História Uma vampira não pode ser um príncipe? - Único

Rose suspirou, fantasiando seu casamento com o príncipe Ali pela milésima vez. A loira sempre fora muito romântica e sonhadora, uma verdadeira Branca de Neve, Ariel ou Aurora dos filmes de animação clássicos da Disney, mas estava parecendo uma louca obcecada desde que havia acompanhado o príncipe durante sua passagem por Paris.
E quando digo louca obcecada eu quero dizer... Bem, talvez seja um tanto exagerado.
Dedicava grande parte de seu tempo fazendo colagens com fotos deles dois, pediu até para Marinette lhe ensinar a costurar para fazer um boneco de pelúcia do seu amado príncipe Ali e passou a dormir abraçada com este. Além disso, toda vez que saia alguma notícia sobre o príncipe em qualquer telejornal, site ou revista, ela a encarava atentamente com um olhar que dizia “você me pertence, só não sabe ainda”.
Não, não tem nada de exagerado no que havia dito anteriormente: Rose se tornou uma louca obcecada mesmo, vamos encarar os fatos logo de uma vez. A loira estava tão vidrada no príncipe que nem percebia o que estava bem ao seu lado.
Juleka já era sua melhor amiga há anos, porém, para a morena não se tratava apenas de amizade.
Ela sentia mais atração por garotas do que por garotos e sentia-se deslocada por causa disso, às vezes até estranha, como se fosse um ET. Tinha certo medo de se assumir para o mundo, uma vez que em sua escola tem pessoas que julgam e humilham por nada (eu ouvi um “Chloe” por aí?). Jamais havia contado sobre tal fato para alguém, com exceção de Rose. A loira era a única que sabia da orientação sexual de Juleka e não ligava para isso. Bem, preconceito a menor não tem, já poderia ser meio caminho andado.
Talvez um dia ela tenha coragem se declarar e tudo corra bem, mas tem um problema nessa hipótese: Juleka não é o príncipe Ali, logo é inútil tentar qualquer coisa.
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— Não acredito que ele vai se casar. – Rose falou com a voz chorosa após ver a notícia de que príncipe Ali estava de casamento marcado – Eu tinha feito planos para nós dois.
Juleka abriu um sorriso sem graça e entregou um lencinho para Rose.
— Eu só espero que o príncipe seja feliz.
— Não precisa ficar triste, Rose, você ainda vai encontrar alguém. – Juleka tentou encorajar a loira
— Juleka... – Rose chamou - Você acha mesmo que eu vou conseguir encontrar meu príncipe?
"Ou sua vampira", pensou Juleka.
— Sim. – confirmou – Rose, você é meiga, tem um bom coração e além de tudo é bonita, muito bonita; você é a princesa perfeita.
A loira abraçou com força, sentindo-se melhor ao ouvir suas palavras.
— Obrigada, Juleka.
Seus corpos estavam muito próximos, a morena podia sentir seu coração acelerar.
— Disponha Rose. – disse, depositando, timidamente, um beijo em sua testa – Vou estar aqui sempre que precisar.
— Juleka, eu posso falar uma coisa meio estranha? – a maior assentiu – É que às parece que você é meu príncipe.
— Por quê? – perguntou surpresa, mas também um tanto feliz
— Não sei, eu só tenho essa impressão de vez quando.
E quem disse a vampira também não pode ser o príncipe? A esperança é a última que morre.