História Uma Princesa Entre Nós - Foi um prazer

POV RAINHA

Durante esse tempo todo eu me mantive na sala. Mandei que meus serventes me trouxessem velas e as ascendessem. Rezei milhares de vezes para que os anjos lá do céu guardassem a minha Maria

Edward e sua família se mantiveram sentados no sofá imóveis. Não me ajudaram com as velas, não me ajudaram com as rezas.

A cada hora que se passava, a minha esperança se ia embora. No relógio já passará das sete da noite

Uma angústia martelava em meu peito junto com a seria agonia e dor que minha doença me causava

-Majestade, a senhora precisa ir para o quarto descançar -diz Thomas

-Não irei descansar sem Maria do meu lado -falo

O tic tac do relógio, o barulho do mesclar de chiclete de Julie, do tricotar de Morgana e de Edward bebendo vinho me irritava

-Você não tem coração? -pergunto irritada -Maria pode ter morrido e você está aí tomando vinho?

-Não me importo com isso -responde ele friamente virando a taça -Eu avisei para ela não ir sozinha. Eu me voluntarizei para ir no lugar dela...se Maria morreu foi porque quis

Eu o olhava espantada. Nunca tinha visto aquele lado brutal e frio do meu irmão. Ele percebendo o meu descontentamento se levanta e me abraça

-Desculpa minha irmã! Não foi isso que eu quis dizer. Desculpa -diz Esward me apertando

-O CARRO QUE LEVOU A ALTEZA ESTÁ CHEGANDO -gritou Thomas correndo para a porta

POV MARIA

Para subir os degraus da porta de entrada do castelo me apoiei em Henry

A porta rapidamente se abriu com o olhar assustado de Thomas a cruzei

-Maria! -me abraçou minha vó com tanta ternura que nem mesmo parecia ela. Por breves momentos achei que nunca mais a veria então a abracei forte também -Fiquei com tanto medo de te perder -sussurra ela -Para mim você não é minha neta e sim minha princesa que nunca tive -ela aconchega a cabeça em meu ombro -Por que você gosta de me dá susto? -ela se solta de mim e começa a me bater -Eu não posso passar por isso!

-Desculpa vó, mas eu só queria resolver isso -digo desviando dos seus tapas estalados

-Você está bem, alteza? -pergunta Morgana -Se machucou?

-Apenas torci o meu tornozelo -respondo

-QUE SANGUE É ESSE NO SEU VESTIDO? -gritou Julie

-Thomas chame IMEDIATAMENTE um médico -grita minha vó -Vamos querida se sente ali no sofá

-Espera... -digo olhando para Henry que era abraçado por sua mãe e que também me olhava

Eu não pude nem mesmo lhe agradecer, pois a rainha mesmo frágil conseguiu me arrastar para sala e para um lugar distante dele

-Bem, vejo que tenho muita coisa pra fazer -diz Edward se levantando do sofá -Agora eu tenho que resolver o que a altezinha não resolveu, pois aparentemente ela só se sujou -risos -Eu te disse alteza...com aquele plebeus selvagens uma boa conversa nunca resolve nada! Mas é claro...vocês mulheres nunca nos ouvem e ainda acham que podem tudo fazer tudo que nós homens fazemos! Mas, quando o problema bate na porta quebram a cara -gargalha

-Edward eu resolvi o problema e não tem mais nenhuma rebelião acontecendo -digo calmamente me sentando no sofá

-Como é que é? -pergunta ele dando meia volta e fazendo dessa vez a rainha rir

-É isso mesmo que você escutou -digo sorrindo e saboreando a doce vitória -Caro Barão Edward, primeiramente eu quero que você se exploda junto com o seu machismo! Em segundo lugar...consegui uma trégua de dois dias até que meu avô volte e possa negociar com o ministro -o encaro - mAcho que não foi dessa vez que o barãozinho da rainha conseguiu destruir a plincesa -falo com uma fala manhosa rindo da sua cara

-É Edward! Você precisa confessar...Maria é uma ótima princesa -diz minha vó ainda rindo

Edward sai todo bravinho subindo as escadas batendo os pés

Aí como eu amei fazer isso! -risos

-Você não deveria tratar o seu irmão dessa forma -diz Morgana indo atrás do marido

-Ande Maria, nos conte com mais detalhe tudo o que aconteceu -pede a rainha e eu lhe cinto com detalhes tudo o que aconteceu

-O outro soldado que foi com a gente infelizmente morreu... -digo triste e ainda mexida com o fato

-Vamos buscar o corpo dele e fazer um enterro digno querida. Não se preocupe -diz minha vó

O médico da família finalmente chegou e examinou o meu tornozelo inchado. Ele mesmo o envolveu em umas ataduras parecidas aquelas de múmias

-O senhor já deve estar de saco cheio de vim aqui quase todo santo dia hein? -pergunto o fazendo rir

-Alteza, eu recomendo um breve repouso para que o seu pé daqui a alguns dias volte ao normal -diz o médico logo se despedindo

-Alteza, o rei Robert ao telefone deseja falar com você -fala Thomas

-Lá vem bronca -digo pegando o aparelho de sua mão

-Oi vô... sim está tudo bem...an...Aham resolvi tudinho...quando o senhor chegar a gente conversa melhor...pode deixar que vou acalmar ela...beijinhos...também te amo -desligo

-Já que agora está tudo bem com o seu pé, acho melhor nós duas irmos descansar -fala minha vó

Com o meu pé enfaixado em subi com dificuldade as escadas junto com minha vó que queria por que queria que Thomas me carregasse no colo

Deixei minha vó em seu quarto e fui para o meu

-Alteza é bom te ver denovo -diz Victor fazendo um toque de mão comigo

Entrei no quarto e Catarina me agarrou pelo pescoço nos rodopiando e nos fazendo cair na cama

-MARIA! QUE BOM QUE VOCÊ ESTÁ BEM! -dizia ela

-Catarina meu pé! Sai de cima! -falo

-Desculpa! Desculpa! Desculpa! -fala Catarina se levantando -Eca! O que é isso na sua roupa? Não acredito que te abracei assim! Mas tô feliz que você voltou, pensei que isso não aconteceria...mas, eu tinho certeza que isso só aconteceu por causa de Henry

-Nossa, obrigado pela confiança -digo me sentando na cama

-É a mais pura verdade -diz ela

-Catarina...teve um momento em que uma arma estava apontada em minha cabeça e eu realmente achei que iria morrer, mas...Henry soco a cara de cinco homens e me salvou -a olha -Eu acho que ninguém nunca faria algo assim sem ser ele

-Henry te ama muito Maria...se fosse a Abigail que tivesse ali Henry teria a deixado lá

-Na verdade eu acho que ele a ajudaria -digo me levando -Mas não dá mesma forma...

-Maria, vocês dois se gostam e é até um pecado ficarem separados!

-Eu preciso tomar um banho e descansar -digo me levantando

Em meu closet peguei minha camisola e fui para o banheiro onde tomei um demorado banho pensando em tudo que tinha acontecido. Parecia até uma sonho, ou um filme de aventura que com certeza seria estrelado por Angelina Jolie

Catarina arrumava a minha cama afogando todos os travesseiros, mesmo eu dizendo que não precisava ela insistia em fazer isso todas as noites

-Vai dormir Catarina -digo rindo

-Já vou! -diz ela terminando de ajeitar o edredom grosso pra noite fria que iria fazer

Escutamos dois toques na porta e quando olhamos pra lá vimos o soldado Caballero

-O que você quer aqui Henry? -pergunta Catarina me vendo imóvel o olhando

-Eu vim saber se o pé da alteza está melhor -responde ele

-Essa foi a desculpa mais esfarrapada que eu já ouvi -diz Catarina caminhando em sua direção. Henry estava vermelho igual um pimentão -Não vou segurar vela. Vocês dois tem muita coisa pra conversar. Estarei aqui pela manhã para te acompanhar até a aula, Maria -ela olha de cima a baixo Henry e em seguida sai fechando a porta

-Seu pé está melhor, alteza? -pergunta Henry depois de um tempo me encarando

-Já pedi pra você não me chamar de alteza -digo séria

-Não sabia se deveria continuar te chamando de Maria -diz ele me calando

-Meu pé está melhor sim. Só preciso de repouso -digo fugindo os olhos dos seus -Desculpa por não ter te agradecido antes por ter salvado a minha vida e ficado ao meu lado

-Eu só fiz o meu trabalho...e o que meu coração pedia

Caminho até a minha penteadeira de onde eu tiro a medalha que Henry tinha mandado fazer um colar para mim. Lhe tiro a corrente

-Acho que isso tem mais sentido ficando com você -digo pondo a medalha de volta em sua farda

-Estava falando sério quando disse que eu fui a pior coisa qua já aconteceu em sua vida? -pergunta ele segurando minha mão que antes estava em seu peito

-Sim -lhe vejo abaixar a cabeça decepcionado -Mas eu estava mentindo -ele me olha com os seus brilhosos olhos verdes pelos quais eu era enfeitiçada -Mas na hora em que eu disse que o universo todo conspirava contra a gente eu estava falando a verdade

-Talvez possamos provar que o universo as vezes erra

-O que quer dizer com isso?

-O que eu quero dizer Maria, é que a maior certeza que eu tenho nesse mundo é que eu te amo

-Se houvesse amor não haveria traição

-Eu não posso te afirmar que não te trai porque naquele noite eu bebi e não me lembro de nada...a única coisa que eu preciso é que você acredite em mim

Lubrifico meus lábios e respiro fundo

-Eu não quero ser a pessoa que vai separar uma família -falo

-Você não vai separar uma familia que não existe. Aquilo nunca será uma família -Henry segura meu rosto com uma de suas mãos -Eu nunca vou gostar de Abigail como eu gostei de você, como eu gosto de você...como eu amo você

Ele facilmente aproximou meu rosto do seu fazendo ser impossível o nosso beijo não vir à tona. Passei minhas mãos pelo seu cabelo molhado e pressionei seus lábios contra os meus. Nossas línguas em perfeita sincronia e a sua mão gelada em meu rosto transformavam aquele beijo no melhor que eu já senti. Meu coração queimava, parecia que uma bomba atômica tinha explodido dentro de mim

-Voltamos ao que era antes? -pergunta ele rapidamente largando meus lábios

-Podemos tentar não é!? -pergunto voltando a lhe beijar

Uma de suas mãos adentrou pelo meu cabelo e a outra enlaçava minha cintura. Fui andando para trás e ainda presa em seu beijo me deitei na cama com ele por cima de mim.

Seus beijos suaves descem pelo meu pescoço até chegarem em meu ombro desnudo pela camisola regata. Seu avanço era lento, deixando uma trilha de formigamento para trás. Sentia o cheiro doce do seu cabelo recém lavado

-Maria...tem certeza?

-Nunca temos certeza de nada nessa vida, Henry -digo o fazendo tirar a camisa e encarando o seu corpo

Durante toda aquela noite dos seus lábios o meu nome saiu em tom de gemidos e entre suspiros. Naquela noite fria nossa pele se aqueceu e nossos corpos se encaixaram num ritmo perfeito

Foi uma noite mágica e maravilhosa! Não lhes dou mais detalhes do que isso, pois não me sinto confortável para tal exposição. Mas, Henry fez sentir-me mulher. Escolhi o homem perfeito para tal momento. Sei que me arrisquei ao quebrar um dos votos mais importantes de Avilan, mas não esperava me arrepender

Henry me amava e eu amava Henry

Sentia confiança nele e sabia que era com aquele soldado com quem eu iria viver ao lado para sempre. Henry era o meu amor de uma vida inteira. Ele era a pessoa mais doce e companheira que eu já conheci

No fim me aconcheguei em seu peito suado e ali adormeci. Vim me acordar no dia seguinte com as batidas violentas na porta

-MARIA ABRE AQUI! Maria! -gritava Catarina socando a porta

-Henry, acorda! -digo assustada vestindo minha camisola -Anda, Henry! Catarina está na porta -digo o empurrando de um lado pro outro

-O que!? -pergunta Henry rolando da cama e caindo. Eu ria

-Que barulho é esse? Maria, abre logo! -continuava Catarina

-Eu preciso me esconder -diz Henry pulando em uma perna só, tentando vestir as calças -Debaixo da cama...

-Não! Vai ser o primeiro lugar que ela vai procurar!

-Vá abrir a porta. Eu me viro -diz Henry terminando de abotoar a calça

Não era dessa maneira desesperada que eu esperava acordar depois daquela noite

-Catarina -digo abrindo a porta

-Por que demorou tanto? -perguntou ela extremamente nervosa

-Estava procurando a chave -digo

-Por que trancou a porta?

-Porque você sabe muito bem que estamos vivendo sobre ameaça

-Tem um perfume estranho vindo daí de dentro -diz Catarina me empurrando pro lado e entrando

-Não tem nada de estranho -digo indo atrás dela

Catarina procurou por alguém no banheiro, no closet, atrás das portas, debaixo da cama, em todos os lugares possíveis e não achou ninguém

-Eu disse que não tinha ninguém aqui -falo igualmente espantada por Henry não estar mais ali

-Ahan...estão te esperando para o café...não se atrase -diz Catarina me encarando com o seu olhar desconfiado

Catarina me deixa sozinha novamente no quarto

-Henry? Tá por aí ainda? -pergunto olhando para todos os lados

Escuto um toc toc e quando eu olho pra varanda lá estava ele. Corro para abrir a porta, pois lá fora estava congelando e Henry estava só com as suas calças

-Me lembre de nunca mais fazer isso -diz ele trimilicando e entrando novamente para o quarto

-Pensei que você tinha sido treinado pra suportar o frio -digo o fazendo me olhar nervoso

-Preciso ir antes que notem o meu sumiço -fala ele vestindo a blusa que tinha deixado escondida atrás do travesseiro -Tenho certeza que Catarina vai atrás de mim -ele caminha para a porta e eu o acompanho. Henry fica parado por alguns segundos olhando para a porta, em seguida ele se vira e me agarra pela cintura me fazendo rir -Está tudo bem mesmo entre a gente?

-Está...ainda estou muito confusa com essa questão de filho, Abigail e tudo mais...só que também sei que queremos ficar juntos então eu acho que isso já basta...desde que nunca mais se repit...

-Não irá! Nunca jamais, em hipótese alguma -diz ele me beijando em seguida -Bom dia alteza

-Tenha um bom dia soldado -digo sorrindo e sentindo sua mãos se soltarem de minha cintura

Quando Henry saiu eu me joguei na cama. Tudo estava voltando ao que era antes. A felicidade retornava para o lugar de onde nunca deveria ter saído