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História Uma Rara Exceção. - Capitulo 15


Escrita por: GodC

Notas do Autor


Boa leitura e desculpem os erros!





A história esta sendo corrigida por DemonOfPaper, super obrigada pela sua ajuda!
Segue link do perfil dela: https://www.spiritfanfiction.com/perfil/_ketmcd_

Capítulo 15 - Capitulo 15


 Sabe quando você esquece de alguma coisa ou de onde colocou e refaz o seu dia para tentar lembrar? Eu estava assim, mas fazia isso com a minha vida toda, tentando de algum modo ligar Sasuke a algum momento de antes ao qual eu não tinha notado, só que nada vinha, nem um momento sequer aparecia na minha mente.

Não sei dizer se ele estava vendo todo o meu dilema interno, ele parecia concentrado demais em dirigir, não estava como eu, estava tranquilho, demais até. Quando ele estacionou o carro eu senti a mesma sensação que senti quando estava indo encontrar Kabuto na biblioteca, queria saber, mas não queria, porque tinha certeza que depois que ouvisse o que ele tinha a dizer não o odiaria mais. Eu já o amava, isso era fato e nada tinha haver com a marca, não tinha mais dúvidas disso, isso sem mencionar na influência que ele tinha sobre mim, eu seria um boneco nas mãos dele, também tinha que confessar que não sabia ao certo se não gostava mesmo de ser um boneco nas mãos dele, lembrar do que aconteceu naquela cozinha me fazia gostar da ideia, vi ele sorrir de canto, ele tinha ouvido.

— Por que você só ouve o que você quer ouvir? — perguntei com falsa irritação.

— Eu só ouço quando você me deixa ouvir, não me culpe. E você sabe bem que quem controla isso é você não eu — se defendeu com a mão para o alto enquanto tentava abrir a porta da casa dele.

Entrei aborrecido, eu parecia uma criança birrenta, não tinha orgulho disso. Acontece que eu já não tinha mais motivos para estar tão chateado com ele, eu não sabia os motivos do porquê Sasuke me abandonou, mas se fosse parar para pensar, já não fazia mais sentido odiá-lo depois de ter a consciência de que o amava e tudo que passou por minha causa, seria burrice trazer mais sofrimento a mim mesmo quando tudo indicava que não seria assim futuramente. Não queria ser eu mesmo a causa da minha própria desgraça.

 

 Apesar de ainda sentir necessidade de saber como tudo aconteceu, eu não sentia que qualquer coisa que ele me dissesse me fizesse suprimir o que sentia por ele. Era só curiosidade, mas não faria diferença alguma, por mais que eu tentasse pensar de outra maneira. Meu lobo me dizia que eu só estava enganando a mim mesmo, porque sabia que no fundo eu não poderia mais odiar Sasuke.

— Fico feliz que pense assim. E mais feliz ainda de saber que você está me deixando entrar.

— Por que você me abandonou? Que motivo é esse que Orochimaru falou que te fez parar no meio do caminho? Chega de enrolação, vamos ao que nos trouxe aqui. Eu não sei controlar essa coisa de te ouvir ou não, então é melhor que você fale tudo com a sua própria boca.

— Típico de você. Mas é melhor você sentar. A historia é longa — me sentei em frente a ele no sofá. Pronto para ouvir tudo que ele iria me falar — vou começar do inicio, talvez você não entenda logo de cara mas não se irrite, tudo faz parte da nossa história, está bem? Vou tentar ser o mais breve possível.

— Está bem.

— Eu conheci a Sakura quando tinha 7 anos, em um parquinho, próximo a minha casa, não sei explicar o porquê ou como, mas viramos bons amigos naquela época, uma época onde eu não me dava bem com ninguém, mas me acertei com ela, ao contrário de Itachi que parecia odiar ela, nossa diferença de idade era pouca, eu tinha 7, Sakura 5 e Itachi tinha 9, ele não tinha muita paciência comigo, foi então que me dei conta do porquê me dei bem com ela. Sakura ia na minha, eu liderava, e gostava, por conta disso, nos tornamos inseparáveis, sempre um na casa do outro, estudávamos e brincávamos juntos o tempo todo. Nossos pais achavam que provavelmente íamos acabar casando por sempre estarmos juntos. Minha mãe dizia que era amor a primeira vista, uma bobagem, mas compreensível vindo de uma ômega tão sensível como minha mãe, o fato é que nossa amizade se tornou forte fazendo com que nossas famílias também virassem amigas. Quando Sakura fez 10 anos os pais delas foram viajar em um cruzeiro, durava 3 dias a viagem, mas esses dias passaram e eles não voltaram, descobrimos que o cruzeiro havia batido em uma costa e afundado, coisa muito difícil de acontecer, mas aconteceu, os pais dela morreram pressos dentro da cabine deles, uma tragédia. Sakura ficou arrasada, com os pais mortos e sem um parente próximo ela foi parar em um orfanato de ômegas, minha mãe amava Sakura tanto quanto eu e resolveu adotá-la, eu fiquei feliz claro, era ruim o que tinha acontecido, mas serviu para nos tornarmos irmãos, levou cerca 4 anos todo o processo de adoção. Nesse meio tempo descobri o motivo de Itachi odiar tanto minha amiga rosada, ele tinha raiva dela porque ela só dava atenção pra mim e não para ele, Itachi foi quem se apaixonou por Sakura e não eu, quando enfim ela veio para nossa casa já com 14 anos ela teve seu primeiro cio, eu ainda não tinha tido o meu, mas Itachi já, e ficou completamente louco, foi quase impossível manter ele longe dela e pelo fato de ter um alfa lúpus que entraria no cio a qualquer momento, no caso eu, minha mãe decidiu levar Sakura em um medico de ômegas e pedir supressores para ela, na intenção de minimizar o odor dela e não deixar com que eu ou Itachi fizessemos besteira, ainda mais porque Itachi e Sakura resolveram namoraria. Seria uma tragédia entre irmãos, já que eu, quando entro no cio, não consigo discernir o certo do errado e como sempre fomos amigos demais eu decidi ir junto com Sakura nas suas consultas, ela nunca tinha ido e ficava nervosa — eu não conseguia entender nada daquilo, na fazia sentido algum para mim, mas eu via cada imagem na minha cabeça. Cada coisa que ele contava passava diante de meus olhos — O nome da médica que iria cuidar dela era Tsunade, reconhece esse nome?

— Sim, era minha medica quando eu era criança. Mas ela não conseguia mais acompanhar a minha evolução e minha mãe resolveu trocar. Eu devia ter 14 nos quando parei de me consultar com ela — ele sorriu pra mim em deixando confuso.

— Foi assim, Naruto — ele fez uma pausa, me fazendo questionar se eu havia perdido alguma parte da história, algo que me fizesse entender o significado da frase dele — nessa médica, na primeira consulta de Sakura que eu te vi pela primeira vez! — fiquei estático, não me lembrava dele la, mas a imagem na minha cabeça mostrou a mim uma versão dele me olhando sentado no sofá do consultório e eu com cara de emburrado.

— Eu não lembro de você lá… quer dizer... como...? — perguntei, perplexo.

— Você era lindo, mesmo com aquela cara de emburrado eu não consegui parar de olhar para você. Eu estava ali para ajudar a minha meia irmã a ficar calma mas a única coisa que conseguia fazer era olha para você. Você estava tão chateado com algo que nem se deu ao trabalho de me notar, todas as vezes, sem exceção, eu ia com Sakura só para ver você, eu me deslumbrei de tamanha maneira que minha mãe notou, na verdade todos notaram, menos você e sua mãe. Um mais irritado que o outro naquelas consultas, minha mãe sentindo toda a minha frustração resolveu descobrir o porquê de você sempre estar daquele jeito e virou amiga da sua mãe numa tentativa de talvez nos aproximar.

— Eu odiava aquelas consultas.

— Eu sei, você nunca gostou de ser ômega, sua mãe disse a minha mãe que você nunca queria ir e sempre fazia birra, o que acabava acarretando brigas entre vocês dois, sua mãe parecia tão estourada quanto você.

— Verdade! Pura verdade — não pude evitar de rir, era fato eu tinha o gênio da minha mãe. Não pude acreditar que não tinha visto Sasuke lá, mas levando em consideração minha falta de atenção quando estou puto, até fazia sentido.

— Enfim, passei dois anos te observando de longe naquele consultório, o que era no mínimo constrangedor, eu um alfa lúpus com medo de um simples ômega irritado, mas eu não podia evitar, não conseguia chegar em você. Claro que o fato de você ser uma criança também contava muito. Você sempre estava tão bravo que não importava quantas vezes sua mãe dissesse que você devia me cumprimentar que você não fazia, só para ir contra ela. Aquilo me matava, eu tinha vontade de ir até você socar a sua cara, por que não tinha quem não visse que eu gostava de você. Ah, claro que tinha, você, o único aéreo a minha presença. Nos dois anos seguintes você começou a jogar aqueles malditos video games, o que só piorou tudo, aí sim que você não olhava para os lados, deus eu vivia em uma relação de amor e ódio com você — Sasuke passou as mãos pelo rosto, demonstrando toda frustração que me passava através da marca —  te amava porque te amava e te odiava por que você não me notava, eu estava flor da pele, tive meu primeiro cio exatamente um dia depois que te conheci; você causou ele. Minha mãe disse que foi assim com meu pai, eles também era muito jovens quando se conheceram e que ela foi a causa do primeiro cio dele, os mais antigos diziam que um lúpus ainda não desperto acaba despertando meio que na marra quando encontra seu primeiro amor, vou ser sincero com você, sou um homem de calculo, não acredito em superstições, mas não tenho como negar que você foi quem causou meu primeiro cio. Eu não conseguia parar de pensar em você e quando dei por mim meu corpo implorava por você, isso com um dia só que eu te conhecia.

— Isso é loucura. Quer dizer, como você sentiu todas essas coisas ao me ver e eu nem notei você?

— Pra você ver como você me torturou — debochou ele divertido. Me senti mal por tudo aquilo.

— Sasuke, eu...

— Hey, tá tudo bem. Eu só estava brincando. Não é culpa sua não me notar naquela época, você era um garoto de 10 anos, não tinha como ver algo que nem tinha se dado conta que podia sentir.

— E como fomos parar naquela cama de hotel?

— Então... depois daqueles quatro anos te olhando de longe eu decidi que não podia mais deixar as  coisas daquele jeito, que já não aguentava mais só te olhar, eu fui aquela consulta decido a me apresentar e te chamar pra sair. Na época você já tinha 14 anos, e eu 20 não seria mal visto por ninguém, você já não era mais uma criança propriamente dita, então decidido e rezando para que seu lobo visse no meu o que eu via em você eu entrei naquele consultório.

— E por que não fez?

— Porque naquele dia você não foi a consulta, nem na próxima e nem na próxima, você parou de ir aquela médica. Descobri por umas das secretárias que sua mãe decidiu trocar porque Tsunade tinha empacado nos seus resultados e assim ela trocou de profissional. Acredite em mim quando eu digo que não tenho orgulho do que fiz depois, mas fiz por que precisava saber como te encontrar de novo.

— Como assim? o que você fez ? – perguntei desconfiado, Sasuke pareceu engolir em seco e respirou fundo.

— Eu seduzi a secretária, era uma beta comum, mas não conseguiu resistir, namorei com ela durante todo o tempo em que te procurei, e isso levou uns dois meses, quando enfim te achei dispensei ela sem dó — torci o rosto na hora, consegui ver através das imagens que ele me passava a pobre mulher ruiva chorando enquanto ele ia embora —  não me olhe com essa cara de quem me acha cruel, eu sei que fui, mas você era muito importante para mim para eu deixar você ir assim. Quando eu te achei de volta, tentei convencer minha mãe de levar Sakura no seu médico, mas Sakura não quis, ela já tinha 18 anos e era maior de idade, não queria mais ter que ir aonde eu queria levar, isso sem falar que eu morava em uma cidade diferente da sua, sendo assim, eu ia toda as terças para sua cidade pra ter ver por minutos quando você ia ao médico. Fiz isso durante dois anos, parece coisa de stalker, eu sei, mas não pense assim, eu amava você e não entendia como podia gostar tanto de alguém, mas eu gostava e era um fato, não havia mais como lutar contra isso e quando dava por mim já batucava os dedos no volante do carro encostado na rua esperando você ir para sua consulta. Eu descobrir que você além de odiar ser um ômega, não queria namorar com alguém porque também odiava pensar em ser controlado por um alfa, isso fez com que eu não tivesse coragem de chegar em você de novo.

— Não se ofenda, não tem nada a ver com você, mas eu sou filho de dois alfas. Por mais que eu seja um ômega, eu queria o que toda criança quer, ser como meus pais, eu não queria ouvir as pessoas me dizendo que eu sou fraco ou que devo obediência a alguém.

— Eu sei disso. Não te julgo, não sei como deve ser isso pra você, mas é algo que eu não desejaria para mim, mas você tem que ver que ser ômega não é um sacrifício Naruto, você é uma parte essencial de outro ser, um alfa pode ser o ogro que for mas não vive sem um ômega, é como sobreviver sem aguá, uma coisa impossível. Você é parte integrante do que pode ser a relação mais forte entre dois seres, betas dariam tudo no mundo para sentirem a sensação que ômegas e alfas sente ao se ligarem, você é o que muitos queriam ser. Muito zalfas já morreram simplesmente por não poder viver sem seu ômega, o mundo diminui os ômegas como diminuía as mulheres; mas ômegas são tão necessários quanto as mulheres, não existe alfa sem um ômega para gerar um, você é a porta para o mundo não se extinguir, sem você não existiria ninguém. Você é um ser que se gerou sozinho, eu fui raça criada em laboratório, mas você foi um milagre!

— Nunca me vi assim. Nunca pensei em mim dessa forma. Sempre peguei meus pais como exemplo, o amor proibido e inexplicável deles era como um sonho para mim, amar alguém só pelo simples fato de se amarem, não por que eram destinados a ser um do outro.

— Seus pais são especiais e você sabe disso. Tanto que não existe mais ninguém assim. Mas não é porque você nasceu ômega que também não tem o direito de amar. É um pensamento pequeno, não acha? — ele tinha razão, eu sabia que meus pais eram especiais, ainda mais agora depois de saber o que sabia. E por ironia do destino, eu não podia retrucar a ideia de amar alguém por quem me interessei, afinal eu o amava, e nada tinha haver com nossa ligação — enfim, depois de descobrir isso eu não parei de te observar, vi você com seu primeiro namorado, aquele ruivo idiota com cara de nojo... Fiquei tão chateado que parei de ir te ver por semanas, mas isso não durou muito, por que parecia que eu precisava da minha dose diária de Naruto para poder respirar. Sendo assim, continuei te olhando enquanto você e aquele ruivo idiota de amassavam pelos cantos das sua cidade. Dei graças a deus quando vi você terminar com ele.

— Sasori não tinha cara de nojo! E eu não ficava me pegando com ele por ai… — me defendi olhando para ele de canto, tentando negar algo que nem de longe era mentira.

— Ah, tinha sim, e vocês não eram muitos discretos, eu vi tudo, não tente me convencer de algo que eu presenciei. Deus, eu odiava ele, mas mesmo não querendo admitir, eu devo a ele.

— Como assim?

— Bom, se você não tivesse namorado com ele eu nunca teria a coragem de enfim chegar em você. Quando você começou a namorar com ele eu vi que você já não rejeitava mais os alfas e essa era minha deixa para te conquistar, esperei ate que seu namoro com ele acabasse, o que era fato porque algo dentro de mim me dizia que você seria meu.

— Você é muito convencido.

— Sou mesmo. Aprenda a lidar com isso — ambos rimos baixo, impossível não o fazer com aquela declaração.

— Quem disse que preciso? Estar te ouvindo não significa que vou ficar com você ou te perdoar — ele veio até mim mais rápido do que acompanhei, quando me dei conta seus lábios já estavam nos meus. Eram com eu lembrava da noite anterior, macios e doces, não rejeitei, até porque eu queria mesmo beijá-lo e não era segredo nem para ele nem para mim que eu não me importava mais com que tinha acontecido aquela noite, já era passado e nunca fui muito de viver no passado.

— Como eu disse, acostume-se com isso — não respondi, me limitei a virar a cara como um bom idiota que sou. Ele continuou ali na minha frente, me analisando, divertido — mas continuando, graças ao ruivo idiota eu decidi que já era hora de parar de olhar e fazer algo, foi então que tudo aconteceu.

— A noite em que você me marcou?

— Sim. Era final de semana, e como sempre eu estava na frente da sua casa, a diferença era que dessa vez eu iria bater na sua porta e te convidar para sair, me apresentar e não sair dali até você ceder aos meus encantos, só que nada saiu como eu esperava, quando eu ia descer do carro vi você saindo de casa acompanhado daquele seu amigo com a sobrancelha estranha, você parecia animado e estava bem arrumado. Vocês falavam alto, ele dizia algo sobre um bar legal no centro ao qual você ia gostar, pensei que só podia ser o destino trabalhando ao meu favor. Segui vocês até o tal bar, seu amigo já tinha sumido no meio daquelas pessoas, mas aquilo não te impediu de continuar dançando feito um louco no meio a pista, na sua terceira cerveja você me notou, enfim você tinha olhado pra mim. Eu pensei comigo que alguém tinha ouvido as minhas preces quando te vi vindo na minha direção, não achei que você estivesse tão bêbado, afinal quem fica bêbado com trés cervejas? E você sempre foi muito escandaloso com seus amigos que pensei que seu estado estava normal. Você já chegou de cara me chamando de gato.

— Cacete! — praguejei com as mãos no rosto, era bem a minha cara fazer aquele tipo de coisa.

— Agora você imagine eu, louco por você, vendo você me cantar na cara dura, porque acredite em mim, gato não foi o único adjetivo que você usou para me descrever.

— Para. Nem fala os outros, por favor! — Sasuke gargalhou como eu nunca tinha visto antes.

— Então, eu não resisti e assim que você terminou de falar o ultimo “gostoso” — ele fez aspas com as mãos na minha frente enquanto eu tentava me enfiar no sofá — eu acabei te puxando pra um beijo. Deus, eu estava no paraíso, você me correspondia tão bem e era tão receptivo que eu me questionei de o porquê demorei tanto tempo para fazer aquilo. Era como se nós dois entrássemos em sintonia, sem nada dizer. Pelo menos era o que eu sentia, agora imagine você como eu fiquei quando você me sugeriu ir para um lugar mais íntimo.

— Eu sugeri isso? — eu estava pasmo, eu sabia que estava bêbado e por Deus, eu bêbado não tenho noção de limites, mas nunca esperei que tudo aquilo que aconteceu tivesse partido de mim e o pior era que eu não podia julgar Sasuke afinal ele tinha razão; quem fica bêbado com trés cervejas? Isso sem mencionar o fato que eu bêbado e não bêbado não faz diferença, o humor nunca mudava e eu nunca passava despercebido era impossível discernir meu nível de sobriedade, nem minha mãe conseguia saber.

— Sim. Se eu soubesse que você não estava consciente eu nunca teria te levado aquele quarto. Eu sei que não confia em mim, mas eu juro Naruto, nunca quis me aproveitar de você ou do fato de estar bêbado.

— Está tudo bem, Sasuke, me conheço muito bem para saber do que sou capaz quando estou fora de mim.

— Quando chegamos ao hotel tudo foi muito rápido, em poucos minutos estávamos os dois na cama sem roupas, loucos de desejo um pelo outro, seu cheiro era incrível, meu lobo estava cada vez mais me controlando enquanto você gemia tão gostoso embaixo de mim implorando para que eu fosse mais rápido, não houve tempo para decidir o que era certo ou errado, quando estava dentro de você me senti tão completo que parecia uma tortura toda vez que saí de você para depois entrar de volta, eu me perdi tanto em você que quando caí em mim já tinha gozado enquanto te ouvia pedir para que eu te marcasse, eram tantas sensações misturadas que eu não resisti e fiz o que me pediu.

— E por que você parou?

— Primeiro, porque você mandou que eu parasse no meio do caminho, mas eu estava fora de controle, e já tinha cravado minhas presas em você, os primeiros rasgos já estavam feitos, eu iria continuar, mas algo em você me repelia.

— Mas não foi só isso que te parou, não é? — a dificuldade que ele tinha me falar sobre aquela parte me fez cogitar a ideia de que talvez Sasuke não quisesse me contar tudo.

— Eu acho que não teria conseguido terminar de qualquer forma, mas não, não foi só isso que me parou... — ele fez uma pausa, respirou fundo para só então voltar a falar — sabe, existem estudos que dizem que alfas lúpus são ligados aos ômegas que dão a luz a eles até o momento em que eles marcam seu próprio ômega, segundo esse estudo, um lúpus não pode viver sem um ômega, algo sobre lei de fraqueza, onde um ponto forte precisa do seu ponto fraco para ser completo.

— Sim eu já ouvi isso. São fatos comprovados  Saiu em umas revistas mas eu nunca parei para prestar atenção.

— Como você disse, são fatos comprovados, ou seja eu era ligado a minha mãe e foi ela que me parou.

— Eu não entendi... Ela estava lá? – perguntei confuso.

— Não, Naruto. Minha mãe morreu naquela noite e senti quando a sua vida se foi — engoli em seco, juro que eu esperava de tudo, tudo mesmo, mas nada como aquilo — era aniversário de casamento dos meus pais e como todo ano, eles foram jantar fora, Itachi e Sakura ficaram em casa assistindo enquanto eu ia para sua cidade. Na hora em que eu fui te marcar, foi exatamente a mesma hora que minha mãe, junto com meu pai morriam em um acidente de carro, um caminhão desses que transporta gasolina bateu de frente com eles, a carroceria tombou e capotou duas vezes, a gasolina toda foi toda para cima do carro dos meu pais, meu pai morreu na hora do impacto, mas minha mãe morreu queimada, ela ainda estava viva quando o fogo começou. Eu senti a dor dela, perdi a noção de tudo, eu ouvia ela gritar na minha cabeça, soltei você inconsciência na cama por conta da bebida e corri para o meu carro. Não sei dizer ao certo como cheguei até em casa, Itachi não sabia de nada, eu não tinha certeza do que tinha acontecido, só sabia que minha mãe não estava bem. Sabe, foi horrível, meu pai não sentiu a dor da minha mãe, mas também queimou, eles só foram identificados por isso aqui! – ele me mostrou a aliança no dedo anelar, fora um choque tão grande que eu comecei a tremer — o que veio depois disso você já deve imaginar, velório e luto, não acho que contar isso a você irá fazer diferença, mas foi por isso que eu não voltei logo depois de te marcar, eu estava afundado na escuridão da perda do meus pais, nem pude me despedir ou ver eles uma última vez, só o que tinha sobrado foram os dois anéis, Itachi ficou com um e eu com outro, quando ele e Sakura se casaram ele deu o que continha o nome do meu pai para a Sakura, eu fiquei com a que tem o nome da minha mãe — ele tirou o anel do dedo e me mostrou o nome "Mikoto" gravado no ouro. Por isso ele e Sakura usavam o mesmo anel, agora fazia sentido.

— Eu sinto muito, muito mesmo. Eu consigo sentir o que está sentindo. Sasuke me perdoe por ter… feito tudo aquilo.. eu...

 — Não — tapou a minha boca com a dele. Ele me beijou calmo, senti a dor que ele passou, mas agora era tudo mais clamo e não o machucava tanto, apesar de ele engasgar um pouco para falar — não me peça perdão, não ainda, me deixe terminar tudo — ele selou meus lábios uma ultima vez antes de continuar — quando eu me dei conta do que tinha feito a você isso depois de semanas trancado em um quarto, eu pensei que devia ir até você, mas eu e meu lobo ainda estávamos muito desolados, cegos pelo luto e a perda que eu decidi não ir, eu culpava você pela morte da minha mãe — o encarei atordoado — eu dizia a mim mesmo que se você não tivesse me rejeitado ou não tivesse me convidado aquela noite minha mãe não estaria morta, eu não tinha a noção que tenho hoje, de que mesmo que eu estivesse em casa e não com você, o acidente ainda assim aconteceria, que nada podia ter evitado aquilo. Eu ouvia seus pensamentos, todos e te odiava por você achar que eu era o culpado de tudo, que era tudo culpa minha, eu culpava você e não a mim. Eu ouvia você dizer que estava bêbado mas me convencia de que era tudo mentira sua para não se sair mal perante os outros — eu não sabia o que pensar, quer dizer, eu entendia o luto dele mas, não me livrava da culpa por isso, eu não lembrava de nada, não consegui não me sentir chateado pela acusação — não fique chateado, eu estava fora de mim sofrendo a dor de uma perda, lógico que levou muito tempo para que eu enfim superasse e voltasse a razão, quando isso aconteceu eu tentei falar com você, todas vezes que você me xingava eu te explicava, que a culpa era minha e não sua, que eu não imaginava que você estava bêbado e falava o motivo de não ter ido atrás de você, mas você não me ouvia, e Deus, eu tinha vontade matar você por ser tão teimoso! Na minha cabeça você ouvia, mas se recusava a me dar atenção ou acreditar no que eu dizia, eu não tinha ideia do que você era naquela época.

— Eu juro que nunca, nunca ouvi nada disso.

— Agora eu sei que não. Um ano depois eu, já com a cabeça no lugar e cansado de explicar a você eu decidi te enfrentar e jogar umas verdades na sua cara. Eu ainda me considerava culpado, mas toda aquela sua insistência em não me ouvir estava me deixando muito puto da vida, foi então que eu conheci Orochimaru, sabe, eu sabia que seria difícil de chegar em você, o seu ódio contra mim me machucava, eu não dava bola para isso antes, mas depois os sentimento que eu tinha por você voltaram com força total eu sentia que meu peito iria rasgar em pedaços. Orochimaru não me deixou ir atrás de você, disse que se eu o fizesse era provável que nós dois morrecemos antes mesmo de eu conseguir falar com você. Disse que você não me ouvia, contou tudo sobre você, ele me aconselhou a aguentar, esperar a sua raiva diminuir, tentar conhecer você e depois de algum tempo, aí sim eu devia contar, fazer você primeiro me conhecer e ver que eu não era o monstro que você me julgava, aí sim me revelar. Ele tinha tantas provas de tudo e eu não pode ir contra ele, então eu comecei a te observar de longe de volta, fui em seus bailes da escola, na sua formatura, nos seus aniversários, todo e qualquer evento que eu poderia ver você feliz e animado eu ia, queria que você soubesse que eu nunca te deixei sozinho, que eu sempre estive lá, que eu sempre te ouvi, que eu sempre te amei. Bem antes disso — ele acariciava minha marca com um dos dedos bem lentamente — Hoje eu vejo que Orochimaru tinha razão, se eu tivesse te confrontado antes, nós dois teríamos morrido, ou melhor, talvez só eu, já que a marca não era a mesma coisa para você com era para mim.

— Eu sentia você, fraco mas sentia, mas não posso dizer que ficava feliz com isso...

— Não importa, não mais.

— O que Orochimaru disse é verdade? Sobre eu influenciar qualquer lúpus a minha volta?

— Um pouco sim, você pode sim, mas não muito diferente de outro ômegas, a diferença é que você ocasiona o cio em qualquer lúpus quando entra no seu cio, já um ômega comum não tem essa capacidade; ele só libera mais aroma, fazendo o alfa perder a razão e satisfazê-lo, mas não entra no cio. Orochimaru não foi tão imparcial assim, ele só não te seduziu porque sabia que eu mataria ele se o fizesse, porque, porra? Você tinha uma queda escancarada pelo maldito — fingi olhar em volta, afinal não tinha argumentos para negar aquele fato —  ele deve ter te falado que sempre estudou você, sabe ele é um cara excêntrico, viciado em estudos de genomas e era louco para ter você próximo a ele, ficou uma fera quando soube que eu tinha te sugerido ser meu assistente, ele queria você, sabe, ficar mais perto da experiência dele, quando eu disse a você que ele já tinha escolhido um estagiário era mentira, ele não tinha… Deus, ele quis me matar naquele dia — Sasuke sorriu travesso — ele me disse para ser sutil, chegar aos poucos em você, para não danificar o "espécime" — revirei os olhos ao ouvir aquela palavra — eu sei, são termos horríveis, mas como eu disse, ele é excêntrico. O caso é que ele ficou uma fera com cada aproximação minha para cima de você. Soube que ele destruiu o laboratório da faculdade quando descobriu as fofocas sobre nós estarmos tendo um caso, juro que se Sakura não estivesse tão mal naquela época eu teria ido até lá rir da cara dele. Não que isso tenha me impedido de rir dele, afinal, ele veio até aqui me xingar por não contar nada ele, Ele me contou sobre a noite do seu cio, aliás, falando nisso, graças a você eu entro no cio mais que o normal.

— Como assim?

 — Assim como quando eu entro cio você entra junto como se fosse um acordo mútua de me ajudar, você como um ômega diferente acontece o mesmo. Toda vez que você entra no cio eu também entro, assim como Orochimaru entrou naquele estacionamento. Todo alfa que estiver perto entra automaticamente para te servir, eu não estava perto, mas somos ligados então eu sempre me ferrei quando seu ciclo chegava.

— Então quando eu entro no cio você entra automaticamente para me satisfazer!? — sorri me divertido da cara de tédio com que ele me olhou.

— Exatamente. E olha, nunca vi um ciclo tão louco quanto o seu, já passei por altos bocados por sua culpa no meio da sala de aula.

— Desculpe! — não evitei de rir ao ver as imagens passarem pela minha mente, Sasuke também riu.

— Pedir desculpas rindo não te ajuda! — não pude evitar, era cômico demais — enfim — falou ele me cortando — Orochimaru me contou sobre o dia do seu cio, eu quis matar ele, mas não fiz, superei com muita força, mas não fiz. Sabe Naruto, ele é um cara estranho mas é um bom amigo, não fique com raiva dele, Orochimaru gosta do Kabuto, bem antes de marcar ele, depois que eu te escolhi como estagiário ele não resistiu, Kabuto também gosta dele e você sabe disso. Os dois vão ficar bem.

— Eu sei que sim. Kabuto era louco por ele — concordei

— Talvez você ainda tenha algumas dúvidas, mas ao que me  lembre quase tudo que te contei até agora é tudo que aconteceu desde o dia em que te vi pela primeira vez. Espero que possa me perdoar por ter sido fraco e não ter feito a coisa certa antes.

—  Eu realmente preciso de um tempo pra absorver tudo isso. Não estou dizendo que te quero longe nem nada disso. Sei que você não merece que eu te peça isso. Agora que sei de tudo... É só que é muita coisa para se assimilar, eu juro que não vou te deixar esperando, você sabe, você me ouve apesar de eu não te ouvir, então já sabe que te perdoei mas eu preciso refletir, deixar a ficha cair, sabe?

— Eu sei, não tenha pressa, leve o tempo que precisar, vou estar aqui quando você estiver pronto. Você não pode mais fugir de mim — brincou ele.

Sei que ele merecia mais, sei que não houve culpado no que aconteceu, não culpava a mim e nem a ele, mas eu levei uma vida pensando coisas diferentes, agora eu precisava de um tempo para por tudo em ordem. Não era com se eu não soubesse que dali para frente eu não poderia mais ficar longe dele, não depois de agora a marca estar completa. Mas eu precisava pensar, sabia que era egoísmo da minha parte, mas Sasuke teria que esperar mais um pouco, só mais um pouco.






 


Notas Finais




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