História Uma ruiva complicada! - Capítulo 25 - Aniversário da Sra. Walker

Hoje é o aniversário da dona Lucia. Acordei com uma ligação desesperada do Johan dizendo que havia esquecido e que estava surtando por não ter comprado nada para ela e queria minha ajuda para escolher um presente, porém eu recusei sua súplica duramente. Precisava ir para a universidade e não poderia simplesmente ir com ele. Liguei para minha mãe desejando um feliz aniversário, ela agradeceu e comentou sobre o Johan está desesperado com algo. Eu sei que ela já sabe o motivo do desespero dele e está se fazendo de doida. Tenho pena do Johan nessas horas, ela vai infernizar a vida dele hoje.  

"Boa sorte com o presente pai! Não queria te desesperar, mas ela já sabe!!" - mando a mensagens para ele assim que saio de casa em direção a universidade, Johan logo responde. 

"Eu lhe peço por tudo que é mais sagrado!! Ajude seu velho pai a comprar um presente para sua mãe!" – dou uma gargalhada quando vejo sua mensagem. Johan está ferrado.  

∞ 

Caminho pelo campus da universidade segurando alguns quadros enrolados na lona marrom, queria que Adam os visse e dissesse algo sobre elas. Tenho um plano maior para minhas pinturas. Durante a noite lá no atelier decide colocar meus quadros para exposição e conversaria com minha mãe para que tal ato fosse possível. Os quadros que pintei da Clara iriam para exposição. Sim. Eu quero isso. Só preciso conversar com a Clara sobre esse assunto também, talvez eu converse com ela ainda hoje.  

-Senhorita Walker! O que você traz em seus braços? - arqueios as sobrancelhas parando de andar, viro lentamente para ver o diretor parado observando atentamente os quadros cobertos pela lona. Droga! Quem eu menos queria ver. 

-Nada! - vou me afastando lentamente do diretor assim que ele tenta se aproximar. - Tenha um bom dia diretor. - saio andando rapidamente pelos corredores sem olhar para atrás. O diretor olha desconfiado, mas ele não seria tão inconveniente ao ponto de querer ver os quadros a força.   

Tinha muito alunos nos corredores, desvio deles com o maior cuidado do mundo, não queria que eles esbarrassem nos quadros. Entro no corredor a direita e sigo em frente até ver ao longe cabelos ruivos conversando com uma menina de cabelos azuis. Paro instantaneamente de andar, minhas pernas não se movem. Fico observando a cena ao longe. Clara falava algo e Charlotte só escutava colocando as mãos nos bolsos, não chegava a ser uma discussão, mas sim uma conversa normal. Abaixo a cabeça e volto a caminhar." Você é a cor que eu quero!" - porque eu disse isso? Mais que frustação é essa que estou sentindo?  

-Ei! Lucy! - não viro para ver quem estava me chamando. - Ei! Abelhinha!!  

-Vai se ferrar Adam! - falo bruscamente entrando na sala, bato a porta com força na sua cara. Jogo minha bolsa na mesa e coloco os quadros em qualquer lugar sem me importar no estado em que os coloco. Sabrina folheava sua revista desinteressadamente, Lucca me observava assustado. Sento de frente para a Sabrina, ela em nenhum momento levantou o olhar, entretanto estava na mesma página por minutos. Adam entra cuidadosamente se sentando ao meu lado. Suspiro, escorando na cadeira olhando para o teto.  

-Desculpe Adam...- sussurro baixo, viro para encara-lo, mas ele não me encarava. -Adam? 

-Como é bom escutar um vá se ferrar logo pela manhã! - reviro os olhos sorrindo, quando escuto Adam imitar minha voz. - Qual é a dos quadros, abelhinha?  

-Abelhinha? - Lucca pergunta para Adam que cai na gargalhada, volto a olhar para Adam e para Lucca que me olhava sem entender nada. - Qual é o motivo da graça?  

-Olha eu acho que esse assunto é um pouco pessoal. Não é Adam? - chuto sua perna fazendo ele se contorcer de dor. Sabrina coloca sua bolsa na mesa fazendo um alto barulho de vidro.  

-Vejo vocês no trabalho. Até mais perdedores. - ela sai acenando sem olhar para nos, muito delicado da parte dela. Lucca se despedi dizendo a mesma coisa, embora diferente da Sabrina ele se despedi apropriadamente.  

Essa é a hora perfeita para mostrar os quadros para ele. Vou até eles e tiro a lona marrom, Adam olha atentamente cada detalhe dos quadros sem dizer nenhuma palavra. Fico observando um dos quadros que era o rosto da Clara. Detalhadamente marcado com tintas neutras, as folhas alaranjadas caiam se emaranhando em seu cabelo como se eles estivessem cacheados, seus olhos estavam fechados, mas dava para imaginar um azul forte e chamativo, os lábios entre abertos  mostrava uma cor avermelhada muito convidativa a querer beijá-la, um de seus dedos estava tocando levemente uma mecha de cabelo. A cor laranja tomava conta de cada detalhe, de cada mecha, de cada canto. Era como se ela fosse abrir os olhos a qualquer instante. O outro quadro é uma mulher ruiva sentada tocando piano levemente como se fosse algo muito frágil. O seu vestido branco, sobressaltava sua pele pálida, o cabelo ruivo amarrado em um coque frouxo, deixando algumas mechas caírem por seus ombros. O piano na cor marfim de longe era chamativo, mas tinha uma presença perceptível. Ela se encontrava num quarto de cor amadeirada, com algumas mobilas. No último quadro Clara se encontrava flutuando no mar, com as estrelas refletidas no oceano, seus cabelos espalhados mostrava uma cor estranhamente perfeita para a noite de um céu estrelado. Seus olhos aberto refletiam as estrelas que se encontravam brilhando e pulsando de felicidade. Uma atmosfera magnificamente alegre tomava conta do meu corpo toda vez que eu olhava aquele quadro.  

-São perfeitos. Você gosta dela não é? - Adam me tira do estupor de ficar observando demais os quadros e me faz lembrar da cena de mais cedo. Um azul se encontrando com uma cor alaranjada. Não respondo, entretanto viro a cabeça para encará-lo. - Você gosta muito dela. Você... 

-Lembra daquele dia que o Johan nos levou para ver o circo? - vejo ele acenar colocando as mãos nos bolsos. Vou até a janela olhando as pessoas passando pelo campus, conversando, rindo e essas coisas. - Fiquei fascinada por um palhaço em particular e todo desenho que fazia ele estava presente. Seja em um simples desenho de meus pai comigo á um de escola com meus amigos.  

-Isso é uma fase então?  

-Esse é o problema. Com o tempo o palhaço foi perdendo a graça e o sentido, entretanto quando eu pinto ou desenho a Clara, algo dentro de mim vibra. Vibra de felicidade e algo a mais que não consigo decifrar. Mesmo eu pintando por horas, por dias, eu simplesmente não consigo tirar ela da minha cabeça. E tudo que imagino sobre a Clara vira esses quadros.  - me viro pra olhar Adam sério, escorado na mesa observando os quadros curioso. Ele passa as mãos nos cabelos bagunçados e se vira para mim, ele tenta formular alguma frase mais não consegue dizer nada. Assim como eu.  

∞ 

Na galeria eu me encontrava aérea o tempo todo, quando alguém vinha falar comigo eu simplesmente ignorava e saia de perto sem nem perceber. Sabrina comentou comigo que viu a Clara conversando com uma garota de cabelos azuis no clube de dança e que as duas pareciam bastante próximas. Adam não falou nada a tarde toda e nem nas aulas em que tínhamos juntos. O trabalho foi bastante desgastante, entretanto ainda tinha a festa de aniversário da minha mãe e eu não sabia o que esperar. Sinceramente não sabia o que Johan fez e nem que tipo de presente ele comprou, nem mesmo me perturbou para perguntar algo, o que achei meio estranho. Jogo umas caixas dentro do lixo do lado de fora da galeria e fico observando o beco com algumas caixas vazias, alguém fez seu trabalho pela metade. Suspiro pegando as caixas e colocando no lixo, rasgo algumas para que facilite meu trabalho e assim termino rapidamente. Sabe aquele dia que está indo de mal a pior? Pois é meu dia não está muito legal, mesmo sendo um dia importante.  

-Lucy seu celular estava tocando. - Lucca chega mais perto trazendo o meu celular, ele observa as caixas rasgadas e jogadas no lixo. - Esse era seu trabalho? 

-Não. Algum espertinho fez o trabalho pela metade. - digo pegando o celular, me sentando perto da porta, Lucca faz a mesma coisa. Vejo a ligação da Clara. 

-Alguém importante? - Lucca pergunta abrindo um saco de salgadinho, ele me oferece alguns, mas recuso.  

-Não. 

-Parece chateada. É com a Clara? - nego com a cabeça olhando o céu que estava muito lindo, sem nuvens. - Então, hoje é o aniversário da sua mãe. Adam comentou hoje pela manhã.  

-É. Talvez jantemos fora ou não. Ás vezes Johan nos surpreende. - bem... ele parecia bastante aflito sobre o presente imagina sobre o que fazer para a dona Lucia.  

-Temos festa hoje!! Niver da Sr.ª W. Demais!!! - nos viramos para ver Sabrina trazer sua bolsa colocando entre nos. - Sabe!! Isso é vida. Comemorar a vida é algo muito importante.  

-Você falou coisa com coisa. Não entendi nada! - digo coçando a cabeça tentando entender. 

-Não importa. Toma. - levanto meu olhar pra ver uma garrafa de vodka no chão e um copo cheio pra mim. - Vai toma. Eu sei que precisa disso, Lucy.  

-Não vou beber. Estamos no trabalho.  

-Tecnicamente nosso horário já acabou, então esse é o happy hour. - Adam fala se aproximando e puxando um banquinho, ele trazia com sigo um pacote de salgado oferecendo para Lucca que prontamente aceita. Sabrina preparou um shot para cada um de nos. 

Pegamos os copos e brindamos, tomando juntos, fizemos caretas junto e rimos muito até não ter mais certeza se era certo fazer happy hour nos fundos da galeria. Lucca tropeçava nos próprios pês, Adam gargalhava muito alto e tudo fluía mais alegremente. Logo chegou a noite e com ela eu já estava em casa me arrumando para o jantar especial que o Johan havia preparado.   

"Que horas você vem, Abelhinha? Devo informar que sua mãe não esta em casa!! Quero que você vá buscá-la no shopping." - desde quando a dona Lucia gosta de ir a shopping? Era bastante estranho, entretanto não discordo. Pego meu carro indo buscá-la.  

"Ligue para ela dizendo que vai buscá-la. Sua mãe é muito imprevisível e como você disse ela já sabe da festa... me sinto violado..." - faço o que ele pede e acabo ligando para ela dizendo que iria buscá-la, ela nada disse só concordou, o que me deixou um pouco intrigada, mas estávamos falando da minha mãe. Que deus me ajude hoje!!  

∞ 

Chego no shopping e espero ela vir. Fico dentro do carro escutando musica até alguém bater no vidro do carro. Minha mãe estava toda arrumada com uma vestido  verde da cor dos seus olhos e com o cabelo levemente ondulado, ela sabia matar um quando queria e essa noite Johan era seu alvo. Abro a porta para ela que prontamente entra no carro. Em suas mãos estava um pequeno presente embrulhado com um cartão grudado por cima do laço, não que fosse do meu fetiche ser curiosa, mas uma pessoas que esta aniversariando dá um presente a alguém é um pouco estranho.  

-Oi, mãe!! Feliz aniversario mais uma vez! - digo abrindo o porta luvas e tirando uma pequena caixinha preta embrulhada num lacinho dourado. - isso é pra você.  

-Sabe de todos os presente que espero ganhar hoje o seu é o mais especial. Quando você era criança e saia com o Johan para comprar meu presente eu ficava contando as horas para ver você segurando uma caixa seja ela do que for, embora fosse você segurando e dizendo um feliz aniversario... Eu percebia que você foi meu maior presente... - ela pega a caixa e tira o laço dourado, uma lagrima cai molhando o laço que ia se desfazendo aos poucos.   

-Eu fico muito feliz em saber que meu presente e mais especial que o do Johan!! 

-Seu pai nunca foi bom em escolher presentes. Sempre comprando coisas estranhas, porém ele tem boas intenções. - observo ela tirar de dentro da caixa um mini quadro feito por mim. Sim, eu fiz um mini molde de madeira de um quadro com um céu estrelado junto uma mini família desenhada nela. 

-Ah!! Sim... eu adorei!! Meu amor!! - minha mãe fala chorando ainda mais. Meu plano não era esse... não queria fazer minha mãe chorar. Agora me sentia culpada por isso. - Isso me lembra do seu presente de oito anos. Você me deu um boneco de argila. Ainda o tenho na minha mesa lá na galeria. Meu maior tesouro.  

-Eu sei. mais um para sua coleção. - sigo a abraçando, ela chora ainda mais. Droga! Me sinto muito mal por isso.  - Eu te amo.  

-Eu te amo mais. - ela fala acariciando meu rosto. - Minha maquiagem está toda borrada!! Preciso retocá-la.  

Com isso seguimos para casa, ela continuou falando de outros presente bizarros que eu dava para ela sendo seu aniversario ou não, estava ficando constrangedor demais e mesmo eu falando que estava ficando muito constrangedor ela não parava de falar. Sempre citando outros tipos de presente. Então tive que aguentar o caminho todo as historias dos presente que ela ainda tem guardado em algum lugar na casa ou na galeria. Quando chegamos em casa havia balões pelo jardim e tinha mesas por todos os lugares. Adam estava usando uma blusa social preta e uma calça jeans azul, usava tênis e seu cabelo estava todo penteado para atrás, Sabrina estava de vestido amarelo e seu cabelo amarrado num penteado muito bonito, ela usava sapatilhas, Lucca de braços cruzados usava uma blusa social branca com um colete azul, sua calça era social e de cor preta, com os sapatos da mesma cor, seu cabelo estava um pouco bagunçado, mas não deixava de ser atraente em todos os sentidos. Johan usava terno preto com o colete cinza, sua gravata borboleta mostrava sua elegância ao longe. Os meninos tinham muito o que aprender sobre beleza!! E meu pai era mestra nesse ato. Johan se aproxima lentamente do carro, abrindo a porta logo em seguida.  

-Feliz aniversario, meu amor. Você está perfeita! Sempre foi. Magnificamente perfeita. - ele fala a beijando na minha frente. Faço cara de nojo e ele passa as mãos pelos meus cabelos.  

-Johan te todas as festa que você já fez essa é a mais bela de todas. Se superou...- digo aplaudindo observando o local.. Que consistia em balões dourados, mesas ao ar livre, nada muito chamativo. Parecia uma festa de domingo qualquer, mas muito arrumado e organizado.  tinha pétalas de rosas em cima de uma mesa em particular e um balde de champanhe com duas taças, esperando serem cheias e brindadas. 

-Concordo com ela Johan! Você me surpreendeu, meu tigrão... - que? Eu escutei bem o que minha mãe acabou de dizer?  

-A noite é uma criança meu amor... espero que possamos desfrutar dela a vida inteira. - alguém mais escutou o que ela acabou de dizer?  - E Lucy. Você está linda minha princesa... Garotinha do papai!!  

Observo a eu mesmo e vejo minha roupa. Um saia midi vermelha com uma blusa de  renda da cor branca e um sapato de salto alto cor de pele, meu cabelo estava solto e bem penteado. Achei bastante normal. Dou de ombros seguindo os dois para dentro da festa. Nona me observava maravilha, aceno para ela indo em sua direção. 

-Oi!! Nona. - digo a abraçando, ela porém me afasta e fica me observando dos pés a cabeça. 

-Você está muito linda pequena. Minha pequena se tornou uma mulher. - Nona enxuga os cantos dos olhos com seu avental. Aby estava a todo momento ao lado de minha mãe com um cão fiel. Ela e Johan estavam sentados na mesa com pétalas, tomando champanhe, eles trocavam olhares maliciosos e a todo momento Johan dava aquele sorriso sedutor demais para qualquer mulher aguentar.   

Deixo Nona serve os convidados e vou direto para falar com Adam, Sabrina e Lucca, mas algo pelo cantos dos meus olhos me chama atenção. Um vestido vermelho rodado curto me chama atenção. Me viro para ver Clara se aproximando lentamente.  

-Sabe, você não quis ajudar, então tive que pedir ajuda a outra pessoa! Sua mãe adorou conversar com ela! - escuto Johan falando ao meu ouvido e depois indo embora. Clara o ajudou a organizar a festa... por deus! Ela estava linda era como ver um dos meus quadros criando vida e andando por todos os lugares. Seus cabelos estavam cacheados, seu batom vermelhos era muito convidativo a beijá-la.  

-Boa noite, Senhor e Senhora Walker. - ela fala sem tirar os olhos de mim. - E feliz aniversário Sr.ª Walker. Esse é meu presente.  

-Não precisava Clara! Você é uma amor de pessoa e está muito linda. Não é Lucy? - como meus pais vieram para ao meu lado? Aceno concordando com minha mãe.  

Não conseguia desviar o olhar da sua boca. Clara me observava e com um sorriso ela faz meu mundo vibrar como um simples piscar de olhos. Me mexo desconfortavelmente de um lado para o outro, observando Johan piscar para mim. Desvio o olhar para outro canto e vejo um homem alto com os cabelos ruivos nos observando, ele estava usando um terno preto e seus cabelos ruivos estavam perfeitamente penteados, ele estava em pé com as mãos nos bolsos. Johan faz seu caminho até ele de mãos dadas com minha mãe. Volto meu olhar para Clara e ela me olhava alegremente. Sinto sua mão pegar a minha sutilmente. Ela estava linda e seu olhar brilhava tão intensamente que era quase impossível não sentir sua felicidade. O palhaço parece algo tão fútil e sem graça comparado a ela, parece ser mais um dos meus desenhos guardados dentro do meu coração. Enterrado bem fundo para que ninguém bisbilhotasse e o encontrasse e aqui estava minha obra prima. Me observando e sorrindo. Sim. Eu Quero que o mundo saiba quem é minha espiração, quero que ele saiba que não vou enterrar essa pintura. Por que ela tinha vida própria, por que tinha meus sentimentos mergulhados dentro de cada cor jogada num quadro branco.  

-Parece que um dos meus quadros criou vida. - digo a puxando para um local mais reservando.  

-Você me pintou com esse vestido? - me viro para observa-la melhor e nego sorrindo. - Então como uma de seus quadros criou vida? 

-Porque você está carregando um dos meus sentimentos. - Clara mostra aquele sorriso sensual e sussurra para que eu escute.  

-Então ele está carregado de amor. - e naquele céu estrelado de primavera as palavras da Clara me fizeram perceber o óbvio. Eu estou no amor com minha inspiração.