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História Uma Promessa de Amor - Laços


Escrita por: LaisCarolLara

Notas do Autor


Olha quem voltou um pouquinho mais cedo! \o/ #Euzinha! ~sei que falei que ia postar domingo, mas não rolou~ desculpem? 😓'

... Eu quero dedicar parte desse cap a uma das minhas leitoras, minha "querida leitora" rsrs Escrevi ele pensando em vc ~BrenaMoraes!

Bem... Eu falei que estávamos na reta final e tals, e sim, estamos, porém... Como a autora de vcs não consegue deixar passar momentos simples e em família eu não consegui escrever a gestação delas em um cap (como eu havia imaginado) pq gosto de descrever momentos "comuns" então ainda vou estender essa fase por mais uns dois ou três cap... (Talvez seja uma boa notícia né?) Esse cap tem uma interação mais leve com nossas protagonistas, não era a intenção escreve-lo assim, mas aprovei o resultado final, desejo que apreciem e pensem no eu tentei passar com ele... Enfim, rsrs acho que já falei demais...

Boa Leitura amoras!📖👓

Capítulo 49 - Laços


Fanfic / Fanfiction Uma Promessa de Amor - Laços

 

A noite estava abafada, Cora batia os pés no piso do avião enquanto esperava a partida do vôo para sua terra natal.

"Vai ficar tudo bem mamãe..."

Cora lembrava das palavras ditas pela filha mais nova, seu coração estava apertado, sonhou tanto com um reencontro amigável, não imaginava-se naquela situação. Ela lembrava de Ruth quando ainda bebê, uma bebezinha indefesa de apenas dois meses levada para o orfanato. Ruth foi adotada rapidamente por uma família de classe média, família qual não cuidou adequadamente da pobre bebê e esta foi levada para o abrigo novamente, os anos se passaram e Ruth ainda adolescente fugiu daquele lugar miserável, não tinha esperanças de encontrar uma família, não depois de ter voltado várias e várias vezes para aquele lugar. Sua vida não lhe deu chances de acerto, se envolveu com pessoas do tráfego e desde então virou usuária das malditas drogas, muitas delas, ela vendia o próprio corpo para se alimentar dos entorpecentes. Se gerou filhos? Seis que ainda se lembrava, todos deixado para adoção, hoje homens ou mulheres formados, não sabia nome ou sexo dos bebês na época, muito menos suas famílias, não fez questão de ve-los, sabia que não poderia ser uma boa mãe, tampouco dá uma educação adequada para eles, sabia que seu vício sempre venceria, sua melhor opção foi entrega-los.

Agora aos 47 anos lutava para sobreviver, lutava à dois meses, mas não por ela, por ela já teria morrido no instante que aquele carro veio em sua direção em alta velocidade a atingindo fortemente, um milagre, os médicos diziam que um anjo a abraçou no momento do impacto, às vezes foi mesmo alguma entidade divina ou sobrehumana. Ruth estava grávida de quatro meses no dia do acidente e nem mesmo ela sabia de tal coisa, ainda sobre os efeitos dos remédios para amenizar a dor os médicos lhe pediram para lutar, lutar pela criança que carregava no ventre, sua saúde era precária por conta das drogas ingeridas anos e anos, uma grávidez em idade tão avançada só piorava o quadro grave que se encontrava, os ferimentos do acidente estavam quase cicatrizados ao fim daqueles 60 dias, no entanto ela permanecia sob os cuidados de bons médicos numa clínica para dependentes químicos, não deram alta para a mulher, pois eles sabiam que ela voltaria para as ruas. Além de ter sobrevivido ao carro desgovernado, a irmã de Cora teve outro caso de sorte, um médico de bom coração custeou seus remédios e as despesas na clínica particular em que ele fazia parte. Ruth rogou a Deus por finalmente ter alguém que a olhou como um ser humano. Ela sentia falta das drogas, estava a ponto de fugir dalí, mas não o fez, aquela criança não tinha culpa alguma de seus erros, lutou e permaneceu até que um agente desconhecido a encontrou dizendo que tinha uma irmã que a procurava, chorou, chorou e chorou, soluçava aos prantos, um sorriso e um suspiro de alívio, suas orações foram ouvidas afinal, alguém se importava com ela, alguém de sua verdadeira família. Uma irmã.

Zelena segurou firme a mão da mãe assim que avistou as terras da cidade do México. Regina queria muito ir com a mãe, mas não poderia deixar Emma e Henry, além de que seu estado não permitia tantos esforços ou emoções elevadas, abraçou Cora fortemente no aeroporto, passando toda confiança que a mãe precisava no momento, pediu para Zelena informar qualquer novidade. E lá estavam elas, paradas em frente a porta do quarto onde Ruth encontrava-se.

- Entre mamãe... - Zelena incentiva ao perceber que Cora suspirava pesarosa segurando a maçaneta a quase um minuto. - Vou esperar aqui, vá sozinha, quem sabe fica mais a vontade... - sugeriu e lhe deu um sorriso que transmitia segurança. Cora meneou positivamente e tomou uma longa lufada de ar.

Ao abrir a porta seus olhos varreram o quarto, ele era simples, porém aconchegante, havia uma cama no centro e uma pequena cômoda ao lado, uma porta de correr dava acesso a uma área externa não muito grande, cabia duas cadeiras apenas e lá estava Ruth, sentada fitando o nada, parecia pensar intensamente, uma de suas mãos acariciava o vulume em seu ventre. Cora olhava a irmã a algum tempo, mas não sabia como chama-la ou agir, Ruth ainda que de costas parecia secar algumas lágrimas, estava submersa em pensamentos de como teria uma vida diferente se tivesse família. Mills pode imaginar o quão sofrida foi a vida de sua irmã mais nova pelos vários fios brancos espalhados em seus cabelos, suas expressões faciais lhe davam uma idade muito maior do que realmente tinha. Suspirou se culpando internamente por nunca ter enxergado a possibilidade de uma investigação. Aproximou-se lhe tocando o ombro.

- Olá... - a mulher mais nova se virou com uma expressão confusa, não era hora da medição. De repente sua face mudou e um sorriso brotou dos lábios de Ruth.

- V-Você...? - perguntou esperançosa. - Minha irmã? - tentou conter a vontade de abraçar a desconhecida.

- Cora Mills... Quero dizer... Eu... É... Sim... Sou eu sua irmã... - pensou em abraçar mas conteve-se e para a surpresa da mais velha, a outra lhe agarrou num abraço sôfrego, carregado de emoção, ambas despejavam ali toda a necessidade que tinham daquele gesto tão comum, mas que para o momento era extremamente significativo. - Ruthinha... - chorou em meio ao abraço. - Minha bonequinha... - chamou pelo apelido de tantas décadas atrás, quando ainda era uma criança que só queria permanecer junto dos irmãos.

Depois daquele abraço caloroso elas conversaram um pouco, seus mundos eram de fato opostos, a mais optou por uma conversa leve pautada nos gostos da mais nova, após um tempo Ruth mostrava-se cansada devido ao estado de sua grávidez, Cora percebera e não queria importunar, falou que voltaria outra hora, porém a mais nova segurou nas mãos da irmã e suplicou para não deixa-la sozinha.

- Nunca mais a deixarei minha irmã! - afirmou apertando as mãos da mulher que logo caiu em sono profundo.

Zelena que aguardava a mãe decidiu bater a porta, visto que já havia se passado horas desde que entrou na sala.

- Mamãe...? - sussurrou ao notar que sua tia dormia.

- Shiiu! - fez um gesto para fazer silêncio em seguida chamou com as mãos.

- Está tudo bem?! - notou as expressões cansada na face da tia. - Vocês conversaram? Deve está com fome mamãe...

- Oh sim... Eu não quero sair daqui agora... Ela pediu que eu ficasse... - sorriu para filha sem desviar os olhos da irmã. - Vou leva-la para Nova York e pagar a melhor clínica... - contou esperançosa. - Ela terá uma vida digna ao menos agora, e poderá dar um futuro para essa criança... Malévola e eu vamos cuidar dos dois... - citou a companheira com um sorriso largo nos lábios, realmente estava amando.

- Quando vai contar para Regina mamãe? Ela tem o direito de saber... Tenho certeza que ficará tão feliz quanto eu e Roland... - Zelena refere-se ao recente relacionamento de sua mãe.

- Bem... Eu ainda não sei como contar algo desse tipo... Digo... Eu fui tão contra e conservadora a relação de Regina e Emma... - suspirou arrependida pelas tantas vezes que quis acabar com o relacionados da filha. - Eu estou pagando com a língua por fazer tal coisa... - usou a metáfora para explicar seu temor, não havia malícia em sua fala, no entando, ela falara com Zelena.

- Desnecessário dizer que é com a língua mamãe! - a ruiva revirou os olhos numa clara provocação e explodiu numa gargalhada em seguida, ela não perdia uma! Nem num lugar como aqueles. Cora a fitou com fúria, mas logo deixou a gargalhada lhe acometer acordando Ruth de seu sono leve.

- Quer dizer que minha irmã e sobrinha colam velcro... - Ruth ainda de olhos fechados segurou o riso em meio a tosse. - Família tradicional essa que eu pertenço... - segurou o riso mais um pouco, mas quando abriu os olhos e viu o olhar indignado da irmã explodiu na gargalhada com Zelena.

- Olha só para quem puxei mamãe! Tia Ruth tem carisma! - a ruiva falou em meio as risadas, Cora juntou-se a elas, realmente estava sendo um encontro inusitado.

Regina foi informada de tudo detalhadamente assim que Zelena voltou do México, havia se passado quase um mês desde que Cora estava com Ruth na clínica, queria muito transferir a irmã para Nova York, ela estava morrendo de saudades de Mal, mas não poderia deixar Ruth naquele estado, os médicos não deixariam ela viajar de avião com o risco de entrar em trabalho de parto, como a grávidez de Ruth oscilava a qualquer momento o bebê poderia nascer.

Em Nova York os dias se passaram voando, as reclamações de Emma aumentaram em relação ao corpo, o peso, dores nas costas e abdômen, sem contar que Swan estava com os seios enormes já produzindo colostro¹, Regina tentava da melhor maneira possível ajudar a esposa lidar com os desconfortos, dizia que isso tudo indicava que seus bebês estavam crescendo saudáveis, a loira continuava sensível ao extremo, Mills seguiu o bom conselho de Tinker e passou a por em prática, amava e mimava a esposa o quanto podia e quando sua paciência favorecia.

Era meio de agosto o calor ainda se instalava na cidade, Henry a algum tempo estava mudado, por mais que estivesse ansioso e feliz pela chegada dos irmãos sentia também algo muito próximo ao ciúme, ele estava mais manhoso e exigente de atenção, não queria ficar longe das mães por muito tempo, na correria do dia a dia Regina e Emma mal notaram tal mudança, até que a pedagoga do menino chamou ambas para uma reunião particular.

- Eu não entendo professora, Henry sempre foi um menino esperto... - Regina não compreendia.

- Sim, ele é mães, nunca duvidem disso! Eu o tenho observado e isso tudo não passa de uma fase... Vocês conseguem compreender aonde desejo chegar? - a mulher levantou o óculos e encarou as mães.

- Ele está com ciúmes... - Emma responde pensativa, passava a mão em sua barriga de 6 meses e meio.

- Ciúme? - Regina disse para si, não havia pensado naquilo.

- Sim amor... Eu consigo lembrar da Elsa quando Anna nasceu, claro que ela estava feliz, mas isso não é tão fácil de uma criança digerir... - recordou-se da prima.

- Exatamente sra. Swan... Eu tenho conversado bastante com nosso pequeno Henry, porém preciso que conversem com ele em casa também... Que incentivem e incluam ele nas decisões sobre os bebês... - aconselhou. - Imagino que tudo deva estar de pernas pros ares, visto que ambas estão grávidas, mas não deixem o pequeno Henry de lado... Isso reflete no bom desenvolvimento dele aqui... Ele precisa de vocês agora, até mais que antes, ele precisa ser amado...

- Está insinuando que não amo meu filho?! - Regina levantou da cadeira apoiando as mãos na mesa, fuzilava a professora que se assustou com gesto.

- Amor? - Emma tocou a mão da esposa, mas seu gesto foi totalmente ignorado.

- Sra. Mills acalme-se... Eu não disse isso... Pelo contrário, sei o quanto dedicam-se por ele, só quis reforçar, pois entendo que a família passa por um momento delicado... - seu tom de voz saiu calmo, sabia lidar com aquele tipo de reação.

- Nós compreendemos professora... Regina e eu vamos ficar mais atentas ao nosso garoto... - apertou a mão da pedagoga. - Obrigada... - segurou no ombro da esposa guiando-a para fora da sala. - Não precisava disso amor... Ela só quis ajudar, você sabe que temos dado minima atenção a Henry... - lembrou dos meses corridos.

- Meu Deus Em! Ele sente nossa falta... - sentou-se num banco no corredor com os olhos marejados. - Estou falhando... Não quero falhar como mãe... - desabafou, estava preocupada o filho de fato andava cabisbaixo.

- Ninguém é perfeito amor... Todos falhamos, basta consertamos isso... - sentou-se ao lado da esposa lhe tocando o queixo. - Quer saber? Vamos conversar com a diretora e levar nosso filho para escolher conosco a nova casa! O que acha? - sugeriu com uma expressão alegre.

- Hm... Ele vai adorar... - pode visualizar a cena, Henry era muito prestativo.

- E podemos deixar-lo escolher que cor pintar as paredes, ajudar com a decoração e móveis, vamos deixar Henry fazer parte disso tudo, nosso garoto anseia por nossos bebês tanto quanto nós... - tocou na barriga da esposa e ela espelhou o gesto transmitindo carinho.

Como combinado elas pegaram o filho na escola, o garoto faltou pouco pular, ele festejou a folga no meio da semana, abraçou o melhor amigo Hércules e saiu da sala saltitante segurando as mãos das mães.

- O que vamos fazer mães? Pra onde vamos? - perguntou entrando no carro.

- Vamos escolher uma casa nova para moramos querido... - Regina sorriu para o menino pelo retrovisor.

- Wow! Sério? E eu vou poder ajudar a escolher? - levantou os bracinhos.

- Oh sim meu amor... Você já é um homenzinho e faz parte das nossas decisões! - enfatizou a última frase e pode ver pelo espelho do carro os olhos dele brilhar.

- Isso é muito maneiro! Vou escolher meu quarto! Mamãe Emma eu quero uma casa com jardim! - tocou o ombro da mãe que acariava a barriga sem parar. - Constrói uma casa na árvore pra mim? - ela riu com o pedido empolgado do filho.

- Depois que sua irmãzinha nascer... Combinado? - bagunçou os cabelos castanhos.

- Sim mamãe!!! - levantou do banco para abraçar o pescoço da loira.

- Henry... Senta direito... - a morena pediu preocupada.

- Ele não vai se machucar amor... Só veio me dar um abraço gostoso não é mesmo garoto? - apertou o menino entre o vão do banco do carona, Regina revirou os olhos, mas sorriu contrariada.

- Quer ir para o banco de trás amor? Fica lá com Henry... - sugeriu já que os dois pareciam não querer desgrudar.

- Vêm mãe Em! Eu quero que fique comigo! - empolgou-se ainda mais.

- OK OK! Vocês venceram! Estou indo! - tirou o cinto enquanto Regina desacelerava para parar o carro e Emma ir para o banco de trás, porém a criança interior da loira pareceu desperta e ela passou para o fundo do carro ainda em movimento.

- Emma!!! Por Deus! Custava esperar eu parar? - Regina falou assutada, Emma parecia ofegante.

- Estou bem! É só... Ai!!! - uma pontada lhe atingiu o alto da barriga.

- Em...

- Mãe?

- Estou bem... Já disse... É essa pequena que fez o favor de chutar... - explicou para esposa e filho, os dois respiraram aliviados.

- Deixa eu sentir mamãe! - Henry encostou a cabeça na barriga da mãe. - Oh! Mexeu mamãe! Ela tá mexendo muito! - disse com os olhinhos arregalados.

- Sim meu garoto... Ela gosta de você, gosta da sua voz... - tomou o filho em seus braços.

- Eu vou ajudar a cuidar dela mamãe! - prometeu acariciando a barriga da loira.

- Sim... E vai ensinar muitas coisas legais também não é? - tocou a pontinha do nariz.

- Yeehh!!! Vou ler livros pra elas e ensinar a jogar vídeo game! Qual será o nomezinho delas mães? - ainda brincava com a barriga volumosa.

- Não sabemos ainda querido... - Regina parou em frente a grande casa. - Chegamos!

- Uauuu! Isso é uma mansão mamães quero morar aqui! - Henry desceu do carro correndo pelo espaçoso jardim, Regina e Emma sorriram com a reação do filho, elas procuravam um lugar maior para morar há algum tempo e incluir o menino na escolha do lugar foi uma boa ideia.

O corretor mostrou todos os cômodos, de fato era uma grande casa, havia um amplo escritório no térreo perfeito para Regina, a cozinha ganhou Emma de primeiro instante, tudo naquela mansão parecia ser feito especialmente para elas, quando chegaram nos quartos foi a vez de Henry se manifestar e logo escolheu seu espaço, seu quarto ficava de frente para o jardim que o ele correra ao descer carro, havia quatro quartos no andar superior e Emma e Regina já tinham a decisão tomada.

- Acho perfeito... - Regina abraçou a esposa de lado, elas estavam na varanda do quarto que seria delas.

- Eu estava pensando o mesmo... - sussurrou juntando os lábios aos da morena. - Henry parece muito feliz com esse espaço todo... - observou o filho falando com o corretor no jardim, o pequeno tagarelava mostrando aonde gostaria de construir a tal casa na árvore.

- Eu gostei do nosso novo lar... E... Quero plantar uma macieira bem alí! - apontou para o jardim, nessa hora seu bebê chutou. - Eii meu amor... OK... A árvore vai crescer juntinho com você e sua irmã... - sorriu para esposa enquanto conversava com a barriga.

- Você acha que será o quê? Quero dizer eu acho que será outra menina... - acariciou a barriga da esposa em seguida beijou-lhe o ventre, Regina sentiu o coração disparar com o gesto ao mesmo tempo que seu bebê agitava-se com a voz da outra mãe.

- Eu não sei... Tanto faz, estou tão feliz que isso realmente não importa, só desejo que tudo ocorra bem, pra você e pra nós... - tocou na barriga da esposa e ela segurou suas mãos.

- Seu toque me faz tão bem... Sinto como se ela fosse pular daqui de dentro e te abraçar... - confessou e recebeu um lindo sorriso emocionada em troca.

- Sei exatamente o que você sente... Toda vez que me toca eu sinto uma ligação tão forte... - encostou a testa na esposa. - É possível eu te amar ainda mais? É possível eu querer estar ao seu lado assim, todos os dias? - contornou os lábios finos com o polegar. - Por mais que eu me irrite com você ou queira te ver longe às vezes... - sorriu tímida passando uma mecha de cabelo para trás da orelha. - Sempre vou buscar por seu abraço na hora de dormir... Sempre vou buscar em você o meu conforto, a minha paz...

- Meu coração ainda dispara quando vejo você chegar... - Emma fez outra confissão de olhos fechados, curtindo o carinho e as palavras inusitadas. - Eu não me canso de fazer amor com você... - abriu as orbes verdes para mergulhar nas íris amendoadas que brilhavam intensamente. O amor delas era palpável naquele momento. - Seus olhos... - sorriu fitando a esposa profundamente. - Ainda me levarão ao infern... - não pode terminar a frase, Regina lhe revindicou os lábios com carinho, seus dedos emaranharam nos cachos loiros e novamente seus corações dispararam com a aproximação repentina, o beijo aprofundou e ambas estavam ofegantes.

- Aiii!!! - as duas gemeram em uníssono, quebrando o beijo e  tocando suas barrigas levemente doloridas. Elas caíram na gargalhada quando deram conta que seus bebês haviam chutado quase que no mesmo instante.

- Mãããees! - Henry gritou do meio da escada. - Estou com fome! - entrou no cômodo vazio saltitante agarrando as duas ao mesmo tempo.

- Own meu príncipe, então vamos procurar um lugar para preencher esse buraco negro que você chama de barriguinha... - fez cócegas no menino e ele caiu na gargalhada.

- Eu não sei você amor, mas estou com tanta fome quanto nosso garoto! - Emma fez cafuné no filho que recuperava o fôlego após a sessão cócegas. - Preciso de um hambúrguer triplo! - lambeu os lábios, podia sentir sua boca aguar de vontade.

- Wowww! Eu quero mamãe! - Henry levantou os bracinhos. - Depois um 'milk shake' de chocolate!!! - sorriu largo para loira.

- Ah mas vocês estão sonhando mesmo... Não vamos comer lanche na hora do almoço... Sua mãe bem sabe disso... - fuzilou a esposa. - Não é mesmo srta. Swan? - arqueou uma das sobrancelhas e pós uma mão na cintura.

- Podemos abrir uma excessão! Para comemorar a compra da casa... - tentou convencer, mas sua esperança morreu quando viu a expressão séria da morena. - OK! Dieta saudável... - soltou o ar frustrada.

- Nada de hambúrgueres, batatas fritas ou refrigerantes... - Henry completou a frase mecanicamente, ninguém dobrava aquela morena.

- Muito bem... Vocês já sabem a lição... - sorriu irônica para os dois que reviraram os olhos desanimados.

Após assinar os termos de compra e venda do imóvel os três seguiram para o restaurante da loira, não estava aberto ainda, mas Emma quis cozinhar pessoalmente para esposa e filho, claro que Mills só concordou se fosse um cardápio saudável e condizente com suas gestações. Henry ajudou a mãe preparar os alimentos, ele lavou as verduras e colocou a mesa junto com a mãe morena. Almoçaram alegres fazendo planos e planos para a decoração da nova casa.

Alguns dias se passaram e Cora permanecia na cidade do México, para a tristeza da senhora Mills, Ruth estava internada num quadro grave outra vez, os médicos tentavam segurar o bebê a todo custo, porém a própria mãe não tinha mais forças para lutar, necessitava pelo bem dela e do próprio filho. O relógio marcava 00:32, Cora cochilava na poltrona ao lado da irmã, aqueles poucos dias foram únicos e prazerosos para ambas as mulheres, por mais que fosse um ambiente hospitalar elas desenvolveram um laço familiar forte, Ruth sentia-se viva, parte de algo pela primeira vez na vida, se sentia inteira, a ligação que tinha com Cora era algo especial, queria muito ter vivido a infância ao lado da irmã mais velha, ainda assim estava grata pela chance de conhecer-la, nem que fosse no fim dos seus dias.

O sono de Ruth estava agitado, era assim todas as noites, a falta das drogas fazia a mulher ter pesadelos constantemente, Cora acordou como de costume, velava o sono da irmã a espera de alguma melhora ou na tentativa de acalma-la, mas aquela noite algo acontecia, seu coração parecia apertado demais, ela segurou a mão da irmã num gesto carinhoso, precisa aliviar aquele pressentimento ruim. Uma enfermeira entrou no quarto para injetar a medicação, porém não o fez, a moça de branco saiu apressada da sala e em seguida havia uma equipe de médicos no local. Ruth estava perdendo o bebê.

Tudo aconteceu muito rápido, Cora foi retirada da sala as pressas e Ruth foi levada para o centro de emergência, ela pode ouvir sua irmã gritar, deduziu que sua sobrinha nasceria pré matura, teve certeza quando ouviu o choro baixo do bebê e o silêncio se instalar na sala, sua alegria e alívio foi imediato, entrou na local sem a permissão dos médicos, precisava saber se tudo estava bem, alguns profissionais cuidavam daquela pequena bebê, ela era tão pequena e frágil que Mills temeu pela vida da recém nascida, quando finalmente olhou para irmã se assustou com cena, ela estava pálida ao extremo e os médicos corriam na tentativa de estancar a hemorragia, de imediato Cora aproximou da irmã e ela tentou sorrir quando viu a mais velha segurar o choro, Cora não conseguia pronunciar uma palavra se quer, sentia medo.

- Cuida dela... Não a deixe sozinha... - Ruth pediu com a voz fraca, seus olhos estavam inundados pelas lágrimas de emoção, pela primeira vez após seis partos permitiu-se olhar para filha nos braços dos médicos, lamentava internamente por não poder segura-la.

- V-Você irá cu-i-dar de-la... - Cora gaguejou em meio as lágrimas que vieram sem sua permissão, segurou firme na mão da irmã.

- É uma pena eu não poder viajar de avião com vocês... - fechou os olhos buscando ar.

- N-Nãoo diga isso... Nós... Nós vamos para Nova York juntas! Vo-você irá realizar seu sonho... - apertou mais a mão da irmã, Ruth tentou sorrir, mas uma forte tosse a atingiu. Os médicos injetavam remédio e corriam contra o tempo para conter o sangramento, mas sem êxito, ela não reagia aos medicamentos. - Você não pode me deixar agora! - Cora segurou os ombros da irmã. - Vo-você irá conhecer Archie e Greg... Vamos tirar uma foto de irmãos para por no porta retrato... Vamos escolher a decoração do quarto da sua pequena... Vo-você ainda não... - puxou o ar na tentativa de dissipar as lágrimas. - Vou te levar para conhecer o mar! E-e comer o pêssego empanado da minha nora!  - suas palavras soaram como uma promessa.

- Pêssego empanado...? - falou com a voz quase nula, sua respiração estava fraca, mesmo de olhos fechados fez um esforço que não tinha para sorrir brincalhona. - Eu-eu n-ão v-ou comer isso... - tentou fazer cara de nojo em meio a nova onda de tosse.

- Shiiu! Minha nora tem talento... Irá adorar a sobremesa... E irá gostar dela e da minha outra filha... Você tem sobrinhos-netos lindos e-e... - Cora recusava-se a acreditar, aquilo não estava acontecendo, depois de anos sem sua irmã, ela não poderia partir agora! Um nó formou em sua garganta, ela não suportou, sabia que Ruth estava morrendo, chorou desolada abraçada ao corpo da irmã.

- E-e... Duas princesas a caminho... - afirmou tentando retribuir o abraço. Nas conversas que tinham, Ruth dissera diversas vezes que a irmã teria duas netas. - M-minha fi-lha... Ela vai ficar bem...? - perguntou ao ver os médicos levarem ela para outra sala, imaginou que iria para encubadora.

- Sim... Ela ficará e você também... - acariciou o rosto suado da irmã. - Seremos uma família completa agora... Você irá ve-la crescer... - Ruth parecia não ouvir, os aparelhos antes ligados apitaram.

- Não a deixe... - suplicou sussurrante no último fôlego que tinha. - Diga que a am... - o corpo da mulher amoleceu, os médicos tentavam reanima-la com a massagem cardíaca, mas tudo que Cora conseguia enxergar através de seus olhos embaçados pelas grossas lágrimas era um corpo inerte ficando distante, seu corpo estava sendo carregado pra longe da sala.

- Nã-Não... Não! Não! Não!!! - se debatia contra os enfermeiros. - Você não pode nós deixar Ruth!!! - gritou para logo sentir sua própria visão escurecer.

Acordou no mesmo hospital, o efeito do calmante saia do seu corpo dando lugar a claridade do local.

- Cadê ela!!! - acordou assustada, ainda perdida.

- Sua sobrinha está bem... Pode ve-la se quiser... - o enfermeiro avisou com cautela.

- Ruth?! Em que quarto está? - fez menção de levantar, mas o homem a segurou de volta.

- Infelizmente ela não resistiu...


Notas Finais


colostro¹: que drena o líquido que antecede o leite materno.

Como eu disse... Esse cap não foi planejado, mas eu precisava fechar esse ciclo da Cora... E simplesmente veio em minha mente e precisei escrever-lo. Desejo que tenham gostado!

Façam a autora de vcs ainda mais feliz? 😉
Digam-me o que acharam?

Aguardo ansiosamente minhas amorinhas aqui embaixo! ⤵😍


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