Uma cratera se abriu e uma fumaça negra saiu de lá envolvendo Claire, que assustada, apenas observou. Quando a fumaça desapareceu Claire estava com uma capa escura, um colar preto e uma lâmina tão escura quanto a noite. Não demorou até que alguém chegasse. Alguns semideuses que passavam por ali ficaram a observando-a.
- Ah, que maravilha! Agora eu sou a única que não foi proclamada? Fala sério! – Disse Jasmim.
- Cala a boca Jasmim! – Disse Claire.
- Me obriga fofa!
Claire bufou.
Um garoto saiu do chalé de Hades. Ele era um perfeito gótico! Cabelos negros uma blusa de caveira, uma calça e um tênis preto. Ele tinha a pele clara e parecia ter uns 18 anos. Abrindo o caminho calmamente chegou até Claire e lhe disse:
- Olá, maninha!
- O-olá! - Disse Claire meio nervosa.
- Bem-vinda ao chalé de Hades. – Disse o gótico
- Não brinca! – Disse Claire boquiaberta
- Eu já suspeitava. – Disse Jasmim
- Porque acha isso? – Perguntei
- Basta conhece-la apor 12 anos e ... APENAS OLHAR PARA ELA!
Pensando bem,o jeito de uma filha de Hades.
- M-mas, qual é seu nome? – Perguntou Claire
- Eu me chamo Nico di Ângelo. E você?
- Claire.
- Prazer Claire! Vamos entrar.
- O-ok
Enquanto eles entravam, alguém no meio da multidão gritou:
- E esse buraco? Como é que fica, hein?
Eu dei uma risada junto de Jasmim. Nico saiu do chalé, estalou os dedos e a cratera se fechou.
Eu e Jasmim continuamos andando e começamos a conversar sobre o chalé de Hermes.
- Sabe, acho que sou filha de Hermes. É super bagunçado, coisa e tal mas fiz tantas amizades, principalmente com o Hig.
- Quem? – Perguntei
- Se lembra do dia em que nós nos oferecemos para a missão? Ele é o garoto do chalé de Hermes.
- Sério? - Eu nem perguntei seu nome, acho que isso não foi muito educado.- Suponho que não fale muito.
- Ah! Inocente! Isso porque não o conhece! Mas logo irá conhece-lo. Afinal não sairei do chalé de Hermes tão cedo.
- Tenho certeza que logo você será reclamada.
- Nem esquento! – Disse ela dando os ombros
No treino de vôlei, jogamos contra os filhos de Apolo e eles eram bons! O garoto que eu vira antes do almoço ficava me encarando de uma forma atraente. Mas um simples garoto bonitinho iria me fazer derreter ou perder a bola, pois eu sou mais esperta! Na hora do saque, antes de jogar a bola eu dei uma piscada para o garoto que no momento ficou distraído e pude marcar o ponto da vitória. Enquanto comemorávamos ele se aproximou de mim:
- Bonita e inteligente! Gosto disso.
- Vai ver se ela está lá na esquina, Vitor! – Disse uma garota atrás de mim – Toda novata que chega no chalé de Atena você quer dá em cima, mas nunca consegue!
- Mas parece que eu tenho uma chance agora... –Disse ele se aproximando e fazendo biquinho.
Ele queria me beijar, mas como eu disse antes: sou mais esperta! Pequei a bola que estava na mão da garotinha que me acordara mais cedo e coloquei ela na frente no meu rosto. Ele beijou a bola e disse:
- Nossa gata! Você beija bem!
- Tem certeza? – Perguntei
Ele na mesma hora ele abriu os olhos e pulou para trás cuspindo terra para todo lado. Todos começaram a rir, até os filhos de Apolo.
- Porque você fez isso? – Ele perguntou enquanto eu morria de rir – Fala sério! É mais fácil conquistar as filhas de Afrodite, que ficam derretidas comigo! Sem contar que elas falam francês!
- Bon chance! Au revoir! – Eu disse dando adeus.
- Ah! Que droga! – Disse ele saindo correndo.
Eu fiz um bate aqui com as meninas.
- Já estava na hora de alguém apagar o fogo de nascença dele. – Disse uma garota do chalé de Apolo.
Enquanto caminhávamos até a aula de esgrima com os filhos de Afrodite, conversei com as minhas meias irmãs e descobri que a garotinha que me acordou era Ayla e que Vitor tinha uma namorada que voltava e terminava com ele. Patético!
Alguns filhos de Afrodite estão na enfermaria dizendo que estão com Minotaurite. Que diabo é Minatourite? Enfim, o nosso tutor nos formou em duplas. Fiquei com uma menina com cabelos longos, lisos e negros. Tinha o rosto limpo sem nenhuma espinha, mas tinha duas sobrancelhas meio grossas. Aposto que ela ficaria bem com todos os filtros do Snap. Eu peguei a espada e ela tentou, mas não conseguiu.
- Precisa de ajuda? – Perguntei
- Não precisa. É que eu não sou boa com espadas. –Respondeu
Eu já imaginava.
- Então em que você é boa?
- A princípio nada, mas eu sempre quis aprender a manusear facas.
- E porque não aprende?
- Porque os semideuses acham que faca na mão das filhas de Afrodite é a morte certa. E eles não estão falando da morte dos monstros.
Eu fiz uma cara triste e olhei em volta. A porta do armazém de armas estava aberta e o tutor estava longe. Olhei para a garota sinalizando para a porta.
- Consegue aguentar até a porta? – Perguntei
- Acho que sim. – Disse ela levantando a espada com dificuldade.
Lutamos até a porta e entramos. O armazém era enorme, com várias espadas, escudos, lanças e muito mais. Procurei as facas e achei um pequeno conjunto. Dei-as para garota que ficou bem empolgada. Antes de sair olhei pela última vez o armazém e meus olhos focaram em um arco e flecha. Tive vontade de pega-los, mas algo em mim me proibiu. Pensei que se levássemos as armas, não demoraria até alguém nota-las.
- Ei! Não podemos sair com elas! – Falei para ela bem baixo.
- Mas porquê...
Antes que pudesse terminar, o nosso tutor entrou no armazém e dissemos juntas
- Esconde!
Eu me escondi atrás da prateleira de escudos e ela na de lanças. Ele pegou uma espada enquanto olhava para fora.
- Essa espada não é feita para maquiar ou colocar roupinhas nela! Ei! Ponha a espada no chão e não a jogue para o ar! Ai meus deuses!
Ele voltou para fora correndo. Saímos do esconderijo e como dois jatos saímos correndo como loucas.
- Nós poderíamos ter pego as armas! – Ela disse meio nervosa
- Não, não podíamos! Logo alguém iria ver e nos dedurar.
- Então nunca poderei aprender a manusear facas?
Eu pensei por uns minutos e tive uma ideia! Pediríamos algumas armas aos filhos de Hefesto em troca de arrumarmos o seu chalé por 3 dias. Afinal não deve ser tão bagunçado quanto o chalé de Hermes. Né? Espero!
Pegamos as armas e fomos para a floresta (não muito longe, obviamente). Peguei um bambu seco, que achei no chão e o coloquei em pé. Mandei que a garota o acertasse. Ela jogou a faca, mas não teve sorte, a faca passou cerca de quase meio metro de distância do bambu. Ela começou a ficar nervosa. A outra faca passou mais longe ainda. Enquanto ela tentava eu peguei meu arco e apenas, o observei. Ele era bem feito, com duas flores na ponta (deve ter sido as filhas de Hefesto, valeu!). Peguei uma flecha, armei o arco, apontei para o bambu e atirei nele. A flecha cravou no bambu tão facilmente, que me deixou chocada. Só não me deixou mais chocada do fato que eu havia acertado o bambu de primeira, cerca de 20 metros de distância.
- Uau! Isso foi simplesmente incrível! Como? – Perguntou a garota boquiaberta.
- Para falar a verdade.... Eu não sei! Essa foi minha primeira vez. – Eu respondi tão surpresa quanto ela.
- Você conseguiu de primeira dessa distância! E eu nem daqui eu estou conseguindo.
- Mas se eu consegui você também consegue!
- Não tenho certeza...
- Vamos você consegue!
Ela tentou mais uma vez, mas errou. Foi aí que tive uma ideia.
- Acho que você deveria desistir! – Eu disse
- Como? – Ela perguntou desconfiada
- Isso mesmo! Desistir, dar um fora. Sabia que não conseguiria, porque você é uma filha de Afrodite! Inútil! Porque você não vai fazer suas unhas e fazer a maquiagem das suas irmãs, afinal é para isso que você serve. Você não é diferente das outras, uma garota que não serve para nada. – Comecei a acionar meu escudo que Téo me dera.
Ela estava nervosa, parecia um pimentão. Segurando o cabo das facas com mais força, ela o jogou em mim. Felizmente não me acertou. Enquanto ela jogava as facas, eu ia a procura de mais bambus secos. A medida que eu ia achando bambus, eu os cravava no solo. Fiz isso várias vezes, formando um círculo. Até que, quando eu já estava cansada ela me alcançou e pulou em cima do meu escudo. Ela forçava a faca em direção a minha cabeça, mas eu joguei-a para o outro lado com o escudo, o que me deu tempo suficiente de me levantar calmamente. Ela em fúria me perguntou:
- Porque você fez isso?
- Olhe você mesma! – Eu disse mostrando o círculo de bambus e agora furados com várias lâminas cravadas neles.
- U-uau! Isso foi incrível!
- Eu sabia que conseguiria! É...
- Hanne!
- Isso! Hanne, eu sou Laurie!
Ela deu um sorriso para mim.
Passamos a tarde inteira treinando. Quando começava a escurecer tratamos de procurar as facas e flechas pela floresta. Decidimos nos dividir, eu fui pela direita. Enquanto procurava pelas flechas e pelas facas, comecei a escutar passos estranhos que parecia vir de todos os lados. Comecei a ficar preocupada. Eu vi uma silhueta indo de árvore em árvore. Eu sabia que tinha alguém ali, mas não sabia quem. E ele estava se aproximando cada vez mais.
- Hanne? É você?
A silhueta saiu de trás de uma árvore. Mas não era um semideus e sim um sátiro!
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