Ele estava chorando porque não o beijei?” se perguntou. Fugaku sorriu e acariciou a bochecha rosada. Lindo.

_ Desculpe, o calor do cio não me deixa pensar, não foi minha intenção.

Minato desviou o olhar, corando fortemente. _ Mas assim pareceu uma obrigação. Além do mais, seus sentimentos passaram exatamente isso, que você estava “me ajudando no cio” e não que você estava “saciando o seu ômega no cio”.

Poderia parecer manha, mas o Alfa compreendeu o comportamento do louro. Ômegas são muito inseguros. Não mostrar satisfação, possessividade e alegria junto a ele, em todos os momentos, eles sempre pensam que não eram o suficiente, que não eram amados da mesmo forma em que amavam.

Fugaku pegou a mecha que caia nos olhos azuis e colocou atrás da orelha direita.

_ Foi apenas um pensamento tosco, não é como me sinto, somente eu posso te saciar nos seus cios, meu ômega.

Minato sorriu e se aconchegou no Alfa.

_ Irei contar tudo, por favor peça alguma comida, estou faminto.

O moreno deu um selinho no louro e levantou-se o segurando, o colocando sentado no sofá. Fugaku seguiu para a mesa apertando o interfone.

_ Milo, quero duas porções de rámen de porco. Peça agilidade no serviço, não estou com paciência para esperar.

O moreno desligou o interfone sem esperar resposta. Minato vestiu sua cueca dispensando a calça. Sempre ficava com muito calor após o cio. Fugaku o observou, seu corpo esquio, mas não delicado, sem falar que ele era alto e apesar da personalidade inteligente e calma, não aparentava a delicadeza usual dos ômegas. Olhou para sua marca sentindo-se orgulhoso. Ela estava bem profunda e avermelhada, daria para ver a metros de distância, o que era muito bom porque quem quer que se atrevesse a olhar para a beleza arrasadora de seu marido sentiria sua presença e seu cheiro com uma intensidade a ponto de ter medo de cruzar seu caminho. Seu peito estufou com a ideia. Era muito territorialista.

Abraçou o ômega por trás e beijou carinhosamente a marca que acabara de fazer. Sentiu seu ômega suspirar satisfeito se aconchegando no abraço. Sentiu a plenitude da felicidade dele e ficou imensamente feliz. O que quer que ele lhe contasse seria apenas fatos revelados, nada mais que isso, pois estava onde deveria estar, onde queria estar.

O Alfa sentou-se em cima do tapete felpudo negro escorando as costas no sofá. Minato sentou entre suas pernas e encostou-se no peito firme do Alfa.

_ Eu preciso que você saiba que não foi minha intenção mentir por tanto tempo, mas minha família é complicada e eu precisava proteger meu outro pedaço.

Fugaku apoiou sua testa nos ombros bronzeados pensando com cuidado em que aquela frase implicava.

_ Então você está me dizendo que tem um filhote.

Não era uma pergunta. Minato fechou os olhos com força. Mal podia respirar tamanha sua aflição.

_ Eu fui estuprado a seis anos atrás por um dos meus colegas durante meu cio. _ Minato sentiu, tanto pela marca quanto pelo abraço apertado ao redor da sua cintura, o ódio do seu Alfa, e mesmo com a ardência chata em seu pescoço ele estava feliz pela reação. _ Eu estava preocupado e acabei desregulando meu ciclo. Ele assumiu a responsabilidade perante a justiça, mas eu não pude ficar próximo a ele, então voltei para meu país. Fiquei desestabilizado emocionalmente e passei um tempo com meu papa. _ suspirou ao lembrar que ele estava chateado consigo. _ E então descobri que esse fatídico cio me dera um filhote.

Virou a cabeça e olhou para o Alfa que lhe observava, dando um selinho e um beijinho de esquimó.

_ Mesmo que não fosse do jeito que eu queria, era um pedacinho de mim, então eu o gerei e me apeguei facilmente por ele, um pequeno espoleta.

Fugaku distribuiu beijinhos pelo pescoço e ombros do ômega, dando assim segurança e carinho.

_ Eu tenho a incrível habilidade alteração de humor, ou seja, eu altero o humor das pessoas ao meu redor, contudo nesse momento estou vulnerável emocionante então não posso realizar tal ato.

Com uma das mãos Fugaku acariciava ritmicamente a cintura do ômega, enquanto com a outra ele fazia leves carinhos nos cabelos.

_ Eu entendo, terei o maior prazer do mundo de cuidar dele como se fosse meu, podemos pensar em ter um filhote mais tarde.

Minato ficou rígido na hora. A pior parte da história estava por vir é o Alfa não tinha ideia do que era, mas podia sentir o nervosismo do ômega.

_ Nós temos um filhote, seu nome é Menma e está nesse momento na Inglaterra.

O moreno parou com tudo e segurou a respiração. Minato ficou tonto pelo absurdo de dor que a marca estava transmitindo. Ele estava furioso.

Fugaku levantou e seguiu para seu bar pessoal. Colocou mais da metade de whisky puro no copo e tomou tudo de uma vez, em só um gole. Encheu ele novamente, bebendo em seguida.

Minato desviou o olhar, sabendo que naquele momento não podia repreende-lo pela quantidade absurda de álcool.

_ Explique.

O tom foi duro. Estava transtornado com o fato de ter um filhote com idade o suficiente para estar em um internato, o que lhe dizia que ele era mais velho do que o ômega, este deveria ter uns cinco anos, então o seu filhote só podia ter de seis para cima.

Mas o que lhe chocava mais era que não se lembrava de ter visto Minato antes, como então eles tinham um filhote?

_ Eu estava em um internato na Suíça, meu professor me forçou a um cio, por isso eu fugi e acabei me perdendo em meio a floresta _ mexia nervosamente os dedos, olhando para o tapete sem coragem de fitar o Alfa, _ Andei por horas a fio e achei uma estrada, sem saber como prosseguir. Estava com fome e cansado.

Passou os dedos entre os fios do tapete, ele era bem macio, gostaria de um desse em seu quarto.

_ Um carro parou e perguntou se eu queria carona, eu era muito ingênuo, então entrei. O cara me levou até a cidade e então entrou um uma rua deserta, eu iria ser estuprado e provavelmente morto, mas então você me salvou.

Minato enfim olhou para o Alfa e este olhava com o cenho franzido para o balcão negro. Provavelmente tentava se lembrar de algo assim, mas nada viria a sua mente.

_ Você me levou para o hotel em que estava, cuidou dos meus ferimentos e me deixou descansar. Soube no momento em que você apareceu que era meu companheiro, meu ômega te quis intensamente, então passei a te seduzir. Nós nos amamos como nunca, foram três meses assim, sem nem ao menos sair do quarto do hotel, mas então meu pai me encontrou e me levou para casa, ele estava muito bravo, gritou comigo e depois me mandou de volta para o internato.

O moreno assentiu mostrando entendimento.

_ Porque eu não lembro de nada disso?

_ Porque meu pai selou sua memória.

Fugaku o olhou por alguns instantes e suspirou pesadamente. Andou para sua cadeira e sentou fechando os olhos.

_ Quero meu filhote aqui até amanhã.

Minato se encolheu e abaixou a cabeça em sinal de submissão, apesar de o moreno não ter usado a voz de comando.

_ Não posso fazer com que me perdoe Fugaku, sinto sua rejeição. Mas não mudaria nada disso se eu pudesse, porque apesar de toda a tristeza e dá dor, eu tenho uma história linda de amor e dois lindos filhotes que eu não trocaria por nada nesse mundo.

Fugaku não o olhou, não disse absolutamente nada, mas Minato sentia a rejeição pela marca.

Sem mais nada para dizer, o louro levantou e vestiu toda a sua roupa, cada movimento era lento, esperando com todas as suas forças e esperanças que o Alfa lhe pedisse para ficar, que lhe tomasse novamente. Estava sufocando. Precisava dele. Contudo nada foi dito ou feito, e com o coração em pedaços, Minato abriu a porta e saiu da sala que provavelmente nunca mais voltaria.

 

~~~***~~~

Se alguém lhe perguntasse o sinônimo de beleza, Itachi responderia Deidara.

Um Beta totalmente maluco que vivia explodindo objetos por aí. Ele devia ter uns dezenove anos, e pelo o que já tinha observado, ou stalkeado, o louro estava no quarto semestre de artes plásticas na mesma universidade que acabara de engressar. Ele vivia com o namorado-ou-algo-assim pelos corredores e, de vez em quando, pulava o muro da faculdade para dar um mergulho na piscina.

A primeira vez que o viu, ele pintava um quadro concentrado, não dava para ver o que era a pintura, mas a visão do rosto rosado, com os olhos bicolores focados – o esquerdo, da cor verde, sempre tampado pela franza, a boca em um pequeno biquinho e o cabelo em um coque bagunçado, Deidara era a coisa mais linda que Itachi viu na vida. Depois disso, todo dia ia no mesmo horário na mesma sala o observar escondido.

Estava nisso a meses, aprendera sobre a grade horária, os costumes, as manias e cada vez mais aprendia sobre a personalidade dele.

Todavia, sempre que o louro parecia nota-lo, Itachi se escondia em algum livro e fingia que não era com ele. Seu comportamento podia não ser de um Alfa Uchiha – não que ele ligasse para essa ladainha de “Alfa Uchiha”, mas ter um Crush em um garoto mais velho, popular e extremamente bonito não era algo irrelevante.

Deidara ocupava seus pensamentos dia e noite. Itachi escreveu poemas, compôs músicas, desenhou e escreveu um livro de quinhentas páginas sobre o louro. Nada, não importava o que, conseguia tirar o foco do seu cérebro do garoto.

Depois de um tempo, ele finalmente criou coragem em dizer oi, mas a sorte não estava consigo, pois nesse mesmo dia, o louro simplesmente não apareceu em nenhum dos locais que costumava ir.

Itachi como todo bom realista, pôs o cérebro no comando e sufocou seu coração que andava comandando de mais para o seu gosto.

Ok, isso não explicava o que diabos estava fazendo escondido olhando para o loiro que pintava afoitamente.

O ruivo namorado-ou-algo-assim do Beta apareceu no corredor e Itachi imediatamente abriu o livro grosso que nem fazia ideia de qual era e se escondeu entre as páginas.

_ Deidara, Nagato-senpai está te chamando.

O louro resmungou largando seus pincéis e seguindo o ruivinho para o outro andar.

Itachi espiou por cima do livro, mas tanto o louro quanto o ruivo não estavam mais em seu campo de visão.

Como nunca antes tivera a oportunidade de ver o que o louro tanto pintava, o moreno entrou de vagar na sala. Uma sala que seria padrão, se não fosse pelos incontáveis quadros e telas espalhadas.

Ele pintava de tudo. Tinha pintura abstrata, retratos, paisagens mortas, perspectivas e até alguns desenhos, porém o quadro que estava sendo pintado era uma mistura perfeita de seus olhos e contorno do rosto, junto a boca e o traço do nariz misturado a cores sóbrias em finalidade escura.

Não sabia o que sentir. Quando foi que ele havia percebido a sua presença? O que aquela obra de arte inspirado em si queria dizer? Significava alguma coisa?

Itachi sabia que era bonito, todo Uchiha era, vinha na genética, mas não conseguia ver aquele quadro como um “olha só esse garoto, ele é bonito... Vou pinta-lo! “.

_ Vejo que gostou do quadro, _ uma voz suave disse. _ É uma pena, pois esse eu não vendo, hn.

Itachi estivera tão chocado com o que vira que não percebeu que o loiro havia voltado.

_ Eu não deveria estar invadindo seu local de trabalho, me desculpe.

Deidara o olhava risonho. Ele estava escorado no vão da porta, de braços cruzados, muito lindo para o seu próprio bem.

_ Fique à vontade, não tenho problema em mostrar meus quadros. _ o louro seguiu para o quadro que pintava e o tocou suavemente, _ Menos esse. Tenho muitos ciúmes desse aqui.

Itachi o olhou encantado. Queria ele para si, de uma forma quase insana.

_ Porque? _ perguntou debilmente.

Deidara sorriu. _ Não posso entender a sua pergunta se ela não for feita coerentemente.

Itachi quase corou com a vergonha que sentiu. Um aspirante a bacharel em letras falando sem coerência? Patético!

_ Porque você tem ciúmes desse quadro?

O olhar do louro suavizou com carinho.

_ Não me lembro qual foi a última vez que me senti tão amado, então reproduzi nesse quadro uma pessoa especial que faz meus dias mais belos.

Itachi desviou o olhar e passando seu dedo indicador na bochecha, totalmente envergonhado.

_ Espero continuar fazendo seus dias mais belos, assim como você faz os meus.

Deidara inclinou a cabeça de lado, seus fios dourados caindo em cascatas – o coque havia se desfeito, e lhe sorriu abertamente.

Itachi ficou sem fôlego.

Naquele milésimo de seguindo em que seu coração parou, Itachi pensou seriamente ser capaz de morrer tamanha sua felicidade.

~~~***~~~

 

Se soubesse o péssimo dia que teria, não havia saído da sua cela.

Como praticamente todos os dias, fora acordado antes do sol nascer, colocou sua máscara, e saiu com seu guarda.

Vivia em uma prisão, onde comia o suficiente para não morrer de fome, ou desmaiar enquanto fazia seu trabalho sujo, e bebia água quando estava a ponto de morrer desidratado. Nada era mais importante do que o relatório que sempre reportava no final de casa dia.

Nada a não ser um cio.

Era uma aberração. Não sentia cheiros, os feromônios não lhe afetavam, a voz de comando Alfa não lhe afetava – e se um Alfa era mais forte que o outro, sua voz de comando causava desconforto. Não tivera cio, e era velho de mais para ainda ter um.

Seu companheiro era uma exceção. Somente o cheiro dele lhe afetava, somente obedecia ao comando dele, somente ele lhe causava dor com a voz de comando. Somente ele poderia lhe enlouquecer a ponto de nunca mais se recuperar.

Seu pai descobriu isso quando mandou cada um dos Alfas presentes testar a voz de comando nele.

Foi também a primeira vez que o viu. Os olhos sem vida. O semblante inexpressível, a áurea transmitia um claro “não ligo”.

Ele lhe machucou muito naquele dia. Mas claro que ninguém sabia que eram companheiros, nem mesmo o seu guarda, nem sabiam que era justamente por ser seu companheiro que ele poderia lhe afetar. Não tinha cheiro, nem feromônios, não teve cio, não sabia se era Alfa, Beta ou ômega. Não era nada, na verdade.

Por isso estava ali, pois poderia passar o dia todos seguindo eles que não seria descoberto. Por isso também que continuava vivo.

Ele era seu guarda pois poderia controla-lo. Os outros não poderia e acabariam lhe matando, e nesse momento, por enquanto, ainda era necessário.

Só que seu guarda entrara no cio. E agora teria que sacia-lo.

E todos poderia achar que era o paraíso, afinal era seu companheiro. Poderia até ser, e seria, se não fosse o fato de não estar pronto, de não ser um ômega para aceita-lo dentro si, se não fosse o fato dele sempre lhe machucar, e que o deixava sempre entre a vida e a morte.

Não poderia esquecer também, que ele sempre lhe marcava – mesmo sem saber que eram companheiros, seu instinto Alfa o reconhecia como seu, e seu pai sempre arrancava a marca.

Matando sua alma um pedacinho de cada vez.

 


Notas Finais


Comentem ^^
Edit.: Essa foi uma mudança menos agressiva, me digam o que acharam.


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