História Uma P... Vingativa - É aquele ditado, né?!

“Eu, Park JiMin, deixo meus bens… Aliás, minhas dívidas né?! Porque é só isso que eu tenho… Enfim, deixo para Jeon JungKook. Se fode ai, parça.” Eu estava escrevendo meu testamento mentalmente, só esperava me lembrar depois, porque ele me mataria a qualquer hora. Certeza.

- Não vai nem me pagar um jantar antes? - Perguntei debochado. Qual é, ele é meu chefe, não posso ser tão fácil assim. Vai que ele é daquele que pensa que todos funcionários são a cara da empresa, então têm que ser o mais correto possível. Acabei de conseguir meu emprego “de volta”, não posso perder de novo.

- Jantar, sobremesa, táxi e motel. - Falou e eu arregalei os olhos. Então é assim que vai ser, viado?! Ok então. É aquele ditado né, “Se você gosta de jogar, que os jogos comecem, viado.”.

Sorri malicioso, confesso que estava entrando na dele agora só para ir embora de carro. Bem interesseiro sim! Eu não queria ir andando nem de metrô, como eu ainda estava pagando a casa, não dava para comprar um carro.

Minha vida é bem difícil, não vou negar. É aquele ditado né, “Quem me criou foi Satanás e ele adora me ver sofrer.”.

- Vai querer carona? - Ain, ainda bem que você perguntou. Afirmei sorrindo fraco. Ele abriu a porta do passageiro para mim, entrei e esperei ele entrar também. O carro dele é um HB20 branco, esse crush só me dá orgulho. Eu amo esse carro. Fiquei bem emocionado quando entrei, nossa, esse carro é um sonho. A pessoa que criou o Design do carro deve ter sido tocada por Deus para criar essa perfeição. Fiquei observando a parte interna do carro, que era bem espaçoso e limpinho. - O cinto. - Veio para cima de mim e, por reflexo, eu quase me fundi ao banco. Ele colocou a mão mais atrás, se afastou e colocou o cinto em mim.

Viado, meu coração foi na boca. Quase soltei o grito da pantera asiática, foi por pouco, bem pouco.

Não vou mentir, ele é bem cheiroso. Sabe aqueles homens que passam e o perfume fica? Então, bem. Quase me inclinei para sentir de novo, uma coisa bem viril, de macho mesmo esse perfume, ‘cê é louco. A cena se repetiu na minha mente e, se de longe ele era lindo, pertinho assim é mais ainda. Um queixo bem definido, olhos bem desenhadinhos e ele estava com dois botões da blusa social abertos. Ou seja, vi tudo. Se pudesse, veria de novo.

Meu Deus, HoSeok, me beija! Me beija tanto, mas tanto que meus  lábios fiquem doloridos. Puta merda!

Ele ligou o carro, começando a dirigir e o rádio ligou também. Apenas dei de ombros, queria mudar a estação, mas o carro não era meu, então fiquei quieto. A estação que estava tocava só música de corno, me identifiquei. É aquele ditado né, “Só um corno para reconhecer outro”.

Quando você começou a se cansar de mim?

Quantos fardos eu te dei?

Antes você não tinha assunto para discutir comigo,

E agora eu não consigo nem mesmo perguntar

O porquê de você ter me deixado.

Olha, eu tive que segurar minhas lágrimas. Essa música mal tinha começado e já tinha descrito meus sentimentos. Porra, Jeon, porque você não falou que estava cansado da nossa relação? Sei lá, escrevesse uma carta  ou mandasse sinal de fumaça, mas me contava e nós passaríamos por isso juntos, como fizemos com seus pais preconceituosos, com a sua faculdade concorridíssima, até com a maldita cor do  meu cabelo que você tinha odiado.

Os momentos que tínhamos passados juntos, feliz ou tristes, todos passaram na minha mente e tudo o que eu conseguia me perguntar era onde eu tinha errado. Eu sempre fiz tudo, tudo mesmo e ainda sim não era o suficiente? Que droga, moleque, o que você quer? Porque, mesmo depois de tudo, eu ainda te amo? Porquê

- JiMin, ‘tá tudo bem? - HoSeok pergunta, mas eu não respondo. Apenas junto meus joelhos ao peito, abraço minhas pernas e escondo o rosto nelas. Eu só precisava chorar, só mais uma vez. Uma última vez, eu precisava por na minha cabeça que não tinha mais volta, que o passado não iria mudar e que eu não estava sonhando. Eu precisava aceitar o que aconteceu e aceitar que o amo mais que tudo, porém não dava mais.

Traição nunca é erro, é escolha. E se ele escolheu outro, que seja feliz com isso.

Eu me viro para poder olhar você.

O meu amor se foi.

Embora eu possa vê-lo agora,

É como quando nos separamos.

As memórias começaram

A voltar e me perturbar.

Eu presenciei isso,

Você era tão importante assim para mim?

Eu sabia que não era culpa minha essa separação, mas essa bosta dessa música me fez sentir assim. Com raiva, bati com a mão no rádio e o desliguei.Na verdade, mudei de estação. Só faço bosta mesmo, que merda!

Satanás tirou o dia  para me tormentar, só  pode!

Estava prestes a dar outro tapa naquele rádio, mas o hino começou a  tocar. Minha  mão congelou na metade do caminho e eu me segurei para não soltar a franga ali mesmo. Meu Deus, alguém me segura, EXO domina a minha vida. A cena dos meninos dançando apareceram na minha frente, o Kai delicia mozão no começo do music video fodendo com a minha vida…

Ain, Jesus...

- She got me gone crazy~ - Cantarolei baixo, voltando a me encostar no banco e com uma mão no banco. Eu ia saudar o hino, mas não deixaria ninguém ver. Eu tentava disfarçar o máximo, mas o refrão estava chegando e…

- Pode cant-

- Shawty, I got it. You can call me monster! - Gritei junto com Chen, mexendo as mãos e tentando fazer a coreografia. Eu sabia ela de cor, nos momentos vagos eu dava meus ataques de Fanboy. Assistia as apresentações, votava neles quando necessário e shippava SeKai como se fosse meu único dever na vida. É aquele ditado né, “Já que eles não se pegam na minha frente, vou escrever fanfic e ser feliz”.

Sim, eu escrevo fanfic. Nunca cheguei a postar, mas eu escrevo. Eu também shippo uns casais bem flop, então não acho fanfic nenhuma. Se eu quiser me iludir, eu tenho que escrever eu mesmo né?! Já fiz BaekSoo, uma SuChen e outra KrisYeol. Todas guardadinhas, no meu coração, minhas bebês.

- So I’m untouchable man~ - HoSeok cantou a parte do rap todinha, sem errar nada e sem parar para respirar. Meu queixo estava no chão, certeza. Nossa Sehuna do céu, que fôlego. A música acabou, ele parou em frente ao meu prédio e me olhou. - Que foi? - Me olhou com cara “Você não  é o único Fanboy nesse recinto, monamour”

- Nada. - Respondi ainda impressionado, tirei o cinto e abri a porta do carro. - Obrigado pela carona. - Ia sair do carro. Pois é, ia. Ele me puxou, deixando nossos rostos a centímetros e passou uma das mãos na minha bochecha. Eu fechei os olhos, respirando entrecortado e sentindo seus lábios encostarem nos meus. O beijo foi lento e gostoso, com movimentos de línguas curtos, ele mordeu meus lábio inferior e se afastou um pouco.

- Tenha uma boa noite. - Ele sussurrou e deu mais um selinho em mim, eu apenas acenei com a cabeça, sai do carro e fiquei dando tchauzinho para o nada, com cara  de idiota. Nossa, eu beijei o crush… Isso é real? Eu morri? Ou estou dormindo? Como assim?

Senti minha bochecha arder e a paisagem passar rapidamente, coloquei a mão no local do tapa e olhei para o agressor. Adivinhem quem era? Kim TaeHyung, a falsiane das falsianes, o prato de micro-ondas de empresa no horário de almoço, a catraca  de ônibus em horário de pico ou bico, sei lá. Eu estava prestes a revidar, quando vi que ele estava chorando e tentou me bater de novo.

- Como  você pôde? - Tentou  me dar um soco, eu desviei por pouco e segurei seu braço. - Fique longe do HoSeok, está me ouvindo? - Tentou me acertar com o outro braço, eu segurei esse também. - Se você ousar tocar nele mais uma vez, eu acabo com você! - Tentou me chutar e alguém puxou ele para trás, afastando-o de mim.

- É aquele ditado né, monamour, mexe com o meu boy que eu mexo com o teu. - Debochei, arrumando minha mochila e virando as costas, me preparando para entrar no prédio.

- Eu vou tirar o JungKook de você! - Ele gritou  e o dito cujo apareceu lá embaixo, na minha frente, escutando a frase de TaeHyung e não entendendo nada. Olhou-me com a cabeça meio tombada, lambi os lábios e eu sabia que doeria mais em mim  do que em qualquer pessoa, mas era a verdade.

- Ele não  é meu faz muito tempo. - Falei alto o suficiente para que os dois ouvissem, olhando nos olhos do Jeon e vendo-o encher de lágrimas, abrir e fechar a boca. “Dói? Tem certeza? Porque não é nem um quinto do que eu senti” era o que eu queria gritar para o mais novo.

Eu estava magoado e decepcionado, mas não seria trouxa de novo. Se ele  me quer de volta, ele que vai ter que rastejar por mim. É aquele ditado, “Já rastejei demais por você, agora você vai ser o tapete que eu vou pisar”.