História Uma Simples História - Dividindo Um Guarda-Chuva

Quando já era terça-feira o céu se mostrou nublado e chuviscando, e Emy acorda sem reconhecer o lugar. Olhou em volta e viu uma TV ligada logo se lembrando de que estava na casa da Katy. Tentou se levantar, mas teve dificuldade, ela olhou o que estava a impedindo e viu que era a própria baixinha dormindo abraçada nela. Emy fica bem vermelha, ela olha o seu relógio e se lembra de uma coisa. O trabalho. Era tarde demais até para chegar atrasada, não teria mais jeito, ela apenas torcia para que não levasse uma bronca feia.

Então ela fica ali, decidindo se acordava Katy ou se ficava desfrutando daquele abraço. Ela observou o rosto da pequena, acariciou a cabeça dela até suas costas, sentindo-a respirar tranquilamente. Queria dar-lhe um beijo, mas era muito arriscado, e se ela acordasse e ficasse enojada? Não seria nada legal, então ela desiste e decide acorda-la “Katy...” balançou um pouco a garota, que resmungou “Hmmm mi dexa”. Tentou mais uma vez, agora gritando “Katy! Acorda!” e num pulo ela desgruda de Emy falando “Hein? Oque? Oque?”. Com isso Emy solta uma gargalhada “Você tinha que ver a sua cara!” e Katy fica um pouco brava, mas acaba rindo junto.

Katy levanta do sofá e pergunta sorrindo “O que vai querer pro café da manhã?” e Emy também se levanta dizendo “Não precisa se incomodar, tomo em casa mesmo”. Querendo passar mais tempo com ela Katy insiste “Não, vem aqui”, pegou em sua mão e a puxou pra cozinha a fazendo sentar. Emy sabia que não tinha escolha, então ficou.

Terminando o café Emy pegou o celular, chamando uns amigos para ajudar com o guarda-roupa de Katy e esta sorriu quando ela terminou a chamada. Em pouco tempo bateram na porta de Katy, Emy foi até a porta “Deixa que eu atendo” e abriu. Dois caras estavam lá dividindo um guarda-chuva: um era mais baixo que ela, tinha o cabelo raspado, alguns piercings no nariz e na sobrancelha, e várias tatuagens; o outro era mais alto, usava óculos e tinha um curto cabelo ruivo cacheado.

Emy os cumprimentou e apresentou à baixinha “Katy, esses são Davi e Douglas. Gente, essa é Katy” e Douglas o ruivo falou sorrindo “Prazer... Vocês são namoradas?”. Emy e Katy coraram se entre olhando e balançaram a cabeça fazendo que não, e Emy rapidamente os puxou até o canto da sala “Então... o guarda-roupa está aqui e o quarto lá em cima”. Então eles deixaram o guarda-chuva encostado na estante, pegaram o guarda-roupa e foram subindo as escadas com Katy à frente mostrando o caminho e Emy atrás pra dar uma forcinha.

Entrando no quarto de Katy, Emy viu que estava praticamente tudo pronto, não fosse pelo guarda-roupa. As paredes eram verde azulado, do lado da janela com uma cortina bege ficava uma cama de madeira maciça pintada de amarelo queimado e havia algumas prateleiras cor de vinho com muitos livros em cima. Do lado da cama tinha um criado-mudo com um pequeno abajur e um livro, e debaixo da cama havia um par de pantufas. Num canto do quarto, Emy observou uma mesinha com um netbook, um tablet, um ventilador e mais alguns livros, ela comenta “Pelo visto você é apaixonada por livros, hein. Legal!” e Katy riu respirando fundo “É... sou mesmo!”.

Katy mostrou onde deixar o guarda-roupa e eles o posicionaram, Davi falou indiferente “Pronto. Era só isso mesmo, né? Então já podemos ir”. Emy os abraçou dizendo “Valeu mesmo, obrigado por virem”, e o ruivo falou “Não foi nada” depois sussurrou pra ela “Hey, o que tá esperando pra ficar com ela? Seriam um belo casal” e nervosa ela o empurrou “Shut up”. Então eles se despediram e saíram espremidos no guarda-chuva debaixo daquela chuva que estava mais forte.

Emy voltou lá para o quarto de Katy e falou “Quer ajuda pra guardar suas coisas?”, Katy corou negando com a cabeça “Depois cuido disso” e então Emy a puxou um pouco pela mão “Já que é assim, que tal irmos lá à lanchonete?”. Katy abriu um sorriso e num flash colocou uma blusa de frio roxo escuro, uma calça por cima da bermuda e o tênis “Claro! Demorou”. Então a alta riu falando “Okay. Vamos lá” e foram dividindo um guarda-chuva como os amigos de Emy.

No caminho Katy se lembrou do que o ruivinho disse e perguntou corada olhando pra alta "Porque o seu amigo pensou que éramos namoradas?" e Emy olhando para ela um pouco sem graça respondeu "Ah, não liga não. Ele é um idiota. Ele acha que só por que eu entro na casa de uma garota já estou namorando ela... Por quê?". Katy fica um pouco corada e desvia o olhar "Nada, só queria saber", de repente Emy para de andar olhando para o lado "Bem... É aqui".

Entrando e indo direto ao balcão Katy espiou o que tinha lá, logo atrás Emy fechava o guarda-chuva e cumprimentava o balconista que havia substituído ela "E ai, Max! Tudo bem? Ehehe" e ele ficou muito puto por ela estar de boa e não trabalhando “Então foi por isso que você nem veio trabalhar?" falou se referindo a Katy. Emy o ignorou dizendo à pequena “Pode pedir”, e então esta sorriu e pediu "Vou querer esses três salgados aqui, uma fatia dessa pizza, um prato desse aqui e um suco de manga. Por favor". Max respirou fundo pegando as coisas, colocando numa bandeja e entregando a ela "Aqui está. Deu R$17,95", ela pegou e enquanto estava checando os bolsos, Emy diz pra ele "Desconta de mim, que ela não vai pagar" e ele só virou o rosto e assentiu um tanto bravo.

Elas se sentam numa mesa vazia e quando Katy ia agradecer, foi interrompida por alguém “Emily!!! Por quê você não apareceu pra traba... Oh... já vejo”. Era a chefa de Emy, ficou surpresa ao ver que esta estava acompanhada “... Entendo... Mas, Emy, você nunca faltou por causa de namoradinhas. Porque isso agora? Espero que isso não se repita de novo, você não é disso”, Emy nem teve tempo de explicar e a chefa dela já estava indo para seu escritório.

A baixinha e a garota da mecha verde estavam em silêncio, Katy comia com a cabeça meio baixa, não sabia o que fazer então ela levanta o rosto e olha para Emy direcionando um salgado em sua boca “Diga ‘A’...”. Com aquilo Emy fica corada, pensando que poderia ser um beijo indireto, ela abriu a boca, mordeu um pedaço e falou cobrindo a boca com a costa da mão “Hmm. Obrigado”.