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História Uma Princesa Entre Nós - O Dia da Nomeação


Escrita por: srfish

Notas do Autor


Olá pessoal, tudo bem com vocês?
Está saindo mais um capítulo saindo espero que gostem
Muito obrigada pelos 400 favoritos 💜

Boa leitura...

Capítulo 11 - O Dia da Nomeação


Fanfic / Fanfiction Uma Princesa Entre Nós - O Dia da Nomeação

POV MARIA

Sobre as colinas de Avilan o sol surgiu. Seria isso que eu diria se eu pudesse abrir a varanda e ver a paisagem lá fora

Já era um novo dia e a decisão já estava tomada.

Depois da minha conversa com os meus pais e com o soldado Caballerro eu já não tinha mais dúvida. Não queria ser igual a minha vó. Não queria tratar a gente daquele castelo e o povo como ela tratava com tanto desprezo. Eu iria ser eu mesma, por mais que isso irritasse a rainha, mas é claro que manteria os bons modos que foram me passados nesses terríveis últimos dias

Eu queria mostrar ao mundo o que eu tinha a oferecer, que no caso era mais do que um rostinho bonito. Muito mais.

Então naquela manhã, tratei de acordar cedo e vestir um daqueles vestidos compridos. Escolhi um simples e rosa. Antes do café terminei o meu discurso o guardando na primeira gaveta da minha penteadeira

-Bom dia minha dama de companhia. Entre por favor, pode ficar a vontade -digo a vendo pelo reflexo do espelho

-Bom dia alteza, pensei que a senhorita ainda estaria dormindo -diz ela seria como sempre, até parecia um robô

-Sabe, eu ainda não consegui me acostumar com isso de servente e de todos me chamando de alteza pra cá, alteza pra lá -caminho rumo a cama -Somos todos seremos humanos iguais de carne e osso. Não deveria ter ninguém a cima de ninguém, sabe?

-Esse não um pensamento muito comum entre os monarcas avalianos -comenta ela baixinho para que eu não pudesse ouvir

-Aí que está o problema! -a puxo para se sentar na cama comigo -Moça que eu não sei o nome, eu não quero ser igual aos outros monarcas que esse país já teve...talvez a minha missão aqui seja ser diferente

-Sim, alteza

-Quero começar com você

-Como alteza? -pergunta ela sem entender

-Me diga o seu nome

-Não posso, alteza

-Você vai me seguir pela vida toda e pra todos os lugares. Eu quero ter alguém a quem pedir opinião e conselhos

-Tem a senhorita Júlie

-Com toda a certeza desse mundo Júlie não tem nada haver comigo. Se eu for pedir conselhos para ela eu farei o contrário -a moça ri

-A rainha não quer que nos misture, alteza. Ela não quer que os seus ideais monarcas sejam corrompidos

-Já foram. E com certeza você não teve nada haver com isso -seguro sua mão -Eu preciso da sua ajuda para que eu não seja igual a ela...esse é o meu maior medo

Ela me encara por alguns segundos

-Meu nome é Catarina

-Prazer, Maria -falo a fazendo rir -E é muito bom poder finalmente conversar com você

-A rainha não pode ficar sabendo disso, por favor

-Pode ficar tranquila

-Aí meu Deus eu nem acredito que eu sou amiga da alteza

-A única

-A ÚNICA! -ela surta me fazendo rir

Catarina era engraçada. Acho que eu fiz a tal escolha certa

-Alteza, devemos ir -diz Catarina

Ao abrir a porta inesperadamente dei de cara com o meu mini segurança

-Garoto, você quer me matar do coração? -pergunto ofegante por conta do susto

-Desculpe alteza -diz ele se curvando

-Aliás, poderia também me dizer qual é o seu nome?

-Meu nome? Meu nome é...é

-Henry, fale direito -cochicha Catarina do seu lado -Alteza o nome dele tá escrito aqui na roupa, soldado Caballero

-Você acabou de chamar ele de Henry -digo

-Meu nome é Henry Caballero, alteza. É que chamamos os soldados pelo sobrenome. Deve me chamar assim também ao invés de mini segurança -diz ele que aparentemente não gostava do seu apelido

-Assim como eu deveria chamar a Catarina de dama de companhia ou qualquer outro pronome? -pergunto o fazendo olhar para Catarina nervoso

-Sim, alteza. É o que a rainha deseja -responde ele abaixando a cabeça

-A partir de hoje os chamarei pelos seus nomes. E peço, pelo amor de Deus, que vocês parem de me chamar de alteza -eles se olham -Pelo menos na ausência da minha queridissima avó

-Eu topo! -diz Catarina -Já esse daí vai ser difícil de convencer. Henry adora seguir regras...

-Não é atoa que ele é um soldado

-Exatamente! -concorda Henry -Acho que as senhorita estão atrasadas pro café, não?

-O CAFÉ! -gritou Catarina me puxando

Descendo pelas escadas já dava pra perceber que a movimentação no castelo não era a mesma. Havia uma grande agitação ali dentro de serventes andando de um lado pro outro com arranjos de flores, limpando cada centímetro de piso, trocando as cortinas, passando cera na escada, arrumando mesas, estendendo tapetes, limpando lustres...

Na mesa do café estavam todos novamente sentados

-Ansiosa para o seu grande dia querida? -perguntou a minha vó, antes do meu bom dia

-Com certeza! A Rainha Elizabeth estará aqui, não é top? -digo quase explodindo de tanta felicidade. Mas, ninguém daquela mesa parecia tão feliz quando eu, na verdade até me olhavam estranho -Vocês já estam acostumados com a presença dela por aqui né?

-Claro! Ela é maravilhosa. De uma inteligência invejável -diz Morgana -Assim como toda a família real

-Kate, um dia, me convidou para tomar um chá com ela e fazer compras em Londres -diz Júlie -Infelizmemte nesse dia eu tinha um baile para ir

-Filha, acho que ela estava era tentando te juntar com o príncipe Harry, hein! -diz Morgana rindo junto com Julie que aparentemente adorou a ideia

-Acho que o príncipe Harry daria mais certo com a nossa princesa -diz Edward

-Meu Deus! Ia ser ótimo! Avilan e Inglaterra se tornariam um só país! -diz a rainha animada

Enquanto eles discutiam os prós e contras desse relacionamento que nunca aconteceria, eu me servia com alguns pedaços de bolo

-O que acha querido? -pergunta a rainha hiper mega contente

-Uma péssima ideia, Amélia! Uma péssima ideia! Além de Harry ser bem mais velho, não daria a mão de minha neta a um homem galinha como ele -diz o rei

-Mas daria a um plebeu? -pergunta Júlie instaurando um climão na mesa -Porque essa garota viveu a vida todo com eles, não me espantaria dela fazer essa escolha

-Nenhum dos dois é melhor -responde a rainha aumentando o tom de voz

Bebo meu café fazendo aquele barulho clássico, e com que eles finalmente percebessem que eu estava ali

-Seu nutrionista liberou isso? -perguntou minha vó olhando para o meu prato com um belo sanduíche

-Creio que não, majestade. Mas...eu não quero ele mandando no que eu vou comer. O melhor da vida é comer -digo fazendo meu avô rir e a minha vó suspirar de raiva

-Estou fazendo isso pela sua saúde, Maria -diz ela

-Não, não tá não -digo fazendo todos largarem o que estavam comendo e me olharem com espanto. Negando a fala da rainha? Meu Deus, se eu fosse outra pessoa estaria morta! -A senhora está fazendo isso pela minha imagem que deveria ser magra! Há milhares de pessoas lá fora que vão se inspirar em mim, e eu acho que eles devem entender que existe milhares de corpos diferentes e que todos são bonitos do seu jeito

-Gostei disso, querida...amo essas ideias modernas da América -diz meu avô me apoiando

-Eu já não opino mais em nada -diz a rainha com certeza me matando mentalmente

-Falando no povo aviliano...eles parecem estar bastante curiosos para conhecer a sua nova princesa -diz Morgana

-Tem mais gente lá fora do que no dia da sua coroação como Rainha, Amélia...cuidado que essa garotinha vai roubar o seu lugar hein...beleza pra isso ela tem -diz Edward levando a boca o seu café amargo

-Eu não preciso de beleza pra conquistar o respeito do povo -respondo na lata o fazendo se engasgar com o café

-MARIA! Mas o que está acontecendo com você!? Lembre-se das nossas lições...nada de respostas ásperas -me repreende Amélia

-Desculpe, majestade...acho que é a ansiedade pela importância do dia de hoje...

-Já falei pra você me chamar de avó -diz ela

Eu passei o resto da manhã decorando o meu discurso e ouvindo lá de fora a movimentação do povo aumentando cada vez mais. Até helicópteros dos jornais faziam a cobertura ao vivo!

-Esse povo é muito doido -digo rindo, porém nervosa e ansiosa

Depois do almoço minha vó veio conversar comigo sobre o fato do nutrionista e do meu corpo. Curiosamente ela me entendeu. Achei estranho, mas me desculpei pelo jeito que falei com ela

-Eu te amo, Maria...só quero o melhor pra você -dizia ela no meio do abraço apertado que davamos

Só foi ela sair do meu quarto que os torturadores entraram

-Hora de começar a se arrumar -diz Apoline cantarolando

-Já estava com saudades das torturas de vocês -digo os fazendo rir

Elas passaram base, pó, corretivo e tudo que era preciso para que eu tivesse uma pele perfeita. Me fizeram um delineado, arrebitaram meu cílios, avermelharam minhas bochechas assim como os meus lábios

Em meu cabelo foi feito um coque muito bem preso

-Ficará perfeito quando a coroa for colocada -diz Thomas -Vou buscar o vestido

Thomas e as meninas saíram me deixando sozinha

Ia me aproximando do espelho para ver qual teria sido a obra de arte que fizeram em meu rosto, mas fiquei parada no meio do caminho ao escutar alguém me chamando a porta

-Alteza, eu posso falar com a senhorita? -perguntava Henry de costas evitando ver algo indecente

-Ahn, claro...pode se virar, Henry -digo rindo

Ao se virar, os olhos claros de Henry se juntaram aos meus em um olhar que me prendia. Um olhar doce. Um dos poucos olhares verdadeiros que vi ali

-Você está...tão linda -diz Henry pausadamente. Diria que o seu sorriso de canto de boca era meio conquistador e lindo por inteiro

-Obrigado...mas, esse não é o meu vestido é o meu roupão...só pra deixar claro! -digo o fazendo rir

-Ca-ca-claro! -ele parece voltar a si e se dar conta da coisa "errada" que fazia -Eu vim porque me esqueci de agradecer por você não dizer a rainha que passamos na cozinha ontem

-O que tinha a gente estar na cozinha?

-A nobreza não se relaciona com os plebeus, alteza -responde ele -Na verdade eu nem deveria estar conversando com a senhorita agora, eu deveria estar apenas fazendo a guarda da porta dessa sala...e é isso que vou fazer. Queria vos falar isso antes que se torne de fato um princesa -ele se curva e caminha para a porta

-Espera! -grito o fazendo parar os passos apressados -Veio dizer isso por que acha que quando eu me tornar princesa, serei uma pessoa diferente do que sou agora?

-Talvez seja isso que todos esperam -diz ele me olhando

-O que você está fazendo aqui dentro soldado? Ele está te importunando alteza? ELE ESTÁ? -gritava Thomas trazendo nas costas o comprido vestido

-Claro que não, Thomas! Eu achei que tinha visto uma barata e....

-UMA BARATA! -grita ele jogando vestido no chão -AÍ MEU DEUS! AONDE!? -ele sobe em minha cadeira -MATA! MATA! MATA!

-O soldado já matou -digo rindo da cena -E tá levando pro lixo

-Isso mesmo, alteza...com licença -diz Henry igualmente risonho saindo do quarto

-Desculpe o escândalo, alteza -diz Thomas descendo da cadeira

Apoline e Augustine já tinham pego os vestido do chão

Thomas foi quem apertou novamente o meu espartilho. Apoline e Augustine me ajudaram com o vestido pesado

-Irei dizer que você já está pronta, alteza -diz Catarina sendo a última a sair do meu quarto, fechando a porta

Eu consegui finalmente caminhar até o espelho e ver a nova Maria, bem diferente daquela maltrapilha que saiu do Brasil

Eu não pude escolher o vestido que usaria, mas ele era igualmente lindo. Sua cor era bege com vários detalhes em cor de ouro. Obviamente comprido e estufado. O vestido original era tomara que caia, mas para a cerimônia extremamente conservadora foi posto algo por cima de meus ombros que mais se parecia com um esvoaçante e comprido colete, da mesma estampa do vestido.

Eu estava feliz? É, eu acho que estava. Apesar de ainda questionar se a ideia de ser eu mesma seria boa

Assim que vesti aquele vestido eu me dei conta de que uma nova fase na minha vida acabava de começava. E algo dentro de mim me motivava

Abri a gaveta, peguei o meu discurso e pelo reflexo, por mais uma vez, eu vi alguém. Na verdade, um vulto passando por trás de mim. Me viro rapidamente

-Barão Edward? -pergunto assustada -O que o senhor está fazendo aqui?

-Vim desejar boa sorte a alteza -responde ele parado perto de minha cama

Sua voz me dava medo, na verdade ele POR INTEIRO me dava medo!

Estavamos sozinhos dentro do quarto. Talvez agora eu realmente me via como a donzela indefesa, com aquele vestido tão pesado eu não poderia me defender tão bem

-Eu também vim dizer que sei bem quem estava me vigiando no quartinho perto da cozinha -fala Edward se aproximando

-Eu não estava vigiando ninguém

-Hum, então talvez a sua avó fique feliz em saber que você estava escondidinha com o soldado, um plebeu...

-Parece que você não veio só me desejar boa sorte -falo o encarando com um medo terrível

-Sabe altezinha... -Edward girava ao meu redor -Se você não estivesse viva era EU quem subiria ao trono de Avilan...me tornaria o reino desse país. Com certeza bem melhor do que o seu avô é...

-Isso me faz acreditar que foi o senhor quem matou os meus pais

-Parece que você tem uma boa intuição -diz Edward parando a dois passos de distância, em minha frente

-Como você pode fazer isso? -falo com os olhos cheios de lágrimas, quase vomitando de tanto nojo -Como você pode matar alguém da sua família? Alguém que você viu nascer, crescer...alguém que você ajudou a criar? O filho da sua irmã...

-Com a mesma coragem que eu tenho de matar uma altezinha que se acha a dona da verdade!

-SOLDADO CABALLERO! -grito

-Não tem ninguém lá fora. Parece que o plebeu recebeu a ordem para averiguar a sacada do pronunciamento -Edward se aproxima de mim e alisa meu rosto -Seria um grande desastre se você morresse hoje...ninguem nunca descobriria quem foi...ou talvez a culpa caísse pra cima do soldado Caballero -ele agarra com força o meu braço

-É melhor você me largar...me larga, Edward...ME LARGA! -grito tentando puxar o meu braço. Mas, era impossível, ele era bem mais forte do que eu

-Eu terei o prazer de te ver morta. Avilan precisa de mim como rei -Edward pega de seu bolso uma faca pequena e bem afiada

No desespero consigo com meu outro braço acertar um soco em cheio no seu rosto, o fazendo cair quase que desacordado

Passo por cima dele e corro para a porta, com aquele terrível sentimento de pesadelo o qual parecia que a cada passo a porta ficava mais longe

Minha mão tocou na maçaneta e a de Edward em meu vestido. O Barão o puxou me fazendo rolar no chão, em seguida montando em cima de mim

Eu gritava! Ah como eu gritava com todas as minhas forças por socorro. Mas, lá fora, a gritaria era muito maior

-Eu lhe furarei por inteira! Cada centímetro do seu corpo! -dizia ele erguendo a faca

Tentava impedi-lo de chegar mais perto de mim o afastando com as minhas mãos em seu peito

Edward sorria para mim de uma maneira sórdida, nojenta e arrepiante

Eu já não estava aguentando mais sustentá-lo.

O corpete prendia o meu ar. Ele sentado em cima de mim também me deixava sem ar! Eu chorava, eu desesperadamente chorava

Aceitei o meu fim e cedi as forças em meus braços. Fechei meus olhos e sentia a fria ponta da faca encostar em meu peito

-Serei o temeroso rei de Avi...co...co...

Edward teria se engasgado? Ouço a faca caindo no chão, mas ainda o sinto em cima de mim. Abri meus olhos e vi Henry agarrado ao pescoço do barão, o sufocando. Edward tentava se soltar

-Henry, é melhor parar -digo amedrontada com a cena

Henry parecia não me escutar. Parecia estar tomado pela raiva. Barão Edward já estava ficando roxo e eu definitivamente não queria que aquela cena acontecesse ali em cima de mim

-HENRY, PARA!

Henry lança-o no chão perto da porta. Edward demora um pouco, mas se levanta, com o seu nariz sangrando, pegando a sua faca no chão. Henry toma a minha frente, como quem fosse o meu escudo

-Eu não vou sucegar até te ver morta, princesinha! Quero te ver num caixão assim com eu vi a sua mãe! -cambaleando, Edward sai do meu quarto

O medo tomou conta do meu corpo que se tremia por inteiro. As lágrimas chegaram aos meus olhos

-Está tudo bem alteza? Ele te machucou? -pergunta Henry

Respiro ofegante. Fecho meus olhos. Tomo fôlego

-AONDE DESGRAÇA VOCÊ ESTAVA!? Pensei que o seu trabalho fosse ME vigiar as VINTE QUATRO HORAS DO DIA!!! -grito nervosa

-Aaaah agora você quer a MINHA proteção, alteza? -pergunta Henry pondo as mãos sobre a cintura -Pensei que era um exagero da sua AVÓ!

Fiquei calada o encarando nervosa

Henry me encarava de volta. Ele bufa de raiva e se ajoelha a minha frente

-O que você está fazendo? -pergunto ficando mais irada ainda

-Me perdoe alteza Maria. Eu deveria estar aqui. Esse era o meu único dever e eu falhei como o miserável que sou...peço o perdão de vossa alteza mesmo não sendo digno de tal honra...-dizia Henry de cabeça baixa

-Henry, levanta daí!

-Estou pronto para aguentar qualquer tipo de punição e até a minha morte de for necessária -continuava ele

-Henry, para com essa besteira -digo incomodada com aquela cena de total subordinação -Levanta daí

-Eu preciso fazer isso alteza -fala Henry ainda de joelhos, sem me olhar

-Eu falei pra você se levantar daí, mano! -digo nervosa o puxando pelo braço, o obrigando a se levantar

-Eu falhei alteza e isso é o que fazemos quando cometemos algum erro -continua ele

-Se você cometer um erro é só pedir desculpa! Não precisa se humilhar desse jeito!

Henry tinham em seu rosto um olhar meio confuso e triste

-Estou perdoado? -pergunta ele

-Desde que isso não se repita de no...

-Não vai! Eu prometo! Prometo estar colado em você a toda hora

-Eu acho que não precisamos de exageros -digo sorrindo aliviada e contente -E eu já não pedi para você parar de me chamar de alteza?

-Edward te machucou ? -pergunta Henry sério

-Não, ele fez pior -mordo meus lábios -Edward matou meus pais -meus olhos se embassam -E vai me matar... -lagrimas de desespero e tristeza invadem o meu rosto

Henry se aproxima de mim

-Não vou deixar que isso aconteça -diz ele

-É claro que não. Porque se eu morrer você também morre. Porque afinal de conta ninguém se importa comigo e sim com o que eu significo...

-Eu me importo com você -suas mãos suavemente tocam o meu rosto -Maria

Ergo meus olhos e o encaro. Meu coração se derreteu. Eu não sei como, mas derreteu. Eu tava sentindo algo que eu nunca senti. Era estranho, dava medo, e ao mesmo tempo era...era bom. Muito bom

-Maria temos q... -ia dizendo Catarina entrando com tudo no quarto

Eu e Henry nos separamos

-A nomeação já vai começar -diz ela olhando nervosa para Henry -Você estava chorando? O que aconteceu? Quem morreu?

-Maria descobriu que Edward foi quem matou o príncipe Mark e a princesa Marisa -responde Henry

-O QUE!? Meu Deus! Isso está melhor que Avenida Brasil! Eu sempre desconfiei dele! Esse barão nunca me desceu -diz Catarina

-Eu preciso contar isso pra rainha -falo indo em direção a porta

-Nada disso! -diz Catarina tomando a frente -Ela não vai acreditar em você sem ter provas!!! A Rainha protege aquele irmão com unhas e dentes!!!

-Acho melhor tomarmos cuidado daqui pra frente, mas pensamos nisso depois da nomeação -diz o soldado

-Henry tem razão, estão todos esperando pela maravilhosa e esplêndida, alteza Maria

-Não exagera -falo finalmente rindo

-É sério! Você está MAA-RAA-VI-LHOOO-SA nesse vestido -fala Catarina

Pelo corredor chegamos até a escadaria principal. Catarina parou bruscamente em minha frente me fazendo trombar nela

-O que foi? -pergunto franzindo a testa

-Vamos avisar aos músicos que você já está aqui -ela passava mais maquiagem em meu rosto -Quando você escutar o som dos violinos é só descer

-SOZINHA!?

-Comigo é que não vai ser -responde Catarina se distanciando de mim

-Você está bem? -pergunta Henry ao meu lado, talvez percebendo a minha cara pálida

-Deve ter muita gente lá embaixo -falo em desespero -Com certeza vou tropeçar nessa escada

Henry toma a minha frente e segura as minhas mãos

-Se calme alte...Maria -diz ele rindo. Eu amava o ver rindo -Se vocês se sentir desconfortável, enquanto todos a olha descer as escadas, olhe para mim...fixe seu olhar nos meus, apenas nos meus...

Eu estava praticamente enfeitiçada olhando para aqueles lindos olhos verdes brilhantes que mais se pareciam com belas esmeraldas. Os olhos de Henry deixavam transparecer a calma que eu deveria sentir

-Vamos Henry! -gritou Catarina o fazendo soltar minhas mãos e ir atrás dela

Os violinos que Catarina tinha dito começaram a tocar acompanhado de pianos, tomando forma de uma musica suave

Eis que surgi então no topo da escada, olhando para aquele tanto de gente importante. Teria que descer as escadas e andar por um corredor de gente até chegar na sala dos tronos. Uma longa jornada para quem era muito tímida

Apoiei minha mão no corrimão gelado de bronze e desci o primeiro degrau

Eu estava insegura. Sempre fui. Mas, agora parecia que essa insegurança tinha aumentado. Meu coração saia pela boca, nada ali podia sair do controle. Seu eu tropeçasse seria o meu fim!

Por medo travei no meio da escada

Todos ainda me olhavam, mas agora comentavam uns com os outros sobre o meu vestido, o meu cabelo ou sobre qualquer semelhança que eu tinha com os meus falecidos pais

Olho para Henry, semi escondido atrás de uma viga. Ele sorria...ele sorria lindamente para mim, me trazendo uma paz que é impossível encara-lo e não sorrir junto.

Continuei a descer os últimos degraus olhando fixamente para Henry

POV RAINHA AMÉLIA

-Nossa neta está tão linda -digo a vendo andar pelo corredor, em nossa direção

Maria caminhava por um corredor ocupado por cadeiras de madeira e estofado vermelho, onde as pessoas que antes a olhavam já se acomodavam. A luz do dia atravessava os vitrais coloridos iluminando a sala por completo. Debaixo dos seus pés se tinha um comprido tapete vermelho, que no seu fim se encontrava um bispo e meus avós

Uma câmera gravava toda aquela cerimônia para que ficasse guardada, e que mais tarde fosse transmitida no jornal oficial. Não foi transmitada nos milhares de telões, pois sua imagem só seria vista depois da nomeação

Chegando no fim do tapete rei Robert veio a receber. Segurando na mão delicada de Maria ele a ajudou subir os três degraus do altar

-Você está linda minha querida -diz ele com um sorriso sincero

-Obrigado, vô -ela agradece emitindo a mesma forma de carinho

O rei e a rainha se sentaram nos maiores e sobrepostos tronos, enquanto Maria pode se sentar no trono a direita do rei

-Boa tarde irmãos -começa a falar o bispo -Hoje vós conhecereis a sua verdadeira princesa...Princesa esta que perdeu os seus pais e foi dada como morta. Princesa essa que passou a sua vida inteira vivendo na miséria em um país de terceiro mundo. Princesa essa que apesar da pouco idade já passou por tantas adversidades, necessidades e tristezas...mas, que agora está aqui entregue ao seu destino que o nosso Deus Pai reservou a ela

O bispo pega então a sua bíblia e após ler um trecho a leva até Maria, que com a mão direita sobre o livro escuta a pergunta

-Vossa alteza jura honrar a coroa aviliana e governar, futuramente, este reino visando a glória e a sucessão do legado?

-Juro -responde Maria

O bispo então caminhou até um mini pilar onde, em cima de uma almofada vermelha, estava a coroa que Maria tinha escolhido

O bispo mandou-a se levantar e ir até o centro do altar

-Pelo poder em mim investido, eu declaro Maria d'la Chermont, Princesa de Avilan -ele coloca a pequena coroa em sua cabeça -Que Deus a abençoe

Cena que todos do mundo inteiro já assistiam pelos telões e TVs

Começou-se a ouvir um barulho imenso que no começo parecia com os de uma gigantesca tempestade se aproximando, mas logo pode se notar que eram as palmas e gritos do povo lá fora comemorando o fato de terem uma nova princesa para chamar de sua. Alguém tem dúvidas de que Maria ficou contente com isso? Ela pela primeira vez sentiu que o seu povo a amava

A elite burguesa ali de dentro também batiam as suas palmas de uma maneira, é claro, mais silenciosa

Seguindo os protocolos, os monarcas levaram Maria até a sacada mais alta do castelo. Sua primeira palavra como princesa deveria ser com o povo

A multidão fervorosa do outro lado do muro do castelo se reuniam para poder ver a sua nova princesa.

O rei e a rainha foram quem apareceram primeiro na sacada, fazendo o povo imediatamente ficar em silêncio

Maria via tudo aquilo por uma fresta da cortina.

Ainda em meio a alguns barulhos o rei começou a falar

-Meu querido povo de Avilan eu não poderia estar mais feliz. Desde que o nosso filho morreu -ele olha pra baixo e respira fundo -Esse reino perdeu a sua alegria e quase saiu dos trilhos...É com grande alegria que noticiados que nossa neta está viva e que agora temos uma princesa entre nós -todos novamente comemoram -Hoje, retorna a esse reino alguém que daqui a alguns anos será a vossa rainha...alguém que eu confio plenamente a vida do meu povo -diz rei olhando sorridente e em um tom orgulhoso para Maria -Avilianos, curvem-se diante da sua princesa alteza Maria d'la Chermont

Maria cruzou aquelas cortinas avermelhadas dando de cara com uma multidão, o seu maior pesadelo. Todos se curvaram em uma perfeita sincronia, em seguida ficando em um silêncio ensurdecedor sendo cortado com o barulho de alguns passarinhos que cruzavam o céu

O Rei deu passagem para que Maria declamasse o meu discurso no microfone

Maria respirou fundo e se recordou das milhares de apresentações que já fez na escola. Não deveria ser diferente

-Olá povo de Avilan -o silêncio continua. Ela engole a seco a saliva -Estou muito feliz em retornar para este reino e ser a princesa de um povo tão unido...

Ela estava nervosa, ainda mais por conta dos telões em que seu rosto em foco parecia

-Bem, o meu papel como princesa e participar de bailes, fazer ações de caridade e ser uma imagem bela a ser seguida -continuou ela -Eu deveria vir aqui apenas agradecer o carinho de vocês, mas ao invés disso quero prestar um juramento

Os seus avós a olhavam sem entender absolutamente nada

-Juro respeitar os direitos dos cidadões da capital e das províncias. Juro me empenhar ao máximo para me tornar a rainha que tanto precisam. Juro que sempre colocarei o bem estar de vocês e farei sempre o melhor, pra vocês!

O povo em silêncio ainda a encaravam sem expressão nenhuma

Entre as milhares de perguntas que se passavam na cabeça de Maria estavam elas: Será que eles não gostaram de mim? Esperavam coisa diferente, ou melhor? Será que estou fazendo certo em ir além de só agradecer?

Mesmo assim ela continuou e deu a suas últimas palavras

-E se preciso for...juro que darei o meu sangue pelo meu povo...Obrigado por me receberem tão bem

Lá no fundo, no meio da multidão, um grito surgiu

-SALVE A PRINCESA DE AVILAN

-SALVE! -gritaram todos em coral estremecendo até o chão onde pissavam

Fogos coloridos surgiram no céu e o povo começou a pular, a gritar, a bater palmas, a comemorar. Parecia até uma final da Copa -risos

Algumas pessoas levantaram cartazes que desejavam-a "Boas Vindas", diziam que a amam e vários outros dizeres

Havia também milhares jornalistas que tiravam milhares de fotos daquele momento, com os seus flexes que cortavam as retinas de qualquer um

-Acho que eles gostaram de você, querida -diz Rei Robert

POV MARIA

Foi verdadeiramente mágico ver aquelas pessoas felizes por algo tão pequeno

Ver a felicidade deles. Esse era o meu principal trabalho apartir daquela nomeação

-Vamos querida -chama meu avô já na parte de dentro da sacada. Aceno para eles e entro com o coração transbordando de amor e felicidade

Voltamos para o andar debaixo do castelo onde estava rolando a festa de comemoração. Eu finalmente entendi o porquê do castelo ser tão grande e ter tantas salas, era pra comportar toda aquela gente. Estava tudo absurdamente lotado!

-Vocês viram o tanto de jornalistas!? -perguntava a minha avó em extasi -Nós iremos bombar na mídia! Isso vai trazer mais e mais turistas!! E o melhor de tudo...ganharemos mais di...reconhecimento

É! Parece que a minha ideia de que eu era apenas um animal num zoológico, um entretenimento estava certa

Meus avós, como pedia os bons modos monarcas e com muito orgulho, passearam junto a mim pelo andar inteiro do castelo comprimentando cada pessoa e, é claro, agradecendo a presença

Aquele corpete prendia o meu ar. O vestido me pinicava e era pesadelo. Aqueles sapatos estavam me matando! Meu Deus, eu só queria me sentar e tomar um refri!

A melhor parte desse role todo foi ver a cara de Edward ainda roxa por conta do meu soco -risos

-Bem, acho que já comprimentos todos né Amélia? Agora eu preciso ir comprimentar os meus aliados -diz meu avô

-Eu posso ir também? -questiono já feliz com a possibilidade de conhecer, muito provavelmente, homens de cabeça dura

-Não seja tola, minha pequena! -me repreende Amélia -Você vira comigo! Quero te apresentar a algumas de minhas amigas...

Eu preferiria mil vezes ir com o meu avô, afinal um dia eu seria uma rainha e precisava conhecer os meus aliados, sabe lá Deus porque

Rainha Amélia, de nariz empinado sem nem sequer olhar para o chão que pisava, me apresentou a várias das mulheres dos presidentes, ministros e dos representantes. Tinha vários montinhos delas espelhados pelo salão. Todas muito bem vestidas, com brincos e joias enormes e caríssimas. Falavam sobre os mesmo assuntos que Julie trará comigo dias atrás: moda, viagens, bailes que foram, vida com os maridos, luxo!

-Você está linda, alteza -diz Margaret, filha de uma delas

-Obrigada, vocês...também estão...lindas

-Ah! Modéstia da alteza -diz Sueli

-Eu não acho -diz Consuerth -Eu passei horas no salão! Era obrigação deles me deixarem linda!

Elas riam. Ah como elas riam! Mano, que saudade das minha amigas e das nossas conversas filosóficas

-Alteza, o que acha de marcarmos um chá um dia desses? -pergunta Margaret

-Eu ia adorar -diz totalmente mentindo

Obviamente minha vó se deliciava matando a saudade das amigas

-Alteza eu adorei o vosso discurso. A parte do sangue pelo povo, foi tão...façanhoso, estupendo... -diz Baronesa Anais IV, mãe de Margaret

-Foi verdadeiramente adiposo! -diz a marquesa Ève

-Obrigada -digo sem entender muito bem o significado daquelas palavras, mas sabia que era algo bom. Eu acho...

-E um pouco repulsivo não acham senhoras!? -pergunta Julie fazendo todas rirem -Você seria capaz de fazer isso mesmo, alteza? Deixar o seu sangue azul derramar-se pelos plebeus

-Se eu jurei...eu acho que sim

-Ela tem muito a aprender ainda -diz minha vó novamente fazendo todos rirem

Nós então, finalmente, saímos daquele montinho

-Vó, eu não deveria conhecer os maridos delas!? Tipo...quem realmente governa o país? -cochicho enquanto caminhávamos e sorriamos

-A não ser que você queira se envolver com algum deles -responde a Rainha rindo

Eu a olho séria e assustada

-Seu avô te apresenta a eles depois, mais tarde, em outra ocasião, daqui a a alguns anos -fala ela como se aquilo não tivesse valor -O mais importante agora é você fazer amizade com as filhas e as mulheres deles...

-Mas quando eu for governar Avilan, infelizmente, não vai ser com as mulheres deles que farei negócio

-Talvez, quando você se tornar rainha não fará negócios com ninguém

-Como assim?

-O mundo dos negócios é um lugar seco, rude, asqueroso, Maria -ela para o seu andado e me olha -Não é lugar para um mulher delicada, como nós -a rainha pega uma taça de champanhe que passava na bandeja de um servente -Você tem que seguir o meu exemplo...deixe os negócios para seu marido e seja livre para fazer compras, amizades, jogar conversa fora...

-Eu com certeza não farei isso

-É o que uma rainha faz...hum...Olha só quem está chegando

Rainha Elizabeth II entrava pela prpta principal do castelo de Avilan, junto com sua família unida e tradional. Ela era baixinha e fofa, muito fofa! Dava vontade apertar as bochechinhas dela!

-Elizabeth...como vai? -diz Rainha Amélia apertando sua mão frigida. Era o único contato físico que a Betinha gostava e que só os mais íntimos podiam fazer. Li isso em uma revista -risos

-Vou muito bem, Amélia -responde Elizabeth com sua voz rouca sorrindo para sua amiga -Essa deve ser sua neta

-Maria essa é a Rainha Elizabeth II, a quem você já deve conhecer -fala minha vó

Eu sempre quis conhecer aquela monarca histórica! E agora ela estava ali, sorrindo para mim

-Majestade...encantada -digo segurando na barra do meu vestido e me curvando

-Que moça educada Amélia -diz Betinha se aproximando em seguida de mim -E tão linda -ela alisa meu rosto. Óbvio que achei aquilo muito estranho -Seus olhos me lembram os de seu pai e sua pele a de sua mãe...me parece que será uma bondosa princesa e um dia uma excelente rainha

-Assim seja -diz minha vó enciumada

-Alteza...receba esta lembrança em nome da família real britânica -diz Kate maravilhosa em um vestido verde musgo

Imediatamente abri a pequena caixa vermelha e encontrei um ovo todo trabalhado em joias preciosas. Um ovo de casca transparente em que em seu interior tinha algumas imagens em miniatura dos principais lugares de Londres

-É um ovo Febergé, tem poucos no mundo. Significa o nascimento, a esperança de um futuro melhor...mas também a amizade entre os nossos reinos

-Obrigado, eu adorei -digo encantada com aquela raridade

Alguém puxa a barra do meu vestido e quando olho para baixo vejo que era a pequena Princesa Charlotte. Me abaixo na sua altura e ela me entrega uma florzinha quase já murcha

-É a flor mais linda que eu já vi -digo pegando-a -Obrigada

-Você está muito bonita, alteza -diz Harry se curvando em minha frente e eu obviamente agradeci me segurando ao máximo para não rir ao me recordar da discussão do café

-Aproveitem a festa-diz minha vó continuando a nossa andança

POV HENRY

Fiquei observando Maria andando pelo salão, de um lado pro outro. É claro que aquele era o meu trabalho -não desgrudar os olhos dela- mas isso era impossível já que a alteza estava linda e seu sorriso era encantador, sua felicidade (por mais que seja passageira) radiava em seu rosto perfeito

-Ela é bonita né meu filho? -pergunta minha mãe, com uma bandeja em mãos, parada ao meu lado

-É sim mãe...a mais linda garota que eu já vi...

-Meu filho...não faça isso com a sua vida

-O que? -pergunta a encarando

-Não se apaixone pela alteza Maria, pois você irá se machucar...ela é da realeza, provavelmente só te vê como um simples soldado grudento

-Maria não é assim mãe. Ela é diferente

-Todas as princesas são iguais Henry, todas! -afirma minha mãe

-Por alguma acaso o seu trabalho é ficar aí parada? Anda! Vai servir os convidados! -ordenava Thomas fazendo minha mãe sair apressada -E você? Está fazendo o que aqui?

-Estou de olho na alteza. Fazendo o meu trabalho -digo nervoso pelo jeito que ele tinha tratado minha mãe

-Pode ter certeza que aqui é um dos lugares mais seguros do planeta, pode se retirar! Está estragando a decoração da festa -ele diz isso rindo e já se distanciando

Ao me virar, do de cara com Catarina

-O que você pensa que está fazendo? -pergunta ela

-Nada

-Nada? Quando eu cheguei no quarto você estava quase beijando a alteza e agora não tira os olhos dela! Você está ficando louco?

-Tenho certeza que sim

-A rainha deixou bem claro o que ela esperava da gente. Nem uma palavra, apenas a companhia!

-Você também não está indo pelo caminho imposto pela rainha

-Mas eu consigo disfarça, já você...Henry, amor não dá pra disfarçar

POV MARIA

-Querida, quero que você conheça um dos nossos maiores exportadores e também meu grande amigo, o rei da Espanha, Auro Afonso Albelló

Finalmente alguém que realmente governa um país, pensei

-Não precisa falar meu nome inteiro Robert, nos conhecemos desde criança -diz Rei Auro. Ele tinha uma aparência mais velha do que a de meu avô, com algumas marcas faciais de possíveis lutas e de velhice mesmo -Alteza, é um prazer conhecê-la -ele de curva -Gostei muito do vosso discurso. Foi de uma finura e classe inigualável da realeza

-Obrigado -agradeço -Vocês se conhecem desde pequenos?

-Com certeza! Robert foi quem me ensinou a governar um reino -responde Auro

-Quando eu nasci você já era rei a muito tempo -diz meu avô gargalhando. Pareciam ser muito amigos mesmo

-Maria, essa é a rainha Suzanne e o nosso amado Príncipe Albert -diz minha vó sorrindo para eles

Os dois tinham cara de serem bem aquele povo nariz empinado, sabe? Um almofadinha da zona sul, burguês que sempre teve tudo na mão

Príncipe Albert pegou minha mão e a beijou demoradamente dizendo em seguida:

-Estou profundamente encantado com tamanho beleza e formozura que você alteza tem -sua voz era aveludada, rouca e gostosa de ouvir

Eu sorri. Quem não gosta de ser elogiada por um príncipe bonitão? -risos

-Vocês devem ter a mesma idade, podem ser...amigos -diz Suzanne

-Claro -digo

-Maria, está na hora da valsa...O acha de dançar com o Príncipe Albert? -sugere a Rainha

Obviamente eu preferia dançar com o meu avô, que era alguém que eu já conhecia, que não me causaria nenhum constrangimento e que também que não iniciaria um burburinho

Mas, minha vó me olhava com uma cara tão nervosa que tive muito medo de negar-me

-Ficarei encantada -digo quase me engasgando com a mentira

Um jazz desconhecido e bem parecido com aquelas músicas dos contos de fada começou a tocar fazendo vários casais começaram a dançar, incluindo meus alegres e apaixonados avós. Príncipe Albert tomou a minha mão e me conduziu para o meio do salão. No caminho, as outras altezinhas que ali estavam suspiravam e só faltavam se desmanchar

Albert, com uma intimidade que não tínhamos, colocou sua mão sobre minha cintura, mas eu a coloquei mais acima, no meio de minhas costas. Estava o máximo de distância dele possível. Eu estava totalmente desconfortável com aquilo. Eu não sei porque, mas não ia com a cara de Albert

Ele não tirava os seus olhos de mim. Olhos azuis. Ele tinha lindos olhos azuis. Sua pele branca como papel era perfeita e parecia ser macia. Albert tinha cabelos loiros e levemente ondulados quase nos ombros

-Então Maria -diz ele tentando puxar assunto

-Princesa Maria -o corrijo

-Muitas meninas queriam estar dançando comigo agora -diz Albert

-Aé? Então por que me escolheu para dançar essa valsa?

-Eu gostei do seu discurso. Você me parece ser alguém forte a quem quero estar do lado. Gostei da parte em que diz que dará o sangue pelo seu reino -ele ri

-Qual é a graça? -pergunto

-Sangue só se vê em guerras e convenhamos que guerra não é lugar para mulheres -fala Albert ainda rindo

-Guerra não é lugar apenas para um tipo de ser humano, os covardes -falo -Principalmente aqueles que ficam em casa esperando que seus soldados morram...na verdade, guerra não é lugar para ninguém

-Mesmo que a guerra aconteça sabemos que o seu lindo sangue azul não será derramado ...porque são os reis que comandam, a alteza querendo ou não 

-Eu jurei e vou comprir -digo ficando nervosa com toda aquela conversa

-Pelos plebeus? -ele debocha 

-Com toda educação, eu já estou de saco cheio de você

Albert me rodopiou e grudou os nossos corpos. Meu nariz estava bem perto do dele e sua mão me impedia de recuar

-Eu adoro uma princesinha durona...

-Pois é, mas eu não -me levanto -Foi um prazer dançar com você

Saio em direção a majestades

-Majestades, eu estou um pouco cansada, posso me retirar?

-Claro querida -responde meu avô -Boa noite

Aquela festa com certeza duraria até de madrugada. Nunca fui de festas, e isso não ia mudar

Aquele comprido e silencioso corredor que dividia os quartos se tornou sombrio. Estava tudo meio escuro, sendo iluminado apenas pelas luzes que vinham lá de fora que passavam pelas compridas janelas

Escuto passos vindo atrás de mim. Cada vez mais perto, mais perto e mais perto...

Será que era Albert? Edward? Um matador de aluguel?

Me viro de vez para ver quem era

-HENRY!!? -pergunto -JÁ É A SEGUNDO VEZ QUE VOCÊ QUASE ME MATA DO CORAÇÃO

-Desculpe alteza -pede ele um pouco estranho, seco, frio, assim como foi no primeiro dia

Alteza!? Pensei que ele passaria a me chamar pelo meu nome

-Aconteceu alguma coisa? -pergunto

-Nada, alteza -responde Henry sem me olhar

Eu continuei andando

-O Albert é um babaca -falo rindo -Primeiro ele me disse que tinha muuuuuuitas meninas que queriam estar no MEU lugar, dançando com ele. Depois falou que guerras não é lugar para mulheres -risada -Aquele cara é uma piada ambulante -abro a porta do meu quarto

-Uma piada ambulante que você aparentemente amou -fala Henry me fazendo parar os passos

Henry estava com ciúmes? Com ciúmes de mim? Se ele estava com ciúmes era porque ele gostava de mim. Ele gosta de mim como eu gosto dele?! Pera, eu gosto dele!? Ai meu Deus!

-Henry, do que você está falando? -pergunto me virando pra ela -Eu detestei o jeito que o Albert me tratou!

-A alteza não me deve explicação sobre sua vida -diz Henry com as mãos pra trás -Boa noite, alteza -ele põe a mão na maçaneta

-Espera Henry -o impeço de fechar a porta -Dança comigo?

-Dançar com você? -pergunta Henry sem entender franzindo a sua testa e me olhando confuso

-Sim -respondo -A valsa era o momento mais importante e inesquecível da coroação e Albert estragou tudo...na verdade, a única parte boa do meu dia foi ver o povo feliz

-Eu não acho que dançar com a alteza seja correto -fala ele -Eu não sou um príncipe e nem estou vestido para a ocasião

-Só você pode tornar a minha noite especial -falo olhando em seus olhos em súplica pedindo

Henry ainda me olhava confuso, mas mesmo assim me estendeu a mão. A segurei sorrindo

Henry juntou uma de suas mãos a minha no alto, e a outra deslizou pela minha cintura parando no quadril

Não tinha música e nenhum som para nos acompanhar. Era apenas nós dois e a lua nos observando da sacada. Era loucura nós dois ali juntos, tão próximos

Henry me conduzia na valsa tão bem quanto qualquer príncipe. Nossos olhos não se desgrudaram um só minuto, assim como o sorriso não saiu de meu rosto

Ele me rodopiou e os nossos corpos se uniram. Larguei a sua mão e me aconcheguei em seu peito quente

Eu não estendia o porquê, mas sentia que ali, entre os seus braços, era o lugar mais seguro do mundo. Foi o único momento e lugar que me senti em casa

-Eu estou com medo...muito medo -desabafo em tom de sussuro

-Nada vai acontecer com você enquanto eu estiver aqui -diz Henry me envolvendo em seus braços -Juro pelo meu sangue...

Ergui os meu olhos e o vi sorrindo

-Obrigado por me salvar

Fomos nos aproximando bem devagarinho, com ele me olhando daquele jeitinho bobo. Em um impulso nossos labios se selaram Passo minha mão em sua nuca e ele, com sua mão forte pressionava minha cintura.

O seu beijo me levou para outro mundo. Era tão doce e calmo que perdi a noção de tudo, e a única coisa que passava na minha cabeça era o quanto eu queria aquele beijo. Perdi o meu ar e...

-Isso é errado alteza! -diz Henry se distanciando de mim -Muito errado...

Ele sai todo avuado do quarto

Um sorriso enorme veio ao meu rosto

Foi errado? Porque foi errado se o beijo foi tão bom?


Notas Finais


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