História Uma P... Vingativa - Meio tipo pombo, gosto não

- Ok, você é bem idiota, não dá para te defender. - Falou YoonGi deitado em sua cama junto a mim. Eu apenas suspirei e concordei, fazer o que se era a verdade? Não dá para negar que eu sou um idiota completo.  - O que você acha do HoSeok e do TaeHyung juntos? - Franzi  o cenho confuso, sem saber onde ele queria chegar. - Responda!

- Meio tipo pombo, gosto muito não. - Falei fazendo cara de nojo. Sério, como alguém considera esses ratos de asas como algo da paz? Você já viu alguém interromper duas pessoas que estavam brigando e falar “Purururu”? Pois então! O pior é que essa desgraça defeca nos cabelos alheios, isso não é da paz, experimentem cagar em alguém e vejam a discórdia que isso causa.

- E do JungKook?

- Meio tipo vibrador, adoro, não vou mentir, e não vivo sem. - Falei rindo e ele me acompanhou.

- Assim realmente não tem como te defender! - Exclamou irritado e se distanciando, revirei os olhos.

- Não precisa me defender, monamour, eu pertenço ao vale dos homossexuais mesmo e tenho muito orgulho. Quando você der essa bunda branca e magra vai entender do que estou falando. - Ele fez uma cara de nojo e revirou os olhos.

- Ain, esquece, não dá para falar com você sobre isso. - Falou voltando a comer o salgadinho que estava em suas mãos. - Uma coisa que eu esqueci de te falar, terminei com aquela mina. - Falou e eu quis vomitar com gíria de hétero enrustido que ele usou. - O que você achava dela?

- Meio tipo pombo, gostei muito não. - Falei e ele riu, contando-me o porquê do término. Uma coisa muito simples, para falar a verdade, ele enjoou. Como sempre, ele enjoou da parceira e a jogou para escanteio. - Ai meu deus, que calúnia! - Gritei, revoltado.

- Juro, viado. Ela acha que é sua culpa, que o seu “jeito gay” me influenciou. - Falou colocando a mão na barriga e reclamando que ela estava doendo de tanto rir.

- Vou processar, não gostei disso não. Eu não obrigo ninguém a entrar no vale do homossexuais, apenas dou o ingresso do trem que leva para lá. É decisão da pessoa pegar o trem ou não. - Falei irritado.

- Não vamos ter que aguentar ela mais, eu terminei com ela. - Falou sorrindo. Também, né fofo, porque você acha que eu falei a verdade sobre não gostar dela? É aquela velha regra da amizade, ‘nois’ suporta enquanto ‘tá namorando; terminou, ‘nois’ mete boca no trombone.

- Bem piriguete você. - Falei brincando.

- Já passei dessa fase, hoje em dia eu sou piranhão, mas piranhão do amor. - Citou Inês Rainha Brasil e eu já sabia que esse era do vale. Não tem como ser hétero gostando dela, ou foi porque eu falo dela demais ou porque ele está virando bissexual. Ele estava brincando com seus dedos e meio vermelhos, eu sabia que tinha algo, mas não queria ser invasivo….

Mentira!

- Fala logo. - Pedi e ele me olhou surpreso.

- Odeio o fato de você me conhecer tão bem. - Bufou revirando os olhos. - Eu… Ahn… Eu meio que…

- Ahn, eu, ahn, meio que… - Imitei ele. - Desenrola, carretel! - Exclamei irritado.

- Eu beijei um cara. - Jogou na minha cara, cobrindo o rosto com seu travesseiro e minha boca estava no chão. Olhei para o teto, ainda surpreso, tentando digerir essa informação. - Não vai falar nada? - Perguntou e eu o olhei tentando entender como e com quem isso aconteceu.

- É que… Isso é surpreendente. Logo você, Min YoonGi, hétero dos héteros, comedor de pepekas, onisciente, Deus. - Ele fez uma cara de “Sim, onisciente e onipotente, o próprio” e eu riria, mas estou em choque no momento. - Eu não sei o que falar. O que você quer que eu fale? - Perguntei e ele deu de ombros, ainda abraçado no travesseiro, mas sem esconder o rosto. - Ok, o que você achou?

- Foi normal, uma boca como todas as outras. - Falou dando de ombros novamente. - Eu pensei que iria passar dias arrependido, mas não. Foi normal, sei lá. - Explicou sentando na cama e cruzou as pernas.

- Eu sabia que você, eventualmente, entraria no vale. Viria para o lado negro da força. - Falei sorrindo.

- Cala boca. - Deu um soquinho de leve no meu ombro.

Quando, tristemente, segunda chegou, eu fiquei doente. Não era algo digno de internação do hospital, mas também não era algo que passaria se eu deixasse para lá. Eu avisei o RH da empresa, menti que iria o hospital e que iria tentar ficar melhor o mais rápido possível.

JungKook ficou muito afobado quando descobriu que eu estava dodói, não foi a faculdade e tentou cozinhar… Tentou nos matar, né?! Enfim, ele ficou cuidando de mim, comprou uns remédios que me ajudariam a melhorar e fez cafuné em mim. Assistimos -ele assistiu e eu dormi- todos os filmes do homem de ferro, ele reclamou depois, mas eu nem liguei.

- Hyung, como você pôde dormir assistindo o melhor herói que existe? - Perguntou afobado e eu revirei os olhos. Monamour, foi super simples, fiquei com sono, fechei os olhos e, pum, dormi. Não tem segredo!

- Mil vezes Capitão América. - Menti na cara dura, sou mil vezes a minha cama. Não ligo muito parar super heróis, mas, se fosse para gostar de algum, seria -com certeza- o Thor ou o Capitão América. Tudo bem que o Capitão América é um branco aguado e loiro, mas eu supero e dou até o cu dizer chega.

- Perdoa ele, Deus, ele não sabe o que diz. - Falou, olhando para o teto e acariciando os meus cabelos. - Não desiste dele. - Falou e eu afastei a mão dele, irritado e ele só ria. - Porque não o Homem de Ferro?

- Meio tipo pombo, gosto muito não. - Falei fazendo uma cara de nojo.

- Deus tenha piedade da sua alma. - Ele falou enquanto voltava a se encostar no sofá, com o DVD já em mãos e o jornal passando na televisão. Algo sobre a legalização do casamento gay. Se eu me interessei? Nem um pouco, imagina! - Você quer casar, Hyung?

- Não com você. - Respondi sem pensar. Como eu já tinha feito bastante, eu estava mentindo. Seria hipocrisia da minha parte dizer que eu nunca pensei nisso, pensava ainda e sempre me vinha a mente JungKook num terno branco. E com ele, me vinha a mente TaeHyung também, quebrando com o encanto do momento. - Você sabe… - Eu falei quando vi seus olhos cheios de lágrimas e seus lábios sem sorriso nenhum.

- Quantas vezes eu vou ter que dizer que eu sinto muito? - Sussurrou olhando para seus dedos e brincando com eles. - Eu não sabia o que fazer, estava necessitado e você estava sempre ocupado ou cansado. Eu só te via de manhã, quando ia dormir, você ainda estava trabalhando. Eu… Eu nem pensei nisso, além de que eu estava bêbado. - Explicou-se e, mesmo que eu não quisesse, acabei por escutar e me sentir culpado. Não era mentira o que ele falou, eu sempre estava trabalhando e sempre nos vimos só de manhã. - Desculpa. - Pediu, chorando a minha frente.

Eu não sabia o que fazer e apenas o abracei, meu coração doendo por causar tanta dor nele e quase chorei também. Não era minha culpa, definitivamente não era, mas eu entendia o seu lado. Merda, eu entendia muito bem. Eu já tinha passado por isso antes, só que eu estava no lugar do JungKook, quando namorei um cara sete anos mais velho que eu e ele só trabalhava, sempre corrigindo provas ou fazendo umas.

Ele abraçou-me de volta e ficamos ali por um tempo, sem prestar atenção na televisão. Apenas matando a saudade que tínhamos um do outro, eu me sentia tão confortável e seguro em seus braços, que acabei por perdoar e esquecer o que tinha acontecido.

- JiMinnie, o que você acha de tentarmos de novo? - Olhei-o desconfiado. Ele merecia o benefício da dúvida, parecia realmente arrependido e disposto a mudar. E se não  mudasse, eu não me machucaria tanto dessa vez, eu já espero por isso. - Por favor.

- ‘Tá bom. - Suspirei sem saber se estava fazendo a escolha certa, mas não custa nada tentar. - Faz isso comigo de novo para você ver! Chuto seu cu daqui até Busan com um sapato de bico fino, seu babaca.

- Meio tipo pombo essa ideia, gostei muito não. - Falou e eu ri junto a ele.