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História Uma Rara Exceção. - Capitulo 11


Escrita por: GodC

Notas do Autor


Boa leitura e desculpem os erros!




A história esta sendo corrigida por DemonOfPaper, super obrigada pela sua ajuda!
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Capítulo 11 - Capitulo 11


Fanfic / Fanfiction Uma Rara Exceção. - Capitulo 11

Quando eu era pequeno e fui para escola pela primeira vez, eu me lembro como se fosse hoje, desde que aprendi o que era escola e o que ela significava, morria de vontade ir a uma, claro que não ia por que não havia atingido a idade, estava ansioso, mas era um desejo controverso, eu queria muito ir e saber como era, mas temia o que poderia vir de mal de lá também. Eu era o ômega filho de dois alfas em uma cidade pequena, já como ômega era uma péssima ideia, imagine como um diferente, todos sabiam o que eu era e diga-se de passagem que a maior parte das crianças me rejeitavam, nunca entendi muito bem o porquê. Ser filho de quem eu era não me tornava um leproso. Pelo menos era o que eu pensava, eles pelo visto, não, aquela situação muito se assemelhava a que estou vivendo agora. 

 

Logo após sair da casa de Sasuke, totalmente transtornado com o que tinha ocorrido, ainda sentindo os efeitos dos toques dele em mim e receber a mensagem do Kabuto, liguei o carro e segui para o que poderia ser a definição do meu futuro, assim como ir a escola quando criança, estava indo a um lugar ao qual eu queria ir e saber o que viria e como seria, mas que tinha medo de como realmente tudo seguiria dali para frente, de como aquela descoberta iria afetar e mudar minha vida.

 

Eu queria ir; mas ao mesmo tempo, não queria.

 

A ruas pareciam infinitas, os semáforos congelavam no vermelho e levavam um eternidade para mudar de cor, tudo andava em câmera lenta enquanto eu divagava em meu dilema, socar o volante e pedir forças aos céus para saber como lidar com tudo que estava acontecendo não acalentava meu coração ou me dava mais coragem. Eu nunca fui covarde, mas tinha que admitir que já havia pensando em dar meia volta e correr para as asas dos meus pais, onde era seguro e nada de tudo isso me atingiria. 

Mas foi pensando neles, no meu porto seguro que são os meus pais é que continuei dirigindo. Quando tudo aconteceu a 10 anos atrás, eu vi medo nos olhos deles. Medo de o filho deles ser tirado por um desconhecido, eu continuei porque saber quem era o alfa me ajudaria a mostrar a eles que nunca ninguém conseguiria me afastar deles, eu evitaria meu alfa até o fim dos meus dias, por eles e por mim.

Mal estacionei o carro na frente do prédio da biblioteca e saí correndo, a gola da camisa preta de mangas compridas que eu usava parecia me enforcar. Os efeitos que Sasuke me causou ainda estava em pleno vapor, mesmo toda aquela tensão não levou embora a influência dele, o poder que ele tem sobre mim, já fazia mais de um ano que eu havia comprado aquela calça jeans mas nunca a senti tão apertada assim. Eu tinha que limpar a mente, eu tinha que esquecer Sasuke e o que aconteceu, precisava esquecer o que ele era para mim, o que ele fez comigo, o que houve hoje jamais voltaria a acontecer.

 

— Naruto! — eu mal entrei na portaria da biblioteca,  meus pensamentos estavam em encontrar Kabuto quando ele me chamou. Não... Não, agora não, eu não tinha cabeça para falar com Shino agora, tinha coisas muito mais importantes que ele acontecendo agora — eu posso falar com você?

 

— Não! — falei ríspido, nem me dei ao luxo que olhar para trás. Passei por ele o mais rápido que pude, mas não foi o suficiente e não pareceu afetar a convicção dele em falar comigo. Ele me alcançou e me obrigou a parar.

 

— Por favor? Eu preciso muito falar com você! Por favor!

 

— Pra quê!? - eu estava uma pilha de nervos e ele, justo ele, o babaca que me difamou queria me parar numa hora daquelas — Não! Agora não, você já fez um ótimo trabalho ferrando com a minha vida, quer falar comigo para quê? Pra me ferrar mais ainda? Pra contar para Deus e o mundo o que eu disser aqui para você? Não! Obrigado, mas já tenho problemas o suficiente sem sua ajuda! — eu havia gritado a última parte. Eu sempre fui um ômega mais forte que os outros, mas o modo como eu o tinha empurrado contra a parede era demais até para mim. 

 

— Não! Eu... Droga, Naruto. Eu sei que fui um idiota! Sei que não devia ter feito ou falado aquelas coisas, mas porra, você precisa ver o meu lado!

 

— Ver o seu lado?! Você só pode tá' de sacanagem com a minha cara — ri com escárnio da cara de pau dele.

 

— Eu sei que fiz merda, tá legal? Tanto é, que estou aqui tentando me desculpar! Só me dê a chance de tentar!

 

— Não preciso e muito menos quero das suas desculpas, só fique longe de mim e será o suficiente! — lhe dei as costas. Eu queria suas desculpas sim, mas agora aquilo não importava.

 

— Eu amo você! — gritou nas minhas costas, ouvi ele correr e mais uma vez entrar na minha frente — droga, foi por isso que eu disse tudo aquilo, eu estava magoado, ferido pela sua rejeição, pouco estava ligando se você estava com outro. Eu só não queria que você me deixasse porque... Por que eu amo você e não posso mais ficar sem você! — a merda de tudo, era que o que e dizia não parecia mentira, a sinceridade que ele tinha na voz também existia nos olhos dele. Shino podia ser um babaca, mas também parecia ter sentimentos, afinal — você tem todo o direito de não perdoar, eu mereço, eu sei, mas eu preciso que saiba o porque disso, eu... só... eu achei que ia perder a única pessoa por quem já nutri um sentimento verdadeiro e quis me vingar. Foi imaturo eu sei, mas foi o meu jeito de me defender! Por favor Naruto, me perdoe! — eu podia não ser um ômega comum, podia não ser tão sensível como um, mas ainda tinha coração.

 

— Não nos conhecemos a tanto tempo pra você gostar tanto assim de mim! O que tivemos foi ótimo, nós dois sabemos disso, você está confuso, quem ama não faz o que você fez — não tinha mais raiva na voz, não fazia mais sentido ter. Shino foi um idiota, era fato, mas cada pessoa reage de um jeito. Aquele foi o dele e com tudo que estava acontecendo o que podia estar por vir, um comentário sobre minha vida sexual era o que menos incomodaria meus pais. E Sasuke, era melhor nem pensar nele e em Sakura aquelas alturas. 

 

— Você sabe muito bem que tempo não tem nada a ver com sentimento, não preciso te conhecer a anos pra sentir o que sinto. Não estou confuso, sei o que sinto e tenho consciência da merda que fiz, não estou me justificando, só quero que entenda o porque fiz. Eu só quero que talvez possa esquecer, você mesmo disse que o que tivemos foi ótimo. Esqueça o que houve, deixe para trás e volte pra mim Naruto.

 

— Você está brincando, não é? — ele continuou sério — você me amar não faz com que eu te ame. Ainda mais depois do que fez! — puxei a gola da camisa, escancarei minha marca para ele — está vendo isso aqui? Isso aqui me impede, mesmo gostando de alguém, me impede de ficar com quem quero, eu gostando da pessoa ou não, e você sabe disso. Coloque na sua cabeça de uma vez que eu já tenho a droga de um dono!

 

— Eu não ligo pra ela — ele voltou a puxar a camisa, tapando a marca, suas mãos foram parar nas minhas bochechas — ela não significa nada, você não ama ele, ela nem foi concluída, nada te impede de ficar com quem quiser, me deixe te amar, me deixe dar a você tudo que você merece — ele colou sua testa a minha, seus olhos estava fixos nos meus, imploravam assim como suas palavras que eu aceitasse. 

 

— Você diz que me ama não é? Diz que eu posso escolher quem amo? — ele confirmou com a cabeça — sabe o que temos em comum além de nos darmos bem na cama? — agora sua cabeça negou — amamos alguém que não pode ser nosso! Assim como você me ama e não pode me ter eu também amo alguém que nunca terei. Sinto muito mas não posso ficar com ele assim como você não pode ficar comigo! Por favor entenda, sair por ai espalhando essas coisas não fará com que eu te aceite.  A única coisa que vamos compartilhar é nossos corações partidos, você por mim e eu por outro alguém. É tarde demais para nós dois! — ele engoliu em seco e mais uma vez não disse nada, só confirmou com a cabeça — espero que possa achar um dia alguém pra dar esse amor que diz sentir por mim, talvez você tenha mais sorte que eu que já tive meu destino traçado. 

 

Eu o deixei para trás, não olhei para ele, eu entendia ele, sabia como era, Shino teve de mim mais do que eu jamais teria de Sasuke e o que eu tive dele foi um erro. Não sabia como explicar como ele pode fazer o que fez naquela cozinha, ele tinha uma ômega, em breve teria filhos, ao certo, a falta de um contato físico com sua esposa que estava em tão grave situação o levou a fazer aquilo e eu parecia a melhor oferta.  Como não ser quando parecia um adolescente na puberdade perto dele, me admira ele não ter notado antes. Porém talvez depois de hoje, depois do que Kabuto me contasse, nada disso mais importasse, talvez depois do que eu ouvisse, eu tivesse que deixar Sasuke para trás.

Se tudo que eu desconfiava se confirmar, Orochimaru sera o meu maior problema.

Claro que se só aconteceria se eu encontrasse Kabuto, onde ele estava? Ele devia estar ali, mas já tinha corrido o olhar por todas as mesas e nada.  Não tinha muitas pessoas ali em um sábado, não tinha como não o ver. Liguei para ele, no terceiro toque ele atendeu.

 

— Onde você está? Estou aqui! — a voz dele estava estranha, parecia fraca e bem baixa, ele disse que estava no último corredor nos fundos da biblioteca. Corri, passei por mais de 10 corredores forrados de livros, e ali bem no fundo ultimo estava ele, no chão, bem no canto da parede, encolhido. 

 

— O que faz aqui? Por que está sentado? — mas ele não respondeu, mal se moveu, só fez sinal com a mão para que eu chegasse mais perto. O corredor era longo e na metade dele comecei a senti algo vindo da minha marca uma dor incomoda e crescente, a cada passo aumentava, tentei ignorar, ainda mais quando ouvi ele gemer ao chegar perto.  — o que você tem? — perguntei preocupado. Mas quando vi o sangue na gola da camisa dele foi que tudo piorou, a dor em mim aumentou e ele se contorceu. Agora éramos os dois no chão. O que estava acontecendo com o meu alfa? Nunca nada tão forte assim tinha vindo dele.

 

— Naruto... — chamou ele fraco, cheguei o mais perto que pude e ele me mostrou seu pescoço e nele uma marca, nova e ainda aberta.  

 

— O que é isso? Como? Quem? O que houve?

 

— O seu alfa! — ele estava cada vez mais fraco e respirava com dificuldade, mas o que tinha acontecido?

— Não, isso não importa agora, você precisa de um hospital! Onde está quem te fez isso? — eu começava a ficar tonto, a dor crescia, a sensação de angústia surgiu e o desespero começou a me dominar. 

 

— É o que estou tentando te dizer… — gemeu —  seu alfa! Eu... — caí ao lado dele, sendo dominado pela dor — minha marca... — ele respirou fundo e antes de desmaiar ele falou uma última palavra que me deixou mais confuso ainda — Orochimaru...

 

— O que? Kabuto?! Droga! — gritei, um vulto apareceu na ponta do corredor, começou a se aproximar rápido, não consegui distinguir quem era, tudo ficou escuro e depois, nada.

 

Eu sentia uma angústia no peito, como se meu coração estivesse sendo esmagado, imagens desconexas de Kabuto, Orochimaru assombravam minha mente, parecia um pesadelo ruim, só que parecia mais real do que um, como se fossem lembranças na verdade.

 

Saí dos meus assombrosos pesadelos, tinha alguém me chamando, longe, eu conhecia aquela voz, doce e preocupada, tão aconchegante... Mãe!

 

— Naruto! Meu amor, acorde. Você precisa acordar!

 

— M-mãe? — senti sua mão apertar a minha e logo meus olhos recém abertos captaram a figura ruiva sentada ao meu lado, aflita e com olheiras, ela tinha chorado.

 

— Você acordou? Que bom, eu estava preocupada.

 

— Mãe, o que faz aqui ? O que aconteceu? Onde estou e... Kabuto? Onde ele está? — perguntei preocupado, tentei me levantar, maz uma fisgada no pescoço me fez recuar a posição de antes. 

 

— Não se levante! Você ainda está fraco, está no hospital. Kabuto está em observação, ele foi marcado e ao que me parece é que foi abandonado, não encontraram o alfa que o marcou, ele esta inconsciente ainda, e... - ela parou de falar e olhou para outro lado. 

 

— E o que ? Droga mãe fala logo?

 

— É complicado querido, não sei se te dizer isso te fará bem! — aquela insegurança na voz dela não era algo comum, minha mãe sempre foi firme de voz alta, sempre uma ótima mãe carinhosa e atenciosa, mas nunca insegura.

 

— Se não dizer será pior.

 

— Tenho minhas dúvidas sobre isso — mais uma vez ela quebrou seu olhar de mim. 

 

— Mãe por favor, não me obrigue a levantar daqui e descobri por mim mesmo! — era um blefe, a dor em meu pescoço não me permitia sair do lugar, mas ela não sabia disso.

 

— Conte a ele! — interrompeu meu pai da porta — ele tem direito!

 

— Pai? O que esta acontecendo? O que você não quer me contar? — agora eu estava nervoso e se nada fosse dito eu sairia daquela cama rastejando se fosse preciso. 

 

— Querido, você se lembra do médico que cuidou de você quando você foi marcado? — confirmei — ele está aqui, cuidando de você, pensamos que como você é um caso especial o melhor era ele tomar conta de tudo 

 

— De tudo o que? Por que minha marca doí tanto? E o que tudo isso tem a ver com Kabuto?

 

— É um caso raro, sua marca está sangrando porque muita energia esta sendo tirada de você, tem algo muito grave acontecendo com seu alfa!

 

— Tipo o que? Ele está morrendo? É isso? — se ele morrer por consequência da marca ele me levaria junto e eles tinham razão, eu sentia mais fraco a cada segundo. 

 

— Não, o doutor tem uma teoria, alguns papéis foram encontrados no bolso do seu amigo, ele parecia estar atrás de fatos e pessoas que estava na nossa cidade no dia que você foi marcado — disse meu pai.

 

— Eu sei, ele estava procurando meu alfa para mim.

 

— O que? Por quê? — perguntou minha mãe.

 

— Isso você explica depois, vamos nos concentrar no  agora — meu pai estava sério demais até pra ele — o fato é que um nome estava lá e ao que parece, tudo indica que ele era quem marcou você naquela noite. Quer dizer,  não temos certeza, as informações estavam uma bagunça e só seu amigo tem certeza disso, mas se estivermos mesmo certos e o médico também, esse alfa que te marcou foi o mesmo homem que marcou seu amigo na noite passada 

 

— Isso é impossível! Eu estaria morto a essa hora se isso fosse verdade, e Kabuto também!

— Querido, a situação do seu amigo é muito grave e a sua piora a cada minuto. Não vou mentir para você. Sabe que não te escondemos nada e não vamos fazer isso agora. Se isso for verdade, é uma questão de tempo até vocês dois morrerem — minha mãe não era de chorar, mas seus olhos estavam cheios de lágrimas — marcar dois ômegas não é impossível, o impossível é eles sobreviverem. 

 

— Isso sem contar o fato de que você não é um ômega comum, é nisso que estamos nos apegando, talvez por você ser uma exceção, você não morra — meu pai sempre foi mais firme e controlado que minha mãe, eu olhava de um para o outro sem realmente acreditar em tudo que ouvia, era loucura. Já tinha ouvido algo sobre isso, quer dizer, não de dois ômegas já terem sido marcados pelo mesmo alfa, já tinha escutado por ai que se acontecer não há chances para ninguém sair vivo, no caso, os ômegas.

 

— Mas como seu pai disse, é uma suspeita, precisamos primeiro que seu amigo acorde, só ele sabe o que é verdade ou não!

 

— Isso se ele acordar — não podia ser verdade, Kabuto era um bom amigo, não podia morrer por minha culpa, porque era minha culpa, fui eu quem pedi para ele ir atrás do meu alfa, e se ele estava onde estava foi porque eu o coloquei lá, eu o coloquei na linha de frente de Orochimaru. Não tinha dúvidas, depois do que ele me falou na biblioteca e do que meu pai disse agora, só podia ser Orochimaru  — quem era o alfa na lista você disse que tinha um nome?

 

— Pelo o que eu li lá acredito que você já saiba — meu pai sempre pega tudo nas entrelinhas — mas pensar nisso agora não mudara nada. Você precisa descansar e tentar recuperar suas energias, se a teorias do doutor estiverem certas, Kabuto pode estar te sugando, como ele está mal, vai exigir muito de você.

 

— Eu quero ver ele 

 

— Você não pode. Só vai sair dessa cama quando estiver melhor  Não me obrigue a te amarrar aí — às vezes eu esquecia que minha mãe era uma alfa, era nessas horas quando ela falava assim comigo que eu me lembrava. 

 

Sem escolha não saí dali. Mas minha mente vagava o tempo todo em meu amigo, ele precisava ficar bem ou eu não me perdoaria.




 


Notas Finais




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