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História Uma Nova Visão - Juntos para sempre, de todas as formas


Escrita por: EmilyCSouza

Notas do Autor


Edit.: Esse foi o capitulo que eu menos mexi, ate agora. Gosto muito dele, particularmente.

Capítulo 5 - Juntos para sempre, de todas as formas


Fanfic / Fanfiction Uma Nova Visão - Juntos para sempre, de todas as formas

Não tinha noção do tempo que estava ali, pendurado como um porco,  acorrentado pelos braços, o corpo suspendido, mas os pés ainda tocando no chão, estava sujo e com a pele dilacerada.

Não sabia muito bem como foi parar ali, estava no parque com Menma, e então ouviu o carro derrapando. A última coisa que lembrava era de gritar procurando o filho.

_ Finalmente acordou, seu pai aguentava mais tempo antes de desmaiar.

A voz era suave, rouca, era quase inacreditável uma voz tão tranquila falasse tantas crueldades.

Seu dono não ficava para trás. Estava velho de mais para guerras, mas não velho o suficiente para deixar de realizar seus desejos mais obscuros. Os olhos castanhos não escondiam o olhar sombrio, os fios castanhos não passavam dos ombros. Ele não aparentava a idade que tinha, setenta anos se não fugia da memória, assim como não aparentava o maldito perverso que era.

Minato gemeu, _ O que você quer?

Batsuma olhou ao redor, a pergunta parecendo lhe divertir. _ O que eu quero? Isso é fácil de responder, _ se aproximou do “neto”. _ Quero vocês dois mortos.

Minato soluçou, os braços dormentes, o corpo balançando. Estava de cueca, as costas queimavam das feridas feitas por um chicote com várias pontas e pelo álcool que ele derramava para “não infeccionar” – o louro sabia que era pela diversão em lhe aplicar mais dor.

O velho andou ao redor do corpo aprisionado. A satisfação de tê-lo ali, depois do filho ter o protegido muito bem, era quase física. Poderia gozar só de ver a agonia dele.

_ Mas agora você deu cria também, uma raça maldita que procria como baratas imundas e nojentas.

Segurou o rosto com força para machucar, liberando seus feromônios de forma bem agressiva. Minato gritou com muita dor, sentindo o fogo se alastras por dentro de sua pele.

_ Vou esmaga-los assim como esmagamos baratas _ rosnou em voz de comando.

Seus ouvidos doeram, sangrando, quase com tímpano estourado.

A porta foi arrombada, a figura ofegante, os olhos vermelhos, os feromônios assassinos. Batsuma sorriu cruel.

_ Um bom filho a casa retorna.

Tobirama rosnou, batendo com o ferro no velho. _ Não sou um bom filho.

Ele correu em direção ao louro e segurou nas correntes, puxando com toda sua força. O louro caiu em seus braços, totalmente apagado. Tobirama o pegou no colo e saiu da torre deixando o velho inconsciente.

 

~~~***~~~

 

A melhor parte do seu dia era quando estava na creche. Mesmo gostando muito de estar em casa com o seu pai e o seu nii-san, o momento em que ia para a creche era o seu preferido. Quase que religiosamente, o pequeno moreno sentava na mesa do canto esperando seu mais novo amigo chegar e sentar ao seu lado, formando dupla consigo.

No primeiro dia de aulinha, seu amigo ficou quieto no final da salinha. Pelo o que ouviu de sua professora – que erroneamente seus colegas chamavam de tia, afinal ela não tinha parentesco com nenhum deles, – que o mais novo aluno tem uma personalidade tímida e insegura, por isso ele não tentava fazer amizade com as outras crianças.

Ele, no entanto, ficou curioso para saber o porquê de ser inseguro nesse assunto tão irrelevante. Aproximou-se devagar, como se estivesse perto de um gato de rua, arisco, em que o menor descuido ele lhe daria arranhadas no rosto. Na primeira semana apenas passou a sentar na mesma mesa em que ele sentava.

Na primeira vez que isso aconteceu, o louro se encolheu e não olhou em sua direção uma única vez. Depois de três dias assim, ele passou a ficar relaxado e, de vez em quando, lhe dava uma olhadela tímida.

Na segunda semana passou a sentar na cadeira ao lado do colega, que simplesmente começou a mexer nos fios rebeldes e louros, contudo não se afastou, nem ficou tenso, o moreno fez uma comemoração interna, sorrindo.

A professora o chamou em particular no final da segunda semana, perguntando se ele estava com vontade de se tornar amiguinho do novo colega. Sasuke a olhou por alguns segundos, sem realmente entender o porquê dela estar lhe fazendo uma pergunta retórica e mesmo assim estar esperando uma resposta. Ele então limitou-se a levantar os ombros em descaso e responder um simples “obviamente” para ela.

Na segunda-feira da terceira semana, Sasuke voltou ao seu lugar. Seus colegas eram apenas serem sem o mínimo de inteligência – em sua opinião, então não perceberam essa sutil mudança em seus hábitos, mas sua professora e o novo aluno sim, o que levou a ambos se questionarem o porquê dele ter voltado ao seu antigo lugar.

Mas Sasuke era esperto de mais para sua idade. Ele sabia que ao sentir-se próximo a alguém, o garotinho louro iria lhe observar com afinco e iria criar coragem para falar consigo. E ele precisava disso, precisa ser confiante para fazer amizades, somente assim ele teria uma amizade verdadeira e duradoura.

E assim como tinha previsto, na quinta-feira o pequeno garoto louro – mesmo sendo pequeno, o seu colega conseguia ser mais, parou ao seu lado, no momento em que chegou na creche, sem nem ao menos por a lancheira no armário.

_ Oi...? _ ele disse inserto, totalmente corado.

_ Oi. _ Sasuke disse com total segurança olhando para ele, que de tão pequeno estava da sua altura, e o moreno estava sentado.

O garotinho desviou o olhar, mexendo nos fios bagunçados. Sua perna direita mexendo de um lado para o outro ritmicamente, na pontinha do tênis. Sasuke soube na hora que ele estava muito nervoso e envergonhado. Segurou o sorriso, mantendo-se sério.

_ Eu queria saber... _ o pequeno o olhou rapidamente, apenas para assegurar-se se ele prestava atenção em si, _ Se você não gostaria de sentar ao meu lado...?

Sasuke apertou seus punhos, embaixo da mesinha, com força. Tentava a todo custo não sorrir e nem apertar aquelas bochechas gordinha e muito vermelhinhas.

_ Mas eu não te conheço, _ disse em tom de curiosidade, deixando a cabeça cair para o lado esquerdo. _ Não vejo o porquê de me sentar ao seu lado.

Primeiro o garoto olhou ao redor da sala, com o cenho franzido, sem realmente entender do que o menino moreno falava. Olhou para o menino que sentara junto a si nas últimas duas semanas, totalmente perdido e irritado. Era brincadeira não era?

_ Se eu estou te chamando para sentar comigo é porque, como pode perceber, eu quero ser seu amigo! _ o louro bateu o pé direito no chão, com os punhos fechados ao lado do corpo, muito contrariado.

A sala toda ficou quieta os observando, mas Sasuke não estava nem aí pra isso. Ele simplesmente sorria mostrando todos os dentes – o que era incomum vindo dele, um aluno fechado e sério, mas comunicativo. Levantou-se e, sem dizer uma palavra, sentou-se na cadeira ao lado do lugar do louro.

Naruto sorriu, corado e sem graça. Seguiu quase correndo para o armário, guardando sua lancheira, e então seguiu timidamente para seu lugar, sentando ao lado do moreno.

_ Sou Naruto, Namikaze Naruto, _ disse baixinho, mexendo nos fios bagunçados.

_ Eu me chamo Uchiha Sasuke, _ o maior disse, buscando os olhos azuis que se escondiam entre a franja do seu dono não obtendo sucesso. Sasuke então pegou a mão esquerda do menor que estava na mesa e apertou, entrelaçando-a em seguida na sua mão direita. Naruto o olhou espantado, recebendo um sorriso fechado como resposta. _ Muito prazer em conhecê-lo Naru!

Os olhos azuis de Naruto brilharam, e o pequeno garoto limitou- se a assentir entusiasmado.

Sasuke passou a olhar para frente, onde a professora já conversava com a turma. Ele soube desde o momento em que viu o pequeno garoto de cabeça baixa na frente de todos da sala que eles iriam ficar juntos para sempre, de todas as formas. E a primeira delas era sentando um ao lado do outro, de mãos entrelaçadas.

 

                                   ~~~***~~~

 

Nunca em sua vida havia feito uma ligação tão difícil.

Tentava arduamente segurar suas lágrimas, mas sua voz embargada o entregou totalmente. Não fazia dois dias que falará com ele e, apesar do gênio difícil, seu bebê era um bom filhote e sempre o respeitava e raramente desobedecida.

Entretanto dessa vez ele estava irritado, mal deixando o pai falar, resmungando e mal dizendo o Alfa que deixará seu pai assim.

Minato respirou fundo, engolindo a dor e o choro.

_ Namikaze Menma fique em silêncio agora! _ ordenou suave, mas firme.

No mesmo instante a voz do outro lado do telefone se calou, tendo apenas o som da respiração alterada pela exaltação

O louro sorriu, amava a personalidade do seu filhote mais velho.

_ Quero que faça suas malas, não deixe nada para trás, você não voltará mais para o Internato, já conversei com a Madre e já comprei sua passagem.

Menma ficou alguns segundos calado, provavelmente processando a informação.

_ O papai descobriu, não foi?

Minato fechou os olhos com força, comprimindo os lábios, tentando a todo custo não chorar.

_ Sim, meu amor, ele descobriu.

O garoto resmungou chateado.

_ Eu disse que esconder não era a solução papa.

Minato olhou para seu quarto, era totalmente branco, sem cor nem objetos pessoais, assim como um quarto de hotel. Morava ali a três anos e meio, mas nunca se interessou em decorar o apartamento. E sabia bem o porquê disso. Ômegas decoram seu lar, sempre misturando seu gosto pessoal com o gosto do seu Alfa, se o filhote é grande ele mesmo decora seu espaço, se for uma criança é decorado com momentos junto a família, e isso era a maior alegria de um ômega. Por isso não decorou o apartamento. Porque seu lar na verdade era aquela mansão, onde seu Alfa estava, junto a sua família que já adotará para si mesmo. Era lá que queria estar.

_ Esse ainda não era o momento Príncipe, _ respondeu suavemente. _ Você sabe que eu precisava protegê-lo e ao mesmo tempo proteger o nosso Sunshine. _ respirou fundo, mexendo com a ponta dos dedos na cocha. _ Seu pai não entenderia, bom, ele não entendeu.

Ouviu o fungar do seu garoto. Largou a cocha e levou a mão ao lado esquerdo do seu peito, apertando a blusa. A dor não ia embora de forma alguma.

_ Não quero vê-lo!

Menma chorava compulsivamente. Mesmo sendo inteligente e forte, ainda era um menino no início da adolescência. Minato não suportava ver seu Príncipe chorar, era como morrer um pouco a cada soluço que ele dava.

_ Não pense assim, essa situação não é culpa de ninguém, meu amor. Papa vai fica bem, _ garantiu para acalmar seu bebê, detestava não poder abraça-lo por causa da distância. _ Nós vamos nos acertar, então aproveita essa oportunidade e passe muito tempo com o seu pai, sei que você sempre desejou isso, mesmo quando eu não deixei.

Menma soluçou.

A verdade é que sempre quis conhecer o seu pai. Quando fez cinco anos, seu papa mostrou a foto de um moreno. Ele estava vestido com blusa, calça e sapato social, não sorria e seu olhar era sério e arrogante. Mesmo por foto, Menma conseguia sentir a aura dominante do homem. O admirou profundamente e ficou muito satisfeito quando seu papa revelou que ele era seu pai. Pensou em todas as coisas que poderia fazer junto a ele agora que sabia quem ele era.

Mas seu mundo caiu quando seu papa o olhou triste e explicou que não poderia conhecê-lo agora. O louro explicou o porquê de não poder viver junto a ele naquele momento e, por mais que isso o matasse por dentro, Menma sorriu e prometeu que nunca iria atrás do pai e esperaria pelo momento em que poderia falar com ele. Se passaram nove anos desde então, e por seu papa ele aguentou cada momento de agonia.

_ Você sempre foi um bom garoto, meu príncipe.

A voz suave do seu papa o chamou para o presente. Menma segurou a respiração.

_ Eu sabia que você morria por dentro toda vez em que seu pai aparecia na TV com os outros filhos, _ Minato mal conseguia falar do tanto que chorava, e Menma ainda não se permitia respirar. _ Sempre soube que seus sorrisos viravam choros angustiados quando você achava que eu dormia.

Menma passou a chorar compulsivamente.

_ Mas meu bom garoto aguentava com um sorriso no rosto, todos os dias, aguentava por mim. _ Minato passou a gritar sem perceber, a dor dilacerando seu peito _ Eu tenho tanto orgulho de você, muito mesmo! Você é o melhor filho que eu poderia ter, agradeço a Deus por tê-lo. Perdoa o papa por ter te feito passar por isso, por toda essa agonia. O papa sente muito, Menma, mas o papa o ama, por isso eu peço: Seja egoísta baby, seja egoísta, esqueça minha dor e viva o seu sonho! O papa implora!

Minato chorou agoniado, a culpa o corroendo. Viu seu bebê chorar noite após noite e no outro dia o acordar sorrindo. Todo dia ele lhe dava carinho, o olhando amoroso. Às vezes, escondido, observava-o ver alguma reportagem de Fugaku admirado, mas então via o pai com os outros filhos e desmoronava, perguntando ao vento o porquê de não ser ele ali, do porque do mundo ser tão cruel.

Era tão doloroso! Quando contou quem era o pai do seu neném achou sinceramente que ele ficaria feliz por saber quem era seu pai, mas fora ingênuo! Se soubesse o tanto que seu príncipe sofreria teria ficado calado.

_ Papa, eu amo tanto o senhor! _ Ouviu a fala desesperada do filho e chorou ainda mais. _ Não importa a dor. Se for para ter o senhor como meu papa, eu sofreria tudo de novo, com gosto!

Menma segurou o telefone com as duas mãos, olhando para ele, como se assim olhasse para seu papa.

_ Não ouse se culpar! Eu amo muito senhor, o senhor é tudo para mim! Não se culpe por nada, mesmo doendo, eu fui e sou muito feliz tento o senhor e o Sunshine comigo.

Minato assentiu, fora pego no flagra. Riu em meio ao choro desmedido.

_ Você é mesmo um bom garoto Príncipe. O melhor filho que eu poderia ter.

Menma também riu, seu papa nunca iria mudar. _ Eu me esforço, tenho que fazer jus ao melhor papa do mundo!

Minato sentiu extrema necessidade em dar carinho ao seu filho, precisava dele ali consigo. Passou da hora dele voltar para casa. E dessa vez para ficar.

_ Venha rápido baby, papa está esperando de braços abertos.

Menma sorriu, se sentindo muito amado. Realmente, tinha o melhor papa do mundo.

_ Estou a caminho.

 

                                    ~~~***~~~

 

Precisava de outro assistente pessoal.

Esse pensamento sempre lhe deprimia. Minato saíra do seu escritório a menos de três horas e sua vida já estava uma bagunça. Perdeu reunião, a incompetente da recepcionista não havia mandado o rámen e por isso perdera0 uma hora do seu precioso tempo se deslocando para comer.

Para melhorar seu dia, seu pai estava do outro lado da cidade e havia largado seus filhos com o tio Izuna. Agora precisava correr para buscá-los.

Mas a quem tentava enganar? A agonia que sentia não era pela confusão em sua agenda ou em sua empresa. A agonia vinha da marca. Sentia seu ômega em agonia profunda. Sentia a dor queimar sua marca, atravessava seu corpo. O que estava fazendo?

Parou tudo e abaixou a cabeça, batendo ela na mesa. Que merda era aquela? Porque não levantava a merda da bunda daquela cadeira e tomava seu ômega de volta?

Não sabia dizer. Por Deus, não sabia nem o que sentir. Era um misto de emoções. Sentia o carinho absoluto e o desejo de companheirismo do seu ômega, sentia falta da presenta calma e suave de Minato, sentia raiva de si mesmo por estar o ferindo, odiava a situação pesada em que estava, mas acima de tudo estava furioso.

Como ele ousou esconder um filhote de si? Não sabia o nome do seu filhote, não sabia a idade. Ele estava na Inglaterra, em outro continente, somente Deus sabe o porquê e com quem. Estava sendo criado longe de si, e por tudo que era mais sagrado, que não fosse por outro Alfa.

Em bem da verdade, estava desapontado e magoado com o louro. Nunca em sua cabeça pensou que Minato fosse capaz de algo tão cruel. Alfas precisavam ter uma ligação profunda com suas crias. Com seus ômegas eles tinham a mordida, uma ligação pura e sagrada onde sentimentos e emoções eram passado o tempo todo, mantendo assim ambos conectados profundamente um com o outro. Com as crias não existia mordida, então a confiança e a ligação eram feitas através da criação, do amor e do carinho passado. Era algo construído naturalmente. Se sentir ligado ao seu ômega, mas não sentir absolutamente nada em relação ao seu filhote estava o enlouquecendo.

Era cruel, para dizer o mínimo. Se sentia incapaz, inútil, lesado, como se uma parte de si morresse a cada momento em que sentia Itachi e Sasuke, mas não sentia o seu outro filhote.

Sua vista embaçou, seus olhos passando a ficar vermelho. Onde ele estava? Estava bem? Como era sua personalidade? Seria um Alfa ou ômega? Um Beta?

A fúria já estava o controlando. Fugaku levantou e com toda sua fúria lançou sua mesa e tudo o que estava em cima dela do outro lado da sala. Rugiu, o peito estufando, as veias sobressaltadas em seu rosto, pescoço e ombros. Socou a parede, causando buracos. Pegou a cadeira tacando na janela, estraçalhando um vidro aprova de balas. Andou em fúria até a porta do seu banheiro particular, arrancando a porta de uma pesada madeira, batendo ela contra a parede mais próxima até ela estar em pedaços. Chutou o sofá, quebrando ele ao meio. Derrubou as decorações que estavam na parede, em uma armação embutida na parede. Iria socar a porta de entrada da sua sala, mas aí se aproximar sentiu o cheiro do seu ômega impregnado na parede. Respirou fundo e se acalmou instantaneamente.

Enquanto recuperava o fôlego, olhou a bagunça que havia feito. Fechou os olhos, balançando a cabeça em negação. Passou a costa da mão direita na testa, secando grosseiramente o suor que lhe encharcava. Passou as duas mãos no cabelo, observando a única coisa intacta na sala, além da porta. O tapete negro.

Franziu o cenho. Rindo sem vontade em seguida. Ele sabia a resposta. Não encostada um dedo no tapete felpudo negro pelo simples fato de que sentiu o apego do seu ômega com ele. Ele queria aquele tapete, sentiu isso através da marca e seu Alfa interior inconscientemente o preservou, porque na verdade, a partir de agora, sua vida era agradar o louro.

Mordeu os lábios, sentindo algo quente escorrer pelo seu rosto. Qual fora a última vez que derramou lágrimas? Quando sua mãe morreu? Não. Nunca havia derramado uma lágrima antes, nunca.

Mas ali estava ele, uma Alfa Uchiha, chorando por um ômega. Um ômega que sabia estar machucando, sentia que o estava machucando.

Limpou as lágrimas e andou até o tapete. O acariciou por alguns segundos, o cheiro de Minato se espalhou e Fugaku sorriu contido, aquilo era uma marca de território, o ômega dizendo a quem quer que tocasse o tapete que ele tinha dono, pegou nas pontas e passou a enrolar. Assim que terminou, jogou o tapete em seu ombro direito e se endireitou, seguiu para a saída. abriu a porta dando de cara com vários curiosos olhando para si. Levantou uma sobrancelha, e isso foi o suficiente para que todos se dispersassem em absoluto silêncio.

Olhou para o lado, Milo estava ali boquiaberta. Fugaku não sabia dizer se ela estava assim porque Minato é um ômega ou se era porque ele tinha saciado e mordido Minato ou se era por causa da destruição da sala. Bom, isso não importava.

Andou em sentido aos elevadores. E parou perto da recepcionista incompetente.

_ Minha sala está interditada por tempo indeterminado, não quero ninguém lá dentro. Trabalharei em casa, todas as reuniões estão em suspenso. Não tenho previsão de retorno. _ Fugaku ajeitou o tapete em seu ombro e voltou a andar. _ Tenho assuntos pessoais a resolver.

 

                                 ~~~***~~~

 

Seu ômega estava exausto.

Assim que ele lhe devolvera sua memória, os dois haviam apagado, mas havia umas duas horas que tinha acordado e Hashirama ainda dormia profundamente.

Desviou-se dos braços e das pernas devagar. Saiu da cama sem acorda-lo, cobrindo-o até o queixo. Ele passará por uma experiência de quase morte, seu sistema imunológico estava fraco, então todo cuidado é pouco. Isso não tinha nada a ver com o fato de ser um Alfa super protetor e muito bobão, longe disso.

Rodeou a cama e acariciou os longos fios castanhos. Admitia que o destino fora generoso consigo, lhe dando um ômega fantástico. Não era merecedor. Era muito mais do que merecia.

Andou silenciosamente até suas calças pegando seu celular e então seguiu para fora do quarto. Seguiu para onde julgou ser um pequeno escritório. Fechou a porta e sentou-se atrás da mesa. Discou o número necessário, tinha uma promessa a cumprir.

_ Madara. _ a voz atendeu já mostrando saber quem era.

_ Quero que encontre alguém.

Madara explicou a situação, descreveu seu ômega.

_ Preciso de agilidade, pagarei muito bem, o mais rápido que você o encontrar, mais dinheiro você ganhará.

Seu contato concordou.

Madara desligou, sabendo que não demoraria em ter seu filhote consigo.

Agora precisava cuidar daquele monstro, e já sabia exatamente como fazer isso.

 

~~~***~~~

 

Por um momento não soube onde estava. Sua cabeça rodava, seu estomago revirava, e sentia tanta dor que não conseguia mover um musculo.

Demorou alguns minutos para lembrar que estava no calabouço do seu pai. Levantou o tronco e olhou ao redor. Estava sozinho, os pés e os punhos acorrentados. Seu pescoço sangrava e já não sentia seu Alfa. A marca estava a um fio de romper. Nem se lembrava mais quantas vezes passara por aquele processo doloroso, tinha certeza que se fosse ômega estaria morto. E naquele momento queria mais que tudo estar.

Ouviu passos e se encolheu no canto mais escuro, onde a luz do sol que despontava em uma pequena janela não tocava.

A pessoa parou por alguns segundos, e depois voltou a se aproximar, rindo da sua patética tentativa de se esconder.

_ Vamos lá, já praticamente terminamos, essa é a última sessão.

Isso não a tornava menos dolorosa, pensou continuando em silêncio sem se mover.

Conhecia bem de mais o ritual de retirar a marca feita por um Alfa. Só precisava de um Alfa de feromônios mais forte que o que marcou, ele o mordia onde o Alfa mordeu, e literalmente puxava a mordida do Alfa do seu pescoço. A maioria dos ômegas não suportavam a dor de ter um pedaço da alma removida e morria. Não fazia ideia de como sobrevivia aquele tormento praticamente a cada seis meses.

O Alfa lhe imobilizou, tentou se debater, mas as presas aferradas em seu pescoço o paralisaram. Sentiu o fogo correr em suas veias como fogo, sentia a linha tênue que lhe ligava ao Alfa sendo puxada até romper, seu corpo entrou em choque, passou a convulsionar, sangue saindo pelos seus ouvidos, seu nariz e pela sua boca.

O Alfa cuspiu pedaço da sua carne – um efeito colateral de arrancar a mordida de um ômega, e se levantou, lhe abandonando semiacordado.

Enquanto sua consciência lhe abandonava, viu o seu guarda abrir suas correntes, o jogando como um saco de batatas no ombro e o levar de volta para sua cela.

Se acordasse de novo, pintaria a imagem de um anjo com as asas arrancadas.

Era exatamente assim que se sentia.

                                   

 

 


Notas Finais


Comentem ^^

Edit.: Estou feliz com o retorno que estou tendo na reconstrução da fanfic. Continuem assim, Beijocas.


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