História Uma Tristeza Encoberta Por Uma Máscara - Doce Halloween

Acordei às 12h. Ah, era uma bela segunda sem aula, até porque era Halloween, esse feriado maravilhoso! Depois de tudo que rolou, precisava relaxar. E haveria uma festa à fantasia na casa de uma fulaninha que convidou todo mundo. Seria TÃO bom! Huh, só que eu não havia preparado uma fantasia ainda.

-ASUNA, JÁ ACORDOU? PORRA, EU DESPERDICEI O CAFÉ DA MANHÃ PORQUE VOCÊ NÃO ACORDOU, SE ME FIZER JOGAR ESSA COMIDA FORA, EU DESTRUO SUA VIDA! – Tomei um susto do caralho com os gritos do Levi.

-JÁ VAI! SE ACALMA CRIATURA!

-ACALMA É O TEU CU! PORRA! – Vish, acho que ele não curte muito desperdiçar comida, hein?

-TA!

Coloquei um casaco qualquer e desci. E uau. Levi, além de cozinhar bem, era ótimo com decoração. Tudo estava perfeito!

-Fez isso enquanto eu dormia? – Falei olhando pra tudo.

-Você tava praticamente em coma desde sábado.

-Oxe, feriado, tenho que aproveitar. – Cruzei os braços.

-Desisto de você. – Ele suspirou. – Bom, o almoço está na mesa, pode ir comendo.

Fui pra sala.

-Você não vai comer agora?

-Ah... Eu vou sair, nos vemos no ponto de ônibus marcado... E vê se cozinha algo que preste pro lanche, até porque você não pode depender de mim pra sempre. – Ele suspirou e deu de ombros. (OU SERÁ QUE PODE DEPENDER? OWO) (AQUIETA O CU, AUTORA) (;^;)

Comi tudo e me levantei pra pegar o telefone.

*Ding dong* (num sei se esse é o som de campainha, fique com isso.)

É, não iria precisar.

Abri a porta e já fui logo derrubada por um abraço e dois melões.

-ASUNAAAAAAAA! – Ela me apertou, me sufocando.

-S-socor...

-Ah, desculpinha~. – Ela riu e se levantou. Fiz o mesmo.

-Vamos?

-Mas é claro!

Pegamos um ônibus e fomos até o shopping. Estava incrível! Eu dificilmente vou ao shopping, aquilo estava magnífico!

-Vamos procurar uma fantasia perfeita pra você!

-Ué, e você? – Perguntei.

-Eu já arrumei a minha faz tempo. É muito mais barato comprar antes do que no dia, sabe? – Ela me respondeu, suspirando. Vish... Ai meu bolso.

-Bom, vamos lá!

Entramos em diversas lojas, o preço era um tanto absurdo. Mas comprei uma fantasia de anjo negro (?) que me parecia maravilhosa. Só foi desconfortável Michelle me observando comprando a roupa com o nariz sangrando, me fazendo corar.

Horas mais tarde...

Era de noite, finalmente! Vesti minha roupa, coloquei o negócio de anjo na minha cabeça, usei um pouco de maquiagem (e olha que eu nem gosto muito disso) e encaixei as asas. Estava perfeito!

Fui bater na porta da Michelle, iríamos nos encontrar com o Levi na estação de ônibus em meia hora.

-Já vai! – Ouvi a voz da tia da Michelle.

Pouco tempo depois, ela abriu a porta, me dando um largo sorriso.

-Minha pequena Asuna, como cresceu! – Fui esmagada mais uma vez naquele dia, mas ela era um pouco mais gentil e não jogava os peitos na minha cara, pelo menos.

-Oi! Michelle está aí?

-Aham, está se arrumando. Sente-se no sofá, por favor.

-Obrigada. – Ela me soltou e fui à sala esperar. Não demorou muito para Michelle aparecer...

...Maravilhosa.

-AAAAA, ASUNA~! – Ela sorriu. – Não estou fofa?! – Deu uma volta, segurei meu nariz. Socorro.

-Evidentemente, como sempre está. – Dei um sorriso.

-Obrigada! – Ela fez carinha fofa, me fazendo morrer. O que está acontecendo comigo?

Bom, ela estava com seu cabelo rosa penteado incrivelmente bem, queria ter esse talento. E sua roupa era de Alice. Tão fofa. <3

-B-bom... Vamos indo?

-Ok- AAAAAAA VOCÊ TÁ TÃO LINDA! – Ela babava de forma perturbadora. Estava mais uma vez corada. – Minha Asuna-chan. <3

-C-certo... Vamos indo! Tchau senhora!

-Tchau! – Ela acenou. E fomos embora. – Ai, ai, esses jovens...

No caminho, ela ficou me encarando um pouco, balançando os braços e saltitando de forma fofa. Estava tudo tão certo.

-SOCORRO – Do nada aparece um cara pelado (semi nu) pulando em cima da gente.

-AAAAAAAAAAAAAAAAAAA – Nós três gritamos e saímos correndo, nós duas com medo do cara (que só depois de um tempo reconheci quem era) e ele de sei lá o quê.

Depois de um tempo, nos acalmamos.

-O que houve com você... Bruno? – Aquilo era bizarro, ao menos cobriu suas partes inferiores.

-Eu... Fui roubado. Levaram minha roupa e quase levavam isso aqui. – Ele pegou algo que parecia ser parte da fantasia.

-Fala sério... – Suspirei. – Bom, provavelmente Levi tem alguma roupa pra cobrir algo seu, ele ama roupas cobertas.

-Quem?

-Um cara ae que cozinha, mas vamos lá. Você foi convidado pra festa também?

-Sim, só que perdi o convite.

-A gente dá um jeito, vam’bora.

-E-eu... Eu não quero andar com um cara pelado! – Michelle se escondeu atrás de mim, fazendo um olhar desaprovador para o pobre Naked Man.

-Relaxa moça, deixa com a titia aqui, que se precisar, eu faço umas invocações mó loucas e taco um tijolo na cara desse sem vergonha. – Fiz carinho na cabeça dela e olhei feio pra ele.

-Ei! Maldade, eu não fiz nada! – Ele fez cara de triste, patético.

-Aham, claro. Anda mais rápido, moça.

Continuamos andando, enquanto ele andava com dificuldade tentando cobrir suas partes baixas. Aquilo sim era assustador. No caminho, umas senhoras tacaram pedras e ameaçaram chamar a polícia, mas ele saiu correndo e nada aconteceu.

-Ah, então vocês chega- CARALHO QUE PORRA É ESSA? – Essa foi a recepção do Levi quando chegamos no ponto de ônibus.

-É... Um colega. Ele foi assaltado. – Suspirei, enquanto Bruno corava ao ver Levi traumatizado com ele. – Bom... Poderia emprestar sua capa à ele?

-Nunca mais uso isso. – Ele pendurou a capa como se fosse uma saia na cintura, mas ainda dava pra ver o formato da cueca. Aquilo era perturbador, desviei rapidamente o olhar.

Logo pegamos o ônibus (Queria o quê? Ser pobre é foda. :’v). Me sentei do lado do Levi, Michelle ficou no banco da frente e Bruno foi barrado, tendo que voltar pra casa e arranjar uma roupa correndo. Na real, nem sei porque ele não havia feito isso antes.

-Não cheguei a dizer a você antes, mas... Está maravilhosa. – Ele falou sorrindo, meio corado.

-Hã...Obrigada. Isso é uma fantasia de pirata?

-Exato. Isso é... – O nariz dele começou a escorrer e ele o segurou.

-Ué, que foi?

-NADA, NADA! – Ele começou a murmurar. – Ai minha santa dos oppai...

-É oqe-

-BELO DIA, NÃO? VAMOS OBSERVAR A DECORAÇÃO DA CIDADE! – Ele falou me cortando e olhando a janela.

-Eu hein... – Fiquei usando o celular, até finalmente chegarmos.

-Oh, vocês vieram! – Disse uma moça de longos cabelos azuis escuros. Ela estava vestida de feiticeira, algo assim, sei lá, tia das macumbas.

-Hako, há quanto tempo! – Michelle foi logo na direção dela, pulando e sorrindo como sempre. –Minha doce Alice, deseja descobrir o futuro? – Ela a olhou nos olhos, fazendo a rosada se assustar.

Hako usava uma roupa meio preta meio roxo escuro, era bem mais alta que Michelle, além de ter olhos vermelhos bem familiares.

-AAAAAAAAAA EU CHEGUEI! – Do nada, surgiu uma voz masculina quase morrendo. Quando me virei, notei Bruno, agora de calça.

-Ué, não vestiu uma blusa?

-Eu achei essa... Essa calça na rua... O ladrão desistiu dela... E como já estava atrasado... – Ele se apoiou na parede. – Resolvi vir logo.

-Okay...

-Minha capa? – Levi estendeu a mão.

-Toma, toda sua. – Ele entregou. O maior pegou um isqueiro e incinerou aquele pedaço de pano.

E então entramos, enquanto Michelle conversava com a tia das macumbas. Estava tudo muito bem decorado, impressionante. Nunca havia ido em uma festa de halloween, então tudo parecia tão belo...

- Mas eu realmente não sei o que se faz em festas. – Suspirei.

-Hã... Come. – Bruno falou provando dos doces que estavam na mesa.

Peguei alguns, estavam realmente bons.

-Pega um, Levi. – Ofereci um com formato de fantasminha, ele aceitou, mas continuava com um olhar meio preocupado.

-O que foi? – Falei de boca cheia.

-Oh, nada, nada importante. – Riu de leve. – Você conhece a anfitriã?

Minutos de silêncio.

-Eu pensei que você soubesse, oras.

-Do que vocês estão falando, hein? – Naked Man parecia curioso.

Me virei para ele.

-Você sabe quem organizou essa festa?

-Nah. Só recebi o convite e pensei “Comida de graça!” e vim. Por quê? Vocês também não sabem?

-Ué. – Disse. Por que um estranho nos convidaria para uma festa?

-Ah, vocês estão falando da Sus? – Michelle mencionou. – Ela é sua colega de classe, Lev.

-Hein? – Levi parecia surpreso com a notícia. – Eu não conheço nenhuma “Sus”. E não me chame de “Lev”! – Ele parecia levemente irritado.

-Ora. – A garota pegou um bolo em formato de caixão e o devorou rapidamente, sujando um pouco sua boca, apesar que a mesma não notou. Peguei um pano e limpei, fazendo a rosada virar um pimentão.

Como um flash, Levi falou um “Vem aqui.” E arrastou Michelle pro outro lado do salão, com pisos fortes, antes que a garota pudesse resistir ou dizer alguma coisa.

-E então, Naked Man. Conta essa história do assalto. – Nos sentamos em uma mesa.

-Naked Man? – O garoto riu. – Bem...

-Lá estava eu, andando pela cidade com minha fantasia de cavaleiro, meio cospobre mas a crise ta aí. Enfim, passaram uns trombadinhas, me fecharam em um beco e carregaram minhas roupas por eu não ter dinheiro. Um deles me olhou e quis meu corpo, aí eu tive que sair correndo e encontrei vocês...

-A última parte é mentira né? – Cruzei os braços.

-É. – Fez cara de triste.

-Enfim, você ‘tá’ vivo, isso que importa. – Bebi um copo de suco de morango. Suspirei. – Pra onde será que aqueles dois estão, hein?

-Vai saber. – Ele tomou um copo de Coca. – Eles são amigos?

-Você ta brincando né? – Me lançou um olhar desentendido. – Eles se odeiam. Desde que eu me lembro, sempre foi assim. – Suspirei novamente. –Ai, ai. O que será que está acontecendo lá?

                                                                                                                                                                                                            -Quem sabe...

Então, uma mulher fantasiada de bruxa apareceu e nos cumprimentou. Seu chapéu estava abaixado então não pude ver seu rosto. Sua fantasia era toda negra.

-Oh, eu sou Sus, a anfitriã. Imagino que sejam Asuna e...

-Bruno, meu nome é Bruno. – O garoto parecia incomodado.

-Oh, Bruno. É que... São tantos convidados que eu não me recordo de todos. – Não se importou realmente e virou-se para mim. – É um prazer finalmente conhece-la, meu bem. Bom, tenho que ir. Nos vemos outra hora. – Ela deu um sorriso de canto e partiu.

-Espera, mas... – Antes que pudesse dizer, ela sumiu na multidão. –Oh...

Eu e Bruno ficamos conversando por um tempo, rindo também. Bom, ele não é tão otário, apesar de me perseguir e de aparecer pelado na frente de geral. Uh, é ele é otário, mas legal ao mesmo tempo. Isso é deveras estranho.

Com um tempo, Michelle e Levi voltaram. Aparentemente, eles estavam planejando algo que não quiseram contar. Grr. No fim, tudo que fizemos foi comer e beber a festa inteira, apesar das imensas tentativas da Michelle de me fazer dançar. Ai ai.

Um pouco depois, uma morena de cabelos azulados subiu ao palco fantasiada de Noiva Cadáver, chamando a atenção de todos, anunciando no microfone.

-Obrigada a todos por virem hoje. – Ela dizia.

-Olha, é a Sus. – Michelle falou, enquanto estava no seu terceiro saco de pipoca.

-HEIN? – Eu berrei, me arrependendo depois que as pessoas ao nosso redor olharam irritadas. – Mas... Mas uma mulher totalmente diferente veio até nós e nos disse que era a Sus. Ela até sabia meu nome, apesar de não fazer ideia de quem era o Bruno...

-Ué. – Michelle falou, sem levar realmente a sério como sempre.

-Estranho. – Levi parecia desconfiado.

-Por que alguém se passaria por ela? - O mais baixo indagou com uma rosquinha.

-Vai saber... – Suspirei. – Enfim, vamos ouvir a verdadeira Sus, então.

-...Apesar de tudo, não pude falar com todos. Saibam que nenhum de vocês foi convidado aleatoriamente, e podem até não me conhecer, mas irão descobrir logo logo quem é Sullivan.

-Sullivan? Por que raios você chama ela de Sus, criatura? – Levi reclamou.

-Ah, sei lá. Sulli é tão meh. – Pegou outro saco de pipoca.

-Enfim. Foi muito divertido hoje. Mas essa noite se encerra. Obrigada a todos por virem, mais uma vez. Nos veremos no próximo ano! – E então saiu.

-Mas já acabou? – Suspirei.

-Fia, são tipo, três horas da madrugada, tá ligado?

-Ah. – Me levantei. – Vamos então?

Todos fizeram o mesmo. Apesar que eu fiquei um pouco pra trás. Michelle notou e também foi ficando pra trás, até estarmos relativamente sozinhas.

-Então... Aquilo te preocupou mesmo, né? – Ela olhava para mim preocupada.

-Sei lá... É só... Estranho.

-Olha... – Ela parou. – Eu tenho algo pra te falar. – E me olhou séria.

-O que foi? – Parei e me voltei pra rosada.

-Só...Feche os olhos.

Apesar de achar meio idiota, eu a obedeci. E então senti lábios contra os meus.