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História Uma ruiva complicada! - Capítulo 23- A Cor que almejamos


Escrita por: GoldenDiamond

Notas do Autor


Olá!! e
Divirtam -se!!

Capítulo 23 - Capítulo 23- A Cor que almejamos


Sentada no meu sofá escutando uma velha musica, desenho no meu caderno as coisas que me assombram durante a noite. Uma menina de cabelos azuis junto com uma de  cabelo ruivo. Sempre o mesmo desenho. Deitadas em uma cama sem roupas. Me sentia uma droga por isso, mas por que toda essa insegurança em relação a Clara? Ser ameaçada pela Ex da minha... isso não está certo. Eu não sou nada da Clara para tentar chegar e perguntar quem é Charlotte e por que diabos você namorou ela? "Jogue sua frustração em um quadro branco." - penso pegando as chaves em cima do balcão indo em direção para meu atelier. Vou passar semanas se for preciso. Até tirar essa insegurança de dentro de mim. 

"La mia piccola ape! Estou indo lhe ver!" - vejo a mensagem de Johan assim que ligo o carro, mas não respondo quando sigo para meu refugio de criações.  

∞ 

Passo o pincel com força no quadro tencionando ainda mais a ponta do pincel, colocando mais cor do que deveria, mostrando a brutalidade da raiva expressa em uma forma abstrata de pintura. A cor azul forte demais, maciça demais, bruta demais. Um azul negro e trevoso. Um laranja forte como se fosse um vermelho de um ferida sendo apunhalada nas costas. Um sangue vivo e consistente. Diria eu que seria real a dor sentida por entre cada passar de tinta entre o branco e preto.  

-Quanta raiva um artista pode sentir de alguém? - paro de deslizar o pincel quando escuto a voz de Johan atrás de mim. - A raiva estraga sua beleza e perturba a tranquilidade. 

-Só estou frustrada. - digo colocando o pincel dentro do vidro com água. Me viro para ver Johan se sentando no sofá cruzando as pernas e dando um longo suspiro. -Tudo bem?  

-Sim. Sua mãe me contou que passou mal na virada do ano novo... você voltou a ter pesadelos? - aceno voltando a pegar o pincel o mergulhando na tinta vermelha da minha palheta.  

-Estão mais reais dessa vez. Não são só meros borrões como antigamente. - digo deslizando o pincel pela cor, novamente e novamente. -Quero saber o significados deles, mas tenho medo.   

-E você escuta aquela voz?  

-A voz que me chama de "Meu anjo" ? Sim. Sempre. Sempre quando estou perto de despertar escuto essa voz calma, serena e repleta de tranquilidade.  

Johan fica andando pelo meu atelier, observando cada quadro empilhado e pregado na parede até parar na frente de um. O que eu tinha pintado sem perceber. O quadro sombrio. Eu não o escondi por que toda vez que olha para ele algo dizia que aquilo era a minha forma. Confusa e sem sentido. Presa em um mundo monocromático de cores sem amor. Esbranquiçadas demais ou pretas demais. Perturbada com a luz e confortável nas sombras. Essa era minha obra prima. Um mundo sem cores.  

Termino de pintar e me viro para Johan que coloca meu quadro escuro escorado em cima da mesinha. Ele fica observando atentamente o quadro sem dizer uma só palavra, a confusão em seus olhos era bem visível e o desconforto notável. Mexo o banquinho para poder sair sem me sugar e vou na sua direção, sentando ao seu lado observando o quadro com ele. Pai e filha olhando um quadro feio e sem sentimentos a não ser medo e tristeza. 

-Esse quadro me dá nos nervos Lucy! - Johan se vira  para me olhar colocando uma mão sobre meus ombros. - Vou levar esse quadro e mostrar para sua mãe. Talvez ela entenda de algo bizarro. 

-Pelo amor de deus Johan. - dou um soco em sua barriga fazendo ele ri um pouco. - Eu pintei no automático. Só prestei atenção quando  tinha terminado. - Johan não comentou mais nada, ele ficou lá, paralisado com a pintura como se fosse algo raro de se ver. Bem... era algo raro de se ver. Não era sempre em que eu registrava meus sonhos nos quadros, sempre tinha medo de lembrar ou pensar sobre isso. Poderia morrer de chorar, mas registar numa pintura não era meu maior interesse.  

Não fui para universidade naquele dia e nem para o trabalho, não estava me sentindo bem o suficiente para enfrentar a Ex da Clara. Johan tentou discutir sobre alguma coisa, mas eu não estava com cabeça para isso e logo ele foi embora, não antes de prometer voltar. Mais relaxada que o normal vou para a parte de cima do atelier pegar mais tinta em estoque, mas não tinha as cores que eu queria. "Tenho que comprar mais tintas." - penso descendo novamente, pegando meu minhas chaves e o dinheiro. Estava mais do que na hora de repor as tintas que mais uso. Fiquei até surpresa por ter durado tanto.  

Passo a rua com cuidado dessa vez, não queria ser quase atropelado novamente. Sério aquilo me fez pensar se a Ex da Clara não queria me matar. Paro de andar olhando para atrás. Quando atravessei a rua... ela... queria me matar! Como eu fui tão descuidada?  Sinto alguém me observando e por impulso olho em volta para ver um carro preto parado a alguns metros de onde eu estava. Começo a andar mais rápido, quando escuto o ronco do motor. Aos poucos eu estava correndo do carro, desesperada passando por entre pessoas, tentando fugir. Paro em uma praça cheias de lojas perto de um parque. Observo em volta procurando algo, mas não encontro. Suspiro aliviada. "Uma gota se junta a várias." Estava chovendo e eu não havia percebido. Eu só estava de vestido azul junto de uma jaqueta contra o fraco frio de inverno que insistia em permanecer na primavera. Abaixo a cabeça tirando alguns fios de cabelos do meu rosto. Até um guarda chuva vermelho ficar no meu campo de visão e com um sorriso todo o meu medo vai embora.  

-Ei! - digo tentando parecer normal, entretanto acho que não foi o suficiente. Clara mostra mais uma vez seu sorriso e sinto que a cor cinza criada pela chuva aos poucos passa de monocromática para uma cor que eu não possuía na minha palheta. Uma cor tão bela quanto as demais. Criada por alguém para iluminar as trevas de pessoas perdidas nelas. Nenhum dinheiro no mundo compraria essa cor e por mais egoísta que isso pareça a cor que almejamos é a cor que eu queria só pra mim. 


Notas Finais


Bem... espero que estejam gostando!
Até mais!


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