- Eu te odeio muito! - Quem era que estava cacarejando perto de mim? Isso mesmo, Soo-alguma-coisa. O dia não tinha nem começado direito, oito e meia da manhã e essa sem noção vem reclamar comigo.
- Olha, amiga, acho que já deu, né?! Você implica comigo todo dia, tudo bem que eu sou melhor que você em tudo, mas chega né?! Muito ibope pro meu gosto. - Eu até gosto de ser o centro das atenções, mas eu sou exclusivo. Digamos que eu só sirvo para burguesia, vulgo homens, única atenção que eu preciso é deles.
- A culpa não é minha se só de olhar para sua cara eu fico irritada. - Falou apertando as mãos em punhos e machucando-a. Estava vermelha de raiva e, provavelmente, esse ódio todo tinha a ver com YoonGi. Aliás, sempre foi por causa dele, mas deve ter acontecido alguma coisa ontem, porque não é possível.
- Fazer o que, né?! Deus te deu esse papel, não gostou, toma água sanitária com duas colher de açúcar, - Falei dando de ombros enquanto sorria vitorioso. Ela bufa e sai de perto de mim, eu apenas me acomodo mais na cadeira e fico sem fazer nada. Por incrível que pareça, não tinha muita coisa para fazer e, o que tinha, eu já fiz.
Poderia ir para casa? Poderia, mas eu vou ficar aqui para irritá-la e conseguir fazer pior das outras vezes. “E se ela perder o bebê?” Deus que me perdoe, mas eu não tô nem aí. Quem morre de raiva é só cachorro e, se acontecer algo por causa disso, não vamos querer uma criança híbrida né?! Já basta eu que sou um gato rs’
- Park JiMin! - Aquela voz que sempre me arrepia todo com a face da pessoa que pisa na minha cara só de respirar, esse mesmo, Jung HoSeok. - Sente-se. - Olhei para o lado assim que cheguei em seu escritório.
- Ah, não, de novo não. - Falei suspirando e sentando na cadeira de forma desleixada. Ela sorriu maligna e depois fez uma cara de choro. - Diz aí o que eu fiz que você não gosto para da próxima vez eu fazer pior. - Falei sorrindo e vendo-a perder a pose.
- Eu vou acabar perdendo o meu filho! - Reclamou, olhando para HoSeok. Que suspirou, já era a quinta vez e tinha umas duas semanas só que ela trabalhava aqui. Ela nunca conseguiu provar nenhuma de suas acusações. E eu estava tranquilo, fiz nada mesmo.
- Porque? Por causa de raiva? Pensei que quem morria de raiva era cachorro e não filhote de galinha misturada com seja lá qual for o nome da espécie rara de retardada que você é! - Falei dando de ombros e olhando para a mesa. Ela estava incrivelmente espaçosa, com uns desenhos e a cor estava forte e bem limpa. - Você trocou de mesa? - Perguntei sorrindo.
- Sim, ontem mesmo. - Respondeu sorrindo também.
- Como é que eu não notei esse treco passando pelos corredores? - Convenhamos, o negócio era muito grande mesmo, dava umas duas da mesa antiga dele. - Esse seu bagulho é muito grande. - Reclamei baixo, com inveja. Porra, se eu tivesse uma daquela, eu ia tirar foto todo dia com ela e postar todas no Insta!
- Mas você nem viu ainda. - Murmurou malicioso e eu, assim que captei a mensagem subliminar, olhei-o sorrindo malicioso também.
- Isso pode ser mudado rapidinho. - Falei, mas nossos flertes com certeza não se concretizariam. Sou um moço de família… Ou eu tenho um namorado e, pelo menos, a decência de ser fiel.
- Eu estou aqui, hellouu! - Falou estralando os dedos e eu ia estalar minha mão na cara dela, sinceramente. Que garota ousada! Eu tento não partir para agressão física, mas é impossível assim.
- Nós sabemos, só não ligamos. - Falei, irritado. Meu Deus, porque ela não pode sumir? Nada contra a criança, mas ela…. Jesus, desnecessário existir essa pessoa.
- Eu vou reclamar no RH de vocês dois! - Levantou, deixando a cadeira cair e abriu a porta.
- Fala oi para a JangMi, faz tempo que não vejo ela. Acho que faz uns dois dias, sabe, já que foi anteontem a última vez que você reclamou de mim lá. - Ela entendeu muito bem o que eu quis dizer, ela reclamava tanto de mim que ninguém mais dava atenção. Saiu irritada e batendo a porta, levantei, abri a porta e procurei o lado que ela foi. - Escuta aqui, se você quebrar a porra dessa porta, você vai pagar, ok? Seu veneno de cobra não cola caco de vidro não, monamour.
- Nós vamos perder os nossos empregos. - Falou sorrindo.
- Ela perde a credibilidade dela primeiro e eu tenho um segundo plano que não é colocar “Moço, me dá um emprego” no meu currículo. - Falei firme, esperando que ele entenda que, se eu fosse despedido, eu compraria um crocs e venderia minha arte na praia. Falta só o crocs e o talento para fazer arte, de resto, tá ok.
- Fico com vergonha de dizer que este aí é o meu segundo plano. - Falou meio choroso e rindo depois. Lógico que eu me apaixonei por ele, porque, puta que pariu, tudo nele é perfeito. - O terceiro é ser sustentado pelo YoonGi. - Falou como se fosse “Olha, um avião tá no meio da avenida que nem em GTA” - convenhamos que isso seria mais normal do que YoonGi aceitar sustentar ele.
- Ahaaaa…. Piada. - Falei o começo como se fosse dar risada, aqueles que é bem “arááá” e terminei super sério, mas eu não conseguia não rir. Ele me olhava daquele jeito, eu retribui e acabamos gargalhando por minutos, repetindo a risada e dizendo algo completamente sério depois.
Ficamos um bom tempo conversando sobre várias coisas e acabamos no assunto: cantadas. Lógico que eu mostrei meu livrinho com as cantadas separadas por categorias e em ordem alfabética! Que foi? Nunca se sabe quando vou precisar de uma nova e outra, eu não tenho todas decoradas.
- Só tem cantada ruim! - Ele exclamou, lendo algumas piadas e eu me ofendi totalmente. Quem ele pensa que é, além de ser -aparentemente- o crush de geral? Não, isso não vai ficar assim.
- Volte duas casas e se ache lá, porque definitivamente você perdeu sua cabeça por lá! - Falei, irritado e ele apenas ria. Uma vontade de socar aqueles dentes branquinhos e lindos, rasgar aquela bochecha no tapa e depois dar beijinho para sarar! - São geniais, olha só! Gato, se beleza fosse merda, você tava todo cagado. - Falei, essa é péssima, eu sei, mas eu ri tanto dela que eu passei a gostar dela.
- Nossa, obrigado, foi ótimo ser comparado a resto de resíduos alimentícios. - O que dizer de um ser humano que responde uma cantada com palavras bonitas? Só Jung HoSeok mesmo.
- Hey, gato, você gosta de biscoito/bolacha (N/A: para não dar briga, até pq é bolacha)? - Perguntei, fazendo gesto para que ele respondesse-me.
- Gosto, por quê? - Falou pensando -acho eu- na bosta que eu ia dizer. Mas em minha defesa, essa ia ser muito boa.
- Então “passatempo” comigo, que eu vou ser o seu “Trakinas” e mostrar que comigo você tem “Prestígio”. - Soltei e fiquei levantando as sobrancelhas, num claro sinal de que estava o paquerando.
- Nossa, que péssima! - Falou, balançando a cabeça e a mão em sinal negativo.
- Então manda uma ai, o fodão! - Falei irritado.
- Sou melhor fazendo piadas. - Deu de ombros.
- Suas piadas são péssimas, HoSeok, faça-me o favor. - Falo.
- Você ria de todas elas.
- Porque eu queria te pegar, o que não é mais o caso. - Fiz questão de deixar esclarecido. - Mas se você quiser, então eu ainda quero. Mas não é mais o caso, mas se você quiser…. - Brinquei. Tinha um fundo de verdade? Como sempre, né?! Mas ninguém precisa saber, então eu fiquei quieto.
- Eu vou contar uma só para mostrar que eu sou engraçado sim! - Exclamou, fazendo uma cara pensativa e eu me preparei para o que viria.
- Manda. - Falei baixo. Não estava esperando muita coisa, mas quem sabe ele se supera, não é mesmo?
- Você conhece a piado do pônei? - Cara, por Deus, ele estava a um tijolo de distância. Se eu tivesse um tijolo, eu jogava na cara dele. Meu Deus, ainda bem que não criei expectativas, só por isso já sei que é um lixo.
- Puta merda, HoSeok, mim poupe, se poupe, nos poupe. - Falei, negando.
- Você conhece a piado do pônei? - Repetiu.
- Não, HoSeok, não conheço. - Respondi frustrado.
- Pô, nem eu (nei eu). - Falou e começou a rir. Horrível é apelido para isso.
- Eu vou te processar se você não calar a boca! - Exclamei, levantando da cadeira.
- Vem calar.
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